Dia De Folga escrita por DaniMines


Capítulo 1
Único




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“Ao fundo, o piano era tocado graciosamente junto ao vento. Uma doce melodia unindo a imaginação do ser humano e a natureza”

__Um pouco bobo talvez, mas com um belo significado.

O livro em mãos, ainda aberto recebia o olhar descontraído de Nanao. Um leve sorriso no rosto, os cabelos soltos sobre os ombros. Se aquele livro fosse gente( principalmente um homem), teria corado ao vê-la sorrir dessa maneira.

Respirou fundo, fechou os olhos para apreciar a brisa sutil que adentrava o recinto pela janela. Gostava de sentir o vento e as voltas que dava em seu corpo.

__Se ele fosse uma pessoas, seria bem pervertida – riu com o próprio pensamento – céus, tenho que parar de ler esse livro.

Fechou-o e pôs o livro, que antes encontrava-se em seu colo, na mesa de centro.

Estava um belo dia para a Ise. Apesar de nublado, as nuvens de chuva não pareciam trazer uma tempestade. O vento trazia o frio consigo, o que fazia daquela tarde perfeita par uma bebida quente e relaxante. Realmente tinha escolhido um ótimo dia para tirar sua folga.

Muitos problemas e desafios enfrentou todos os dias na Hachi Bandai. Caçar o seu capitão pela Seretei para assinar uns míseros papéis era um tanto exaustivo. Ainda mais que sempre precisava encontrar uma justificativa plausível para o atraso.

Mesmo com todos os problemas a Hachi, era sua casa. Por favor, ela havia praticamente crescido ali! Já havia recebido muitos pedidos e convites para outros esquadrões. Um mais ousado dizia que “ seu potencial seria melhor aproveitado...” a morena escrevera uma bela carta de rejeição. Nunca tinha ficado tão feliz em escrever um relatório.Ela pertencia a Hachi. E sempre pertenceria a Hachi.

__Nanao-chan....

A morena virou-se na direção daquela voz tão conhecida. Mas porque ele estaria ali? Não estaria ali para pedir ajuda com os relatórios, estaria? Então ele ouviria uma bela bronca.

__Taichou?! - entretanto, a sala encontrava-se vazia – estranho... muito estranho.

Levantou-se e foi até a janela procurando pela grande reiatsu de seu capitão. Nada. Ou estava ficando louca ou ele estava reprimindo sua reiatsu. Preferiu a segunda opção.

Conhecia seu taichou, ele não iria desistir tão cedo, seja qual for o motivo que o trouxera. Suspirou. Será que nem em sua folga teria um pouco de sossego?Pelo visto não.

E se brincasse um pouco? Poderia fingir que acreditara que ele tinha ido embora e fazer alguma coisa, sei lá, talvez uma dança. Corou dos pés a cabeça com tal pensamento.Que ideia era aquela? Ele era seu capitão e com certeza espalharia por ai se ela fizesse algo pervertido! Pe-pervertido? Por que ela tinha que fazer algo pervertido? Por que estava pensando nisso? Ela estava passando tempo demais com Rangiku-san.

Saiu e deitou-se no sofá frente pra janela. A chuva não tardaria a vir e queria aprecia-la. Fechou os olhos por um momento prestando atenção nos sons e numa certa energia espiritual. Lembrou-se dele, da sua voz que lhe pareceu um sussurro. E se ela aceitasse seus convites? Se por acaso, só por uma noite de ousadia... não. Ela era Ise Nanao e possuía algo chamado orgulho. Não iria tornar-se mais uma em sua extensa lista. Ela queria apenas ser a única.

O sentimento já era antigo, mas sempre fora reprimido. Ela nunca seria a única. Shunsui era alguém livre, que gostava de admirar as “belezas” da vida.Era alegre e descontraído, gostava de passar o tempo bebendo e conversando com os amigos sem ligar para o trabalho na Hachi. Afinal, ele tinha alguém que fazia as “coisas chatas” pra ele.

Eram opostos.

Mas opostos... se atraem, não?

Suspirou. Mesmo que tivesse ouvido a voz dele, provavelmente ele já teria ido embora.A chuva finalmente começara, leve mas estava ali.

Ela o queria. Queria ser forte para acreditar em suas palavras. Queria acreditar que eram verdadeiras.Acreditar que ele realmente a amava.

Fechou os olhos com força e deixou sua imaginação leva-la. Infelizmente (ou felizmente) ela o levou à ele. Com cenas nada puras.

O vento soprou pela janela arrepiando a pele da tenente, mas ela queria que fosse o toque da mão dele que a arrepiasse.Sentiu o vento passando por debaixo de sua roupa leve demais para um dia como aquele, porém queria a mão dele ali.

Nenhuma gota foi derramada dos olhos de Nanao. Não era necessário, a chuva derramava-se por ela.

__Por que faz isso comigo, taichou? - sussurrou – eu te amo... meu querido capitão. - desabafou. Nunca tinha dito tais palavras em voz alta, apesar de ser um sentimento antigo, era difícil admiti-lo.Ela era séria demais para permitir-se tal coisa.Finalmente encontrara algo tão quanto seu precioso orgulho.- Você não sairia com outras mulheres se soubesse não é? - dessa vez a pergunta saiu clara. A tristeza era evidente. - Você não me trairia, não é, Shun..sui?

__Nem por todo o saquê do mundo, minha Nanao-chan.

Ela abriu os olhos. Ele estava ao seu lado somente com o haori negro nem mesmo o chapéu de palha estava consigo.

__ Taichou? – sentou-se corando violentamente num vermelho tão vivo que daria inveja no cabelo de Renji. Ele havia ouvido. Isso não era um bom sinal.

__ Nee Nanao-chan, você não vai me expulsar, né? Está chovendo bem forte agora.- o capitão olhava pela janela a tempestade que caia lá fora. Parecia que o vento tinha trazido nuvens bem carregadas. Voltou a olhar sua tenente com um sorriso travesso no rosto e continuou – E não está um pouco frio pra vestir isso, Nanao-chan?

__ Hã?

Seria um choque para qualquer um que a conhecesse vê-la vestida daquele jeito. Quem iria imaginar a Ise-fukataichou de short de malha e camiseta? Não que fosse problema para o capitão ter as belas pernas torneadas de sua tenente expostas somente para si. Sem falar das madeixas livres.

Ah, mas ela não iria se importar com a insinuação de seu capitão. Estava em sua casa e DE FOLGA. Ele não poderia reclamar. Céus, ele estava invadindo sua casa! Que direito tinha de reclamar de suas roupas? Porém, não iria reclamar. Queria saber outra coisa.

__ O que faz em minha casa, taichou? - “ mantenha a compostura e esqueça que ele ouviu o que você disse” pensou a Ise.

__ Você não respondeu minha pergunta Nanao-chan!

__Estou em minha casa e tenho direito de vestir-me como quiser, capitão. - sua voz era séria, não iria se deixar abalar.

__ Cruel Nanao-chan!

__ Agora responda minha pergunta taichou. O que faz aqui?

__Estava com saudade da minha Nanao-chan!

__ E quem disse que sou sua “Nanao-chan”? - alfinetou.

__ Você mesma Nanao-chan – sorriu o capitão travesso.

__E eu poderia saber quando disse isso, taichou?

__Agora mesmo, quando disse que me amava.

A tenente congelou. E corou muito, como nunca pensou que coraria.

__Creio que o senhor está ouvindo coisas.

__ Nanao-chan é muito feio mentir. Você não deveria tentar me enganar. - aproximou-se um pouco de seus lábios zombeteiro. A Ise podia sentir a respiração do moreno em seu rosto.

Poucos centímetros os separavam. Estar tão próximo era uma tentação muito grande. Não sabia se conseguiria manter o seu orgulho daquele jeito.

__ Por que acha que eu a trairia, Nanao-chan? - Shunsui falou, despertando a tenente do seu transe.

A morena ajeitou os óculos e disse:

__O senhor não é do tipo que se contenta com uma só. É meio difícil vê-lo passar a noite sozinho.

__Mas eu estou solteiro Nanao-chan!

__ Você está solteiro há muito tempo taichou e velhos hábitos são difíceis de largar.

__Nanao-chan.. - desolado, esse era o estado do capitão da Hachi nesse momento. Enfrentar hollows era bem mais fácil do que lidar com o gênio da Ise.

__Creio que não há nenhuma razão para o senhor continuar a – ela não conseguiu completar a frase. Nanao estava surpresa, a boca do capitão pressionava a sua, enquanto suas mão agarraram a cintura da tenente, esta por sua vez continuava imóvel.

Nunca sua cabeça trabalhou tão rápido e ao mesmo tempo tão lentamente em toda a sua vida. O que ela iria fazer? Corresponde-lo e entregar-se a aquele beijo, aceitando seu sentimento? Seu orgulho gritava para afastá-lo dizendo que ele estava apenas brincando consigo. Que no final de tudo, iria descarta-la como todas as outras. Ela seria apenas mais uma. Por outro lado, arrependeria-se amargamente de não beija-lo. Não poderia negar que era o desejo de seu coração. O que era melhor, aproveitar o agora e sofrer no futuro ou sofrer agora e...ser feliz no...futuro? Há quantos anos sofria em silêncio ao vê-lo com qualquer uma? Desejando lá no fundo, ser uma delas?

Enquanto a morena continuava imóvel, o capitão pedia passagem com a língua, sem nenhum sucesso. Pelo visto ela não iria corresponde-lo. O capitão sentiu uma fisgada em seu peito, apesar de já estar acostumado depois de anos e anos de investidas fracassadas em faze-la ver a verdade, aquela era diferente. Doía muito mais. Afastou-se um pouco para fitá-la e teve uma enorme surpresa.

Ao sentir a os lábios livres de novo, a morena desesperou-se e selou-os outra vez. Não sabia se suas palavras eram verdadeiras mas... tinha que tentar...Estava infeliz sem ele, então mesmo que por pouco tempo, seria feliz.

Agora quem estava surpreso era Shunsui. O que passava-se na cabeça dela para recusa-lo um minuto atrás e agora, estava aí, o beijando carinhosamente.

Não conseguiu mais pensar em nada quando ela enlaçou seu pescoço, o puxando para mais perto. Ela pedia passagem... e como recusar?

O beijo começou calmo mas logo tornou-se cheio de luxuria. Ambos estavam embriagados ao sentir as sensações que o outro proporcionava. O capitão perdia a compostura ao sentir a Ise puxar seus cabelos com tanta vontade. E ela arrepiava-se, ao sentir as mãos de Shunsui passeando pelas suas costas. Aquele beijo carregava o sentimento de ambos. Depois de algum tempo, era inevitável a falta de oxigênio. Por fim, separam-se.

__Você não vai conseguir se livrar mais de mim, Nanao. - disse o Kyouraku enquanto a abraçava fortemente.

__Taichou... -sussurrou

__Hai?

__Se você me trair, eu te mato e ponho a culpa no saquê. - disse a tenente retribuindo o abraço, enquanto escondia o rosto do peitoral do Kyouraku.

__Não se preocupe, eu sou todo seu a partir de agora, – aproximou-se do ouvido da tenente e sussurrou – minha Nanao-chan.

Afastou-se um pouco do abraço, atordoada com o efeito que aquelas simples palavras lhe fizeram. Ajeitou os óculos corada e disse:

__Espero.

__Minha cruel Nanao-chan...como consegue ser tão fofa?!

__Fo- pelo visto, ele não ia deixar ela terminar uma frase tão cedo. E mais uma vez perdiam a razão com um beijo.


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Notas finais do capítulo

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