Jogos Vorazes - O Retorno escrita por valverdegyy, Carol Pantaleão


Capítulo 1
Capítulo 1 - Um Novo Começo


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal, como eu havia comentado nas notas da história, eu estou reescrevendo os capítulos, incluindo esse, por isso foram excluídos. Espero que gostem das modificações que foram e serão feitas.
Boa leitura!



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 Seis anos depois da guerra entre os rebeldes e a Capital, os distritos mais atingidos ainda estavam se reerguendo; os vitoriosos que sobreviveram estavam voltando à vida que tinham antes da revolta.

 

 Corro entre as árvores em direção à cornucópia, tendo Peeta ao meu lado. Atrás de nós, há bestantes tentando nos alcançar. Assim que avistamos o grande chifre dourado, corremos mais rápido na esperança de nos livrarmos das mutações que anseiam por rasgar nossa carne. Quando dou por mim, estou no topo, sem Peeta ao meu lado. Porém, há um embrulho em meus braços e ao abri-lo, vejo um recém-nascido com a garganta dilacerada. Sinto as lágrimas correndo em minha face, a criança me é extremamente familiar. Percebo então, que não há mais garras tentando chegar até mim. Ao olhar ao redor, há apenas grama. Respiro fundo, torcendo para que não haja nenhuma aberração me esperando lá embaixo. Desço.

 Assim que ponho os pés no chão, noto que não estou mais na arena. O lugar que me cerca agora é repleto de boas lembranças: era o local onde meu pai e eu vínhamos quando eu ainda era pequena. Mas tem algo diferente: há uma cova a poucos metros de distância e sei que é para o bebê em meu colo. Caminho lentamente em direção à sepultura e deposito a criança. Observo-a por alguns segundos e sou empurrada por alguém. Quando me viro, vejo rostos e sei que os conheço. Sei que são todos aqueles que eu matei – com ou sem a intenção. No mesmo instante, cada um joga um pouco de terra sobre mim; começam a me enterrar viva. Tento gritar, mas é inútil: a terra já me engoliu.

 Acordo assustada e gritando, despertando Peeta na mesma hora.

 - Katniss, foi só um sonho. Não é real! – ele sussurra em meu ouvido enquanto me abraça. Meus olhos estão cheios de lágrimas e não hesito em deixa-las escorrer sob minha face.

 - Pareceu tão verdadeiro! – digo as enxugando.

 - Vai ficar tudo bem, eu estou aqui. – seu braço me envolve com mais força enquanto uma de suas mãos acaricia meu cabelo.

 - Tudo bem, já passou. Foi só um susto. – me solto do aperto de seus braços e deito-me, evitando seus olhos e fechando os meus. O sono não demora a vir.

***

 Acordo com som de porta batendo. Penso em voltar a dormir, mas me vejo obrigada a levantar ao sentir cheiro de pão recém-assado. Desço as escadas e vou em direção à cozinha. Deparo-me com a mesa posta e Peeta entra no momento em que estou me sentando.

 - Bom dia! Teve algum outro pesadelo? – ele se senta de frente para mim.

 - Felizmente o resto da noite foi tranquila. Como Haymitch está?

 - O que acha? Completamente bêbado. Fiz um café bem forte pra ver se ele toma. Mas... – o interrompo.

 - Mas, conhecendo o Haymitch, ele jogará na pia e voltará para sua velha amiga, aguardente.

 - Não duvido. Mas e sobre ontem, quer me contar o que a fez acordar daquele jeito?

 - Apenas flashes da arena, como sempre.

 - Já que está melhor, podemos retomar a conversa de ontem. – ele deixa transparecer um sorriso malicioso, acompanhado de um olhar sugestivo.

 - Peeta, já tivemos uma conversa e você sabe a minha resposta. – digo pacientemente.

 - Só me explica o porquê de você não querer ter um filho agora. Qual é o seu medo?

 No mesmo instante, me lembro dos vários sonhos em que havia uma criança morta em meus braços, em especial, do sonho que tive esta noite.

 - Não quero falar sobre isso. Por favor, apenas compreenda que não estou preparada para ser mãe. Ainda há muitas feridas abertas! Vou dar uma volta, preciso pensar um pouco. – me levanto e vou pegar meu arco.

 - Katniss... – Peeta é interrompido pelo telefone. Ele o atende. – Alô...? É para você, Katniss.

 - Alô?

 - Katniss, aqui é a Presidente Paylor. Desculpe-me pelo horário, mas preciso que compareça a Capital amanhã.

 - Aconteceu algo?

 - Haverá uma reunião muito importante e quero que participe! Terá início às 13 horas. Traga o Peeta se desejar, mas é a sua presença que é indispensável. Você saberá do que se trata quando for a hora! Mais uma vez, peço desculpas pelo incômodo. Tenha um ótimo dia!

 - Obrigada... 

 - O que foi? Você parece confusa!

 - Paylor acaba de marcar uma reunião ao qual tenho que comparecer...

 - Ela não disse mais nada? – Peeta se senta ao meu lado no sofá.

 - Disse que eu saberia do que se trata quando for a hora. Começa amanhã, às 13 horas. – viro-me para ele. – Você pode ir se quiser.

 - Ela ligou pedindo que você vá, não eu. Mas irei com você até a Capital.

 Não é nada bom! Paylor me convocar para uma reunião... Por que será que isso me soa tão mal?

***

 Ir até a Capital pode ser maravilhoso para alguém que não tenha ideia da história de nosso país como uma criança pequena, por exemplo. Mas para mim, é como voltar no tempo e reviver os meus piores pesadelos. Para cada lugar que olho, vejo aquele horrível cenário de guerra com sons de explosões e gritos vindos de toda parte.

 - Katniss! Peeta! – Effie vem ao nosso encontro e nos abraça. – Achei que nunca mais os veria outra vez! – ela dá um enorme sorriso para cada um.

 Desde a última vez em que a vimos, Effie está um pouco diferente: possui olheiras e parece cansada, embora a maquiagem esteja forte. Mas continua extravagante em seus penteados, roupas e maquiagens.

 - É bom revê-la, Effie! – Peeta retribui o sorriso.

 - Você não mudou quase nada! – olho para ela com um ar de ternura. Apesar de alguns desentendimentos que tivemos, aprendi a vê-la e tê-la como uma amiga que sempre estará ao meu lado.

 - Venham! Temos muitas coisas para fazer e Paylor está ansiosa para que possamos ouvi-la! – olho para Peeta e ele assente. Vamos juntos!

 Ela nos leva para dentro de um formoso edifício na Capital. Há algumas pessoas circulando pelo hall. Enquanto entramos no elevador e subimos até o sétimo andar, Effie tagarela sobre como as coisas estão progredindo desde o fim da guerra. Parece que Paylor continua com uma ótima reputação e que todos estão de pleno acordo com suas medidas. Ainda assim, não deixo de sentir um frio na barriga como se algo dentro de mim estivesse me tentando dizer que as coisas estavam prestes a mudar.

 A porta do elevador abre revelando um corredor com diversas portas. Não há pessoas por ali e está completamente silencioso. Conforme caminhamos, o som de nossos passos ecoa, aumentando ainda mais a estranha sensação dentro de mim.

 - É aqui! – paramos em frente à última porta no fim do corredor. – Preparados? ´

 Então a porta se abre.


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Notas finais do capítulo

É isto pessoal! Em breve postarei o próximo pretendendo terminar essa história até o fim desse ano. Sinto muito por ter demorado tanto para voltar à ativa mas sinto que agora vai! Beijos e obrigado pela paciência e pelos comentários!



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