Ela sorriu para mim e me perguntou se esse era realmente o dormitório do garoto Sonserino. Assenti e ela se levantou sorrindo de um jeito maroto. Ela saiu correndo e gritou um “Me Segue!”.

Saí correndo em sua direção pelos corredores de Hogwarts. Logo reconheci o caminho e vi que era a mesma sala pela qual eu havia ido hoje de manhã. A Sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. Ela ainda estava vazia, exceto por um único baú barulhento perto da mesa da professora.

– Isso não estava aí hoje de manhã. – Murmurei desconfiada. Manú foi em direção ao baú e me pediu ajuda para carrega-la – Não... Não me diga que você quer usar isso pra “pregar uma peça” no Derick.

– Você sabe o que tem aqui, né?

EU olhei mais uma vez para aquele baú. Se eu não soubesse... Seria bem melhor. Suspirei fundo e olhei para aquele objeto.

– Sim, sei claro, um dos monstros mais famosos do mundo, se transforma no que você mais teme. O bicho papão.

– Exatamente! Garota esperta. – Manú disse sorrindo abertamente. Nem senti sarcasmo na fala.

– Pliiiiisssss, como se eu não soubesse disso, HAHAHA! – Eu ri.

– Haha, nem se acha... Convencida. – Você nem imagina, pensei sorrindo.

– Tá... O.K., mas o que você planeja fazer com isso?

– Pra uma “garota esperta” você não é tão esperta, hein? Vamos levar o baú pro quarto dos garotos da Sonserina, ficamos escondidas lá e quando o Derick aparecer, a gente abre o baú, dãah.

Não sei por que, mas acho que isso vai dar merda. Mas eu não perderia a chance de aprontar com aquele Sonserino. Peguei o baú de um lado e Manú do outro. Ele parecia mais pesado do que aparentava. O bicho papão tem quantos quilos? Uma tonelada?

Arrastamos o baú de volta para os dormitórios. Não faço a mínima ideia de como não nos viram. Até porque deve ser muito comum verem duas meninas perambulando por Hogwarts com um baú barulhento e gordo.

Quando chegamos no quarto dele, Manú sussurrou “Alohomora” e a porta se abriu. Entramos e por sorte não havia ninguém lá. Deixamos o baú na frente da cama do loiro e nos escondemos em baixo da cama. Veio um amigo e nada. Outro... E nada.

Até que ele chegou. Mas acompanhado. Ele entrou pelo quarto beijando uma garota da Lufa-Lufa (o cachecol dela foi jogado no chão). Ele a prensou contra a parede fazendo ela soltar pequenos gemidos. Manú olhava tudo aquilo boquiaberta.

– Isso tá ficando melhor do que eu esperava. – Ela sussurrou pra mim.

Eu estava ficando com raiva dele. Quantos anos tinha esse moleque? Quem ele pensa que é pra trazer uma menina que deve ter a minha idade pro quarto dele pra fazer você-sabe-o-quê? Não aguentei e saí de baixo da cama e abri o baú na frente dele.

– Mas o que...? – Ele falou me fitando perplexo, mas depois olhou para a... Phoebe?

– Você tem medo da Phoe? – perguntei segurando o riso.

– PHOEBE, SOLTA ELA AGORA! – ele gritou pra figura a sua frente.

Olhei com mais atenção e vi... Tye sendo enforcada pela Phoebe. O bicho papão está... Fazendo o Derick ver sua gata sendo morta pela irmã? Esse Sonserino tem coração? Suspirei e me coloquei na frente dele. Então do nada o mundo a minha volta sumiu e eu estava a metro e metros de altura.

– RIDDIKULUS! – Gritei na esperança de tudo aquilo sumir. Eu tenho muito medo de altura. Mais do que você pode imaginar.

No nada senti que estava caída em algo macio. Mais precisamente uma cama. Tinha uma garota da Lufa-Lufa a minha frente totalmente vermelha, uma Manú se cagando de rir mais ao fundo e um Derick me olhando com raiva. É, eu estou ferrada.

– O que você pensa que estava fazendo? – Ele perguntou me matando com o olhar – Eu estava no meio de uma coisa importante.

– Ah claro, muito importante! – Falei devolvendo o mesmo olhar – Ia fuder sua amiguinha Derick?

– Gente... Olha o palavreado. – Disse Manú se metendo na conversa – Mas continuem a briga, é bom ver como os dois se amam.

– NÓS NÃO NOS AMAMOS! – Gritamos ao mesmo tempo.

– Eu e ela? – Ele perguntou revirando os olhos.

– Nunca. – Completei.

– Aham... – Murmurou. – Bom, vamos para o seu quarto Juliana. Deixem esses dois acabarem a festinha.

– ACABAREM A FESTINHA UMA OVA! – Explodi – EU VOU CONTAR O QUE HOUVE E VOCÊ NÃO SAIRÁ LIVRE!

– E VOCÊ? ACHA QUE VAI SE LIVRAR DE TER PÊGO UM MONSTRO DESSES?!

– NÃO TENHO CULPA SE VOCÊ É IRRITANTE!

– O QUE EU TENHO HAVER COM ISSO?

– CHEGA! – Gritou a garota – Olha eu vou indo. Terminamos isso outra hora Derick.

– Que cara de pau. – Murmurei enquanto ela saia seguida por Manú.

– Acho melhor você ir também. – Ele falou bravo.

– Como se eu quisesse ficar aqui com você. – Disse me dirigindo à porta

– Te odeio. – Foi o que ouvi antes de sair.

Senti meus olhos ficarem marejados. Por que estou querendo chorar? Ele não importa nada pra mim. Ele é um idiota que surgiu na droga do Beco Diagonal. Fui andando até a biblioteca quando esbarro em alguém. Mas será possível que eu amo esbarrar nas pessoas?

– Está chorando? – Ele perguntou olhando meu rosto.

– Não, claro que não. – Falei emburrada – Nunca choraria por ele.

O garoto deu uma risadinha de canto e me deu um tapa.

– POR QUE FEZ ISSO? – Gritei dando um soco na barriga do moreno.

– Pra voltar a realidade. – Ele disse sorrindo como se nada disso tivesse acontecido – Meu nome é Loki Dragneel Diggory. E acho que esse cara de quem está falando já não é uma das minhas opções para amigos.

– Um Diggory? – Falei sorrindo, talvez até demais – Interessante. O meu é Juliana.

– Eu sei.

– COMO? EU TO FAMOSA? – Perguntei com os olhos brilhando.

– Ãhn... Não. É que eu sei que a Manú estava andando contigo e eu tinha esperanças dela estar com você.

Olhei pra ele e previ tudo.

– Quer saber onde está a Kitsune hein? – Disse sorrindo maliciosamente.

– Não me olha assim. – Ele disse sorrindo ainda – É só que... Preciso dar o troco nela.