Solidão escrita por XxLininhaxX


Capítulo 1
Cap I Tristeza profunda


Notas iniciais do capítulo

- "blá blá blá..." Pensamentos



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Nos fundos da imensa mansão Kido, um jovem de cabelos loiros e belos olhos azuis estava sentado em um banco próximo ao jardim, absorto em pensamentos. Seu semblante era de profunda tristeza e solidão, e seus pensamentos expressavam todo esse problema:

- “ Droga! Uma casa tão grande e tão vazia para mim! Eu não sei o que eu ainda estou fazendo aqui. Desde que os inimigos pararam de nos atacar, minha vida se transformou em um verdadeiro inferno. Uma grande ironia, quem diria que o inferno seria tão calmo e cheio de paz como minha vida! A verdade é que eu não agüento mais viver! Quando eu estava lutando, minha vida tinha um motivo; salvar a humanidade e a minha deusa. Mas desde que as batalhas terminaram, minha vida ficou completamente sem sentido! E o pior é que não tenho ninguém para compartilhar essa minha dor. Sei que estou sendo egoísta, afinal, meus amigos têm suas próprias vidas e problemas. Mas, será que é pedir demais um pouco de atenção!” – suspirou e fitou por alguns instantes aquele belo jardim a sua frente, para depois voltar a mergulhar em seus problemas. – “ Não sei do que eu estou reclamando! Sempre fui sozinho e por que agora seria diferente? Pensei que ao conseguir amigos não ficaria mais sozinho, mas estava enganado! Nem mesmo meu melhor amigo, Shun, que sempre esteve ao meu lado, que salvou minha vida e que sempre me consolava, tem mais tempo para mim. Também pudera, agora que o Ikki decidiu morar na Mansão para ficar mais próximo ao irmão, Shun não vai perder seu tempo na minha companhia. Shiryu, um outro amigo que considero muito, está tendo um caso com Seiya. Eu sabia que aqueles dois se amavam e devo dizer que foi até bom ajudá-los a se entenderem. Mas não pensei na possibilidade de que quando o relacionamento começasse, eu ficaria ainda mais sozinho. Saori, minha deusa, anda muito ocupada com a fundação e com o Santuário, mal pára em casa. Então, com todos os meu amigos ocupados, eu não tenho mais a quem recorrer.”

O jovem pensou em voltar para dentro e dormir, já que não tinha nada melhor para se fazer. Estava cansado, não fisicamente e sim mentalmente. Ele precisava descansar antes de sair. Sim, por mais difícil de se acreditar, o jovem tão solitário ia sair para se divertir durante a noite. E por incrível que fosse parecer ele tinha um acompanhante. Queria descansar para ser uma companhia agradável, mas sua mente, por mais cansada que estivesse, não queria abandonar aquele lugar. Estava gostando daquele desabafo tão silencioso:

- “ Minha solidão se deve a uma única pessoa, seu nome: Ikki Amamya. Por que? Nem eu mesmo sei explicar! Nos últimos dias, me peguei observando-o várias vezes. Mas não como um amigo, e sim como um amante. Não sei se é apenas atração ou se realmente estou apaixonado, mas isso já não me importa mais. Simplesmente porque ele sempre deixou mais do que claro que não gosta nem um pouco de mim. Aquele ser desprezível, sempre procurando um jeito de me irritar ou de me envergonhar. Um idiota sem sentimentos! E mesmo assim, eu fico pensando nele o tempo todo, querendo estar ao lado dele, vê-lo feliz, sentir o toque daquelas mãos tão másculas me fazendo carinho... AH... mas a quem eu estou enganando, eu nunca poderei ter uma relação assim com ele! E essa sensação só me deixa mais angustiado! O jeito será voltar para as terras gélidas da Sibéria. Lá, pelo menos, estarei ao lado de minha mãe e de meu Mestre, que mesmo mortos, ainda me dão algum apoio.”

O jovem decidiu-se por esquecer seus problemas por enquanto e tentar se divertir durante a noite.

Ele entrou na Mansão, suspirando de tristeza. Não queria ver e nem falar com ninguém, tudo que queria era subir para seu quarto e descansar. Mas ele mal entrou na sala e Saori o chamou. Ela estava acompanhada de Milo e Kamus. O jovem não mudou sua expressão de tristeza, apenas sorriu de maneira forçada e cumprimentou a jovem e os cavaleiros:

- Finalmente te encontrei Hyoga! Preciso que me faça um favor. Eu terei que ir ao Santuário na próxima semana e gostaria que você... – Saori foi interrompida por Hyoga.

- Sinto muito Saori, não poderei tomar conta da fundação por você desta vez. Estou com alguns problemas aqui no Japão e decidi voltar para a Sibéria semana que vem. – Disse Hyoga direta e friamente.

- Voltar para a Sibéria? Quando decidiu isso? Que problemas você está tendo aqui? O que está acontecendo? – Perguntou a jovem um pouco preocupada.

- Não são problemas que mereçam sua preocupação. Com certeza posso resolvê-los sozinho. Agora, se me derem licença, vou me retirar para meu quarto. Sinto muito não poder ajudar Saori. – Antes de se retirar ele ainda disse. – Mestre Kamus, Milo, foi muito bom revê-los.

Então subiu para seu quarto, deixando os três muito preocupados. Milo cochichou no ouvido de Kamus:

- Você viu isso, Kâ? Tem alguma coisa errada com ele. Normalmente, quando ele te vê, corre e pula nos seus braços como uma criança quando reencontra o pai. Mas dessa vez ele estava impassível. Isso não lhe preocupa?

- Sim, mon ange. Depois eu falo com ele, algo me diz que ele está passando por maus lençóis. Não gosto de vê-lo tão triste assim.

- Normalmente eu sentiria ciúmes dessa relação de vocês, mas eu estou um pouco preocupado com o que pode estar acontecendo com ele. Ele estava com uma cara de enterro, deu até medo.

Kamus não conseguiu conter o sorriso, Milo sempre o fazia sorrir por pior que fosse a situação, mesmo que o comentário fosse inútil. Mas sua atenção se voltou para a deusa, que também estava preocupada:

- Kamus, existe mais um motivo para que eu chamasse você aqui e você já deve ter percebido qual é. Normalmente eu chamaria o Saga, já que ele é o novo mestre do santuário e me ajuda tanto quanto você com meus problemas da fundação. Mas esse comportamento do Hyoga tem me preocupado muito. Pensei que se você conversasse com ele poderia descobrir o que está acontecendo.

- Vou tentar tirar alguma coisa dele.

- Sei que sua relação com ele é mais forte que uma simples relação de mestre e pupilo e também sei que ele te respeita muito. Por esses motivos decidi que você seria a pessoa ideal para conversar com ele, já que ele não quer falar nada com ninguém.

- Não consigo ver nenhum motivo aparente para esse comportamento. Estou um pouco preocupado com isso. Realmente, sempre tratei Hyoga como um filho e sei que ele também me considera um pai. Tentarei descobrir o que se passa.

- Já que está disposto a ajudar, preciso lhe contar as coisas que andam acontecendo com ele nas últimas semanas.

- Quer dizer que o Hyoga está assim já faz tempo? – Perguntou Milo um tanto surpreso.

- Sim, esse comportamento não é de hoje. E pelo que parece só eu percebi isso.

- E quais seriam tais ocorridos? – Perguntou Kamus.

- Bom, primeiro é que ele tem andado muito abatido e muito sozinho. Não sei porque, mas das vezes que eu encontro com ele num dia, sempre o vejo sozinho e muito, mas muito triste.

- Se for assim, ele deve estar agindo desse jeito porque se sente sozinho, não acham? – Disse Milo.

- Pode até ser que essa seja a raiz do problema, mas, antes fosse só isso.

- E o que mais está acontecendo? – Perguntou Kamus já temendo a resposta.

- Essa semana ele já tentou se matar duas vezes. Mas graças aos deuses, não teve êxito. Em uma noite dessas eu acordei e decidi comer alguma coisa. Vi a luz do banheiro ligada, a porta estava entreaberta e pude ver tudo que ele tentava fazer. Ele se feriu um pouco, porém não teve coragem de cometer tal ato.

- Então a situação é ainda mais grave do que pensamos! Hyoga nunca faria isso! O que será que está acontecendo? – Disse Kamus.

- Não é só isso!

- Tem mais! – Milo estava surpreso.

- Sabem, é que todas as noites ele sai de casa e volta completamente bêbado.

- Bêbado? – Perguntaram Kamus e Milo.

- Isso mesmo. Ele sai de casa à noite e só volta pela manhã. Nunca disse onde ia, só fala que vai passear por aí.

- Como sabe que ele chega bêbado? – Perguntou Kamus.

- O Tatsume é quem abre a porta. Ele me disse que é impossível chegar perto do Hyoga e não ter enjôo por causa do cheiro forte da bebida.

- Isso é sério, Kâ! Desde quando o Hyoga bebe? Você sabia disso?

- Não Milo, nunca vi Hyoga bebendo. Realmente vou ter que conversar seriamente com ele. Preciso saber o que está acontecendo!

- Fico feliz em ouvir isso. Peço para que você faça isso logo se for possível. Sei que ele irá se abrir com você.

- Tomara que você esteja certa.

- Bem, agora vamos aos negócios, sigam-me.

Os três se dirigiram ao escritório de Saori, onde discutiriam alguns problemas da fundação.

Hyoga subiu para seu quarto e deitou-se em sua cama. Não queria dormir, estava apenas cansado, por isso fez questão de fechar os olhos. Mas estava sendo impossível relaxar, pois existia uma imagem que não saía de sua cabeça. E era justamente a imagem da pessoa que ele queria esquecer:

- “ Ikki!”

Por mais que ele tentasse pensar em outra coisa, não adiantava, sua atenção sempre se voltava para o mesmo foco; Ikki. Ele começou a ficar inquieto, não estava agüentando mais! Tinha que fazer alguma coisa:

- “ Droga! Desse jeito não vai dar! Ainda bem que eu vou voltar para a Sibéria. Quem sabe se eu ficar longe dele, esse sofrimento não acabe. E se não acabar, eu irei para junto de minha mãe; no paraíso.”

Concluído esse pensamento, resolveu tomar um banho frio para esfriar um pouco a cabeça. Detestava pensar na idéia de ter que se matar, mas aquela estava sendo a melhor saída. Tinha que parar de pensar isso, nem que fosse por um segundo.

Mais tarde, precisamente na hora do jantar, todos estavam à mesa esperando o jantar, menos Hyoga que continuava em seu quarto. Isso deixou Kamus e Saori ainda mais preocupados. Quando o jantar foi servido, Shun quebrou o silêncio que se instalou naquele lugar:

- Onde está Hyoga? Ele não vai jantar?

- Não sei, talvez ele esteja dormindo. – Disse Saori.

- Não sei porque se preocupam tanto com aquele Pato! Ele sabe se cuidar sozinho! – Manifestou-se Ikki.

- É que diferente de você, Ikki, nós temos sentimentos e, como amigos, devemos nos preocupar com ele. – Disse Shiryu.

- Eu concordo com o Shiryu, devemos nos preocupar sim com o Hyoga.

- Mas é claro que você tem que concordar com o Shiryu, Seiya! Vocês estão juntos, então não podem se contradizer. – Debochou Ikki.

- Eu ainda não terminei de falar, será que você pode ficar calado por um minuto ou será que isso é difícil!

- Humf...

- Como eu ia dizendo, eu concordo com o Shiryu, mas o Hyoga tem andado muito estranho ultimamente.

- E qual a novidade disso? Ele sempre foi estranho!

- IKKI!

- O que foi, Shun? Eu só falei a verdade!

- Muito bem, já chega! Já ouvi o bastante! Não quero que fiquem discutindo à mesa! Depois pensamos sobre isso! Agora comam antes que esfrie! – Disse Saori.

Os cavaleiros nada mais disseram e comeram em paz o resto do jantar.

Depois que todos terminaram, foram para a sala de televisão, alguns para conversar e outros para relaxar. Mas havia uma certa pessoa que estava um pouco agitada. Ikki, que sempre ficava distante do grupo de amigos, estava sentado no parapeito da janela, mergulhado em seus pensamentos:

- “ O que será que deu naquele Pato? Eu já notei que ele vem agindo de uma forma bem estranha nos últimos dias! Isso me preocupa! Não adianta tentar me enganar, sei que estou perdidamente apaixonado por aquele Ganso! Mas não posso sustentar esse sentimento! Porém, também não posso ignorar o fato de que meu Patinho está sofrendo. Droga! Estou em um beco sem saídas! Mas...”

Ikki foi tirado de seus pensamentos por alguém que resolveu se juntar ao grupo de amigos. Hyoga apareceu com aquela mesma cara de enterro que estava à tarde. Todos o fitaram por um longo tempo, pois mesmo estando bem arrumado, muito bonito por sinal, ele continuava aparentando estar muito abatido. Ninguém tinha coragem de perguntar nem comentar nada, o olhar de Hyoga estava mais sombrio que o normal.

Hyoga, vendo que ninguém falava nada, resolveu cumprimentar:

- Oi pessoal! Desculpem-me por não ter aparecido para o jantar, é que eu estava sem fome.

- Hyoga, você está se sentindo bem? Você está pálido! – Disse Shun.

- Impressão sua, estou muito bem.

- Vai sair? – Perguntou Saori.

- Vou sim.

- Aonde vai?

- Vou andar por aí. A noite está tão bonita, não acham? – Hyoga deu aquele sorriso melancólico que estava presente em seu rosto nos últimos dias.

- Não acho que essa seja uma boa idéia, você está com uma péssima aparência. Tem certeza de que está bem? – Disse Shiryu.

- AH! Não se preocupem, eu já disse que estou muito bem. Além disso, eu estou acompanhado.

Quando Hyoga disse isso, Ikki gelou. Quem seria a pessoa que estava roubando seu Patinho desse jeito? Não admitia aquilo! Não deixaria seu Patinho na mão de qualquer um! Isso ele garantia! Porém, ao concluir seu pensamento, mais alguém entrou na casa. Todos já o conheciam, mas nem todos gostavam dele:

- HEY! Hyoga, meu Patinho, anda rápido ou vamos nos atrasar!

- Kanon! – Todos se surpreenderam.

- Tá, já vou. Bom gente, eu tenho que ir. Té mais!

- Esperem um pouco! – Kamus, que até agora não tinha dito nenhuma palavra, resolveu intervir. – Onde pensa que vai com meu pupilo, Kanon?

- Ora Kamus! Eu vou sair com ele! Isso não é óbvio?

- Não vou permitir isso! Conheço muito bem suas intenções, não quero Hyoga envolvido nisso!

- Eu não faço nada que ele não quer. Não se preocupe, vou cuidar muito bem do seu pupilo, assim como tenho feito nesses últimos dias.

- Kanon, o Saga sabe que você está aqui? – Perguntou Milo.

- É claro que sabe! Ele sempre sabe onde eu estou. Eu liguei para ele faz pouco tempo, disse que tinha encontrado um garoto espetacular e que ele deveria conhecê-lo. Ele adorou e estava louco para ver quem era, mas a Saori não quis traze-lo. É uma pena, ia ser ainda mais divertido!

- Kanon, por que não está no Santuário? – Foi a vez de Saori falar.

- Não se lembra, Athena? Você me deu alguns dias de folga, e eu estou apenas curtindo.

- É mesmo, agora me lembro que estou dando descanso aos cavaleiros de ouro, mas pensei que fosse a vez do Aldebaran!

- É que ele trocou comigo! É uma pena que minha folga esteja acabando, o Hyoga é mesmo uma excelente companhia!

- Mau caráter eu já sabia que você era, Kanon, mas que você era covarde é surpresa.

- Eu já disse, Kamus, nunca fiz nada que Hyoga não quisesse. Se bem que é muito difícil segurar a barra, esse garoto é tão gostosinho! – Kanon fez questão de lascar um beijo em Hyoga, que parecia corresponder sem nenhuma hesitação.

- Ora seu... – Kamus começou a elevar seu cosmos e partiu para cima de Kanon, mas Milo foi mais rápido e o segurou.

- Kamus, violência não vai adiantar nada!

- SOLTE-ME MILO!

- Muito bem, já chega! Não quero brigas entre meus cavaleiros! – Disse Saori.

- Eu não fiz nada! É o Kamus que acha que o Hyoga não sabe o que quer! – Disse Kanon.

- EU! Só estou tentando evitar que ele ande com más companhias que nem você!

- CHEGA!

O grito de Hyoga deixou a todos surpresos. Era visível que ele estava irritado, não havia nenhum motivo para aquela confusão toda:

- Se eu sou o problema aqui, então eu prefiro ir embora! – Hyoga virou-se para sair, mas foi impedido por Kamus.

- Espera um pouco, Hyoga! Você não deve ir! Não permitirei!

- Mestre Kamus, eu sinto muito, mas não poderei obedecer. Como o Kanon disse, eu sei o que eu quero! Não estou com o Kanon à força! Você não pode me entender!

- Se você me explicar o que está acontecendo, talvez eu possa compreender.

- Não, nunca! Você nunca vai entender, simplesmente porque você nunca passou por isso! – Hyoga suspirou tristemente e continuou – Eu não quero continuar discutindo, Mestre. Você sabe que eu não gosto de brigar com você.

- Mas Hyoga...

- Eu vou embora, vai ser melhor assim. Vem Kanon!

- Você é quem manda, meu Patinho.

Hyoga e Kanon se dirigiram para fora da Mansão. Kamus ainda estava nervoso, não conseguia acreditar que Hyoga, aquele menino tão carinhoso, obediente e manhoso que vinha pulando em seu pescoço toda vez que o via, havia o desobedecido e tinha falado daquele jeito. Claro que ele sabia que Hyoga não era mais uma criança, mas ele ainda precisava dele. A verdade é que Kamus estava morrendo de ciúmes do Kanon, não queria perder seu pupilo para aquele projeto de cavaleiro. A pior coisa que Kamus estava sentindo era aquela sensação de inutilidade. Hyoga estava sofrendo, isso era visível, e Kamus não podia fazer nada para ajudar.

Depois de toda aquela confusão, Saori tinha que fazer alguma coisa:

- Kamus, eu sei que está nervoso, mas precisa se acalmar. Ficar assim só vai piorar as coisas.

- Relaxa Aquário! A verdade é que o Hyoga tá morrendo de vontade de dar! E ele escolheu o Kanon para se aliviar! – Disse Ikki.

- O que disse, moleque!

- Ikki, pare com esses comentários em relação ao Hyoga! – Disse Saori.

- Eu queria saber por que é só falar o nome do Hyoga, o Ikki fica tão nervoso?- Disse Seiya.

- Humf...

Ikki saiu da sala e foi para seu quarto. Tudo que aconteceu só fez sua cabeça ficar ainda mais confusa. Ele não queria assumir que estava apaixonado, mas ver o Hyoga beijando outra pessoa, e ainda mais o Kanon, o deixou completamente furioso! A cena do beijo tinha sido um choque para Ikki, ainda podia ver seu Patinho sendo beijado daquele jeito que ele tanto queria fazer. Ele parecia tão entregue! Queria que Hyoga estivesse beijando ELE, não aquele idiota do Kanon. Estava morrendo de ciúmes!

A noite foi se passando, já era madrugada. A rua estava deserta, somente um homem de longos cabelos azuis passava pela silenciosa praça. Ele carregava no colo um garoto loiro que parecia estar passando muito mal:

- Hyoga, você exagerou hoje. Está ardendo em febre!

- Não, Kanon... eu não exagerei... já estava passando mal... antes de sair... – Hyoga estava com dificuldades para falar.

- Então por que veio? Se eu soubesse que estava doente não teria trazido você!

- Sinto muito... não queria te... incomodar... mas é que... eu... – Hyoga não conseguiu evitar as lágrimas.

Vendo isso, Kanon sentou-se com Hyoga em um banco da praça. Kanon era o tipo de homem que gostava de festa, detestava ficar parado. Porém, era bastante sentimental; não gostava de ver pessoas queridas sofrendo e fazia de tudo para vê-las felizes. Não estava sendo diferente com Hyoga. Desde que conhecera Hyoga, se encantara com o garoto. Sempre achara que ele era tão chato e frio quanto seu mestre, mas não era bem assim. A verdade é que tinha se apegado muito ao Hyoga e não estava gostando de vê-lo naquele estado.

Hyoga estava tendo calafrios, a febre estava alta e ele tossia muito, dificultando a respiração. Kanon não sabia o que fazer, nunca foi muito bom em tratar de doentes. Decidiu levá-lo de volta para a Mansão, assim Kamus cuidaria dele, mas antes:

- Hyoga, você agüenta conversar um pouco?

- Sim... o que quer... saber... ?

- Quero que me conte o que está acontecendo com você. Sei que você sempre foi um garoto correto, afinal, é discípulo de Kamus. E mesmo que você seja diferente dele, dá para ver em seus olhos que você está sofrendo. Conte-me, o que lhe perturba?

Hyoga ficou em silêncio durante um tempo para depois voltar a fitar Kanon. Dessa vez seus olhos mostravam o quanto ele estava sofrendo, Kanon gelou ao ver aqueles olhos. Parecia que Hyoga estava guardando aquela mágoa dentro de si a muito tempo e, agora, ela estava saindo com toda a intensidade. Hyoga tinha os olhos marejados, não se agüentando mais, abraçou Kanon e desabou em lágrimas. Depois de um tempo, voltou a encará-lo e disse:

- Se eu te contar... promete que... não contará... para ninguém!

- Depende do que for, se eu achar que devo contar, não hesitarei.

- Então... promete que... se for contar... para alguém... esse será meu... Mestre Kamus!

- Prometo.

- Então eu contarei... tudo... Confio em... você...

Continua...


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Notas finais do capítulo

OIE!

Tá aí, meu primeiro yaoi. Gente, eu gostei muito de fazer essa fic, e espero q vcs estejam gostando!

Eu escolhi Ikki e Hyoga pq eu li algumas fics dos dois e me apaixonei! Eu espero q gostem! AH! Eu não sei postar fics em caps, se alguém puder me falar como é, me avisem, tá? Ficaria agradecida!

Bem, Ja NE! ^^v



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