Isto não é mais um romance água-com-açúcar escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 24
Um duro golpe




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Percorria o trajeto até Kabuki com muita pressa. Corria o máximo que podia, precisava encontrá-lo. Mesmo sendo tarde da noite, um horário considerado perigoso para uma mulher circular pelas ruas sob o risco de ser atacada ou algo do gênero, ela não se importava. Watanabe Miwa reuniu a coragem que tinha para recorrer a uma ajuda, que não era para ela.

Subiu as escadas e tocou a campainha, rezando para que ouvissem e a atendessem logo. E foi o que aconteceu. Shinpachi, que estava passando a noite na Yorozuya, foi quem atendeu, sem os óculos e esfregando os olhos sonolentos.

— Miwa-san...? – ele se mostrou surpreso. – O que faz aqui a esta hora...?

— O Yorozuya-san... Ele está aí? É sobre a Tsukuyo-sama!

— O que tem a Tsukuyo? – Gintoki apareceu esfregando os olhos. – Não vai dizer que ela, com três meses, já entrou em trabalho de parto.

— Não, não é nada disso... É que houve uma divisão na Hyakka e Aomame-san está querendo enfrentar Tsukuyo-sama e tomar dela a liderança!

— A Tsukuyo é uma mulher forte, vai ser moleza!

— Não. Porque Aomame-san é tão forte quanto ela. E está disposta a matá-la de qualquer maneira!

*

Em meio a toda aquela confusão, Tsukuyo enfrentava Aomame, a líder daquela rebelião interna da Hyakka. Após duelarem arremessando e esquivando-se de kunais, as duas partiam agora para o corpo a corpo. Era kunai contra kunai, ataque contra defesa e investida versus contra-ataque... Diplomacia já não cabia mais ali e a morena só tinha apenas uma barreira para conseguir seu objetivo. E ela estava bem à sua frente.

Em dado momento, Aomame conseguiu acertar em Tsukuyo um contra-ataque inesperado: um poderoso chute em seu ventre, fazendo com que ela fosse jogada para trás e caísse no chão. E isso ocorrera bem no instante em que o Trio Yorozuya acabava de chegar. Porém, Gintoki, Shinpachi e Kagura foram cercados pelo grupo aliado de Aomame, impedindo-os assim de seguir.

A Cortesã da Morte estava à mercê de sua adversária, que ameaçava jogar-lhe uma kunai que poderia ser fatal.

— Aqui termina a sua liderança sobre a Hyakka, Tsukuyo. Ou você renuncia e me proclama como a nova líder, ou você morre!

Não houve resposta da loira. Ela fez uma expressão de dor ao mesmo tempo em que levava a mão ao ventre.

Nisso, um gelo percorreu a espinha de Gintoki que, por impulso, tentou passar por aquele bloqueio feito pelas mulheres da Hyakka. Tinha um mau pressentimento, que o deixou aterrorizado.

— Gin-san – Shinpachi perguntou. – O que...?

Tsukuyo começou a sentir cada vez mais dor onde fora atingida. Uma dor cada vez mais forte... Cada vez mais cruel... E isso a fazia começar a chorar, evidenciando que era algo que poderia ser grave. Ao ver isso, o Yorozuya simplesmente correu para furar aquele bloqueio que o separava dela, sem se importar se eram mulheres que o impediam.

Estava dominado pelo terror que aquele mau pressentimento lhe causava.

— TSUKUYO!!

O berro do albino chamou a atenção de Aomame, que fez menção de atacar o homem que supostamente enfraquecera a então líder. Todavia, teve que se esquivar rapidamente de várias kunais que vinham em sua direção.

— Quem é você?

— Apenas uma “rival” de Tsukuyo. – foi a resposta da recém-chegada.

— Se é uma “rival”, por que a protege?

— Só porque sou a rival dela disputando o mesmo homem, não significa que eu queira matá-la.

— Mas que papo furado é esse? E quem é você?

— Sarutobi Ayame, ex-Oniwabanshuu, assassina profissional e stalker nas horas vagas!

— Saia da frente, quatro-olhos! Tenho uma liderança para assumir!

Nisso, Gintoki conseguira sair dali carregando Tsukuyo nos braços, enquanto ela chorava sem parar e se queixava das fortes dores que sentia. Ele aproveitara a deixa dada por Sacchan, que conseguira distrair Aomame. Enquanto o duelo delas se desenrolava, ele se preocupava em sair dali o mais rápido possível. Mas logo se deteve ao encontrar à sua frente quatro kunoichis mascaradas. Provavelmente inimigas, pensou.

— Saiam de perto, ou não serei nada cavalheiro! – ele advertiu.

— Estamos ao lado de Tsukuyo-sama, não se preocupe! – uma delas disse.

*

Os minutos se passavam como se fossem uma eternidade para Gintoki. Continuava a ter aquela sensação horrível de que algo grave estaria para acontecer... Se já não havia acontecido.

Foi quando apareceu o médico que estava atendendo Tsukuyo. Por sua fisionomia, a notícia não seria nada animadora.

— Sakata-san – ele disse ao albino, que sentiu mais uma vez sua espinha gelar. – Eu tenho duas notícias para te dar... Uma boa e uma ruim.

Estava quase certo de que a notícia ruim era uma bomba daquelas. Queria muito, muito estar errado e apenas com neuras à toa.

— Qual é a boa notícia?

— Tsukuyo-san está bem, não corre perigo algum.

— E... Qual é a notícia ruim?

O médico pareceu escolher bem as palavras até dizer:

— Sakata-san, ela teve um aborto espontâneo. Em outras palavras, ela perdeu o bebê que estava esperando.

O albino ficou completamente sem fala. Sabia que algo ruim iria acontecer, mas não imaginava isso! Suas pernas logo bambearam, obrigando-o a se sentar. Estava completamente em choque, totalmente sem chão. Aquele bebê que estava se formando fora uma surpresa, mas já tinham alguma expectativa quanto a ele.

Fora um duro golpe. Se para ele, que naquele momento tinha a desolação estampada no rosto, fora duro, imagine para Tsukuyo receber tal notícia?

Respirou fundo e se levantou, para dirigir-se ao telefone público mais próximo dele. Tirou do bolso da calça um papel, o qual desdobrou e revelou um número. Fez a ligação a cobrar e esperava, cabisbaixo, que fosse atendido.

Logo que ouviu a resposta à sua chamada, pediu:

— Passa o telefone pro Shinpachi.

Após alguns segundos, ouviu a voz do garoto:

— Gin-san? Onde você e a Tsukuyo-san estão?

— No hospital. Eu a trouxe para cá.

— O que aconteceu com ela? Ela tá bem?

Respirou fundo e engoliu seco. Com certeza o quatro-olhos perceberia isso do outro lado da linha.

— Gin-san?

— Ela está bem, mas...

O “mas” saiu estrangulado de sua garganta. Não podia desabar. Não devia desabar.

Homens não choram, caramba!

— Gin-san – o tom de voz do Shimura, do outro lado da linha, denunciava a preocupação. – Você tá bem? O que houve?

— A Tsukuyo... Ela perdeu o bebê! – ele finalmente disse com a voz trêmula.


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