Finais Felizes Na Ecomoda. escrita por Liz Bennet


Capítulo 46
Capítulo 46: Beijinho no ombro- Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a sugestão da DanniNog para que a Paty cante para a Jenny beijinho no ombro! Este capítulo foi dividido por ser muito extenso, espero que gostem!



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Marcela estava no terceiro pedaço de torta quando o porteiro anunciou a chegada de um tal senhor Michel. Primeiro ela engasgou, depois tossiu até ficar com falta de ar e por fim mandou-o subir. Enquanto ele subia ela correu para o quarto e trocou de roupa, não daria tempo passar um pouco de maquiagem e ela torceu para que ele não notasse a palidez em seu rosto.

Quando o elevador finalmente abriu, lá estava ele e mais lindo do que ela lembrava.

– Bom dia Marcela! Ele sorriu um tanto desconcertado.

– Bom dia Michel! Por favor sente-se. Ela lhe indicou o sofá.

– Bogotá continua um bela cidade. Um clima um pouco frio, mas agradável.

– Sim, Bogotá não é tão ardente quanto Cartagena. Marcela concordou. Aceita um suco, já tomou café da manhã?

– Ainda não, mas não estou com fome, a ansiedade de vê-la era muito grande. Michel falou e ajoelhou-se perto de onde ela estava sentada.

– O que está fazendo? Ela perguntou docemente acreditando que ele a pediria em casamento.

– Quero que me perdoe pois sei que a magoei, naquele dia eu estava tão furioso pelo seu amor desmedido pelo Armando Mendonza que me deixei levar pelo ciúme. Ele falou beijando a mãe dela.

– Eu te perdoou, mas por favor levante-se. Marcela pediu escondendo o desapontamento.

– Um amor não é fácil de esquecer e eu não sou o tipo de homem que faz do amor uma competição, por isso quero lhe propor algo? Ele se levantou.

– E o que seria? Marcela perguntou apreensiva.

– Quero que sejamos amigos!

A proposta de Michel doeu no mais profundo da alma de Marcela, tê-lo como amigo era muito pior do que estar afastada dele. Pois afastada existiria um reencontro mas como amigos, um romance jamais existiria novamente. Marcela se virou, ficando de costas para Michel e começou a pensar no significado daquelas palavras.

– Marcela? Você está bem? Não gostou da proposta? Não acha uma boa ideia sermos amigos? Ele perguntou ternamente.

– Acho perfeito que sejamos amigos! Ela mentiu controlando a sensação de choro de começava a tomar conta dela. Podemos conversar mais depois, eu tenho um compromisso agora.

– Claro, me perdoe. Podemos jantar hoje? Michel perguntou.

– A noite eu pretendo visitar uma amiga. Poderíamos almoçar juntos?

– Eu pretendo também visitar uma amiga e almoçar com ela. Michel falou.

– Imagino que seja a Catalina? Marcela perguntou torcendo para que fosse mesmo a Catalina Angel a amiga que almoçaria com Michel.

– Na verdade não, vou na Ecomoda visitar a Betty.

– Claro! Marcela falou engolindo em seco.

– Bom vou deixá-la com seus compromissos. Michel sorriu e deu um abraço em Marcela.

Sozinha em seu apartamento novamente sentia a dor da perda, mas ela não se acostumava com essa dor. Para ela era sempre como se fosse a primeira vez, intensa, sofrida. E sentada no sofá chorou e chorou, chorou sua dor, chorou sua solidão, chorou a sua vida. Ela que sempre teve todos ao seu redor, mesmo com a perca dos pais. Agora ela se sentia mais sozinha do que nunca e tornar-se amiga do homem que um dia quis ter um futuro com ela doia ainda mais. E ela não compreendia porque sofria tanto e se perguntava se era porque um dia tinha feito Beatriz sofrer e mesmo sabendo da dor de Betty, ela não se comoveu, pelo contrário tinha prazer em ver a mulher que roubou o seu noivo sofrendo.

Nós não podemos fugir das consequências de nossas ações!

Armando entrou furioso e contrariado na produção e depois de procurar Betty por toda a parte a encontrou perto das roupas femininas fazendo algumas anotações sobre as peças que seriam mostradas a tarde para o grupo brasileiro.

– Betty, meu amor, precisamos conversar! Armando falou irritado.

– Deixe-me advinhar? Patricia estar trabalhando na presidência? Betty arriscou um palpite.

– Não meu amor! Armando respondeu com certo cinismo. A Patricia estar trabalhando na Ecomoda é o que me incomoda.

– Ela precisa trabalhar! Betty respondeu voltando a escrever dando por encerrado o assunto.

– Mas tem que ser aqui na Ecomoda? Armando perguntou voltando a conversa.

– Sim, tem que ser aqui na Ecomoda. Betty respondeu sorrindo mas decidida.

– Mas meu amor você se esqueceu o quão burra, chata, fofoqueira, egoísta ela é? Sem falar naquela voz estridente que me tira do sério.

– Bom o que sei é que ela está procurando aprender, está se tornando uma pessoa melhor e tem sido um grande amiga para mim. Betty respondeu percebendo a dificuldade que seria persuadir Armando.

– Tudo bem ela pode estar se tornando uma pessoa melhor, se é nisso que você acredita meu amor! Mas você se esqueceu de todo o mal que ela te fez? Eu sei que você tem um bom coração, eu sei que você é um anjo, você sempre teve essa tendência de dar crédito às pessoas que não merecem confiança.

Betty olhou seriamente para Armando, não conseguia acreditar nas palavras que saiam da boca dele. De fato ele faria de tudo para tirar Patricia da Ecomoda.

– Você tem razão a Patricia me fez muito mal, me humilhou sempre que pode e até já roubou o meu relatório e apresentou como se fosse dela, logo que comecei a trabalhar aqui. Me fez com que eu me sentisse muito mal quando você me levou ao clube, dizendo que eu não era uma mulher para ser apresentada num lugar chique como aquele. Betty começou a desabafar.

– E então? Porque você ainda a mantém por perto, afinal pelo que eu soube até o Nicolas já não está mais noivo dela. Armando questionou.

– Porque eu a perdoei Armando, mas você tem razão eu tenho o péssimo hábito de dar crédito às pessoas que não merecem confiança! Betty falou irritada fazendo Armando lembrar de que ela também o perdoara e por isso ele deveria não interferir na amizade dela com Patricia.

– Tudo bem, me perdoei meu amor. Armando falou baixando a cabeça.

– Ela fica! Betty declarou e por favor prepare os contratos que os brasileiros chegarão às três horas da tarde. Betty pediu.

– Sim meu amor, eu já vou.

Armando fez menção para beijá-la mas ela se afastou, voltando a fazer as anotações sobre as peças femininas. Ele voltou então para a sua sala triste e cabisbaixo, contrariado por ter discutido com a sua Betty por causa da Oxigenada Tonta Fernandez. Mas tudo bem no almoço eles fariam as pazes, agora era preciso se ocupar com a exportação das roupas para o Brasil.

Na presidência Patricia continuava compenetrada selecionando os papéis que Betty pediu para que ela organizasse. Queria mostrar eficiência e ser digna da confiança nela depositada e apesar de alguns insultos por parte de Daniel, ela estava tão concentrada que nem sequer entendia o que ele dizia de dentro da sua salinha. Aura Maria entrou correndo na presidência e a chamou.

– O que foi? Patricia perguntou assustada.

– Querida você precisa ver isso! Aura Maria declarou e a puxou pelo braço até o corredor.

E lá estavam Jenny e Nicolas desfilando de braços dados como se fossem antigos namorados.

– Olá Patricia! Cumprimentou-a Jenny com sua voz melosa.

– Nicolas, o que é isso? Patricia perguntou confusa.

– Sinto muito que vocês não tenham sido feitos um para o outro. Mas eu prometo cuidar muito bem do doutor Mora. Jenny sorriu cinicamente.

Nicolas nada falou e puxou Jenny pelo braço para dentro de sua sala, deixando uma Patricia arrasada no meio do corredor da Ecomoda. Ela sentiu seu rosto queimar e correu chorando para o banheiro.

– Ai meninas agora fiquei morrendo de pena da oxigenada. Aura Maria falou e todo o quartel concordou penalizado.

No banheiro Patricia chorava compulsivamente e apesar do quartel estar lá, junto dela, elas não sabiam o que dizer afinal doeu até nelas o desprezo que Nicolas mostrou a Patricia. Por fim Sandra quebrou o silêncio.

– Ora oxigenada não fique aí chorando por causa daquela pupuchurra de araque, você é mil vezes mais bonita que ela. Sandra falou.

– Com certeza minha filha e está na cara que ele gosta de você. Inesita falou com sua doce voz.

– É só está encantado por aquela rouba maridos, agora rouba noivos né. Sofia falou arrancando mais lágrimas de Patricia.

O quartel estava tão penalizado que em grupo abraçou a loira chorona. Então Aura Maria lembrou da visita que fizeram a Paty na casa da sua ex-futura sogra.

– Oxigenada não chore porque eu tive uma ideia brilhante. Aura Maria sorriu triunfante.

E em meia hora quando Jenny também foi ao banheiro, lá estava Patricia tão sorridente que nem parecia estar machucada por dentro.

– Olha Jenny do fundo do meu coração eu quero que você seja muito feliz ao lado do Nicolas, porque afinal não é porque nós não somos almas gêmeas que vocês não sejam. Eu acho que você formam um lindo par. Patricia falou com toda a falsidade e cinismo que encontrou dentro de si.

– Obrigada Patricia, eu sempre soube que você era uma boa pessoa apesar do Nic dizer que você era muito chata e fútil! Jenny fez uma cara de lamento mais cínica que a de Patricia.

E apesar de Patricia ter perdido a compostura com aquele comentário cruel, ela se recompôs e sugeriu que Jenny fosse almoçar com a adoravel mãe do Nicolas.

– Ah sim, ele vai me levar para jantar com ela. Jenny sorriu triunfante.

– Mas porque não almoçar, dona Eugênia adora visitas principalmente quando elas vão sem que ela esteja esperando, ela adora surpresas e seja muito sincera com ela, ela dora sinceridade. Patricia aconselhou sabendo o quanto dona Eugênia detestava visitas inesperadas.

– Poxa Patricia que gentil da sua parte! Jenny sorriu com sinceridade.

– Sou a gentileza em pessoa, não posso evitar faz parte de mim! Patricia respondeu num suspiro.

– Mas eu não estou vestida apropriadamente para um jantar com a minha futura sogra. Jenny falou olhando a sua saia muito curta e seu top muito justo.

– Não se preocupe com isso dona Eugênia é fã de modelos! Ela vai achar fantástica a sua roupa. Patricia sorriu sabendo o quanto dona Eugênia já havia criticado as suas roupas, imagina só quando visse as de Jenny.

– Ai Patricia obrigada! Jenny sorriu e deu um abraço apertado em Patricia.

Jenny foi radiante para a sala de Nicolas anunciar que queria almoçar com a sua futura sogra e apesar de Nicolas achar estranha a decisão de sua nova namorada, ele concordou.

Quando Patricia saiu do banheiro deu uma piscadinha para o quartel anunciando que o plano deu certo.

– Patricia aonde você estava? Betty perguntou um pouco irritada, fazia um tempo que ela havia voltado para a sua sala e precisava da loira.

– Desculpe Betty, me senti um pouco indisposta e fui ao banheiro. Patricia respondeu baixando a vista.

– Mas você está com esta cara tão animada porque? Betty perguntou desconfiada.

– Porque o seu amigo vai apresentar a nova namorada para a mãe dele! Patricia respondeu sentando-se na sua mesa.

– Nova namorada?

– A Jenny! Patricia respondeu e voltou a organizar os papéis.

– Sinto muito Patricia! Betty respondeu num lamento.

– Não sinta por mim, sinta por aquela pupuchurra que vai ter exatamente o que merece! Patricia respondeu sorrindo.

– Patricia o que você aprontou?

– Digamos que eu sou a gentileza em pessoa, palavras da ex-futura senhora Mora! Patricia gargalhou.

Perto do meio dia o quartel invadiu a sala da presidência e implorou a Betty para almoçarem na casa dela.

– Mas porque meninas? Betty falou sem compreender.

– Betty precisamos experimentar a comida da sua mãe! Bertha falou.

– E ver o que vai acontecer perto da sua casa! Sofia falou com água na boca ao imaginar Jenny sendo mau tratada pela dona Eugênia.

– E o que exatamente vai acontecer perto da minha casa Sofia? Tem alguma coisa a ver com o Nicolas apresentar a Jenny como sua nova namorada? Betty perguntou mas já sabendo a resposta.

– Pois é claro que sim, se você querida soubesse como o Nicolas desprezou a Patricia caminhando abraçadinho com a pupuchurra você também estaria como nós, detestando ainda mais aquela fingida, sonsa e rouba namoridos! Aura Maria falou.

– Namoridos? Perguntou Sandra.

– Mistura de namorados com maridos! Aura Maria respondeu e todas gargalharam.

– Desculpe interromper a festinha, mas eu já vou almoçar! Daniel saiu de sua salinha e entregou alguns papéis a Betty.

– Não se preocupe Daniel todas já estamos blindadas contra o seu mau humor! Afinal de contas não é sempre que perdemos uma empresa de bilhões e bilhões, você está mais do que certo em manter seu mau humor constante.Patricia falou.

– Patricia! Betty a repreendeu.

– Tudo bem doutora Pinzón, acredito que o fato de ser trocada por uma mulher mais magra e até mais bonita a deixou assim amargurada e ressentida! Daniel alfinetou depois de escutar toda a conversa das mulheres.

– Pois saiba querido que estou mais do que bem! Patricia mentiu e deu uma rabissaca para Daniel.

– Bom almoço senhoras, senhoritas e Mariana. Daniel sorriu em especial para ela que durante toda a conversa se mantivera calada.

– Para o senhor também doutor, um bom almoço! Mariana respondeu sem olhá-lo.

Enquanto caminhavam para o elevador Armando apareceu e perguntou se não iam almoçar juntos.

– Sinto amor, mas as meninas insistem em almoçar na minha casa. Jantaremos juntos está bem. Betty deu um beijo em Armando e entrou no elevador com as meninas.

E dentro do elevador o quartel em côro começou a cantar junto com Patricia:

Beijinho no ombro pro recalque passar longe

Beijinho no ombro só pras invejosas de plantão

Beijinho no ombro só quem fecha com o bonde

Beijinho no ombro só quem tem disposição


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Notas finais do capítulo

Meninas calma que não esqueci que o francês está indo para a Ecomoda fazer uma visita surpresa para a nossa Betty, mas parece que quem vai ter a surpresa é o nosso Armandito! Espero que gostem... Beijinhos....