A segunda- feira chegou e finalmente os papéis do casamento estavam prontos. Betty tirou três dias de folga da Ecomoda para poder ajudar Patricia com os preparativos do casamento. As duas estavam muito empolgadas, apesar de Betty ter que sempre controlar os gastos excessivos que a loira queria fazer.

– Ai Betty por favor, esse vestido está perfeito! Porque não podemos levá-lo? Patricia choramingava olhando o vestido bordado com pérolas da costa francesa.

– Porque esse vestido é muito caro Patricia! Betty respondia pela décima segunda vez.

– Mas ele é lindo, é perfeito para o casamento cívil! Patricia chorava desconsolada.

– Patricia você não pode usar um vestido de 80 mil dolares para o casamento civil! Como você vai pagar por ele? Betty questionava tentando fazer a loira recuperar a razão.

– Betty eu não sei se você sabe mas o meu noivo é um grande executivo da Ecomoda! Patricia falou soberbamente enquanto enxugava as lágrimas.

– Sei que o Nicolas é um brilhante economista e é vice-presidente financeiro da empresa onde sou presidente, e que no momento está se recuperando de grandes perdas economicas! Betty respondeu seriamente.

– Mas Betty seria melhor então que eu me casasse de claça jeans e moleton já que não posso comprar um vestido de noiva adequado. Patricia comentou irritada.

– Patricia podemos alugar um vestido mais bonito, ao invés de gastar tanto dinheiro comprando um vestido que só será usado uma vez! Betty respondeu.

– Eu de vestido alugado? Nem em sonhos Beatriz, nem em sonhos! Patricia gritou.

– Olha economicamente você poderia gastar um pouco mais com um vestido alugado que lhe agrade do que com um vestido comprado, e ainda assim estaria lucrando. Betty sorriu.

– Maldita a hora em que vim fazer compras com uma economista! Patricia riu.

– Então vamos na loja de aluguel de vestido de noiva? Betty perguntou.

– E eu tenho opção?! Patricia perguntou.

– Hum...acho que não! Betty riu.

Na Ecomoda Armando estava lotado de trabalho, sem Beatriz tudo ficava um caos. Como ele era dependente dela emocionalmente e profissionalmente, mas isso não o irritava só deixava claro como ela era fundamental em sua vida e que sem ela, ele não saberia o que fazer. Nicolas entra na sala de Armando e pergunta se ele necessita de ajuda.

– Pra falar a verdade sim Nicolas. Está tudo um caos sem a minha Betty. Armando respondeu.

– São só três dias doutor Mendonza, você não vai morrer sem ela vai? Nicolas riu.

– Acho que vou sim. Armando respondeu tristemente.

Gritos são ouvidos no corredor, Armando e Nicolas correm para lá. Com um vestido muito justo e decotado Jenny Garcia fazia um escândalo na frente do quartel das feias.

– Isso não é justo, foi o Seu Hugo quem mandou eu vir aqui! Jenny gritava choramingando.

– É pois o Seu Hugo não nos avisou nada! Sofia falou com certo cinismo.

– Sofia o que está acontecendo aqui? Armando gritou furioso.

– Ai sabe o que é doutor Armando, é que essa aí chegou dizendo que o Seu Hugo a mandou vir aqui na empresa para começar a trabalhar. Mas é claro que é mentira porque o Seu Hugo está viajando, não é? Sofia questionou o doutor Armando.

– É verdade Jenny o Hugo não me falou nada! Armando falou controlando a irritação.

– Mas doutor Armando eu juro que o Seu Hugo me ligou e me mandou vir aqui! Jenny choramingou.

– Não choraminga mulher que isso me irrita! Armando falou irritado. Olha se o Hugo ligar nós a chamamos está bem! Agora para de fazer escândalo na minha empresa. Armando falou e voltou para a sua sala deixando uma Sofia extremamente sorridente.

– É Jenny parece que não é dessa vez querida! Aura Maria fez piada.

– Olha querida volta no dia 30 de fevereiro de 2047! Bertha também fez piada.

– Vocês me pagam suas bruacas! Jenny ameaçou irritada e saiu em direção ao elevador.

– Olha Jenny está tudo bem? Nicolas se aproximou.

– Sabe o que é Seu Nicolas, é que o meu pupuchurro me abandonou e eu estou desempregada, estou tão cansada, só pro senhor saber hoje eu ainda não comi nada! Jenny fez biquinho tentando conquistar o vice-presidente financeiro.

– Olha se você quiser eu posso pagar um almoço pra você! Nicolas sugeriu penalizado.

– Hum, eu não quero esmolas Seu Nicolas. Eu tenho orgulho viu. Jenny fingiu-se de orgulhosa.

– Imagine que é um favor, hoje eu pago o seu almço quando eu não tiver dinheiro você me paga um sanduiche, que tal? Nicolas riu.

– Se é um favor assim, está bem. Jenny riu charmosamente.

Nicolas retirou certa quantia em dinheiro da carteira e entregou a Jenny.

– Espera o senhor não ai almoçar comigo? Jenny perguntou confusa.

– Eu não posso Jenny tenho muitos afazeres aqui na Empresa, a Betty está fazendo compras com a minha noiva e vai ficar fora da empresa por três dias. Nicolas falou.

– Noiva? Jenny perguntou curiosa.

– Sim, vou me casar com a Patricia Fernandez, a antiga secretária da presidência.

– Sim, eu sei quem ela é. Só não sabia que ela era tão sortuda assim! Jenny começou a paquerar Nicolas.

– Eu é que tenho sorte Jenny! Nicolas falou inocentemente sem se dar conta das segundas intenções de Jenny.

– Ela é uma mulher de muita sorte, casar com um homem tão lindo, generoso, simpático, viril. Qualquer mulher estaria no Céu no lugar dela. Eu estava pensando será que não podemos almoçar juntos aqui mesmo na Ecomoda, na sua sala assim eu não ficaria tão constrangida em aceitar o seu dinheiro. Jenny sugeriu.

– Acho que não há mal nenhum nisso! Nicolas sorriu ingenuamente e levou Jenny até a sua sala, sob os atentos olhares do quartel.

– Meninas o Nicolas não estava noivo da oxigenada? Aura Maria perguntou para o quartel, mas já sabendo a resposta.

– Estava sim, ela até foi com a Betty comprar o vestido de noiva para o casamento civil. Bertha comentou.

– E será que ela imagina que a Jenny está paquerando o doutor Mora? Marina perguntou.

– Com certeza não, né Mariana! Respondeu Sandra.

– Sabe meninas eu não gosto da Patricia, nunca gostei mas gosto menos ainda da Jenny, e por isso me sinto na obrigação de dizer para a oxigenada que ela vai acabar perdendo o noivo. Sofia falou e todo o quartel concordou.

Daniel estava também com muitos afazeres na sua salinha, mas não pode deixar de ouvir a gritaria. Não foi ver o que era pois nunca se interessou por histerismo de mulher. Estranhou no entando a atitude de Mariana, ela lhe deu bom dia mas não o olhou nos olhos e estava fria, totalmente indiferente com ele.

– Doutor aqui estão os relatórios dos pontos de vendas de cada setor que o senhor me pediu. Mariana entrou na sala e entrgou várias pastas a Daniel.

– Obrigada Mariana. Está chegando a hora do almoço, tem algum compromisso? Daniel perguntou num tom casual.

– Tenho sim, doutor. Com licença. Mariana sem ao menos olhar para Daniel se retirou da sala.

Assim que saiu da presidência Mariana correuu para o banheiro e lavou o rosto. As lágrimas corriam de sua face involuntariamente e isso a irritava. Que sentimento mais estranho era aquele que brotava do seu interior, ela tinha medo de que ele descobrisse os seus segredos só de olhá-la nos olhos.

– Mariana você está bem? Aura Maria correu para o banheiro quando viu a amiga pálida entrar no banheiro.

– Estou sim. Só acho que a minha pressão baixou. Mariana mentiu.

– Você não estava com pressão baixa antes de entrar na sala do vampiro! Ele te fez alguma coisa? Amiga você pode contar comigo. Aura Maria acariciou o cabelo de Mariana, tentando confortá-la.

– Eu o amo Aura Maria! Mariana aliviou o peso do seu coração.

– Então ele saiu dos seus pensamentos e se instalou no coração? Aura Maria quis confirmar.

– Sim. Se eu não confessar isso pra alguém acho que vou enlouquecer! Mas você tem que me prometer que não vai contar para ninguém Aura Maria!

– Eu prometo! Aura Maria fez um juramento com os dedos.

– E agora o que eu faço? Mariana perguntou sentando-se na cadeira do banheiro.

– A primeira coisa a fazer é pedir para ser transferida amiga. Aura Maria sugeriu.

– Transferida? Voltar para a recepção? Mariana perguntou tristemente.

– É isso ou ficar ao lado do vampiro!

– Está bem assim que a Betty voltar eu vou pedir a ela para voltar para a recepção. Mariana falou e voltou ao seu posto de trabalho resignada.

Daniel estava almoçando com Mario Calderon no clube e contou-lhe sobre a indiferença de Mariana.

– A culpa é sua Daniel, faz sexo com as mulheres mas não quer envolvê-las emocionalmente. Mario falou comendo um sushi.

– Eu não brinco com os sentimentos alheios, Mario, não sou você e muito menos sou o Armando. Daniel respondeu irritado.

– As mulheres precisam se envolver emocionalmente, precisam se apaixonar, senão elas não funcionam bem. Mario falou enquanto mastigava.

– E então? Daniel questionou.

– E então o quê? Mario perguntou fingindo não entender o que Daniel queria.

– O que devo fazer Mario? Daniel perguntou irritado.

– Hum... pode deixar que o Santo Mário das Mulheres difíceis vai ajudar você a conquistar a feia do quartel. Mario respondeu fazendo uma prece com as mãos.