POV Percy

Mione reuniu alguns alunos que queriam realmente aprender a matéria, mas a definição de poucos dela não era assim tão pequena. Aquilo ali era praticamente a metade do Acampamento Meio Sangue, sem contar com nós, os semideuses. Fomos para Hogsmead, num lugar chamado Cabeça de Javali, que, na minha opinião, não era um lugar muito... limpo. E olha que eu não sou muito chegado à limpeza. Pagamos cerveijas amanteigadas antes de tudo começar, aquilo era realmente bom!

Começamos a conversar sobre as aulas, mas a maioria das pessoas que estavam lá pareciam só querer confirmar que Harry estava louco por dizer que o tal Voldemort voltara. Mas pela versão que o Harry me contou, ele já estava vivo antes, então... como alguém pode voltar se nem morreu? Enfim, todos achavam que ele tava louco. Mas aí começaram a falar de umas coisas que ele fez, como espantar uns tais de dementadores, matar um basilisco e lutar contra o bruxo do mal, e o irmão dele ter aprendido as Artes das Trevas na escola dele, então podia ensinar a reconhecer algumas coisas e lutar a contra.

Depois de um discurso que o Harry fez, muito bom, as pessoas começaram a ver que, mesmo ele parecendo louco, ia ser um bom professor, e Michael também. Todos nós assinamos uma folha de papel para tornar tudo oficial, e a Armada de Dumbledore já estava feita. O próximo passo era achar um local para o treino, que não podia ser na casa dos gritos, pois não cabia tanta gente assim. Pensaríamos sobre o assunto depois e fomos dispensados.

Harry pegou a lista e foi conferindo os nomes um a um. Michael não estava muito interessado, assim que a reunião acabou já saíra acompanhando uma aluna da Corvinal. Tese veio falar comigo sobre os treinos com os semideuses, e eu disse que já que era um número menor de pessoas, caberíamos na casa dos gritos. Minutos de conversa depois, vi Mione me dando sinal para a porta.

–O que é que ela quer que você faça?- Perguntou Tese.

–Nada importante.- Respondi

–Não parece, ela está apontando para a porta sem parar.

–É... é que ela quer que eu fale com Annabeth.

–Aaaah, sua namorada.

–Que? Não namoramos!- Falei

–Mas você gosta dela.

–Não, não gosto.

–Percy, não minta para seu irmão. Eu ouço suas conversas, você não fala baixo.

Agora era oficial, Tese me irritou mais que a minha vida inteira. Não devia escutar minhas conversas, não devia saber sobre Annabeth, e não devia ficar me precionando com esse tipo de coisa. Isso não era legal, de jeito nenhum. Mione começou a gesticular mais ainda para a porta, fui até lá com Tese e assim que a porta se abriu, demos de cara com uma garota de cabelos pretos.

–Bianca.- Falei

–Oi Percy...- Falou um pouco tímida –Tese, será que você podia vir comigo um minutinho?

–Ah, claro, já vou. Só estou falando com Percy.- Disse ele sorrindo. Ela se afastou e ele a seguiu com o olhar. –Que foi?- Perguntou quando me viu o observando.

–Nada, por que não vai ajudar sua ”amiguinha”, Tese?- Respondi –É isso aí, você também não fala muito baixo.

Ele ficou vermelho, depois seguiu Bianca sem falar uma única palvra. Ganhei aquela partida, mas ele não deixava de ter razão. E Mione também. Eu tinha que falar com Annabeth logo, já tive problemas antes e não queria mais ter. A procurei por bastante tempo até a achar conversando com Jason, Reyna e Piper perto de uma loja. Cheguei lá tão rápido que nem eu soube que conseguia andar nessa velocidade.

–Percy, oi.- Disse Annabeth.

–Oi Annabeth... é que... an...- O que aconteceu comigo? Eu nunca tive problemas em falar com ela, por que estava tendo naquela hora? Acho que aquilo não se aplicava a encontros.

–O que foi?- Perguntou confusa.

–An... é que... bem... eu...- “Estou parecendo um idiota” Pensei.

–Quer dar uma volta em Hogsmead? Assim quem sabe você lembra do que quer dizer.

–Certo...- Respondi sorrindo.

–Sinceramente, por que gaguejou tanto?- Perguntou depois de nos afastarmos.

–Não sei, meu cérebro não quis funcionar.- Respondi. –Não conversamos a sós à bastante tempo.

–Desde que você bateu no Malfoy. Eu não chamaria aquilo de conversa.

–Nem eu, você só brigou comigo.- Respondi irritado.

–Você mereceu, quem mandou fazer aquele terremoto? E as ondas no lago? Mais um pouco e íamos ser descobertos!

–Já pedi desculpas.

–E eu ouvi.- Ela ficou quieta por alguns instantes mas logo voltou a falar –O que acha de Hogwarts?

–É mais uma das coisas que eu vou tirar da minha lista de coisas impossíveis. A primeira foi a história de semideus. E você?

–É muito interressante, a arquitetura do castelo é incrível, sem falar na mágica que usam para que algumas salas fiquem maiores, é realmente...- E ela não parou mais.

Falou de tantas coisas sobre a construção da escola e das aulas que eu comecei a me distrair com as lojas. Eram cada uma mais estranha que a outra, mas tinham algumas que pareciam com as lojas trouxas, o que fazia parecer a coisa mais real, também haviam casas bruxas e todos na cidade pareciam estar passeando apesar do tempo estar frio.

–Você está me ouvindo?- Perguntou Annabeth de repente.

–An? Claro!- Respondi rápido –Estou ouvindo.

–Não, não está. Eu parei de falar faz quase um minuto, você só está prestando atenção as lojas.- Reclamou.

–Ah, é que... desculpa, é que essas lojas chamam muito a atenção!- Expliquei.

–É... mas pelo menos note quando eu terminar de falar.

–Tudo bem... vamos na Dedos de Mel, eu quero provar os sapos de chocolate.

–Sabe que não são sapos de verdade, né?

–Claro que sei, não sou um idiota.

A loja era pequena, mas tinha muitas coisas somente na vitrine. Aqueles doces bruxos pareciam deliciosos, e eu estava torcendo para que tivesse alguma coisa azul, ou que ficasse azul, sei lá. Annabeth riu quando eu contei isso, ela disse que minha fixação por doces azuis era um pouco estranha. E era, mas tinha uma ótima explicação pra isso.

Mal abrimos a porta e ouvimos um grito.

POV Bianca

Fiquei um tempão esperado ele fora daquele bar, mas ele não saia de jeito nenhum. Já estava ficando muito irritada, o que é que ele estava fazendo lá dentro? Depois de perder a completa paciência, decidi entrar para chamá-lo, mal encosto na porta e ela se abre completamente me dando um susto. Percy e Tese estavam lá, agora entendi porque demorara tanto, ele estava com o irmão.

–Bianca.- Fala Percy

–Oi Percy...- Falo meio sem graça –Tese, será que você podia vir comigo um minutinho?

–Ah, claro, já vou. Só estou falando com Percy.- Disse ele sorrindo.

Me afastei um pouco para dar privacidade, Percy não parecia muito confortável então deviam estar falando em algum assunto pessoal. Dessa vez não precisei esperar muito para que ele aparecesse, mas estava vermelho e Percy ria no lugar dele. Fiquei me perguntando o que é que ele podia ter dito, mas Tese não parecia com raiva. Na verdade, quando chegou aonde eu estava, ele estava sorrindo.

–Você me chamou?- Perguntou

–Chamei.- Respondi

–Hmm... queria alguma coisa?

–Nada de mais, só... só quis perguntar se você queria passear comigo pela cidade.

Ele pareceu ficar um pouo confuso.

–Por que não perguntou antes?

–Ora, Percy estava com você e... eu sou tímida, tá?- Respondi cruzando os braços.

–Ah sim, Percy disse algo sobre isso.- Falou meio baixo, mas eu escutei. –Bem, então vamos passear.- Ele estendeu o braço.

–Não precisa de tanta formalidade.- Avisei.

–Ah, então tá...- Disse deixando o braço normal.

Andamos lado a lado por bastante tempo, conversando sobre uma coisa ou outra. Como ia a escola, as aulas, as tarefas, como eram nossos salões comunais, teorias de onde vinha toda aquela comida do salão principal e de como os dormitórios sempre estavam limpinhos(NA: Dobby merece um crédito aí. NB: Quem é Dobby? NA: Você não conhece, mas ele e os amigos arrumam sua cama. NB: Isso é tão estranho), e como aquilo nem parecia ser verdade. Quer dizer, foi bem mais fácil acreditar que eu era filha de um deus.

Só andamos um pouco mais até ouvirmos um grito.

Não, eram vários.