Isto não é mais um romance água-com-açúcar escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 28
Nem sempre é seguro patinar no gelo ou fazer "puff-puffs" numa noite de inverno




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Ah, a magia do inverno... Os primeiros flocos de neve começavam a cair no Distrito Kabuki, dando um ar romântico a um ambiente que nada tinha de romântico para os casais de namorados que passeavam por ali. Passeavam abraçadinhos, procurando se esquentar do frio e agiam de forma extremamente piegas.

Se Gintoki se deixava contagiar por isso?

Não. Nem um pouco. Se havia uma coisa de que não gostava era do excesso de pieguice, como um anime shoujo extremamente meloso. Numa hora dessas, gostaria de se esquentar de duas formas. Uma, embaixo do kotatsu bem quentinho. Outra... Bem... Era com Tsukuyo, naqueles encontros na calada da noite, onde faziam “isso” e “aquilo”. Afinal, se isso não o esquentasse, nada mais o esquentaria tanto...

E o ex-samurai voltando a ter pensamentos pervertidos com a Cortesã da Morte... Não, não era hora pra isso!

Ele, Shinpachi e Kagura estavam indo a uma pista de patinação no gelo. Esta noite, queria retribuir aos dois pelo apoio que eles lhe deram naqueles complicados momentos recentes. Aliás, aqueles dois é que meio que o empurraram para Tsukuyo.

Os três chegaram a uma pista de patinação. Era hora da diversão. Após o ingresso ser pago, Shinpachi e Kagura logo estranhavam que haviam sido pagos apenas dois.

— Gin-chan – Kagura perguntou. – Não vai patinar, não?

— Prefiro ficar observando daqui.

— Você tá é disfarçando que não sabe patinar no gelo. – Shinpachi disse.

— Como é? – Gintoki entrou lá, tirou as botas e colocou os patins de gelo. – Está subestimando o cara que praticou snowboard usando o Shogun como prancha?

Snowboard não é a mesma coisa que patinação no gelo, Gin-san. – Shinpachi falou em tom de desafio. – Nem em cima do Shogun.

— Ah, é? Mas eu vou mostrar que sei, sim, patinar!

O Yorozuya tentou se apoiar discretamente em uma barra, a fim de poder se equilibrar. A verdade é que ele NUNCA havia botado um par de patins nos pés na vida! Mas NÃO, não iria passar vergonha diante de Shinpachi e Kagura. Nada disso!

Ele se arriscou a se soltar da barra de apoio, diante dos olhares dos dois. Suas pernas tentaram se firmar, mas bambearam logo que ele deu o primeiro passo. Tentou se firmar, não queria pagar um mico! Nisso, Seita apareceu e cumprimentou o garoto de óculos e a garota Yato e Gintoki olhou para o lado, vendo Tsukuyo e Hinowa ali. Distraiu-se por um instante, escorregou, desequilibrou-se e caiu de costas, acertando a cabeça no gelo e rolando de dor.

Se ele queria evitar um vexame, seu plano falhou clamorosamente! Não conseguira disfarçar que não sabia patinar no gelo e passou vergonha diante de mais gente do que imaginava. Pra piorar, ele tentou se levantar, ficou de quatro para conseguir ficar em pé, mas escorregara de novo e metia a cara no gelo.

Aquelas tentativas do Yorozuya se levantar eram dignas de um show de comédia pastelão. E, a ele, para evitar um papelão ainda maior, restou rastejar pelo gelo até sair dali e alcançar suas botas para ficar em pé pelo menos no chão firme.

Todo dolorido e gelado dos tombos, Gintoki fingiu que não conhecia aqueles dois que riam sem parar do seu vexame. Aliás, se arrependia profundamente de não ter dado logo o braço a torcer.

Contentou-se, pelo menos, em ficar escorado em uma das barras que cercavam o local, apenas olhando Shinpachi tendo umas quedas. Um garoto caindo não era tão patético quanto um homem adulto caindo.

— Você deveria ter admitido logo de começo que não sabia patinar no gelo, Gintoki. – era a voz de Tsukuyo que, naquele momento, tinha um tom zombeteiro.

— Já não bastam aqueles dois fazendo hora com a minha cara por isso? – o Yorozuya perguntou emburrado. – Será que eu sou o único que não sabe patinar no gelo?

— Eu também não sei. Mas não fiz pose pra impressionar. Apenas disse que não sabia patinar no gelo. Vocês, homens, gostam mesmo de tentar impressionar.

— Prefiro te impressionar entre quatro paredes. – ele disse com um sorriso safado.

— Você não anda muito tarado ultimamente?

— Não tenho culpa se você é gostosa.

Tsukuyo logo ficou vermelha como um pimentão, mas deu um pisão no pé dele, com o salto de suas botas. Ele, claro, teve muito trabalho de reprimir o grito de dor, porque um pisão feito por uma mulher, ainda mais com salto, doía pra caramba.

— Tá bom, tá bom... – ele murmurou choramingando de dor. – Desculpa...!

Nisso, uma grande onda de gelo veio por cima dos dois, onda essa causada por Kagura, que fizera uma curva e jogara todo o gelo neles, gelando todo o clima entre o casal. Gintoki se desfez do gelo todo e deu bronca:

— Kagura, olha pra onde você joga esse gelo, pirralha!

Nisso, a Yato estava já do outro lado patinando, havia aprendido rápido. E humilhava Shinpachi e Seita com a sua velocidade e sua força absurda.

Enquanto isso, o Yorozuya já queria aproveitar a distração dos três para dar suas investidas em Tsukuyo. Na hora em que estavam para dar aquele beijão, uma explosão fez o chão se estremecer e mais gelo da pista de patinação voou para cima do albino, que ficou todo coberto parecendo um boneco de neve.

O gelo acumulado em sua cabeça começou a se derreter ao mesmo tempo em que ele ficava vermelho e em ponto de ebulição! E, claro, soltou o berro:

— VAI DEVAGAR COM ESSE GELO AÍ, EU TÔ TENTANDO NAMORAR!

— VÊ SE NAMORA EM OUTRO LUGAR, CABELO-RUIM! – uma voz conhecida e irritante berrou em resposta.

Era Hijikata, que, com Okita, Kondo, Yamazaki e o restante do Shinsengumi, escoltavam o Shogun Tokugawa Shige Shige. Fumaça saía do cano da bazuca empunhada por Okita Sougo, indicando que ele fora o culpado do que acabara de ocorrer. Simplesmente o Capitão da Primeira Divisão do Shinsengumi havia disparado a bazuca para liberar o local para ser exclusivamente de diversão do governante de Edo.

Kagura ficou extremamente revoltada e foi atacar o jovem de cabelos cor de areia, porém Shinpachi e Seita tentavam trazê-la de volta à razão, ao mesmo tempo em que Gintoki começava a discutir com o Vice-Comandante Hijikata Toushirou. Kondo tentava usar um tom conciliador para evitar que os dois se atracassem e caíssem na porrada, mas era sumariamente ignorado.

Tsukuyo, que até então apenas assistia à discussão, se aproximou e começou a ouvir os dois rivais:

— Será que vocês não poderiam ir a outro lugar? – Gintoki estava bastante exaltado. – Vocês, sugadores de impostos, me atrapalharam bem na hora que eu ia dar uns “puff-puffs” na minha namorada!!

— Você poderia dar esses puff-puffs na sua namorada em outro lugar! – Hijikata contra-argumentou irritado.

— Em outro lugar não teria o mesmo clima! E ela já tinha baixado a guarda!

Nisso, a kunoichi loira chegou e deu mais um pisão no pé do Yorozuya, que imediatamente sentiu o golpe. E, subitamente, uma bomba de fumaça explodiu ali, fazendo com que todos ali presentes não vissem o que estava ocorrendo. Gintoki, Hijikata e Tsukuyo apenas sentiram uma espécie de rede os envolvendo e, devido ao efeito entorpecente da fumaça, acabaram perdendo a consciência.


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