Todos os olhos estavam voltados para os dois telões no centro da praça, onde o nome dos mais novos lutadores apareceria em questão de minutos. Muitos nem ao menos piscavam, paralisados pelo medo de terem seus nomes sorteados e outros sem dar muita importância, apenas queriam acabar com aquilo logo. Longe da multidão um garoto moreno encostado a uma viga encara os telões com um ar superior e arrogante, sem nem ao menos perceber o acumulo de garotas olhando para si.

Ao longe dava para ouvir os berros de um garoto irritante que fazia questão de insultar tudo e todos nos dias de sorteio. Com toda aquela multidão acumulada no centro da praça era difícil enxergar o dono da voz estridente, porém o moreno sabia muito bem a quem pertencia. Chegava até a perguntar-se porque nunca teve a feliz oportunidade de lutar conta o loiro hiperativo, assim, poderia dar um fim à vida do mesmo.

No outro extremo da praça, o mais longe que conseguiam ficar de todas aquelas pessoas indignas, os Hyuuga aguardavam a seleção dos nomes de forma imponente. Ao centro, posicionado de forma quase imperial Hyuuga Hiashi encarando fielmente os telões esperando que seu sobrinho fosse sorteado. Ao lado esquerdo suas filhas Hyuuga Hinata e Hyuuga Hanabi, respectivamente, ambas infelizes com toda a situação e clamando internamente para que nenhum Hyuuga fosse escolhido. Ao lado direito, Hyuuga Neji tão concentrado quanto seu tio.

Todos ouviram os sons do sino anunciando que o Hokage sairia na sacada de seu palácio para fazer o anuncio de que os nomes seriam sorteados. Como se ninguém soubesse disso, era o que se passava na cabeça do moreno entediado sem fazer menção de reverenciar como todos os habitantes da vila faziam ao ver Danzou aparecer na sacada. Nem o moreno e muito menos o loiro hiperativo fizeram menção de se curvarem para aquele homem asqueroso, apenas ficaram parados encarando a figura ao longe.

–Cidadãos de Konoha – a voz grave e rouca pela idade de Danzou fora ouvida por todos e um silêncio descomunal tomou conta da praça, o que era praticamente impossível fazer todas aquelas pessoas ficarem quietas, tornou-se possível ao som da voz do Hokage – Na última luta tivemos uma perda, isso prova o quão fracos ainda são, precisão melhorar suas forças, por isso uma nova luta será realizada hoje.

Ninguém ousou respirar depois dessas palavras. As lutas eram realizadas duas vezes na semana com alguns dias de intervalos entre ambas, porém o Hokage decidiu fazer uma luta após a outra e aquilo deixou os habitantes agitados e desconfortáveis. O palácio que Danzou mandou construir no centro da maior Praça de Konoha era gigantesco e luxuoso, de madeira maciça e completamente impenetrável com muitos Shinobis de guarda. O que mais intrigava a grande parte da população da vila era o fato do velho Hokage ter um dos olhos enfaixados e viver com um braço apoiado, a maior dúvida em suas mentes era como um homem daqueles conseguiu tornar-se Hokage. Entretanto, ninguém tinha coragem suficiente para desafiá-lo.

A atenção de todos fora focada nos indivíduos que apareceram ao lado de Danzou na sacada, suas expressões fechadas e impassíveis. A família Sabaku no. O Kazekage ao centro de braços cruzados e uma expressão desgostosa no rosto, logo atrás seus três filhos, Sabaku no Kankuro com o rosto pintado em vários lugares com tinta roxa ao perceber o olhar de todos para si um sorriso de canto tomou conta de seus lábios, logo levou um cutucão de sua irmã, Sabaku no Temari com os cabelos amarelos cor de areia presos em quatro chiquinhas e olhando com uma expressão repreensiva para o irmão mais velho que enviava olhares maliciosos para as garotas da Vila da Folha. Ao lado dos dois, com uma irritadiça expressão e com os braços cruzados, Sabaku no Gaara olhava para todos de forma imponente, porém, as pontadas em sua cabeça já estavam se iniciando, torturando-o. Havia muita gente. Em total contradição a sua face alva, havia um kanji em sua testa, ironicamente dizendo: “amor”.

–Como podem ver o Kazekage e sua família estão visitando Konoha, seus filhos participarão das lutas – assim que as palavras de Danzou foram proferidas um grande burburinho fora ouvido, as pessoas começaram a ficar agitadas e ao ouvirem o som da bengala do Hokage bater no chão ficaram quietas de forma sincronizada – Iremos testar às habilidades de ambas as vilas desse jeito. Não se esqueçam de que recebem tudo de mão beijada, a única coisa que necessitam fazer é lutar.

As palavras ditas com tanta calma e naturalidade fizeram o sangue de certo loiro ferver. Como ele conseguia falar daquela forma? Era o que se passava pela cabeça de Uzumaki Naruto, que a essa altura já estava com as mãos fechadas em punho tentando controlar seu instinto de querer voar até aquela sacada e lutar contra o Hokage mais tirano que Konoha já conhecera. Enquanto isso um moreno que ficava cada vez mais impaciente, fechou os olhos, irritado, tentando ignorar as meninas atiradas que a cada minuto aproximavam-se mais e mais dele.

Danzou voltou a discursar alguma coisa, porém Yamanaka Ino estava com a cabeça longe, exatamente em um leito do hospital de Konoha onde seu pai jazia. Ela não tinha escolha, caso fosse sorteada deveria seguir em frente para garantir o tratamento de seu pai, independente do que pudesse ocorrer com ela mesma, àquilo era um mero detalhe, o que realmente importava era a saúde de Inoichi. Fechou as mãos em punho fortemente, irritada com tudo aquilo, era tão injusto. Já havia perdido a mãe e seu pai estava gravemente doente, não queria desperdiçar tempo e energia machucando pessoas inocentes. Desviando os olhos, a loira encarou o Kazekage e seus filhos. Um homem tirano como ele não merecia estar ali, saudável, somente por sua condição financeira de vida.

–Muito bem – a voz rouca fora ouvida e ele olhou para o Kazekage que assentiu levemente consentindo para que desse início ao sorteio – Vamos ao sorteio.

Todos prenderam as respirações e sentiram o coração acelerar, mesmo que não necessitasse matar seu oponente era suficientemente ruim ter de machucar outra pessoa tão inocente quanto a si mesmo, tirando o fato de que tinham grandes chances de saírem realmente machucados ou até mesmo mortos. A única exceção a essa regra era Uchiha Sasuke que encarava toda a situação de forma fria e arrogante, sem se importar nenhum pouco com a vida de seus oponentes. Esse motivo era mais do que o suficiente para muitos habitantes temerem ter seus nomes sorteados junto do moreno.

E quando o primeiro nome apareceu, o moreno soltou um suspiro quase inaudível.Uchiha Sasuke era o nome no primeiro telão, ele não se importava com aquilo, na realidade era uma oportunidade mais do que perfeita para testar suas novas habilidades. Já os habitantes engoliram em seco, sentindo uma gota de suor escorrer pela lateral de seus rostos, aquilo era um mau presságio. Justamente o garoto sem sentimentos e emoções tivera o nome sorteado, o próximo nome a aparecer seria considerado azarado.

Haruno Sakura. O moreno franziu o cenho estranhando o nome, não era comum, talvez nunca tivera aparecido ali. Na realidade isso não importava para o mesmo, ele não fazia questão nenhuma de conhecer seus oponentes antes da luta. Porém nenhum dos presentes na praça reconheceram o segundo nome, nem ao menos se lembravam de alguém se apresentar usando-os.

Sentada em uma janela, do último andar de uma construção não muito longe da praça, uma garota observava toda a movimentação. Ao aparecer do segundo nome fora impossível conter o suspiro que teimou em soltar, ela não tinha interesse algum em lutar, muito menos em revelar sua identidade para os habitantes da vila, estava mais do que satisfeita em ser um fantasma que ninguém sabia que existia. Aquilo era realmente impertinente. Ainda mais lutar contra o Uchiha.

Apoiou as mãos ao lado do corpo e inclinou-se um pouco para frente sentindo a brisa de o vento tocar-lhe a pele, bagunçando lhe os cabelos e trazendo o cheiro de grama molhada que ela tanto amava. O jeito era lutar, não havia outra forma, caso não aparecesse seria caçada e na pior das hipóteses alguma outra pessoa seria sorteada para lutar contra o Uchiha arrogante e certamente acabaria morta também, Sakura queria evitar aquilo ao máximo.

–Tudo bem, lá vamos nós! – ela disse para si mesma e encarou o céu a cima de si, azul com poucas nuvens e vários passarinhos atravessando-o.

XXX

Aquele infernal som... O infernal som de diversas pessoas conversando sobre o mesmo tempo, eufóricas, ansiosas, nervosas. Poderia dizer com extrema certeza que aquilo estava lhe incomodando, todavia, talvez fosse alguma marca daquele lugar. Suna não era tão barulhenta e agitada como Konoha. Aquilo era totalmente nítido aos seus olhos. Assim como o fato de que para ter convocado todos os jovens para assistir a luta do tal Uchiha com uma estranha garota, do qual ninguém nada falara ou parecia ter informações, Danzou, o líder daquele país, deveria ter algum plano em mente. No entanto, não fazia ideia do que poderia ser. Ele era como seu pai. E jamais conseguira compreender tudo relacionado a seu pai... O mundo habitado por ele era inalcançável.

Cerrando os punhos, Gaara diminuiu gradativamente seus passos. Estava pontualmente no horário, como sempre fizera desde criança. Disciplina, ordem, silêncio. Aquelas palavras já alojavam-se em sua mente outra vez, era os três principais pilares que adotava em vida. Seguindo-os, seu pai reduzia a quantidade de vezes que o lembrava de sua existência. Entretanto, por mais que não ouvi-lo culpar-lhe fosse um pouco agradável, não era suficiente para que esquecesse. Doía, mesmo que não sangrasse, doía intensamente. Temari ou Kankuro também estavam a caminho daquela arena, mas não importava-se com aquele fato. Irmãos... Talvez não passasse de mais um laço vazio. Optava por fazer todas as suas obrigações, dessa maneira, evitava que a dor de sua existência lhe corroesse as veias à noite. Evitava também, ter de conversar com os dois. Diálogos eram desnecessários demais. Somente serviam quando a comunicação era necessária. Fora esse pequeno detalhe, não passava de desperdício de palavras.

Cruzando os braços, o ruivo logo localizou a grande sala onde teria de permanecer. Havia mais pessoas do que imaginara. Dentre elas, o astro principal daquela manhã: Uchiha Sasuke, um dos sorteados.

Com os olhos inexpressivos sobre o chão, o Uchiha tinha uma imponente e amedrontadora postura. Todos naquela arena só sabiam observá-lo. Entretanto, aquele mero fato era ignorado por completo por ele. Finalmente... Finalmente poderia testar suas habilidades...

–Esse velho nojento não tem mais como ser maníaco!! Fala sério!! O que quer que ele esteja aprontando, eu vou acabar com ele. – decretou Naruto, exibindo um longo sorriso de canto, cuja leve arrogância e determinação poderiam ser vistas. Escorado em umas das paredes, o loiro tinha os olhos na saída da sala, onde toda arena e um imenso telão poderiam ser detectados.

–Duvido muito que conseguirá algo assim, Naruto-kun! – manifestou-se um rapaz de lisos cabelos, em corte de tigela. Exercitando-se animadamente, ele desferia socos no ar, do mesmo modo que alguns chutes.

–Você precisa aprender a pensar alto Lee! Nós somos apenas cobaias para esse velho lunático!!! – argumentou o Uzumaki, decidido. Porque todos eram tão cegos? Todo o rumo que Konoha estava tomando nas mãos de Danzou fazia-lhe o sangue ferver.

Com um revirar de olhos, Ino voltou seus olhos à saída da arena. Aquele loiro falava muito!!! Superava-a sem dúvidas! Mas não havia outra alternativa. Tinha de estar ali. Tinha que garantir cada dia de vida de seu pai, e iria garantir. Não importava o preço isto lhe custasse. O Uchiha... Ele aparentava ser mais forte do que todos poderiam imaginar. Não sabia quem era a sua adversária, nunca a vira nas ruas e chegava a se perguntar se ela era mesmo uma habitante de Konoha, no entanto, mesmo que não fizesse ideia de quem se tratasse a garota, internamente lhe desejava um pouco de sorte. Pois ela com certeza precisaria.

A loira jamais trocara alguma palavra com o moreno de olhos ônix a sua frente. Mas uma vez por mês ele aparecia na floricultura de sua família, em busca de lírios brancos. Questionava-se a respeito daquele intrigante costume dele, mas, alguém que comprava flores típicas de funerais, já emanava certa obscuridade, confirmada pela calma demonstrada por ele diante de um combate até as últimas forças.

O som da porta sendo aberta chamou a atenção de todos os jovens presentes na sala, alguns com expressões assustadas ao ver um dos filhos do Kazekage entrando de forma calma e ao mesmo tempo demonstrando uma expressão que repelia qualquer tipo de contato que pudesse surgir, outros apenas olharam para o ruivo de forma indiferente e até mesmo despreocupada. Como no caso de Uzumaki Naruto certa curiosidade para descobrir o que Sabaku no Gaara seria capaz de fazer, entretanto de maneira totalmente diferente do loiro, o Uchiha menosprezou completamente aquele fato. Para o moreno questionar-se sobre aquele garoto era uma coisa irrelevante, a menos que tivesse de enfrentá-lo, até lá, ignoraria a presença do mesmo.

Para o Sabaku aquele acúmulo de jovens era uma coisa extremamente desnecessária e claustrofóbica, nunca viveu em meio às massas e não estava confortável sendo obrigado a ficar junto de todos eles ali. Podia ouvir os sussurros de todos a sua volta e sua cabeça começou um pequeno latejar, nunca fora bom em contatos sociais e preferia ser assim, porém estava com um receio interno de que começasse uma de suas crises de dores de cabeça ali, no meio de todos. Entretanto uma coisa lhe chamou a atenção, na realidade, uma presença. Uma jovem loira, com o corpo curvilíneo e uma roupa estranhamente roxa, deixando metade de sua barriga à mostra. Na realidade o que lhe prendeu a atenção mesmo, fora o fato da garota não estar com a atenção voltada para ele e sim com o olhar perdido em algum canto da sala. Intrigado com isso esqueceu de que os bons modos dizem que não se deve encarar uma pessoa por tanto tempo.

A Yamanaka perdida em pensamentos preocupada com seu querido pai nem ao menos notou os movimentos e burburinhos a sua volta, se quer estava interessada com a nova fofoca rolando por entre aqueles jovens desocupados. Um sentimento de autopreservação começou a surgir na loira, como se algo estivesse a observando e a rondando. Intrigada com essa sensação estranha correu os olhos por todo o ambiente e perdeu-se completamente nos olhos verdes e transtornados de um ruivo. Até onde ela sabia aquele era o filho mais novo do Kazekage e mesmo sabendo que não deveria encará-lo de maneira tão explícita, acabou encontrando-se presa ao mar de confusões daquele olhar.

Para o ruivo, a confusão interna continuou assim que a garota encontrou o seu olhar. Geralmente a primeira reação de todos ao deparar-se com ele, era o assombro e logo depois desviavam o olhar, porém ela não, aquela garota não demonstrou assombro nenhum e nem ao menos piscou desde que o enxergou. Gaara até mesmo esqueceu-se do latejar em sua cabeça, ao ver tipos diferentes de sentimentos estampados no rosto daquela jovem garota. Ao mesmo tempo em que um brilho determinado toma conta de seu olhar, uma profunda tristeza está presente nele e ainda assim, consegue transmitir um tipo de curiosidade sobre o ruivo.

Nenhum dos dois conseguiu desviar a atenção um do outro, cada um com sua dúvida e curiosidade interna quando uma nova garota entrou na sala. Chamando menos atenção do que o Sabaku, Hyuuga Hinata adentrou o ambiente de maneira singela e com um ar doce. A menina continuou a andar sem ao menos olhar para os lados e tentando ignorar os sussurros de alguns indivíduos que notaram sua presença, uniu as mãos diante do corpo como se quisesse se proteger e camuflar-se diante de todas aquelas pessoas.

Ao se descuidar por meio segundo acabou trombando com um garoto, o mesmo que nem ao menos havia notado uma nova presença, virou-se extremamente irritado. Antes mesmo de proferir algum insulto, que certamente estava vindo, deixou um risinho de escárnio ao deparar-se com a figura delicada da menina Hyuuga.

–Está no lugar errado garota! – Um sorriso zombeteiro e arrogante tomou forma nos lábios do loiro e ele examinou-a dos pés a cabeça – Isso aqui não é lugar para uma menina do seu tipo.

–Eu não deveria nem ao menos lhe responder a esse comentário machista – a voz doce de Hinata fora ouvida, pegando o Uzumaki completamente desprevenido, pois mesmo que de forma angelical suas palavras saíram de maneira forte e determinada, como uma garota que sabe o que diz – Não julgue uma pessoa por sua aparência, caso todos fizéssemos isso, você com toda a certeza estaria em uma jaula, sendo considerado um animal.

Após suas palavras serem proferidas com tamanha naturalidade, a mesma deu-lhe um sorriso caloroso e continuou a seguir seu caminho, porém sendo seguida copiosamente pelos olhos ferozes de Naruto. O loiro não sabia ao menos o que sentir ao ouvir tudo aquilo, obviamente deveria sentir-se ofendido, mas um estranho sentimento de simpatia apossou-se do coração do mesmo, afinal não era qualquer um que tinha coragem de lhe dizer tais coisas, muito menos uma garota.

Sua atenção fora novamente prendida ao perceber um garoto extremamente parecido com a menina adentrar a sala. O Uzumaki sabia quem era Hyuuga Neji, o queridinho da família tradicional de Konoha. Ao perceber a semelhança entre ambos logo deduziu o óbvio aquela só poderia ser Hyuuga Hinata, a principal herdeira da família, sendo a filha mais velha. Entretanto algo acabou deixando-o confuso, se os dois são primos, porque não ficam juntos sem a presença do líder do Clã? Porque a garota acabou torcendo levemente o lábio e fechando um dos punhos ao ver seu parente passar diante de si?

Enquanto o loiro arrancava os cabelos tentando encontrar algum motivo para tais atitudes, Uchiha Sasuke estava perdendo o pouco de paciência que tinha. Afinal deveria estar lutando com a garota misteriosa e ainda estava ali, entre perdedores que apenas sabiam fazer barulho. Ao que parecia a tal Haruno Sakura não estava presente naquela sala estupidamente lotada e o moreno estava considerando aquilo um grande empecilho, afinal poderia estudar essa tal garota antes da luta. Apesar de saber que seu poder é suficiente para acabar com ela, ainda assim, estava disposto a experimentar alguns jutsus novos que treinou e queria fazê-la aguentar a luta até pelo menos conseguir completar aquela meta.

Surpreendendo a todos Danzou apareceu, rodeado por seus guardas ninjas, na porta da sala, fazendo Uzumaki Naruto fechar as mãos em punho para controlar-se e Yamanaka Ino torcer o nariz em desgosto, a menina Hyuuga apenas suspirou desaprovando a aparição repentina do Hokage e Sabaku no Gaara apenas confirmou sua suspeita inicial, aquele velho estava mesmo planejando alguma coisa. Uchiha Sasuke apenas fechou os olhos, sem ao menos importar-se com o recado que certamente viria.

–Vejo que a maioria dos jovens estão aqui – a voz áspera e arrastada do Hokage fora ouvida e como de praxe todos os burburinhos cessaram imediatamente, o homem sem demonstrar emoção alguma em seu rosto mumificado continuou a falar – Decretei que todos vocês viessem para cá, porque dessa vez nossa luta ocorrerá de maneira diferente.

E novamente os jovens mais afobados começaram a fazer diversas exclamações assustados com a nova informação recebida, mal sabiam que o pior ainda estava para ser relatado, perdendo sua escassa paciência Danzou bateu sua bengala no chão de madeira chamando a atenção de todos novamente para si.

–Os nomes para a luta principal já foram sorteados – ele continuou após pigarrear chamando a atenção dos últimos indivíduos que ainda cochichavam – Entretanto faremos mais duas lutas adicionais dessa vez, paralelas a luta principal, os nomes serão sorteados agora e os combatentes devem dirigir-se diretamente para a arena. Isso é tudo.

Ao terminar o Hokage apenas deu as costas aos jovens e marchou até seu local preferido de toda a vila, seu local privilegiado para assistir as lutas, de camarote. Entretanto o silêncio que se apossou da sala fora melancólico e assustador, alguns dos mais fracos estavam sentindo suas mãos suarem e o corpo começar a tremer. Para o Uchiha aquilo apenas atrasaria ainda mais seus objetivos e ele soltou um suspiro de insatisfação. Para Sabaku no Gaara era algo já esperado, pois todos sabiam sobre a tirania do Hokage e sua insaciável sede por sangue, que no caso do próprio Danzou, era visto como diversão.

Para Yamanaka Ino aquilo apenas significava que teria de esperar ainda mais para voltar a visitar seu pai, e ainda corria o risco de ser sorteada, não apenas uma e sim duas vezes. Apesar de o nervosismo apossar-se de si ela ainda assim estava obstinada a fazer qualquer coisa para garantir a saúde de seu pai, independente de qual fosse o risco que tivesse de correr. Hyuuga Hinata não sabia ao certo o que pensar e sentir com aquela nova informação, afinal queria provar que era merecedora do cargo de líder do Clã, mesmo sendo uma garota poderia ser tão forte quanto seu primo, mas ao mesmo tempo lhe bateu certa incerteza sobre aquele combate. Entretanto, caso seu nome fosse sorteado iria dar o melhor de si, com toda a certeza.

Uzumaki Naruto ainda estava tentando controlar-se, não conseguia engolir aquele velho lunático de forma alguma e parecia ser o único a enxergar o quão doente aquele homem era. Pensamentos assim faziam o sangue do loiro ferver de forma descontrolada, como se estivesse prestes a perder a consciência de quem era e do que estava fazendo, acabando por ficar descontrolado. Era sempre assim, pensava Naruto, sempre que era obrigado a respirar o mesmo ar que Danzou tinha que usar seu autocontrole para não fazer alguma idiotice.

Mas tirando todos de seus devaneios, o primeiro telão acendeu e começou a correr muitos nomes por ele, de maneira tão rápida que nenhum olho fora capaz de acompanhar com precisão e segundos mais tarde o segundo telão acendeu-se fazendo a mesma coisa que o primeiro. A maioria dos corações começaram a bater em um ritmo mais acelerado e as respirações começaram a ficar mais densas, todos completamente apreensivos com os nomes que surgiriam.

Surpreendendo a todos, tanto os jovens dentro da sala, quanto os outros habitantes que estavam devidamente acomodados em seus lugares nas arquibancadas em volta da arena, os dois nomes apareceram nos telões.

Uzumaki Narutovs.Hyuuga Hinata.