Me arrumei e sai do quarto, parece que o velho foi trabalhar mais cedo hoje, um alívio... Eu não sai para ir a escola a uns meses, meu pai preferiu assim e como sempre ninguém o contestou. Não que eu tivesse muitos amigos ou algo tipo, ao contrário, era bem reservado e solitário, mas ficar tanto tempo preso em casa é horrível, fui até a janela do meu quarto, que dá para um caminho de terra pouco movimentada, já que não temos vizinhos, fiquei um tempo observando, até ver ela passar com a sua cesta de flores, Uma garota de cabelo castanho, meio avermelhado curto, ela deve ter mais ou menos a minha idade e sempre vem com flores nas mãos, acredito que sejam pra vender, gosto de ve-la passar todas as manhãs, ela me lembra um pouca a minha mãe e é bem bonita, um dia se eu sair, se não, quando eu sair, vou falar com ela, perguntar como ela se chama e talvez eu compre um flor, talvez possemos ser amigos...Suspirei. "Pare de se encher de esperança, Tsuna, você nem sabe se realmente vai chegar a sair daqui algum dia", hoje é sábado, portanto meus professores particulares não viram, desci e alguns empregados me comprimentaram sorrindo gentilmente, " como você está? Ele pegou muito pesado?" perguntou um morena, "não, tudo bem" menti, na verdade ainda estava sentindo muita dor, mas o que importa? Eles não podiam fazer muita coisa pra me ajudar, pedi algo pra comer e fui a biblioteca, ler é um dos meus poucos passatempos, Quando leio eu me distraiu de tudo que está me acontecendo, leio quase todo tipo de coisa, peguei um livro chamado ''Cinderela'' e folhei, Cinderela também tinha perdido a mãe, só que a dela havia morrido, não fugido, e a outra mãe dela -a madrasta- a maltratava, como meu pai, Cinderela não foi ajudada pelo príncipe e sim por uma fada madrinha, as vezes eu me pergunto porque as protagonistas de contos de fadas sempre dependem de alguém, eu sou assim? Será que estou esperando demais que algo do tipo aconteça?