Mundos Entrelaçados escrita por Alasca


Capítulo 21
Explicação... segredo?


Notas iniciais do capítulo

Oiiiieeeee! Cheguei com o capítulo tão esperado. Estamos de férias agora, e só a internet e viagens poderão nos impedir de postar. Então aproveitem o primeiro capítulo em férias postado, quem gostou comenta, quem não gostou faz o que quiser. E tem um presente pra vocês lá nas notas finais, leiam assim que acabarem o capítulo.
Manatica.



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POV Percy

–Como?- Perguntou Weasley confuso –Acho que ouvi errado...

–Se ouviu semideuses, está certo- Dizer isso não acalmava a confusão dele, nem de ninguém.

–Como assim, semideuses?- Perguntou Gina

–Basicamente, é o que a aula extra diz.- Disse Nico –Um dos nossos pais é mortal, e o outro é um deus. Não fomos transferidos da América, nem mesmo somos bruxos.

–Os monstros que atacaram também são do nosso mundo, mas já devem saber disso.- Completou Thalia

Explicamos outras coisas também, como a Névoa, que por algum motivo parou de surtir efeito neles, porque os monstros estavam lá, e porque nos perseguiam. Se passaram alguns minutos enquanto só falávamos encarando os rostos confusos, pensativos e surpresos dos bruxos, Mione era a única que olhava para o chão e parecia montar um quebra cabeça mental. Era como Annabeth fazia as vezes.

–Essa é a explicação?- Perguntou Michael.

–É- Falei. No mesmo segundo ele foi para o estado de quebra-cabeças imaginário. Uma coisa não muito comum dele.

–E espera que acreditemos?- Quis saber Weasley.

–Bem, não. Mas vocês pediram a verdade, e nós demos.- Falei

–Tá, eu não acredito.- Disse Gina.

–Nem eu.- Disse Harry

–Nem nós.- Disseram os gêmeos juntos.

–Nem eu.- Disse Weasley.

Mione contorceu um pouco o rosto enquanto os outros falavam, mas depois levantou o olhar e disse:

–Eu acredito.

Como se fosse ensaiado, os bruxos pareceram saltar em seus lugares, olhavam para Mione como se ela tivesse dito algo que não podia-se falar, como o nome daquele bruxo do mal, ou tivesse dito alguma blasfêmia incrivelmente gigantesca.(NA: Desde quando fala blasfêmia? NP: Desde que a Annabeth me ensinou. NA: Ah tá... NP: Por que? NA: Nada, Percyzinho, nada... continua a história, vai.)

–O que foi?- Perguntou ela vendo a reação dos amigos.

–Mione! Você disse que acredita neles!- Disse Weasley –Você não acredita em ninguém, nem em histórias!

–Em histórias rasas. Essa explica muitas coisas, incluindo a história da água e daquelas aulas extras... e o fato de terem os colocado misturando-os nos quartos, para que os vissem somente como estudantes e não suspeitassem de que não são bruxos... Dumbledore sabe, não é?- Falou

–Sabe.- Disse Jason

–Como pensei. Também explica os monstros que vocês viram, o fato de terem curado vocês tão rápido e bem que não sobrou nenhum arranhão, o fato de só saberem lançar feitiços simples, e com dificuldade, e que eles tenham vindo de uma escola que não existe.

–Não tem escola de bruxaria na América?- Perguntou Leo.

–Sim, mas somente na América do Sul, e vocês não disseram ser de lá.- Respondeu –E... além disso... eu confio neles.

Isso gerou uma onda ainda maior de confusão, tanto para eles quanto para nós. Eles discutindo como ela podia confiar mais em nós, gente que ela conheceu à um mês, do que seus amigos de anos. E nós, por uma mortal ser tão inteligente como uma filha de Atena, eu não podia ver ela sem a imaginar lendo no chalé do acampamento com Annabeth do lado. O estupor foi tirado pela mesma que o causou.

–Olhem, eles estão certos! Tá? Tem razão!- Disse ela irritada –Por que estão aqui?

–Estamos em uma missão em nome dos deuses.- O jeito que Piper disse aquilo, fez a coisa parecer mais séria do que era até o momento.

–Que tipo de missão?- Perguntou Harry

–Não sabemos. Os deuses só falaram que devíamos vir pra cá, ainda estamos esperando mais instruções.- Falei

–Mas já faz semanas.- Exclamou Gina.

–Pra você ver.- Disse Clarisse.

–Olha, essa história é vaga demais.- Falou um dos gêmeos.

–Se quiserem que acreditemos...- Disse o outro.

–Terão que dar provas.- Falaram os dois.

Antes que respondessemos, Michael perguntou:

–Por que estão nos contando isso em primeiro lugar?

–Já falamos isso.- Disse Annabeth –Talvez precisemos de ajuda de estudantes, e estamos pedindo à vocês.

–E se não quisermos ajudar?- Perguntou Weasley

–Vamos mexer na névoa e mudar suas lembranças. Não vão se lembrar dessa conversa.- Disse Thalia

–Disse que ela não funcionava mais em nós.- Disseram os gêmeos.

–E não funciona. Mas quem sabe uma mexidinha faça funcionar?

Silêncio, até que Gina interrompe.

–Ainda precisamos de provas.- Lembrou.

–Certo, vamos lá pra fora.- Disse Jason.

POV Narrador

Os semideuses saíram da cabana do gigante, e para provar aos bruxos quem eram, resolveram fazer uma demonstração de seus poderes. Como os estudantes estavam longe, eles fizeram perto do quintal de Hagrid. Enquanto Frank explicava seu poder de transformação, que era muito parecido com um que os bruxos tinham, Annabeth cutucou o braço de Percy com o cotovelo.

–Ele está meio estranho.- Sussurrou ela indicando Michael com a cabeça.

–Como assim estranho?- Perguntou Percy, também sussurrando –Ele parece normal.

Ela o olhou como se estivesse fazendo uma brincadeira idiota.

–Sério, Percy? Dê uma olhada melhor nele.- Disse, e ele obedeceu.

Michael estava como os outros, observava os semideuses enquanto davam provas de quem eram. Percy notou que ele mexia a mandíbula em eventuais intervalos de tempo, como se mordesse a língua, olhava para o chão com muita mais frequência que o resto, tinha olhares vagos algumas vezes e parecia estar menos confuso e mais nervoso que os outros. Ele estava no modo quebra-cabeça. Mas Percy não notou nada de estranho.

–Ainda continua normal pra mim.- Respondeu ele ainda sussurrando

Annabeth revirou os olhos.

–Que foi? Eu não sou especialista em linguagem corporal!

–Nem eu, mas sei que tem alguma coisa na cabeça dele, alguma coisa que tem a ver com o que a gente está dizendo. Não notou que ele estava muito calado na hora das explicações?

Agora que ela tinha falado, Percy lembrou. Ele estava quieto mesmo, e pensativo, mais do que esteve desde que chegou. Mal falou até aquele momento, só ficava quieto ouvindo cada detalhe. Michael não era assim, nem mesmo nas aulas que ele gostava. Aquilo era estranho, isso Percy tinha que admitir.

Depois que as demonstrações acabaram, vieram as dúvidas sobre mitologia ainda não mostradas na aula extra. Annabeth ficou encarregada dessas dúvidas, e todos tinham muitas perguntas a fazer. Percy observava um pouco mais longe que os outros, que aproveitaram o tempo para repor as energias gastas no treino comendo e/ou dormindo. Percy preferiu observar Annabeth, afinal, não tinha sobremesas azuis, e ele estava muito afim de uma.

Estava distraido demais pensando em cupcakes, tortas, balas e bolos de chocolate azuis, mal notou que um dos bruxos se afastou do grupo e se aproximou dele. O bruxo o chamou, e chamou, e chamou, mas para obter resposta, depois da quinta chamada, ele teve que pisar no pé de Percy para tirá-lo do transe das sobremesas.

–Ei!- Reclamou Percy

–Cara, no que você tava pensando? Tava até babando, que nojo.- Disse o Potter ruivo.

–O que você quer?- Perguntou o garoto depois de limpar a baba.

–Bem... sabe aquela coisa que você falou? Aquilo que parece cobrir os olhos de gente que não é semideus?- Disse ele

–A Névoa?- Respondeu Percy

–Isso. Bem, achei importante dizer que ela não funciona comigo.

–Se não notou, já percebemos isso.

–Não, não agora. É que...- ele deu uma pausa, e mordeu a língua. Ele nunca tinha dito para ninguém. –Eu vejo essas coisas desde criança.

–Como é?- Perguntou Percy surpreso.

–Bom, não muitas vezes, mas já vi. Algumas fora da minha vida, outras mais próximas... mas vi.

Michael não entrou em detalhes, não queria falar do homem estranho, do desaparecimento, da perseguição, nem da mulher assustadora. Tudo ocorrera no orfanato em que crescera ou nos arredores. Ele não queria adimitir que aquele lugar o assustava por causa dessas maluquisses, na noite anterior, os semideuses pularam em cima daquele touro sem aparentar nenhum tipo de medo.

Ele ficou muito feliz em saber que ia se mudar, mas não gostou de sair de Durmstrang. Michael tinha uma reputação incrível por lá, e tinha que recomeçar do zero de novo, mas tinha menos tempo dessa vez. Pelo menos, tinha se livrado do orfanato, ele sempre se agarrava à essa lembrança quando não era reconhecido nos corredores daquele castelo imenso. Seu irmão era. Ainda não tinha se acostumado a ter um irmão.

–Ah, tem uma explicação para isso.- Disse Percy

–E qual é?- Perguntou.

–A Névoa não afeta alguns mortais, não sabemos por que, mas ela não afeta. Rachel é assim, e ela acabou se tornando o Oráculo.

–Uooou, um Oráculo?- Perguntou Michael surpreso. –Mortais que veem na Névoa conseguem empregos legais assim? Posso arrumar um também?

–Primeiro, não é um emprego. Segundo, não damos empregos. Terceiro, você só entra no acampamento se for semideus, ou o Oráculo. E já temos um.

–Acampamento?

–Esquece. Só saiba de uma coisa, nada de emprego.

Michael fechou a cara, queria ter um emprego legal em um acampamento, ele mal sabia o que fazer da vida. Notas ótimas, nenhum futuro, era o que ele pensava sempre que os professores lhe entregavam as provas ou falavam sobre o fim do ano letivo, ou quando seus amigos falavam sobre suas futuras profissões fantásticas. Ele girou o corpo e começou a caminhar de volta para o grupo, mas parou ao se lembrar.

–Ah, mais uma coisa.- Falou se virando, e mordeu a língua.

Não, era só uma besteira, devia ter a ver com a tal da névoa nos mortais. Talvez fossem só as memórias de infância com aqueles monstros inexplicáveis que faziam aquilo, ou talvez memórias antigas cutucando em seu cérebro, memórias distorcidas de quando era um bebê. Tinha ouvido falar de que isso acontecia com algumas pessoas. Ou talvez não tinha nada a ver, talvez tivesse só uma mente muito criativa que bolava aqueles sonhos malucos. Soltou a língua dos dentes.

–Esquece.- Disse somente, e voltou para o grupo de bruxos.

No fim, eles acreditaram e aceitaram ajudar.

POV Mione

Os outros demoraram mais para acreditar do que eu, o que é estranho, sempre era o contrario. Mas logo todos nós aceitamos ajudá-los com o que pudéssemos, isso aconteceu logo depois de Annabeth explicar como eram as coisas da mitologia na atualidade. Logo falou de um acampamento em que eles ficavam nas férias para treinar, parecia um pouco perigoso para um lugar seguro, mas era o que diziam.

Percy ficou afastado, tanto de nós quanto dos outros semideuses, olhava para Annabeth o tempo inteiro mas de vez em quando o olhar ficava bem vago. Um tempo depois ele começou a babar, e eu tive que me perguntar no que é que ele pensava. Mas Michael apareceu, e o acordou de seu transe babado. Os observei conversando, Michael parecia nervoso mas logo foi se acalmando, depois foi embora. O que ele poderia querer saber de Percy? Era algo que ele queria manter em segredo o máximo possível.

Logo depois da explicação, todos acreditaram e concordaram em ajudar, então fui até Percy para conversar. Queria ver o que ele poderia saber mais que Annabeth, e pude ver que nada. Ele sabia de quase tudo, mas de uma maneira superficial e resumida, então o que Michael perguntara era algo pessoal demais para que muitos soubessem. Mudei de assunto para suas experiencias na sua vida de semideus, queria saber como era, e conversamos por um tempo até chegar em um assunto específico.

–Então você matou a medusa?- Perguntei

–É, e mandei a cabeça pro Olimpo. Depois mandaram de volta e minha mãe usou ela pra petrificar meu padrasto imbecil.- Respondeu sorrindo, mas logo parou –O que foi?

–Nada, é que... sua mãe foi um pouco cruél... ela petrificou alguém, e imagino que não tenha volta no seu mundo.- Falei.

–Não, ele bem que merecia.- Ele disse, mas não mudei minha face.-O que foi?

–Nada... nada mesmo.- Repeti, mas não estava tudo bem.

–Certeza? Você não parece legal.- Falou ele

–Sim, e eu estou bem.- Respirei fundo –O que ele fez para merecer?

–Bem, ele era um imbecil, deixava a casa um lixo, só sabia apostar no pôquer com os amigos, fumava na casa toda, me tratava como uma criança doente, e eu tenho certeza de que ele batia na minha mãe.- Respondeu, mas ainda não pude sorrir com isso.

–Hmmm- Foi só o que falei.

–Resumindo, um imbecil. Certeza de que está bem?

–Sim, é que... não me sinto confortavel falando sobre petrificações.- Expliquei.

–Ah, desculpe. Vamos mudar de assunto... o que quer saber?

–O minotauro, Harry e Rony falaram que ele estava lá, e você e alguns semideuses os ajudaram.

Então ele narrou a história, era bem parecida com a de Harry e Rony, mas de outro ponto de vista. Ele contou como chegou lá, como lutou com os outros, e como o mataram. E falou que o enfrentou outras vezes, por isso sabia como atacar e desviar bem. E tirou minha dúvida sobre como os monstros morriam mas voltavam. Eles iam para um abismo para se recompor e voltavam, ultimamente estavam voltando rápido demais. Mas parece que alguma coisa fez o minotauro ficar no Tártaro.

–O que me preocupa, é como ele passou pelos feitiços de Dumbledore. Nunca nenhum deles falhou...- Falei

–Já vamos o informar, Annabeth deve estar fazendo isso agora.

"Annabeth..."

–Você gosta dela, não é?- Perguntei para arrancar minha dúvida de uma vez.

–QUE?- Ele pareceu meio assustado.

–Você gosta da Annabeth. Não é?

Ele ficou parado, com a boca aberta tentando dizer alguma coisa, tentando pensar em alguma coisa. Ele desviava o olhar para todos os lados, como se procurasse respostas, fechou a boca depois de um longo intervalo de tempo mas ainda não me respondeu. Eu fiquei esperando enquanto ele passava os olhos na grama tão rápido que parecia estar lendo palavras nela. Até que ele respirou fundo.

–Não. Eu não gosto dela.- Respondeu finalmente.

–Sério?- Perguntei –Parece que você gosta, e bastante.

–Bom, saiba que eu não gosto dela.– Respondeu.

Ele levantou o olhar, e eu pude ver o fundo do oceano dentro de seus olhos. Era um oceano antes conturbado, mas agora calmo, pude ver seu olhar decidido, como se estivesse falando sério pela primeira vez na vida. Ele parecia outra pessoa com aquele olhar, alguém que vivia nele mas nunca se mostrava e que saía pela primeira vez de dentro dele.

–Eu a amo.


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Notas finais do capítulo

LISTA DE CASAIS:
Romione(fixo)
Liper(fixo)
Neluna(fixo)
Tesianca
Jeyna
Mina(Michael+Gina)
Hachel
Frazel(um dos originais)
Thalico
Percabeth(óbvio com o fim da história)

E aí, quem gostou do presente?