O Paul sempre gostou de fazer rabiscos.

E desses rabiscos viriam, então, as suas artes.

Afinal, tudo que ele fazia era arte, na opinião dele.

Os seus rabiscos eram a base para as suas artes. Já que, a maior parte dos desenhos que ele fizera iniciaram com um mero rabisco.

Por exemplo, agora ele estava a rabiscar uma linha curvada para cima.

A partir daquela linha curvada, Paul conseguia imaginar um barco, um sorriso, uma nuvem grande e até uma ave.

Conseguia imaginar tudo.

Decidiu fazer uma ave, visto que os pássaros estavam a cantar e aquilo até ajudava a imaginação.

Mas alguém bateu à porta, interrompendo o seu trabalho. Foi abrir a porta e era Sebastiano.

– Ciao!~

– O que estás aqui a fazer?

– Eh? O Peter não te avisou outra vez?

– Outra vez? É outra reunião na minha casa?! Isso não é arte!!

– Eh! Calma-te! O Peter deve ter-se esquecido de avisar... Novamente...

Dito isso, o Paul foi para um canto e abraçou as suas pernas, murmurando “Peter não é um artista” e “isto não é arte” diversas vezes.

O Sebastiano suspirou e olhou em volta. Os rabiscos que Paul estava a fazer antes chamaram-lhe a atenção dele.

– O que é isto, supostamente?- ele perguntou, pegando a folha de papel.

– Um pássaro!

– Sério?

– Sim! Ainda não está concluido, mas vais ver que é um pássaro!

Ele se levantou e agarrou na folha. Pegou depois no lápis e começou a rabiscar novamente.

No fim, mostrou ao seborguês. Realmente, era um pássaro a bater as asas, em direção do sol.

Antes era só riscos e rabiscos. Nada que levasse a pensar que era um pássaro.

Sebastiano estava surpreso.