Olá, sou Gabriela, tenho 24 anos, lésbica assumida, terminei ano passado meu curso de administração e agora faço pós-graduação. Tenho cabelos escuros, longos e ondulados, me considero muito bonita, já recebi vários elogios, meus olhos são castanho claro, lábios rosados, pele um pouco clara, sou magra, tenho seios não muito grandes, mas fui compensada com coxas um tanto grossas. Bom, como disse sou lésbica assumida, mas algum tempo atrás tinha certeza de que era hétero. Tudo começou quando consegui uma bolsa para o curso de administração, porém é que era em outra cidade e bem longe de onde eu morava com meus pais. Tinha acabado de fazer 18 anos e nunca havia trabalhado. Conversei com meus pais, eles me disseram que não tinham condições de pagar passagem para mim todos os dias, e mesmo que pudessem eu gastaria pelo menos 3 horas para chegar e mais 3 para voltar. Meu pai tinha um corsa hatch wind 2 portas, que usava para trabalhar e não ia poder me levar e me buscar todos os dias. Estava com muito medo de perder a bolsa, era uma chance e tanto, 100% integral, uma faculdade com grande prestígio, mas estava vendo minhas chances indo por água abaixo. Certo dia fui ao supermercado com minha mãe, Clarice, e estava andando distraída quando ouvi alguém chamar meu nome.

X: Gabi!

Olhei para trás e abri um enorme sorriso.

Eu: Drica!

Nos abraçamos. Drica foi minha colega no colégio da quinta série até o ultimo ano escolar, éramos como irmãs, e ela estava fora da cidade haviam três meses. Fiquei tão feliz de poder revê-la.

Drica: Você está muito bem hein!

Eu: E você então... Chegou que dia?

Drica: Anteontem.

Eu: E nem me falou nada!

Drica: Desculpa amiga, estava cheia de coisas para fazer. Ontem mesmo já fui fazer um vestibular porque já passou da hora de tentar.

Eu: Ah nem me fale! Consegui uma bolsa integral para administração, mas é bem longe daqui, acho que nem vou fazer.

Drica: O que? Você conseguiu o mais difícil e quer desistir. Me conte essa história direito.

Contei tudo para ela. Saímos de lá, antes falei com minha mãe, que ficou muito feliz de ver a Drica. Fomos à casa dela e lá pude explicar tudo melhor.

Drica: Ah amiga, não desiste... Porque não se muda para lá?

Eu: Fala sério, eu não sei fazer nada! Não vou ter condições de pagar aluguel.

Drica: Procura alguém para dividir um quarto, um ap, sei lá, ai conversa com seus pais e vê se eles podem pagar.

Eu: O difícil é eu achar alguém que queira dividir comigo.

Ela ficou em silêncio, mas logo deu um pulo do sofá.

Drica: Já sei!

Eu: Sabe o que, doida?

Drica: Tenho uma prima distante que mora na mesma cidade da faculdade, ela mora sozinha e ouvi minha mãe dizer que ela quer alguém pra dividir o ap.

Eu também pulei do sofá.

Eu: Fala com ela! Ou me dá o número dela, sei lá, qualquer coisa!

Drica: Calma, vou ligar para minha mãe.

Ela ligou para a mãe, anotou número, endereço e tudo mais da prima.

Drica: Pronto, agora vou ligar para ela.

Digitou o número e ligou.

Drica: Alô? Nicole? Ah é Drica, filha Cláudia! Isso mesmo! Sim, estão todos bem. Eu te liguei pra saber se você ainda quer alguém pra dividir o ap... Ah quer?!! Ótimo! Não, é uma amiga minha... Não, ela é super gente boa. E qual é o preço? Hum... Vou falar com ela. É Gabriela... Não é que ela ganhou uma bolsa da faculdade, só que é ai na cidade em que você mora e ela quer alguém pra dividir um quarto, porque não dá pra pegar ônibus todos os dias... Ta ok, vou falar com ela... Digo sim... Beijos.

E desligou.

Eu: O que ela disse?

Drica: Disse que quer sim alguém pra dividir o ap, só tem uma coisa...

Eu: O que?

Drica: Você tem que pagar 140 reais por mês.

Eu: Vou falar com meus pais. Obrigada amiga!

Drica: Por nada!

Fiquei lá por mais um tempo e depois fui para minha casa.