Finais Felizes Na Ecomoda. escrita por Liz Bennet


Capítulo 20
Capítulo 20: Confusão na rua


Notas iniciais do capítulo

Mariana fala algumas verdades para Daniel Valencia que o desagradam e Armando, Nicolas e Seu Hermes arrumam confusão com a turma de Ramom.



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Mariana se sentia estranha e ao mesmo tempo eufórica, nunca em toda a sua vida fora convidada para sair com um homem tão fino e tão bonito. Daniel era a personificação do seu ideal de homem, era belo, educado, cortês e parecia se importar bastante com ela. Mas não podia esquecer a advertência de Sandra, o doutor Valencia não é o doutor Armando! E um homem como ele jamais se interessaria por uma simples empregada como ela, e em conflito Mariana se via ora rindo ora angustiada.

- Você está gostando Mariana? Daniel perguntou assim que eles terminaram a sobremesa.

- Claro doutor, esse restaurante é muito elegante. Ela sorriu desconcertada.

- Não é tão fino assim, mas a comida é boa! Ele sorriu. Não ficou chateada por eu ter pedido o seu prato, não é?

- Claro que não doutor! Pra falar a verdade eu nem saberia o que pedir num lugar como este. Mariana respondeu sinceramente.

- Sabe Mariana, me encanta a sua sinceridade! Você não é como as outras mulheres que tentam esconder a sua ascendência humilde através de gafes grosseiras, frutos de uma educação mal elaborada! Não! Você reconhece a sua origem e parece não ter vergonha disso. Daniel falou intrigado.

- E por que eu fingiria ser algo que não sou doutor Valencia? Mariana perguntou curiosa.

- Mariana as mulheres são sempre fingidas! Daniel declarou. Fingem ser a mais bela de todas, fingem serem amadas, fingem a dor, fingem até mesmo o prazer do sexo, fingem ser inteligentes, cultas, refinadas e no fim se descobre que todas são iguais, interesseiras e hipócritas!

- Nossa doutor, não sabia que o senhor pensava tão mal das mulheres! Mariana falou desconfortável.

- Não estou falando mal, Mariana! Estou dizendo a pura e simples verdade. Ele falou bebendo mais um gole de vinho.

- E no que o senhor acredita, doutor?

- Como assim? Ele se interessou.

- Não acredita na sinceridade de uma mulher, não acredita que uma mulher possa ser verdadeira e autêntica! Então no que acredita doutor? Mariana perguntou um pouco sem jeito.

- Acredito que as mulheres servem para oferecer prazer e que toda a beleza de uma mulher consiste na sua juventude. Ele falou sem piscar.

- Agora entendo! Mariana assentiu com a cabeça.

- O que entende Mariana? Daniel perguntou intrigado.

- O porque do senhor ser como é. Mariana respondeu ao beber mais um gole de suco de laranja.

- E como você acha que eu sou? Daniel perguntou um pouco irritado.

- Não acho, me perdoe doutor! Ela respondeu baixando os olhos compreendendo que as suas perguntas e afirmações estavam sendo impertinentes.

Daniel irritou-se com a sinceridade das perguntas e respostas de Mariana, nenhuma mulher além de sua irmã Maria Beatriz era impertinente assim com ele. Mas recordando que ele precisava ter Mariana do seu lado para conquistar Beatriz, mudou seu semblante e sorrindo com terna voz pediu que Mariana, por favor lhe explicasse o que ela achava dele.

- É melhor não doutor! Eu não minto e seria muito triste acabar a noite irritando o senhor, que teve a gentileza de me convidar a este lugar tão divino. Mariana respondeu num fio de voz.

- Eu insisto, por favor Mariana! Daniel falava com terna voz mas em seu íntimo detestava esse papel de mocinho comportadinho e gentil.

- Bem, se insiste eu direi. Acredito que o senhor é assim, um pouco rancoroso e amargurado porque nunca foi amado de verdade por alguém! Mariana baixou os olhos mas continuou. O senhor fala das mulheres como se elas fossem copos de papel descartável, e isso não é verdade! Talvez as mulheres do seu nível e do seu círculo social sejam assim, mas há mulheres verdadeiras que amam um homem com todo o seu ser.

Daniel estava sério mas ria por dentro com toda essa conversa que ele considerava boba para alguém tão intelectual quanto ele.

- Por favor continue senhorita! A sua conversa está me fascinando! Ele mentiu.

- Há pessoas que não conseguem acreditar no amor porque nunca foram amadas! E acredito que esse seja o seu caso doutor Valencia.

- Talvez em alguns pontos você tenha razão Mariana! Ele sorriu e tocando a mão dela, se aproximou. Você poderia me ajudar nisto!

- Como assim doutor? Mariana se assustou e retirou a mão de debaixo da dele.

- Me ajudar Mariana a ser uma pessoa melhor! Ser minha amiga, minha confidente, minha cúmplice! Ele continuou sorrindo, sem ser alterar pelo espanto da secretária.

- Claro que eu o ajudarei, afinal sou sua secretária. Ela respondeu desconfiada.

- Mais do que uma secretária Mariana, preciso de uma amiga! Posso contar com a sua amizade? Ele perguntou olhando-a nos olhos.

- Claro que sim doutor. Mariana sorriu ainda desconcertada.

- Que bom Mariana! Ele sorriu triunfante. Passara uma noite entediante mas por fim aos poucos teria a amiga de Beatriz do seu lado. Vamos brindar então!

- Brindar ao quê doutor?

- A nossa amizade Marina! Que seja duradoura!

Ela brindou com o doutor Valencia, mas não brindou somente a amizade. Brindou a oportunidade de tê-lo um pouco mais perto de si. Quanta loucura e confusão se misturavam dentro dela, nem mesmo a voz de Sandra em sua memória conseguia se sobrepor a esperança que involuntariamente ia nascendo centímetro por centímetro, como uma chuva que cai de mansinho mais é capaz de inundar tudo ao seu redor.

Nicolas estava satisfeito, dessa vez Patricia tinha se superado no jantar. E até mesmo sua mãe havia elogiado a mesa bem posta desta noite. Ele imaginava que Patricia havia caprichado para poder contar a sua mamãe sobre o casamento civil e por isso após o jantar, quando os três estavam na sala ele resolveu dar a grande notícia à sua mãe.

- Pa, Pa, Paty venha, vamos dar a grande notícia a mamãe! Nicolas chamou a loira para perto de si.

Patricia chegou perto dele e com o olhar suplicou que ele nada contasse, ela sabia perfeitamente que a turma de Ramom havia estragado qualquer possibilidade de injuriar a sua sogra. Por isso suplicava que Nicolas ficasse calado. Nicolas parou sem entender o porquê da negativa de sua amada em contar a grande notícia. Dona Eugênia observando o filho paralisado e a loira com cara de pavor, concluiu algo inimaginável e gritou.

- Meu Deus do Céu, você grávida! Dona Eugênia caiu do sofá e Nicolas foi ampará-la.

- O quê? Patricia gritou.

- Agora eu entendo o porque do meu tesouro querer casar com você! Meu filho não sabemos se esse filho é seu, não precisa casar até ter certeza! Dona Eugênia falava sem conseguir respirar.

- O quê? Sua bruxa saiba que eu não estou grávida e se estivesse com certeza seria filho do Nicolas sim. Patricia bufou de ódio. Escuta Dona Eugênia, e escuta bem eu não sou uma qualquer não ouviu! Eu sou uma mulher decente, vinda de uma das famílias mais importantes do país, fui casada com Maurício Bigmam, fui assistente da presidência da Ecomoda e ainda tenho seis semestres de finanças na San Marino!

- Você pode até ser dona da loja de descolorantes de cabelo, mas ainda assim nunca vai casar com o meu tesouro! Dona Eugênia gritou mais alto que a loira.

Nicolas estava agoniado, não sabia se socorria a mãe ou acalmava a Patricia, as duas estavam descontroladas e se atacavam como duas feras numa jaula.

- Pois saiba que eu vou casar com o seu filho sim e ainda vamos morar bem longe daqui, sua bruxa malvada. Patricia tentava ferir sua futura sogra com a altura do seu grito.

- Você nunca vai casar com ele, eu juro! Dona Eugênia gritava. Eu morro antes que ele se case com uma biscate como você, loira falsa!

- Loira falsa? Pois saiba, sua bruxa, que sou loira natural! E vou me casar com ele sabe por quê? Porque já demos entrada nos papéis do casamento civil! Quando Patricia ouviu o que tinha acabado de gritar tampou a boca com as mãos, mas já era tarde demais.

- O quê? Dona Eugênia olhou assombrada para o seu amado filho.

- Pois sim mamãe, essa era a grande notícia, era pra ser uma surpresa! Nicolas falou perplexo com a descompostura de sua mãe e sua noiva.

- Como você pôde, meu tesouro, me trair dessa maneira? Dona Eugênia fingiu um infarto cardíaco. Ai, ai meu coração! Acho que estou morrendo.

Nicolas levou sua mãe para o quarto, muito preocupado com ela, enquanto Patricia se recompunha na sala. Pensava em como era fingida dona Eugênia, toda vida que perdia uma discussão se fingia de doente.

- Mas isso vai acabar, assim que eu casar a primeira coisa que farei é tirar o Nicolas dessa casa. Patricia pensava consigo.

No quarto dona Eugênia tentava de todos os modos trazer seu filho à realidade, a loira era bonita sim mas não era a esposa certa para o seu Nicolas.

- Meu tesouro entenda que a única coisa que eu desejo é a sua felicidade! E eu sei que essa mulher não o ama como você merece.

- Pode não me merecer e nisso a senhora tem razão. Nicolas riu. Mas é a mulher que amo e que me ama também mamãe!

- Amá-lo? Não meu tesouro, essa loira não o ama e eu sei porque te digo isso.

- E por que a senhora diz isso? Nicolas perguntou intrigado.

- Eu não queria te contar tesouro, mas nestas circunstâncias, sou obrigada a lhe dizer. Dona Eugênia respirou fundo e contou que viu Patricia com Ramom.

- O quê? Nicolas se levantou da cama e começou a andar de um lado para outro como se fosse uma fera. Suportaria tudo, menos que a sua deusa o traísse.

- Sim, meu tesouro com Ramom. E quando eu o perguntei, ele me disse que ela estava se atirando pra cima dele. Dona Eugênia dava a sua última cartada, essa era a única oportunidade que tinha de livrar seu filho das garras da loira ambiciosa.

- Não acredito! Nicolas deu um murro na parede e estava tão furioso que não percebeu ter ferido a mão. Patricia! Patricia! Ele gritava indo em direção a sala.

- O que foi Nicolas? Acaso a sua mãe partiu dessa para uma melhor? Ela riu.

- Você me traiu? Nicolas gritou furioso.

- Mas é claro que não Nicolas! Patricia tremeu pois como tinha imaginado sua sogra contou a Nicolas sobre Ramom.

- Me traiu com o Ramom! Nicolas declarava furioso socando a parede da sala.

- Nunca o trai Nicolas, eu juro! Patricia se desesperou.

- Então por que minha mãe viu você com ele? E por que ele disse a ela que você se atirou em cima dele, Patricia? Nicolas gritava.

- Esse desgraçado é um mentiroso, meu amor! Ele se aproximou de mim e tentou me abraçar, queria sair comigo mas eu enxotei ele e disse que era sua noiva. Eu juro Nicolas! Além do mais eu jamais sairia com um homem como ele, Nicolas! Patricia tentava convencer Nicolas pela razão. Imagina eu, Patricia Fernandéz saindo com um pobretão como esse Ramom?

Nicolas se tranquilizou com as palavras de Patricia. Realmente ela não era o tipo de mulher que “dava bola” para um tipo como Ramom.

- Mas isso não fica assim Paty! Aquele desgraçado nunca mais vai chegar perto da minha noiva. Nicolas declarou saindo pela porta.

- Nicolas aonde você vai? Patricia gritava correndo atrás do noivo.

Nicolas encontrou Ramom e sua turma próximo da casa de Betty.

- Ramom eu quero falar com você? Nicolas gritava furioso.

- Calma Nicolas, não vem gritar agora só porque você é bacana não! Esse bairro aqui é nosso entendeu? Ramom falou calmamente.

- Você nunca mais vai se aproximar da minha noiva entendeu Ramom! Nicolas continuava gritando.

- Ah! Já entendi. Ramom declarou. A loirinha já foi fazer fofoca não é? Pois saiba que foi ela quem se atirou pra mim, mas como eu sou seu amigo eu disse, loirinha não vem que não tem! O grupo inteiro gargalhou junto com Ramom.

- Seu desgraçado, mentiroso! Eu nunca me atiraria em cima de um pobre como você! Patricia bufou de ódio.

- Não ofende não loirinha! Que você bem queria que eu te levasse ao Céu! Ramom provocou.

O sangue de Nicolas ferveu e ele deu um soco em Ramom.

- Nicolas eu não queria brigar, mas já que você quer apanhar vamos nessa! Ramom falou limpando o sangue que saia do seu nariz.

Nicolas e Ramom brigavam enquanto Patricia desesperada não sabia o que fazer.

- Façam alguma coisa, separem eles! Patricia gritava para o resto do grupo de Ramom, entretanto o grupo estava interessado na briga e já estavam fazendo apostas sobre quem seria o vencedor.

Betty estava chegando em casa com Armando quando viram a briga e no meio Patricia gritando pedindo socorro. Armando correu para lá e Betty chamou seu pai. Armando entrou na briga e começou a defender Nicolas que estava apanhando muito de Ramom. Todo o grupo revoltado com a intervenção de Armando, se meteu na briga e começaram a bater também em Armando. E assim Armando e Nicolas se degladiavam com a turma de Ramom, até que o Seu Hermes apareceu e terminou com a confusão ameaçando chamar a polícia para acabar com os arruaceiros.

A sala de estar de Dona Júlia parecia uma enfermaria, era Betty cuidando dos machucados de Armando de um lado e Patricia cuidando dos machucados de Nicolas do outro. Dona Júlia trazia compressas frias, gelo, pomadas e curativos e temia pois os machucados estavam feios. O rosto de Nicolas estava muito machucado e as costelas de Armando estavam latejando de dor.

- É melhor levá-los ao hospital! Falou dona Júlia preocupada. Vai que quebraram algum osso do corpo!

- Também acho mamãe. Concordou Betty preocupada.

- Ai, não meu amor não é necessário! Falava Armando com imensa dor nas costelas.

- É Betty, estamos bem. Falava Nicolas com dificuldade por causa dos ferimentos no rosto.

- Não definitivamente, vocês não estão bem. É melhor irem ao hospital, pois se tiverem um osso quebrado ou algum sangramento interno é pior doutor! Seu Hermes falava convicto. É melhor prevenir do que remediar heim! Não se esqueçam que o diabo é porco e só precisa de um pouquinho de sangue para se embebedar!

Betty e Patricia iam na frente levando no banco de trás Armando e Nicolas que apesar da dor não paravam de protestar que não queriam ir para um hospital.

- Como são teimosos esses homens! Patricia falava olhando Nicolas e Armando se contorcendo de dor e mesmo assim negando precisar de um médico.

- Nem me diga Patricia, pois não é a primeira vez que vejo o Armando brigar com a turma de Ramom e ficar todo machucado!

- Mesmo Betty? Não me lembro dele brigar com Ramom! Patricia buscava na memória.

- Não esforce para lembrar Patricia, porque você não chegou a ver, isso aconteceu há muito tempo atrás, quando eu ainda era feia. Betty riu lembrando do ocorrido.

- Ta, mas depois você me conta. Patricia pediu.

- E você me conta o porque do Nicolas está brigando com a turma do Ramom! Betty também pediu.


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Notas finais do capítulo

Bom meninas perdão pela demora na postagem, mas infelizmente o meu fim de semana foi de escrava Isaura, só no lerê faxinando a casa rsrs. Mas espero que gostem, acredito que demorou mas acho que valeu a pena, o capítulo está um pouquinho longo pra compensar o atraso. Espero os comentários e até loguinho, bjinhos!!!