Born To Die escrita por Unnintended


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem, aqui está outra Short-fic. Hoje estou a sentir-me inspirada. Para alguns dos meus personagens preferidos de A song of ice and fire que infelizmente sabemos pouco.



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Because we were born to die

Brandon

Naquele momento arrependia-se de tudo, de todas as suas acções precipitadas e do maldito sangue de lobo que Lyanna também tinha. A sua irmãzinha, estava ali por ela, embora tivesse errado. “Desculpa Lya” Pensava nos seus últimos momentos. O fumo fazia-lhe arder os olhos e as lágrimas começaram a descer a lavar a sua cara. Á sua frente o seu pai, o honrado Lorde Rickard ardia, ardia por culpa dele. Quando Brandon tentava alcançar a espada a corda em volta do seu pescoço apertava-se mais. Não havia hipótese para eles. Estavam condenados. Pensou em Catelyn, a sua noiva de cabelos rubros e pensou em Ned, ele seria um melhor esposo, um melhor Senhor de Winterfell. Brandon merecia o seu destino, era a consequência das suas acções impulsivas, mas o pai não. Tentou pela última vez agarrar a espada á sua frente mas por fim a corda apertou-se demasiado no seu pescoço, impedindo a sua respiração. Fechou os olhos e pensou em Catelyn e nos seus cabelos ruivos.

Ashara

Fez força mais uma vez, soando mais um grito pelas paredes do seu aposento em Starfall. Estava sozinha, quisera estar sozinha. Ele conseguiria ter aquele filho. Pelo amor que tinha a Ned. Pela única vez que transgredira as regras impostas por Arthur. Sentira-se tão bem, pensara que seria um amor para sempre, que viveriam juntos e teriam muitos filhos. Mas a situação chegara aos ouvidos de Arthur que imediatamente a enviara para Starfall de encontro ao irmão mais velho. Ela chorava por causa da dor e por causa do amor perdido. Quando finalmente conseguiu ter o fruto desse amor pegou cuidadosamente na criança. A sua filhinha não respirava, não podia ser verdade, não podia. Ela não podia estar morta. Gritou. Gritou mais alto do que alguma vez gritava e chorou mais do que alguma vez chorara. Os deuses eram cruéis. Como poderiam tirar a vida aquela criança inocente. A sua filha que morrera antes de ver a cara da mãe. Ashara não tinha mais nenhuma razão para viver. Não poderia estar com quem amava sem que algo terrível acontecesse? Quando deu conta estava na beira da janela. O vento do mar batia-lhe na cara e despenteava-lhe os cabelos negros. Sim, aquela era a coisa certa a fazer. O seu corpo caía, fechou os olhos e não sentiu mais dor.

Rhaegar

A batalha definitivamente não estava a correr como ele esperava. A linha Martell fora desfeita por Brynden Peixe-Negro e Robert Baratheon parecia determinado a chegar até ele. Rhaegar não conseguiu evitar pensar em Lyanna, realmente tinha sido um erro fugir com ela. Mas ele precisava de um herdeiro, apenas mais um, a terceira cabeça do dragão. Elia tinha feito um bom trabalho dera-lhe mais um filho quando mais ninguém esperava que ela conseguisse, mas ela mostrou-se forte o suficiente. “Teimosa como o sol” Comentara Arthur Dayne com um sorriso triste nos lábios quando Rhaegar lhe perguntou se ele achava que Elia conseguiria. Uma espada passou junto ao seu peito, o príncipe Targaryen levantou a sua arma e trocou golpes com um cavaleiro das Terras da Tempestade. Ele era bom, mas Rhaegar era melhor e o jovem cavaleiro estava morto. Então ele viu-o vir em sua direcção, Robert Baratheon, o Rebelde. O Targaryen viu-se obrigado a recuar um pouco e ergueu a espada a tempo de se proteger do poderoso martelo de guerra do rival. Aquilo tinha sido muito errado, demasiado errado. Não devia ter prestado atenção a uma profecia, não devia. Se não a tivesse visto naquele velho livro, estaria agora em Porto Real com Elia e os seus dois filhos, Rhaenys e o pequeno Aegon. Quando deu conta o martelo de Robert vinha na direcção do seu peito, não teve tempo de contra-atacar, caiu no chão com o sangue a manchar a sua armadura negra. Lembrou-se da pequena Rhaenys, a menina dos olhos do pai e apeteceu-lhe chorar.

- Rhaenys… - Disse antes que as escuridão se fechasse á sua volta. Queria ordenar que a protegessem, mas não teve tempo.

Elia

Elia tinha perfeita noção do que se passava á sua volta. Sabia que Porto Real estava a ser saqueado, que o Rei estava morto e que a sua pequena Rhaenys estava longe de si. Só pediu para que a tivesse levado para bem longe dali, para que a protegessem. Rhaegar estava morto e em breve ela estaria também. Não havia saída. Pegou Aegon no colo. O seu menino, o seu herdeiro, o seu orgulho. Abraçou-o contra si. Ele era demasiado pequeno para perceber o que se passava mas estava agitado. A princesa de Dorne ouviu homens a correr no corredor, passos metálicos e o som de aço contra aço. Algo no seu peito apertou-se. Quis chorar, correr e fugir dali, mas não podia. Engoliu em seco e esperou, esperou pelo inevitável. Ouviu algo bater contra a porta e Aegon começou a chorar. De repente um monstro entrou no quarto, era alto e feio, parecia uma montanha. Ele deitou-lhe um olhar feio e agarrou-lhe o filho sem se conter Elia gritou, gritou mais do que alguma vez gritara. Então o homem esmagou a cabeça do seu pequeno Aegon contra a parede. A princesa de Dorne gritou mais alto, não pensava que seria assim. Pensava que seria algo mais tranquilo, algo com menos dor. Odiou Rhaegar naquele momento, odiou mais do que tudo. Por ele ter raptado a rapariga-lobo por causa de uma profecia. Por ter posto tudo em risco por causa de um terceiro filho. Sentiu a lâmina do monstro contra a sua carne e no final só desejou que Rhaenys estivesse bem e que os irmãos não cometessem nenhuma loucura.

Lyanna

Ela estava presa na torre, presa pelos guardas reais, lá colocados por Aerys, para que Rhaegar não a pudesse dali tirar. Lyanna precisava de um meistre sabia que não conseguiria ter aquele filho sozinha. O filho dela e de Rhaegar, o príncipe que foi prometido. A terceira cabeça do dragão. Ela puxou mais, e depois ouviu o som de espadas, o som característico de aço contra aço, que tantas vezes ouvira no pátio de Winterfell. Fechou os olhos vendo a casa de novo. Mas logo teve de voltar a puxar. De súbito ouviu-se gritar:

- Eddard! Eddard! – Sabia que era que estava lá fora, tinha de ser ele.

Não poderia ser Robert, o seu coração apertou-se se fosse Robert o seu filho morreria, o seu príncipe. Finalmente ele nasceu, no meio de fogo e sangue. Tinha as cores dela, felizmente, mas era tão belo como Rhaegar fora. Sentiu uma tontura e por momentos a escuridão agarrou-a. Ouviu passos e voltou a si. Então Ned abriu a porta, tinha uma expressão surpresa e até mesmo zangada.

- Lya… -Começou ele.

- Ned vê como ele é lindo. – Interrompeu. – Eu preciso de uma promessa. – Pediu apertando a mão dele. – Toma conta dele. Toma conta dele como se fosse teu.

- Lya, tu vais sobreviver. – Respondeu-lhe o irmão.

- Não, meu querido Ned. – Abanou a cabeça. – Sinto o fedor da morte. Promete-me Ned. Promete-me. – Sentiu-se tonta.

- Eu prometo Lya. Eu prometo. – Disse apertando a mão dela.


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