Mundos Entrelaçados escrita por Alasca


Capítulo 18
Florestas e sapos


Notas iniciais do capítulo

O capítulo de hoje é em homenagem aos gêmeos Weasley, já que fazem aniversário esse mês. Tá atrasado, mas o que importa é a intenção, né? Falando em atraso, pedimos milhões de desculpas! Acabamos de sair da semana de provas, tínhamos que estudar. Bem, o que importa é que tem capítulo novo, então espero que gostem!
Manatica



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POV Percy

Era oficial, aquela noite foi a única que precisei para nunca mais querer entrar naquela floresta! Eu e Annabeth estávamos tentando encontrar o caminho de volta sem nos perdermos, de novo. Mas as árvores pareciam ficar cada vez mais densas a medida que andávamos, não importava para onde fossemos, as árvores se amontoavam cada vez mais.

–Estamos entrando mais ainda, vamos voltar.- Falou ela

–Mas acabamos de vir de lá, e está tão fechado quanto aqui.- Respondi

–Então...- Annabeth olhou em volta tentando pensar –Ali, as árvores parecem se afastar mais.

Andamos na direção que ela apontou, e ela estava certa, como sempre. As árvores estavam mais afastadas umas das outras, logo chegaríamos no castelo, nunca fiquei tão alegre sabendo que estava perto de uma escola. Mas os outros ainda estavam em algum lugar por ali, tínhamos que procurá-los, mas primeiro íamos nos achar para poder procurá-los.

Havia uma pequena clareira, o chão estava cheio de plantas e raizes estranhas que eu nunca tinha visto na vida, algumas pareciam fazer nós com outras no chão e outras se enroscavam nas árvores, como se estivessem abraçando, ou enforcando. Como cobras. A pouquissima luz que vinha da Lua e das estrelas dificultava minha visão, e jurei que vi uma, mas era só uma das raizes esquisitas que pareciam não sair de planta nenhuma. Parei de andar e comecei a observar aquele lugar, não estava com um bom pressentimento.

–Annabeth, você está lendo o livro de Herbologia, conhece essas plantas?- Perguntei.

–Ainda não as vi, só cheguei na metade do livro.- Respondeu andando até algumas árvores e observando as raízes malucas que ficavam em volta da base do caule como cordas. –Mas isso não é normal.

– Melhor voltarmos.- Falei

–Também ach...

Virei a cabeça na sua direção, ela havia prendido o pé. Mas o estranho era que a planta parecia agarrada ao seu tronozelo, e ela não soltava. Por mais que Annabeth puxasse, aquilo parecia não querer soltar. Ela já tinha perdido a paciencia e pegou sua faca, mas parece que olhou pra mim nesse meio tempo e quase derrubou a faca de susto.

–P-Percy! Sua perna!- Ela disse

Olhei para minhas pernas, a raiz estranha havia se enrolado nela, eu nem havia percebido. Tentei me soltar, mas a raiz ficou mais apertada e outra estava se enrolando no meu outro pé. Olhei para Annabeth e o mesmo estava acontecendo com ela, a raiz estava enrolada até seus joelhos e mantinham suas pernas juntas. Ela se abaixou para cortá-las mas se agarraram no seu pulso a impedindo de usar a faca.

Me lembrei de Contracorrente e a peguei no bolso, mas quando ia destampá-la a raiz agarrou meus braços. Annabeth ainda tinha um braço livre, mas a raiz já se agarrava a ele. Metade do meu corpo já estava enrolado, parecia que quanto mais eu tentava me soltar, mais aquilo ficava apertado. Já não conseguia sentir as pernas direito. Ela se enrolava muito rápido, se continuasse nesse ritmo, íamos virar múmias em poucos minutos.

–Lembrei!- Gritou ela –Percy, não se mexa!

–Por que?- Gritei parando de me debater.

–Porque é visco do diabo! Acabei de lembrar! Não se mexa, assim só vai acelerar a morte!

–Tem algum jeito de EVITAR a morte?

–Me deixe pensar!- Disse ela, depois gritou.

Aquela aranha gigante voltara, estava acompanhada de mais duas, que pareciam ainda maiores. Aquilo era assustador para qualquer tipo de pessoa na Terra que dava valor a vida. Se sobrevivessemos da planta, das aranhas e voltássemos para o acampamento, eles teriam que lidar com mais um traumatizado com aranhas.

Comida!- Disse a maior das aranhas.

Tomei um susto com a aranha falando, me desequilibrei e caí de cara no chão. O visco estava quase cobrindo meus ombros, quando caí ele ficou tão apertado que eu não conseguia respirar direito, e estava quase chegando ao meu pescoço. “Por que eu fui me debater tanto, por que?” Annabeth de algum jeito conseguiu ficar parada, mesmo morrendo de medo daquelas criaturas se aproximando.

Ouvimos vozes, pareciam assustadas, e pareciam chamar alguém. Eram os semideuses, estavam procurando a gente, deviam ter nos ouvido e não pareciam muito longe.

–Aqui! Estamos aqui!- Gritei, pois Annabeth estava apavorada com as aranhas que estava se aproximando cada vez mais.

Eles logo chegaram e pareceram espantados com a cena, alguns tentaram nos socorrer mas gritei para ficarem longe. Todos ficaram confusos, é claro. Foi ai que notei que estavam acompanhados. “Mas o que é que o Harry está fazendo aqui?”

–Não se aproximem!- Disse ele

–Que?- Perguntou Bianca –Percy é nosso amigo, vamos ajudá-lo!

–Isso é visco do diabo, se forem até lá vão morrer do mesmo jeito!

–Então o que fazemos?- Perguntou Jason

–Acendam um fogo, ele odeia. Eu cuido das aranhas.- Respondeu, correu até as aranhas e começou a matá-las.

Enquanto isso, Leo acendia uma de suas mãos e se aproximou da planta, ela recuou do calor. Ele jogou uma das bolas de fogo perto de nós e a planta logo nos soltou, fugindo do fogo. Consegui respirar direito e me levantei, Annabeth ficou mais calma com as aranhas mortas. Saímos de lá o mais rápido que conseguimos, ninguém nos abraçou, porque viram que já fomos abraçados demais.

–O que é que ele está fazendo aqui?- Perguntei

–Sei lá, ele só apareceu.- Respondeu Frank

–Tá bem, o que é que fazem aqui?- Perguntou Harry se aproximando.

–Não acreditaria se contassemos.- Disse Piper –Pode nos levar de volta a escola? Nos perdemos.

–Certo, mas devem explicações.- Respondeu.

Acho que ela não precisava usar o charme, Harry parecia também não gostar muito daquele lugar. Mas também, quem é que iria gostar? E também aposto que tem mais coisas malucas por lá do que vimos. Começamos a andar e logo chegamos no castelo, o que eu mais queria era ir pra cama. Tá certo que enfrentei muitos monstros e tudo, mas nossas armas não afetavam as aranhas, e eram muitas e gigantescas! E além disso, meu sono voltou feito uma bomba.

POV Fred

–Onde é que eles estão? Já deviam estar aqui.- Reclamei

–Idiotas, da próxima vez, vamos marcar uma hora antes.- Disse Jorge

–Se demorarem, vamos explodir o banheiro dos monitores.- Falei

–Não antes de roubarmos as roupas.

–E colocar corante na água e nos shampoos.

–E...- Jorge não continuou porque aqueles dois finalmente chegaram.

–Stolls! Isso lá é hora?- Reclamei

–Tivemos problemas.- Respondeu Connor

–Se querem deixar sua marca na escola, vocês tem que levar isso a sério!- Disse Jorge

–É, sabe como foi difícil ser reconhecido depois dos Marotos?- Falei

–Muito, muito difícil!- Falamos juntos.

Você deve estar achando isso estranho, mas é a mais pura verdade. Para ser um mestre de brincadeiras e pegadinhas, você tem que levar a sério. Senão nada dá certo, você é pego e nunca conseguirá ser reconhecido. Sim, até pra pegadinhas existe um tipo de seriedade.

–Quem são os Marotos?- Perguntou Travis

–Você é muito novo pra saber.- Respondi

–Tenho a sua idade.

–Não importa.- Dissemos eu e Jorge juntos. –Estão prontos?

–Mais que isso.- Disse ele de novo.

–Hogwarts vai conhecer o nome Stoll!- Disse Connor

–Esse é o espírito.- Falamos eu e meu irmão.

POV Rony

–Xeque mate.- Falei enquanto Mione olhava boquiaberta para o tabuleiro

–Que droga!- Reclamou

–Ah Mione, olha o lado bom, você tá melhorando. Tá ficando cada vez mais difícil vencer você. Agora eu preciso prestar um pouquinho de atenção.

–Ah, cala a boca!

De algum jeito, consegui que Mione parasse de estudar pra poder jogar comigo. Mas é claro que para feitos grandes sempre há um sacrifício. Ela me fez jurar estudar com ela História da Magia hoje a noite, mas era por uma boa causa. Gosto de jogar xadrez com ela.

–Vamos mais uma?- Perguntei

–Não, já jogamos muito.- Disse ela pegando os livros –E o Harry?

–Ele é péssimo, não tem graça jogar com ele. E além disso, eu não sei onde ele tá.

–Como?

–Ele não estava no quarto nem no banheiro, achei que estivesse aqui. Mas não está.

–Deve ter saído a noite, de novo.

–Pois é...

E como se estivesse ouvindo, Harry entra correndo no Salão Comunal da Grifinória.

–Harry, Rony disse que você sumiu.- Mione reclamou –Saiu a noite de novo?

–Foi...- Respondeu ele

–E não me levou?- Me fiz de ofendido –Vou ter que repensar nossa amizade!

–Envolvia aranhas.- Disse ele

–Mas eu te perdoo meu grande amigo.

–Harry, se sair mais uma vez a noite, vou ter que lhe dar uma detenção como monitora!- Disse Mione com autoridade

–Certo.- Disse ele –Então, já encontrou um adversário a altura?- Perguntou apontando para meu tabuleiro.

Horas depois...

POV Travis

–Rápido, tem que ser antes que ela chegue!- Disse um dos gêmeos. Eu não sabia diferenciar eles.

–Já estou indo, calma!- Falei –Abri.

–Beleza. Tem mais alguma coisa impedindo a gente?- Perguntou o gêmeo.

Olhei pra dentro da sala, era cor de rosa, tinha milhões de gatos assustadores nas paredes com olhos esbugalhados miando e andando em pratos. Também tinha uma poltrona num canto com uma almofada, um tapete felpudo, uma mesa com uma toalha, e um conjuntinho de xícaras em um armário. Tudo era assustadoramente rosa.

–Ok, os gatos podem nos ver, mas não vejo muito problema nisso. Ela tem um conjuntinho de xícaras e um bule, mas acho que não tem nada dentro. Deve ter um açucareiro em algum lugar...- Relatei

–Consegue achar?- Perguntou ele olhando pelo corredor

–Consigo antes mesmo de entrar na sala. Deve estar... ali.

–Vamos.

Entramos na sala e fechamos a porta, peguei o açucareiro enquanto o gêmeo procurava por algo que trouxemos dentro dos bolsos. Ouvimos o sinal do outro gêmeo, significava que Connor estava distraindo Umbridge e tínhamos poucos segundos. Guardei o açucareiro, o gêmeo trancou a porta, ele se escondeu atrás de uma das cadeiras e eu me enfiei no armário de louças dela.

Ouvimos a porta abrir, ela entrou e a fechou. Ela se sentou em sua cadeira e ouvi ela preparar o chá, ia ser mais fácil do que pensava. No tempo em que o chá ficou pronto, o outro gêmeo apareceu na porta pronto pra tirá-la de lá. Só não sabia o que ele iria fazer, ele disse que era bom de improvisos.

–Senhora, preciso de ajuda! Rápido!- Disse ele com uma voz de medo

–Mas o que foi?- Perguntou com aquela voz irritante.

–Meu irmão está preso! Preciso de ajuda!- Ele disse. Realmente, era bem convincente.

–Qual deles, querido?

–Fred.- “Ah, esse é o nome do que tá aqui!” Seguiu-se um silêncio. –A senhora vai ajudar ou não?

–Ah querido, claro!- Disse, ouvi ela colocar a xícara no pires e eles saíram.

Esperei um pouco até sair do meu esconderijo.

–Fred, vem logo, ela deixou chá pronto!- Falei

–É muito pouco, não dá.- Disse ele

Peguei o bule e coloquei a quantidade que faltava, mas não tanto para que ela não notasse. Quando ficou pronto, pusemos meio cubo de açúcar dentro para disfarçar o gosto. Fred pegou o frasco certo do bolso e pingou algumas gotas. A bebida nem mudou de cor, aquela coisa de magia era muito legal.

Saímos da sala correndo, achamos Connor. Ele disse que Jorge levou Umbridge por um dos corredores, e fomos atrás. Jorge estava na frente de um espelho que saíra sei lá de onde, ele de vez enquando dava batidinhas no espelho enquanto a professora perdia a paciência. Chegamos mais perto para ouvirmos.

–Mas professora, meu irmão está preso!- Disse ele batendo no espelho

–Não, não está! É um espelho!- Disse ela

–Tem certeza?- Perguntou mirando o rosto no espelho –Ele se parece muito com o meu irmão.

–Vocês são gêmeos! E isso é um espelho!- Umbridge parecia prestes a socar ele quando Fred se meteu na história.

–Olá...- Disse ele andando e apoiando o braço no irmão.

–Viu? Esse é o seu irmão!- Disse ela ainda morrendo de raiva. Jorge o mirou dos pés a cabeça enquanto Fred sorria, depois voltou-se a Umbridge.

–Não senhora, é um espelho.

Agora ela estava prestes a matá-lo de verdade.

–Professora, se me dá licença, irei levar meu reflexo até a enfermaria.- Disse Fred

–Ei, você é que é o reflexo!- Disse Jorge.

–Não no mundo invertido.- Respondeu Fred

Os dois saíram de perto de Umbridge, que parecia prestes a explodir. Ela se ajeitou e voltou para a sala enquanto Fred e Jorge se aproximavam.

–Irmão no espelho?- Perguntou Connor –É o melhor que podem fazer?

–Funcionou não?- Disse Jorge

–Quero ver fazer melhor.- Falou Fred

–Calem a boca, vamos pro salão logo antes que suspeitem!

POV Rony

Hora do jantar, quase todos haviam chegado para o jantar, e alguns professores ainda faltavam para compor a mesa. Não havia nada de especial na decoração, não era nenhuma data comemorativa ou algo assim. Mas ninguém iria esquecer tão cedo. Aliás, acho que ninguém esqueceu até hoje, e contam a história até hoje em Hogwarts.

A primeira pista de que algo ia acontecer, era Fred, Jorge e os novatos Stoll estarem sorrindo diabolicamente na mesa da Grifinória. Eles haviam bolado algo, tinha certeza disso, e pela cara deles ia acontecer logo. Tava até com medo de perguntar. O salão estava cheio de gente morrendo de fome que conversavam que nem loucos e alguns reclamavam da demora de Dumbledore pra começar o jantar logo. Um deles era eu. Foi ai que a Umbridge entrou e todos se calaram.

Então entendi a pegadinha daqueles quatro, Umbridge estava com o rosto inteiro verde e cheio de verrugas, e a cabeça parecia maior, bem maior. Juntando tudo isso com o formato de seu rosto, ela parecia ter um sapo gigante nascendo no lugar da cabeça. O salão ficou em um silêncio absoluto, aquilo era bizarro demais. E ela parecia nem notar, sorria daquele jeito de sempre.

Segundos depois de ela se sentar, todo mundo explodiu de tanto rir. Ela ainda não entendia nada, ficou olhando confusa para todos tentando achar o motivo de tanta graça. Até os professores não aguentaram e começaram a rir feito loucos, até mesmo McGonagal, que lutava contra o riso, mas não conseguia. Dumbledore chegou, mas não riu. Ele disse para o jantar começar, mas ninguém nem tocou na comida. Se comessemos, iamos morrer engasgados, porque não paravamos de rir.

Depois do jantar, que pouquissimas pessoas comeram, voltamos para o dormitório, onde Fred, Jorge e os Stoll levaram o crédito pelo acontecido. Até Mione gostou da pegadinha! Ficou reclamando, claro, é a Mione, mas ela concordava que a sapa mereceu. E isso já era o bastante pra eles ficarem felizes, se ela aprovou a escola inteira adorou.

Horas depois, eu estava morrendo de sono, quase dormindo na cadeira do salão comunal, mas alguém jogou uma pilha de livros em cima de mim.

POV Mione

–Avalanche!- Gritou Rony quando pus os livros na mesa.

–Não exagera, Rony. São só os livros que precisamos pra História da Magia.- Falei

–Preferia a avalanche. Espera, o que? Vai ser hoje? Agora?

–Sim, ainda é cedo, e você me deve, então eu escolho quando vai ser. E eu digo que vai ser agora.

Ele gruniu, mas abriu o livro que estava na sua frente e começamos a estudar. Ele pareceu cochilar por uns momentos, mas acordava e recoomeçava. Depois de muito tempo ele pediu para eu lhe explicar, pois ele não entendia nada. Eu expliquei, só que ele se distraia tanto que parecia que eu estava repetindo a mesma coisa fazia anos! Já era meia noite quando eu não aguentei mais.

POV Harry

Não consegui dormir quando cheguei e acordei umas cinco vezes. Não, não foi por causa das aranhas, já passei por pior com elas e outras coisas. Era uma sensação esquisita, que eu já havia sentido antes. Parecia que tinha algo faltando, mas eu não sabia o que. Olhava em volta do quarto milhões de vezes procurando o que eu não devia achar, mas estava tudo em seus lugares.

Era mais de meia noite, ouvi gritos lá embaixo. Deviam ser Rony e Hermione, já que Rony ainda não tinha vindo pra cama. Eu não entendia como é que duas pessoas podiam brigar tanto e continuarem sendo amigas, mas eles conseguiam fazer isso. Era praticamente um milagre. Mas pouco tempo depois os gritos pararam, eles tinham se resolvido rápido dessa vez.

Olhei mais uma vez pelo quarto, me sentei e olhei pela janela, foi ai que eu lembrei do que faltava. Corri para o meu malão, eu não podia estar certo, de jeito nenhum. Revirei tudo procurando, mas estava faltando mesmo aquilo. Não me importava a hora, quem me visse ou até fosse pego e expulso, eu tinha que recuperar aquilo nem que fosse a última coisa que faria na vida.

Coloquei os sapatos a caminho da escada, mas não devia ter feito isso, pois caí e quase rolei escada a baixo. Me levantei e desci as pressas, vi Mione subir as escada pro seu dormitório correndo também e Rony com uma cara surpresa.

–Cara, o que você fez?- Perguntei

–O que? N-na-nada! Não aconteceu nada!- Disse ele.

–Ceeeerto... preciso ir.

–Pra onde?

–Pra floresta, deixei a capa lá ontem a noite.

–O QUE? Como foi que você fez uma burrice dessas?

–Não é hora pra acusações, eu tenho que ir buscar!

–Espera, o Mapa, assim não vamos ser pegos.

–“Vamos”?

–É, eu vou também.

–Certo, vou pegar o Mapa.

Subi e peguei aquele treco. Assim corremos pelos corredores e paramos algumas vezes para conferir o Mapa. Estava tudo limpo, mas isso era estranho. Onde estava Filch e Madame Nora? Pareciam ter desaparecido, não achava eles em lugar nenhum. Deviam estar fora de Hogwarts, ou em algum lugar que o Mapa não conhecesse, ou eu só não os achava, e eu duvidava da segunda hipótese.

–Tudo limpo nesse corredor?- Perguntou Rony

–Tudo- Respondi –Que estranho, Filch e Madame Nora não aparecem no Mapa.

–Isso é bom, não é?

–Espera, tem um pontinho aqui.

“Michael Potter”

“Mas o que é que ele tá fazendo aqui uma hora dessas?” O pontinho vinha na nossa direção. Na verdade, estava bem atrás de nós. Nos viramos e deparamos com ele se escondendo atrás de uma armadura, ele notou que o vimos e saiu de lá como se nunca tivesse sido visto.

–O que os dois idiotas fazem aqui?- Perguntou

–Não é da sua conta.- Disse Rony –Você também não devia estar aqui.

–Se vocês podem sair, eu posso.

Eu não queria falar com ele, fazia uma semana que ele estava aqui e eu não falei com ele nenhuma vez. Ele parecia não ser real, parecia só que eu tinha uma alucinação presente a todo instante. Sim, eu queria ter um membro da família vivo, e isso era bom, mas eu não acreditava. E também, parecia que meus pais só queriam proteger ele. Deixaram vazar minha existencia mas a dele permaneceu em segredo absoluto. Ele era o preferido, meus pais queriam que ele vivesse. E ainda deixaram ele longe dos Dursley, ele foi criado na mais completa segurança.

–Deixa ele ai, ele não vai querer entrar na floresta.- Falei baixo, mas ele escutou.

–Floresta?- Perguntou

Não falei nada, apenas andei. E ele veio atrás. Procurei com Rony a capa enquanto ele fazia perguntas, depois de muito tempo achamos a capa. E lá veio mais perguntas. Eu já estava ficando cheio dele, eu queria que essa alucinação maluca acabasse. Até que eu ouvi um barulho esquisito vindo do nosso lado, então peguei o Mapa.

–O Mapa funciona com aranhas?- Perguntou Rony meio assustado

–Sei lá, nunca notei isso.- Procurei, estávamos no limite do Mapa, alguns passos e iríamos sumir. Não havia ninguém ao nosso redor, então o guardei. –Melhor saírmos daqui.

–Já estão com medo?- Perguntou Michael

–Aqui é perigoso.

–Não, é só uma desculpa pra que não venhamos aqui. A escola deve guardar alguma coisa importante.

Ele começou a andar mais fundo na floresta, nos ignorando completamente. Alguma coisa a frente dele se mexeu e saiu das sombras. Não precisei ver a cara dele pra saber que ele estava completamente assustado. Aliás, nós três estávamos. Eu nunca tinha visto um bicho daqueles na minha vida inteira, nem mesmo nos livros da aula de Trato de Criaturas Mágicas, e olha que tem uns bichos malucos lá.

–Mas o que é que é isso?- Perguntou Michael.


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Notas finais do capítulo

Não sou muito boa de pegadinhas, espero que a deles tenha ficado legal.