Complexo da Solidão escrita por XxLininhaxX


Capítulo 2
Capítulo 2




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Sentiu alguém lhe segurar a mão. Ficou pendurado no penhasco. Seu corpo foi puxado para cima e sentiu braços lhe envolverem em um abraço carinhoso:

- Não pode morrer! Não permitirei! – Era Kamus.

- O que faz aqui? Deixe-me em paz! O que eu faço com a minha vida não é nem um pouco da sua conta! Você...

- Sssshhhh... está tudo bem agora. Não está mais sozinho.

- Solte-me! Eu não quero continuar sentindo essa dor! MANDEI ME SOLTAR!!! – Hyoga socava o peito de Kamus. Depois de um tempo, parou, Kamus ainda não havia lhe soltado. – Por que não me solta? Já não basta ter me rejeitado, me humilhado?

- Perdão Hyoga! Eu estava errado, devia ter lhe escutado, devia ter entendido seus sentimentos. Perdoe-me!

- Que diferença irá fazer? Eu perdi! Perdi para o Milo! Nunca consegui lhe fazer tão feliz quanto o Milo faz! Senti inveja, ódio, rejeição e humilhação! Odeio minha vida! Deixe-me voltar para os braços de minha mãe, de onde nunca deveria ter saído!

- Hyoga...

- Por que eu tenho que passar por isso? Nunca fiz mal a ninguém! Sempre dei meu corpo e minha alma em prol da humanidade! E sofro, sofro muito! Perdi minha mãe, perdi minha infância e agora perdi meu pa... quer dizer... meu mestre! Voltarei para os braços de minha mãe! Solte-me! – Hyoga chorava, mas Kamus não o soltava.

- Não! Quero você ao meu lado!

- Que diferença faz? Serei mais uma pessoa de tantas que você convive! Se eu não faço diferença para você, por que me quer ao seu lado? DROGA!!!

Hyoga chorava muito. Kamus o abraçou mais forte. Se não tivesse sido tão impulsivo, Hyoga não estaria assim agora. Afastou-se um pouco, segurando-o pelos ombros e limpou suas lágrimas:

- Você faz diferença sim! Se não fizesse, não estaria aqui e nem teria lhe segurado quando te vi caindo do penhasco. Você está muito enganado se acha que me perdeu para o Milo. Você não me perdeu, apenas ganhou um amigo. Sabe Hyoga, quando fiquei sabendo que tinha ido embora do Santuário, fiquei tão chateado que quase adoeci. E quando soube que voltaria fiquei tão feliz que nem consegui dormir direito. Quando vi você me desafiando, fiquei decepcionado, achei que tinha falhado como mestre. Fiquei confuso e nervoso. E, agora, depois do que eu descobri, quando vi você caindo do penhasco quase entrei em desespero! Você é como um filho para mim, tenho orgulho de ser seu mestre! E não será o Milo e nem ninguém que vai conseguir me separar de você!

- Você é um bom ator.

- Como é?

- Sabe, não precisa mentir para mim. Eu sei que não sou nada para você! Se eu significasse tudo isso que você me disse, você não teria me trocado pelo Milo! Depois que o Milo apareceu, você nunca mais foi o mesmo comigo! Eu perdi! Admito, não posso separá-los pois seria injusto e egoísta. Agora me deixe sozinho e vá ser feliz com o Milo longe de mim!

- Hyoga, eu sei que você quer que eu o odeie, e isso não vai funcionar. Peço perdão se lhe tratei mal ou com indiferença, não era minha intenção. Eu não estou encenando, tudo que eu falei é verdade. Você precisa acreditar em mim! Eu prometo que a partir de hoje te darei mais atenção.

- Deixe-me sozinho, preciso pensar.

- Jamais lhe deixarei novamente, não sei o que você pode fazer se eu lhe deixar sozinho.

- Não tentarei me matar de novo, é uma promessa!

Kamus o olhou desconfiado. Era melhor deixá-lo mesmo, talvez fosse melhor para que ele esfriasse um pouco a cabeça. Achou melhor confiar em Hyoga. Deu-lhe um beijo na testa:

- Não vou deixá-lo, tire essa idéia da cabeça.

E saiu, deixando Hyoga pensativo.

Quando voltou para o Santuário, todos queriam saber como estava Hyoga. Kamus explicou a situação, todos aliviaram-se. Kamus foi para sua casa descansar. Aquele dia tinha sido extremamente cansativo.

De manhã, Kamus levantou-se lentamente. Sentou-se na cama, tentando não acordar Milo. Queria saber se Hyoga estava bem. Quando decidiu levantar, viu um bilhete em cima de seu criado.

“Mestre,

Sei que o que me disse ontem é verdade, acredito em você. Mas, quero que entenda que não posso mais ficar ao seu lado. Só lhe trouxe problemas desde que voltou a vida e não é isso que eu quero. Peça desculpas a Milo por mim, não quero que ele fique com mágoas. Perdão por sair sem me despedir, mas acho que não suportaria lhe ver novamente. Fiquei muito feliz em saber que você me considera um filho, saiba que também te considero como um pai. Espero que seja feliz! Talvez eu venha visitá-lo, não sei ainda. Perdão, meu pai de coração.

Com carinho,

Hyoga”

Kamus caiu na cama, suas pernas ficaram bambas ao ler aquele bilhete. Milo acordou e viu Kamus paralisado com um pedaço de papel nas mãos. Pegou-o e leu, também ficou surpreso. Pensou que tudo se resolveria, mas estava enganado. Abraçou Kamus.

*Dois dias depois. Na Sibéria.

Hyoga estava sentado no chão da sala de sua cabana. A sua frente havia uma lareira, onde mantia-se aquecido. Estava com os olhos vermelhos, ainda saíam lágrimas de seus olhos. Não queria ter ido embora do Santuário, mas já havia perturbado demais. Só trouxe problemas ao seu mestre e agora queria ficar sozinho, sem ninguém. Já havia causado muitos problemas às pessoas que amava, o único jeito de não fazer isso, então, era se afastar. Mas, será que conseguiria ficar sozinho por muito tempo? Só com dois dias já estava deprimido. Seu rosto estava corado, ele estava doente. Tinha febre alta, delirava às vezes e sentia um desânimo muito grande. Provavelmente isso foi consequência do seu problema emocional. Estava realmente deprimido e abalado. Queria tanto voltar aos braços de sua mãe. Ela era a única que conseguia confortá-lo. Nos braços dela, ele sentia-se bem, feliz, leve. Era como se ela fosse a solução de todos os problemas. Ou então como em um lugar, um esconderijo, onde fugia de todos os problemas para viver um mundo totalmente irreal. O valor que sua mãe possuía superava a qualquer preciosidade que o mundo poderia oferecer. Daria sua vida para ver, nem que fosse só mais uma vez, sua mãe novamente. Poderia mergulhar no fundo do mar e vê-la de novo, mas seria arriscado. Ela estava presa na escuridão profunda, onde ninguém nunca havia chegado antes. Ele poderia fazer isso, já tinha força suficiente para tal feito. O problema é que se acontecesse alguma coisa, seu mestre jamais o perdoaria, pois havia prometido não tentar se matar novamente. Estava em um beco sem saídas, ou morria nos braços de sua mãe ou morreria no frio da solidão. Seus olhos pareciam duas cachoeiras, de onde caíam lágrimas sem parar. Sua vida era mesmo uma coisa insignificante. Não conseguia achar motivos para continuar a viver. Queria explodir, em mil pedacinhos, queria desaparecer por completo, queria morrer.

*No Santuário.

- Kamus, não me complique dessa forma. Eu não posso permitir que você e Milo vão atrás de Hyoga. Primeiro, não sabemos onde ele está. Segundo, prometi para mim mesma que mais nenhum cavaleiro sairia do Santuário.

- Então por que permitiu Hyoga de partir? – Perguntou Kamus.

- Ele não me deixou escolha. Não sei se você foi capaz de sentir, mas a alma de Hyoga estava completamente negra. Ele está preso na escuridão de seus complexos. Nunca tinha visto uma alma tão angustiada daquela forma. Pensei que talvez fosse melhor deixá-lo ir.

- Se você sabe da angústia de Hyoga, você não podia deixá-lo sozinho. Sozinho ele vai ficar pior, eu conheço aquele teimoso.

- Você provou que não sabe nada sobre ele há dois dias atrás, quando não conseguiu entender o que ele estava sentindo.

Kamus abaixou a cabeça. Não queria se lembrar daquilo, era vergonhoso. Sentia-se péssimo por saber que Hyoga estava naquele estado por uma falha sua. Sua conciência não o deixava em paz. Saori viu que tocou em um ponto fraco. Sentiu a tristeza de Kamus. Nesse caso, não teria outra opção:

- Tudo bem, permito que vá atrás de Hyoga. Mas quero que volte o quanto antes. Se não voltar dentro de um mês, eu irei pessoalmente buscá-lo. E não queira que isso aconteça.

- Obrigado Athena! Muito obrigado! Prometo voltar dentro do prazo! Trarei Hyoga de volta. – Kamus chorava.

Saori olhou Kamus saindo de seus aposentos. Queria tanto que seus cavaleiros pudessem ser felizes, ainda mais depois de tudo que tiveram que passar e por culpa dela. Sentia-se na obrigação de fazê-los felizes.

Kamus estava aliviado, tinha que encontrar Hyoga. Do jeito que aquele desmiolado estava poderia tentar coisas nada boas. Estava com um pressentimento ruim. Já imaginava onde ele estaria. Provavelmente na Sibéria. Lá era o seu lugar de conforto, onde gostava de ficar isolado. Kamus aprendeu muito sobre Hyoga no ocorrido de dois dias atrás. Sabia que ele já pensava como um adulto responsável, mas nem por isso deixava de ser um adolescente. E como nunca havia passado tanto tempo vivendo uma vida normal, com certeza estaria confuso. Kamus já sabia tudo isso sobre o pupilo, mas havia se esquecido dele depois de começar um relacionemento com Milo. Por isso, quando se deparou com um problema, ficou confuso a acabou cometendo uma burrada das grandes. Já sabia que Hyoga era imprevisível, mas dessa vez ele estava indecifrável. Sentiu mais uma vez sua conciência martelando sua mente.

Chegou em seus aposentos e foi direto para o quarto. Encontrou Milo dormindo em sua cama. Sorriu. Aproximou-se e deu-lhe um beijo. Milo abriu os olhos lentamente e também sorriu:

- E então? – Disse levantando-se. – O que Athena falou?

- Ela disse que podemos ir, mas temos que voltar em um mês.

- Mas nem sabemos onde Hyoga está!

- Eu tenho uma idéia de onde ele possa estar.

- Em Paris?

- Não, essa seria uma opção muito óbvia. Mas eu sei que nesses momentos Hyoga prefere ficar ao lado da mãe.

- Entendo.

Kamus tirou uma mala do guarda-roupas e começou a arumar tudo que precisaria. As roupas de Milo já estavam lá, então ficaria mais fácil. Kamus estava com pressa, queria fazer isso o mais rápido possível.

*No dia seguinte. Na Sibéria.

Kamus e Milo haviam chegado. Milo parecia uma bola de roupas. Kamus ria muito disso, deixando o namorado irritado. Kamus estava com sua habitual roupa de treinamento. Agora, tudo que precisava fazer era procurar por Hyoga. Seguiram para a cabana onde ele costumava ficar. Encontraram a lenha queimada, ainda saía fumaça. Kamus alegrou-se:

- Ele esteve aqui. Já é um bom começo.

- Onde acha que ele foi?

- Eu já imagino para onde. – Disse Kamus pegando mais lenha e acendendo o fogo. – Fique aqui, será melhor. Você não está acostumado com o frio, então é melhor ficar e se manter aquecido.

Milo concordou com a cabeça. Kamus deu-lhe um beijo e saiu novamente.

Hyoga estava diante de uma cratera. Era o que separava luz da escuridão. Agachou-se e ficou a observar a escuridão abaixo de si. Queria tanto mergulhar e ir para longe daquele mundo cruel. Por que estava tão indeciso? Não era o que ele queria, morrer? Desaparecer? Então?! Por que não conseguia se mexer? Perdeu a paciência, levantou-se e decidiu ir logo.

Próximo dali, Kamus corria. Quando chegou em um lugar alto, pôde visualizar o mar congelado. Viu uma figura distante. Era ele! Correu ainda mais, tentou gritar para chamar a atenção de Hyoga, mas não funcionou. Chegou tarde, Hyoga havia pulado. Sem pensar, pulou atrás. Os dois nadavam em direção ao fundo. Quanto mais nadavam, mais escuro ficava. Kamus nadou um pouco mais rápido e conseguiu pegar um pé de Hyoga. Este, olhou para atrás e quando viu Kamus, desesperou-se. Tentou se soltar, mas Kamus o puxava com força. Hyoga já não estava muito bem. Kamus puxava-o de volta à superfície. Foi quando veio uma corrente que pegou os dois. Eles já estavam próximos da camada de gelo que os separavam da terra firme. Hyoga, debatia-se, tentando se soltar. Debateu-se tanto que bateu a cabeça na gelo e acabou desmaiando. Kamus finalmente encontrou a saída e pulou para fora, trazendo Hyoga junto consigo. Estava sem fôlego, mas conseguiu chegar à superfície. Deitou Hyoga lá e tentou socorrê-lo. Hyoga tossiu um pouco de água e acordou. Quando Kamus viu os olhos de Hyoga, percebeu que a situação estava pior do que pensava. Hyoga havia perdido o brilho dos olhos. Seus olhos estavam sem cor, sem vida, sem emoção. Estavam opacos e vazios como um abismo sem fundo. Kamus sentiu seus olhos marejarem, jamais pensaria que Hyoga poderia sofrer tanto.

Pegou-o no colo e o levou de volta à cabana. Chegando lá, Milo espantou-se com a cena. Tratou de correr para ajudá-lo. Pegou Hyoga dos braços de Kamus e o deitou no sofá. Kamus foi para perto do fogo, tentar se aquecer. Milo o abraçou pelas costas:

- O que aconteceu?

- Não sei nem o que pensar. Hyoga está pior do que eu imaginava. Milo, se você tivesse visto o que eu vi, você também estaria abalado. Hyoga perdeu o brilhos dos olhos. É como se ele estivesse morto, mas seu corpo ainda tivesse vida. Foi horrível.

Milo abraçou Kamus mais forte. Kamus chorou.

Depois de um tempo, Hyoga acordou. Encontrou Kamus e Milo, sentados a sua frente, olhando fixamente para ele. Kamus levantou-se e sentou-se ao lado do pupilo. Abraçou-o:

- Por que? Você me prometeu que não tentaria se matar!

- Eu que lhe pergunto! Por que? Por que não pode dar paz ao meu espírito? Por que quer me ver sofrer? Não percebe que eu estou no inferno? Minha alma está ligada a uma escuridão profunda, de onde eu não consigo sair.

Kamus não sabia o que estava acontecendo, não soube responder. Milo, vendo que Kamus estava abalado demais para responder, resolveu interferir:

- Hyoga, você acredita mesmo que se você morrer vai conseguir paz?

- Se a vida não me dá, só poderei encontrar na morte.

- Hyoga, por que despreza tanto a vida? Por que despreza tanto a felicidade? Você poderia estar feliz ao lado de Kamus e de seus amigos, mas parece que você gosta de sofrer. Não é tão difícil entender que Kamus lhe ama e que se preocupa com você. Não é difícil entender que você tem amigos com quem pode contar. Por que despreza isso?

- Eu não desprezo. Eu realmente não posso alcançar isso! Meu destino é viver isolado de todos.

- Por que pensa assim?

- Só causo preocupação, sofrimento e tristeza. Prefiro a morte a ter que ver pessoas amadas sofrendo por minha causa.

- Você já pensou que se você morrer vai fazer essas pessoas sofrerem ainda mais?

- Por que? Por que sofreriam por minha morte se eu só causo problemas?

- Porque eles te amam. Do mesmo jeito que você sofre pelas pessoas que ama, elas sofrem de lhe ver sofrendo. Isso é um sentimento recíproco. Não há nada que impeça isso. É natural, quando se ama alguém, querer o seu bem. Mas nem sempre é isso que acontece. Então, já que se amam, partilham dos mesmos sentimento seja felicidade ou tristeza.

Hyoga ficou calado. Kamus olhou para Milo num olhar de agradecimento. Kamus abraçou Hyoga ainda mais forte. Hyoga se aconchegou no peitoral largo de seu mestre e chorou. Seus olhos voltaram ao normal:

- Hyoga, nunca se esqueça que eu sempre estarei aqui. Eu amo você como um pai ama o filho. Se você sofrer eu também sofrerei, se você sorrir eu também vou sorrir. Mas, não importa a situação, sempre estarei ao seu lado.

- Eu tive tanto medo... tanto medo de lhe perder... tudo que eu queria era alguém... alguém que me escutasse... alguém que me desse carinho... fiquei tão perdido quando você distanciou-se de mim... – Kamus afagava Hyoga. – Achei que... que ficaria sozinho de novo... sozinho... como fiquei quando... quando minha mãe morreu...

Milo ficou com pena de Hyoga. Sabia que a culpa era dele por afastar mestre e pupilo. Mas não sabia que isso seria tão doloroso para Hyoga, pensou que ele reagiria bem ao ver o mestre feliz. Descobriu que Hyoga era um adolescente muito carente. Teve um trauma muito grande no passado, pois perdeu a pessoa que mais amava. Jamais poderia entender ou sentir o sofrimento pelo qual Hyoga passou.

Milo saiu do transe quando ouviu Hyoga falando:

- Milo... perdoe-me pelo... pelo que fiz... não tenho nada contra você... fico até contente de ver... ver que você conseguiu fazer meu mestre feliz... só peço que entenda meu lado... e perdoe-me...

- Não se preocupe com isso, está tudo bem agora.

Kamus continuava afagando a cabeça de Hyoga, enquanto sentia seu corpo se balançar com os soluços de Hyoga. Seu coração estava apertado, não gostava de ver Hyoga sofrendo daquele jeito. Apegara-se tanto a Hyoga. Lembrava-se de quando ele era apenas uma criança. Ele era extremamente manhoso, sempre que se machucava queria um carinho. À noite, Hyoga chorava. Kamus sabia o motivo de tanta carência, Hyoga sentia muita falta da mãe. Kamus sabia que isso era muito ruim para um cavaleiro. Chegou a pensar que Hyoga jamais se tornaria um cavaleiro. Enganou-se profundamente. Hyoga tornou-se um cavaleiro e um dos mais fortes.

Saiu do transe ao sentir Hyoga parar de chorar e se afastar:

- Perdoe-me, mestre Kamus. Não quero mais chorar na sua frente.

- Deixa de ser bobo Hyoga! Qual é o problema de chorar? Eu também chorei muitas vezes.

- Perdoe-me por fazê-lo chorar. – Hyoga estava cabisbaixo.

- Pare de me pedir perdão! – Kamus segurou o queixo de Hyoga e o fez encará-lo. Ele estava sério, mas depois deu um belo sorriso, tentando confortar Hyoga. – Você não fez nada de errado, você só estava confuso.

Hyoga sentiu seus olhos marejarem novamente, seu mestre estava fazendo isso só para acalmá-lo. Abraçou-o de novo:

- Obrigado, pai!

Kamus arregalou os olhos. Hyoga havia chamado-o de... pai? Ouviu direito? Seu coração se acalmou aos poucos. Sentiu alguma coisa estranha quando ouviu aquela palavra. Era gostoso ouvir aquilo.

Depois de um tempo, Hyoga percebeu o que tinha dito. Afastou-se completamente de Kamus e ficou extremamente corado. Tentou consertar as coisas:

- De... desculpe... eu... quer dizer... você... não... mestre... eu..

Milo sorriu. Realmente aqueles dois pareciam pai e filho. Milo sentia que estava em uma família. Olhou para Kamus e o viu sorrindo, sabia que ele tinha gostado de ouvir aquilo. Olhou para Hyoga e percebeu que ele estava quase roxo de vergonha. Começou a rir, chamando a atenção de Kamus e Hyoga:

- Do que está rindo Milo? – Perguntou Kamus confuso.

- Não percebem? Vocês dois realmente parecem pai e filho! – Milo riu ainda mais quando viu mestre e pupilo vermelhos.

- ISSO NÃO TEM GRA... – Hyoga parou no meio da fala, sentiu-se tonto e caiu nos braços de Kamus.

- Hyoga? Hyoga? Hyoga acorda!

Kamus colocou a mão na testa de Hyoga, ele estava quente.

- Hyoga?

Hyoga abriu os olhos lentamente. Sentia-se fraco. Agora lembrava-se, passou esse tempo todo sem comer nada e ainda chorando. Não era para menos ele estar fraco daquele jeito:

- Você está bem? Está com febre. O que aconteceu nesse tempo em que esteve sozinho?

- Eu... eu não comi nada... passei o tempo... tempo todo... na frente da lareira... chorando...

- Você o que?

Kamus sabia que não deveria ter deixado Hyoga sozinho. Bem, pelo menos agora poderia cuidar dele. As coisas finalmente se resolveram.

Fim v


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Notas finais do capítulo

Yooo Mina!!! ^^/

Eu num gostei muito do fim, ficou meio vazio, mas eu tava com preguiça de escrever mais ^^()!!

Bom, não tenho mais nada a dizer, então...

Ja Ne!!!

^^v



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