Magnus não sabia quanto tempo havia se passado desde aquele dia, mas sentia como se tivessem sido segundos.

Claro que havia muito mais tempo.

No tempo que se passará Magnus já tivera outros amores, já sentira o coração batendo mais forte e as borboletas na barriga.

Mas não era nada comparado ao que sentia com ele.

Deus, com ele tudo era... diferente. A sensação de amor não era como estar apaixonado, não, era mais do que isso. Para Magnus, era como se as duas almas estivessem ligadas, sem nada que pudesse destruir esse ligamento.

Nada porém a morte.

Foi uma terça-feira de céu branco, branco como os cabelos de seu amado. Mesmo com suas forças quase se esgotando ele ainda sorria e dizia "Mas qual é a graça de morrer em uma terça-feira? O que ela tem de especial?"

Magnus se obrigava a sorrir com ele para não tirar aquelas últimas alegrias e transformá-las em lágrimas.

Não que ele tivesse conseguido manter aquilo por muito tempo.

Quando Alec se aproximou para um último beijo, Magnus deixou que as lágrimas escorressem, assim como as estúpidas palavras de desespero.

Não me deixe! Eu te amo!

Magnus sabia que não adiantaria, nunca adiantou com ninguém, mas com Alec era diferente. Tudo com Alec era diferente. Com ele, aquelas palavras eram como gotas de esperança tentando destruir o inevitável, tentando trazê-lo de volta.

Mas o destino era cruel.

Eu também te amo.

Aquelas foram suas últimas palavras, as quatro palavras que esgotaram sua energia.

Mesmo com o tempo se passando Magnus chorava nos aniversários dele.

No dia em que ele chegou.

No dia em que foi embora.

Foi também em uma terça feira quando Magnus não conseguiu lembrar claramente do rosto e da voz do menor. Ninguém poderia culpá-lo, faziam tantos anos.

Mas para Magnus aquilo era pior coisa que poderia ter acontecido.

Ele estava começando a esquecê-lo.

Ele estava esquecendo Alec.

Foi naquele dia que Magnus decidiu que algum dia voltaria a ver seu amado.

Não importava como.

Eu também te amo.