Central De Atendimento escrita por P Shiro


Capítulo 2
O segredo de um anjo.


Notas iniciais do capítulo

Graças aos reviews de alguns leitores, decidi escrever logo o 2º capítulo (leitores da minha outra fic, não me matem, onegai~). Ultimamente está um pouco difícil escrever, preciso estudar para 96 provas, terminar de jogar Zelda e praticar violão, mas como fiquei euforicamente feliz com os comentários do primeiro capítulo vou adiantar logo esse. Espero que gostem e por favor, comentem, façam a titia Shiro feliz :3 Sério, vocês são demais ♥



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São Paulo, tempo nublado, 23º.

Naquela noite Natasha foi dormir tarde, chegou da entrevista e ficou horas no seu quarto desenhando com o som ligado, ouvia o álbum Abbey Road dos Beatles, seu disco favorito. Depois de terminar o desenho, pensou em ligar para a namorada Estela, mas conteve sua vontade lembrando que ela ainda estava na escola. Fez um sanduíche vegetariano e comeu apreciando o silêncio da casa, sua mãe e irmã iriam dormir fora, aquela noite a casa seria apenas dela, uma pena que a única pessoa que desejava convidar para passar a noite lá, estava há milhares de quilômetros.

Entediada, mandou um torpedo para a namorada:

'Amor, finalmente consegui um emprego! No meu primeiro salário vou aí te ver. Boa noite e se cuida sz'

Queria esperar a resposta mas seus olhos teimavam em fechar, adormeceu com o celular nas mãos e sem tirar os óculos que no meio da noite caíram.

Acordou assustada com o toque do celular, sem saber quanto tempo havia dormido. Procurou na cama o aparelho, encontrando-o debaixo do travesseiro, no visor o nome e a foto de quem esperava.

– Oi amor.

– “Oi, desculpa te ligar essa hora.”

– Sem problema, hum... que horas são? - perguntou com voz sonolenta.

– “Duas e alguma coisa, estava precisando ouvir tua voz.”

Natasha sorriu ainda de olhos fechados, detestava ser acordada no meio da madrugada, mas só de ouvir a respiração da namorada, as poucas horas de sono que perderia não importavam.

– Está se sentindo bem?

– “Não, eu tive um pesadelo e... sinto tua falta.”

– Também sinto sua falta, o tempo todo, mas o que você sonhou?

– “Não quero me lembrar disso, foi terrível. Fale alguma coisa engraçada, preciso esquecer disso.”

– Alguma coisa engraçada, deixa eu pensar... Ok, vou contar uma piada, sobre o seu ídolo Ozzy.

– “Aff, lá vem merda.” - Estela suspirou protestando.

– Então, o Ozzy viu uma reportagem sobre o índice de mortalidade no mundo, alguns dias depois ele encontrou o Zack Wild e tentou puxar conversa: 'Zack, você sabia que toda vez que eu digo uma palavra morre alguém no mundo?' e o Zack respondeu: 'Você já experimentou escovar os dentes?'

Do outro lado da linha a ouvinte soltou uma gargalhada discreta, deixando Natasha satisfeita.

– “Tu é mesmo muito idiota.”

– Eu sei, mas você ainda é a rainha das idiotas. - brincou.

– “Talvez eu seja mesmo, por gostar tanto de uma inútil como Natasha Colleman.”

A garota riu, gostava quando a tratavam na terceira pessoa, principalmente num tom carinhoso como aquele.

– Não tão inútil agora, encontrei um emprego.

– “Eu li na mensagem sobre isso. Olha, que evolução! Emprego de quê?”

– Atendente em uma Central de Atendimento, um pouco estressante, mas é o suficiente para juntar grana e ir te ver.

– “E quando tu vem? Avise antes para eu comprar óleo aromático e trocar os lençóis.” - disse com certa malícia nas palavras.

– Pervertida! No meu primeiro salário, vou praí, se você se comportar direitinho.

– “Sou um anjo, pode vir agora.”

As duas conversaram até a hora de Natasha ter que ir para faculdade, fazia design de games na universidade do bairro vizinho, era uma aluna regular até conhecer a namorada, aquelas horas sem dormir embora prejudicassem sua concentração lhe faziam bem, era uma motivação para se esforçar, esse esforço resultava em notas melhores e consequentemente o posto de uma das melhores da sala. Mas isso não fazia diferença, queria apenas juntar dinheiro para ver a garota dos seus sonhos, mesmo trabalhando em algo que não tinha nada a ver com a sua área.

Após a aula, a garota chegou em casa esgotada, tinha dormido menos de três horas na noite anterior, uma vertigem a dominava, e a sensação de que não dormia direito há meses, o que não era totalmente mentira já que passava as noites sonhando acordada com o celular no ouvido. Largou a mochila em um canto qualquer e se jogou no sofá.

Algumas horas depois foi acordada pela mãe chorando aos berros:

– POR QUE VOCÊ NÃO ME CONTOU? - dizia soluçando.

– O quê? Do que a senhora está falando?

– O QUE MAIS PODIA SER, EU ENCONTREI ISSO NO SEU GUARDA ROUPA! - jogou um envelope em cima da filha, como se pedisse uma explicação.

– Mãe, por favor, pare de chorar... Eu, te explico o que é isso, se quiser. - a garota falava em tom de súplica.

– Você não pode me esconder essas coisas, Natasha! Eu sou a sua mãe. - agora parecia menos alterada.

– Eu não escondi por mal, me desculpe.

A mãe apenas choramingava com as mãos no rosto, partindo o coração da garota, ver sua progenitora naquele estado era pior que levar várias apunhaladas no peito. Não queria ter escondido aquele segredo, por mais que doesse devia ter lhe contado logo, mas agora era tarde, mesmo escondendo aquele envelope e sofrendo calada todo o tempo, sua mãe descobrira o que Natasha escondia dentro de si.


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Notas finais do capítulo

Saiu bem mais curto esse capítulo e muito meloso no início, mas é o que temos para hoje crianças.O que acham que é esse segredo que Natasha esconde? Algum palpite? Sei que muitos vão pensar que é o relacionamento homossexual a distância, hm.. só que pode ser outra coisa também, então vou deixá-los na dúvida.Obrigada por lerem, o próximo capítulo não tem data prevista, comentários talvez acelerem a próxima publicação :3