"And all I feel in my stomach is butterflies, the beautiful kind

Makin' up for lost time, takin' flight making me feel like

I just want to know you better know you better

Know you better now"

– Acorda Bianca!

Começou a abrir os olhos ao escutar a voz de sua mãe ao longe. Ainda estava envolta pelos braços da preguiça, mas a aurora já havia estendido sua mão sobre o céu há tempos, então não lhe restava escolha à não ser livrar-se das aconchegantes cobertas e levantar-se de uma vez. Calçou os chinelos, virou-se em direção a janela, abriu-a e inspirou o ar revigorante da manhã enquanto via alguns tímidos, porém brilhantes, raios de Sol. Estes exibiam uma tonalidade tão bela que previa que o dia seria bom.

“Tomara mesmo que o tempo continue assim. Não seria legal se chovesse logo no primeiro dia de aula.” Pensou com um sorriso tomando-lhe a face. Não que odiasse a chuva, longe disso. Mas apreciava um dia chuvoso somente com um bom livro e um delicioso chocolate quente para acompanhar. E, além do mais, era um tanto supersticiosa com relação aos eventos que marcavam os inícios das coisas, então Bianca simplesmente preferia um céu azul a negras nuvens acima de sua cabeça.

– Filha, você já se levantou?- disse sua mãe enquanto subia a escada -Se não vai chegar atrasada...

– Bom dia mãe. Pode ficar sossegada que dá tempo pra tudo.

– Ok. Então já vou indo ou quem se atrasa sou eu. Bom dia e boa sorte!

– Obrigada. Pra você também.

Sabrina, sua mãe, era professora. Fato este que contribuiu bastante com a paixão de nossa protagonista pelos livros, seus amados companheiros.

Assim que se despediu dela e terminou de se arrumar para a escola, Bianca encarou-se no espelho. Passou a mão por seus cabelos loiros e mais uma vez alegrou-se ao focalizar seus olhos castanho-esverdeados. Como gostava deles! Se os olhos fossem mesmo um espelho da alma acreditava que a sua era do jeito que sempre quis.

Depois seu pensamento começou a vaguear sobre o dia presente. Ah! Ela mal via a hora de encontrar-se com seus melhores amigos! Elizabeth, sua conselheira e confidente, eram quase que totalmente opostas, mas se completavam de uma tal maneira que sua amizade já era algo intrínseco a elas; Leo, companheiro de leituras, estudos e aventuras; e Robin, é claro, o risonho colega que ultimamente vinha despertando estranhas sensações de borboletas no estomago em Bianca.

– Não deve ser nada, aposto que mais uma vez é só piração da minha cabeça. Né, sua doidinha?- disse a si mesma -Melhor eu pegar minha mochila, já está quase na hora.

Em seguida ela entrou no carro e foi o percurso todo de sua casa até a escola recordando os momentos vividos com Robin no ano anterior. Lembrou-se das piadas, das conversas despreocupadas na hora do recreio e também de suas “disputas” pela posse das suas canetas coloridas assim que elas eram “roubadas” por ele. A professora de matemática da época costumava dizer que aquilo terminaria em casamento e ela riu-se da ideia. “Imagine só, nós dois casados... ha ha ha Se bem que até que não seria de todo mal, com aquele cabelo fofo que ele tem e... Aff! Que bobagem, somos só amigos, não é mesmo?”.

Nesse momento ela chegou à escola, e digamos que ainda não tinha certeza da resposta à sua pergunta.