Ok, Mostre-me escrita por Ana Gabriela Pacheco


Capítulo 24
Chorar e morrer, morrer ou chorar?


Notas iniciais do capítulo

Estou bem triste com o Nyah, pq ele já deu mancadas comigo, fui postar um cap e perdi tudo, fiquei muito bolada, mas tá aí, não tá igual por que perdi tudo mesmo, mas espero que gostem e boa leitura ^^



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Annabeth

Annabeth estava começando a ficar louca. Louca de verdade, louca de pedra, louca como nunca. Pensava que não era ela a louca e sim a sã, e que os loucos eram os outros.

Aquela bomba de acontecimentos mexera com ela de forma inexplicável, ela achou que não ia aguentar e não estava aguentando, estava quase transbordando loucura.

Mas a única coisa a fazer seria fingir estar bem, fingir estar triste, em luto porém seguir em frente, talvez assim ninguém notasse, talvez assim aquilo parasse, todos aqueles sentimentos, toda aquela coisa horrível dentro de sua cabeça.

Ela não sabia mais se chorava, se ria, se falava sozinha, ou se morria. Na verdade sua loucura chegava a ser tamanha que era como se ela estivesse morta por dentro e viva por fora, como se sua alma tivesse ido embora e esquecido de apagar o corpo, a loucura era tão grande e de taõ alto nível que nenhuma sequer lágrima descia de seu rosto desde a morte de Nico. Ela tentou chorar, mas não conseguia.

O pior de tudo era que a filha de Atena não sabia com quem conversar, para quem pedir ajuda. Não queria jogar seu peso e seu luto para cima dos outros que já tem problemas maiores, então a decisão tomada,-talvez para ela a mais sensata.- foi a de que, guardaria sua loucura para si.

Percy

Percy estava ficando cada vez mais preocupado com Annabeth, ele a amava demais, com toda sua força e sua vida, mas durante esses dias a filha de Atena havia ficado calada, triste e distante e Percy a pegara falando sozinhas mais algumas vezes.

Ele também estava triste desde a morte de Nico e de Piper e sabia que a namorada tinha sua dor, mas estava pronto para ajudá-la no que preciso, talvez ela precisasse de ajuda urgentemente e não quisesse pedir, falar, ou talvez fosse só a cabeça de Percy colocando coisas onde não devia, pois as garotas precisavam de seus momentos sozinhas.

Talvez fosse...Será?

Hazel

A filha de Plutão tinha um dom que não era dos mais agradáveis, tinha o dom de saber quando uma pessoa sentia dor. E era isso que lhe machucava, todos no navio estavam de luto, inclusive ela, mas aquilo, aquela dor ia diminuindo a cada dia, pois o choque ia passando.

Mas havia algo naquele navio que lhe machucava e cutucava de verdade, era que alguém não estava apenas de luto, estava ficando louco, louco transbordando, ela não conseguia saber ou ver quem era, mas a loucura estava crescendo e transformando em tortura, em dor, em mal, em tudo de ruim.

O navio havia se mantido quieto durante esses dias, os dias passavam rápidos e mal aproveitados. Ninguém saía do quarto e quando saía, saía silenciosamente e cabisbaixo, todos se alimentavam incorretamente, todos carregavam suas dores a noite, em seus quartos e Hazel achava aquilo errado, pois tinham que compartilhar sua dor com os outros, os que também sentiam dor.

E era isso, a pessoa que estava guardando a loucura tinha duas opções; ou contar, revelar, deixar esvair todo aquele mal e escuridão dentro de si, ou afundar em sua própria loucura e acabar morto, ou em algum hospício.

Era um fim de tarde, o pôr do Sol refletia nas águas calmas do Argo II deixando tudo alaranjado, meio alegre, o ar tristonho e silencioso do navio só escurecia a linda cena.

Hazel deciciu tomar uma decisão que precisava ter sido feita antes; arrumou a mesa de modo que a tarde pudesse ser vista dali, onde o Sol batia morno e calmo. Colocou uma linda toalha de mesa branca com flores e começou a colocar o resto das coisas; doces, tortas, bolos, brigadeiros, beijinhos, leites, sucos, vitaminas, biscoitos, bolachas, cupcakes e entre outros, seria um lanche da tarde.

Chamou Frank e pediu para que ele se arrumasse com uma roupa feliz e adequada, pedindo então para que depois que ele terminasse mandasse os outros fazerem o mesmo, resultado:

Quando todos chegaram com roupas coloridas viram Hazel a frente da mesa cheia de comidas alegres, com o pôr do Sol morno e um vento calmo, com um vestido com flores, ela estava sorrindo, radiante:

–Quero que fiquemos juntos, precisamos comer adequadamente, conversar, sermos amigos, gente, vocês percebem que parece que morremos com os outros? Querem deixar a morte deles em nossa defesa seja em vão? Que deixemos de viver por que eles morreram? Não, temos que viver, por favor, estou pedindo, nada mudou...

–Hazel está certa,-disse Leo.- apesar de tudo que aconteceu, ainda estamos aqui, ainda estamos vivendo.

Todos, ainda meio duvidosos e quietos se sentaram, Percy cortou um pedaço de torta para ele e para Annabeth que estava quieta e com o olhar vazio e triste, e Frank pediu um pedaço de torta azul com morangos.

Leo pegou um copo de leite e bebeu ficando com bigodinho;

–Ei Leo, me passa o leite por favor?- disse Jason sorrindo de leve.

–Não, o leite é só meu, adoro leite!

–Ei Valdez, eu também gosto de leite, vamos, deixe-nos beber.- resmungou Frank, brincando.

–Nã-nã-ni-na-não!- Leo diz enquanto põe mais leite em seu copo, após isso bebe e com o bigodinho de leite, mostra a língua.

–Ei Leo, vamos cara, todos querem leite!-Fala Percy rindo.- Não é Annabeth.

–Sim,queremos leite.- diz Annabeth forçando um sorriso.

–Não, o leite é só meu, bebam vitamina e suco!

–Valdez, acha mesmo que vou engolir minha torta a seco? Além do mas, o leite combina com torta, vamos, queremos leite, passa pra cá.- diz Frank com um sorriso taõ bobo que diminui seus olhos.

–Leo, se não passar o leite,- brinca Hazel, se fazendo de ameaçadora.- serei obrigada a lhe fazer cocégas.

– O quê?- Leo disse enquanto ri.- Até parece, você não seria capaz...Seria?

–Duvidas de mim?- disse Hazel correndo até Leo, onde o mesmo não teve reação, recebendo cocégas.

As cocégas foram tantas, a risada de Leo era tão boa de ouvir que todos riram, até Hazel perceber que Annabeth camuflava sua risada através da risada dos outros.

Depois das gargalhadas deliciosas de Leo, todos riram, conversaram e comeram. Não sobrara quase nada na mesa, Jason estava contando piadas para todos e Hazel de olho:

–Aí Cronos disse para Hera '' Já era tempo, você demorou.'' e Hera disse '' tive que fazer o cabelo, se você não queria que eu me atrasasse por que não adiantou o Tempo?''- todos riram, e Frank começou a contar outra, mas Hazel o interrompeu pois percebia cada vez mais que Annabeth estava cabisbaixa.

–Gente, prestem atenção aqui.- todos ficaram quietos imediatamente, olhando-a, o céu ainda estava claro e os últimos raios de Sol se despediam.- Quero lhes dizer que, apesar de tudo, nós ainda estamos vivos não é mesmo? Prestem atenção, nós temos perdas, mas ainda estamos vivos. Nós temos que chorar para tirar essa dor do peito, da mente, nós temos que dividir essa dor com alguém para que a dor não cresça, nós estamos aqui para nos sentir igual um ao outro, sei que todos estão cheios de tristeza e luto, mas a partir de momento em que conversamos, em que alivamos, nos sentimos vivos, puros e melhores, não é Annabeth.

Annabeth sabia que alguém ia descobrir em algum momento, sua loucura estava tamanha ela ficou cabisbaixa e disse:

–Não posso compartilhar isso com vocês, eu não consigo, não posso compartilhar minha loucura com vocês...Você naõ entenderia, você vai ficar mal....Todos vão...

–Annabeth, todos temos nossas dores, mas compartilhar elas é o que nos torna humanos, todos temos nossas loucuras, mas dizer qual é ela é o que nos torna sãs, entenda Annabeth, somos nós que escolhemos toda essa loucura, somos nós que decidimos ficar assim.

Annabeth colocou a mão no rosto dizendo:

–Não consigo soltar, vocês não merecem isso....

–Solte, chore, chorar nos torna o que somos, faz parte de viver, de perder, Annabeth, estamos aqui para te ajudar, pense que todas essas perdas não foram em vão, pois não foram, entenda, -repetiu Hazel.- quando perdemos algo é por que algo está prestes a ser ganho, jogue essa loucura, essa tristeza fora e vá ganhar a vida.

Annabeth se levantou tirando as mãos do rosto:

–Vocês...São.....As.....Melhores..........Pessoas....Desculpe....Desculpe por essa minha loucura......Preciso...de..Ajuda....

'' A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos.''

Picasso


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, deixem comentários, favoritem, recomendem, divulguem e não ficou tão bom pq eu perdi tudo, mas tá aí, até o próximo *3*
Beijos,
Lila-chan



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