Cinco Anos Ocultos - Chair escrita por Verônica Souza


Capítulo 5
Pequeno Bass a caminho




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/424438/chapter/5

Blair acordou com o barulho da porta sendo aberta. Chuck tinha acabado de entrar terminando de se vestir. Os dois se olharam mas nada disseram. Chuck virou-se e colocou o seu terno. Ainda de costas disse baixo:
– Pedi a Dorota para que trouxesse o seu café na cama.
– Por que?
– Pensei que não estaria disposta suficiente para descer.
– Eu não estou doente.
Ele permaneceu em silencio, arrumando a gola do seu terno.
– Por que está me tratando assim?
– Não sei do que está falando.
– Está me tratando como se eu tivesse feito alguma coisa errada.
– Isso é coisa da sua cabeça.
– Olhe para mim enquanto converso com você.
Chuck virou-se e a encarou, em silencio.
– Não está feliz com a notícia? Quer que eu faça o que? Quer que eu...
– Não termine a frase. - Ele disse rapidamente e deu um suspiro. Aproximou-se e sentou-se ao lado dela na cama. - Eu estou sim, muito feliz com a notícia... Mas... Tem muitas coisas na minha cabeça nesse momento.
– Então trate de tirá-las daí, porque quando casou comigo você disse que queria constituir uma família. - Ela se levantou vestindo seu roupão. - E se não está satisfeito diga de uma vez, porque eu não quero que meu filho seja criado sem um pai. - Dizendo isso ela se afastou batendo os pés, deixando Chuck completamente contrariado.


**


"Flagra! Blair saindo de seu apartamento essa manhã. Ou a briga que ela e Chuck tiveram no lançamento do livro do Humphrey teve bons resultados, ou o solteiro mais cobiçado de NY está de volta. Iremos aguardar."

– Hey! - Nate entrou no escritório de Chuck e sentou-se na cadeira em sua frente. - Está precisando sair.
– Não sei se estou animado, Nathaniel. - Ele jogou seu celular em cima da mesa. - Não estou com cabeça para isso.
– Qual é Chuck... Você vai ser pai. Tem que comemorar.
Chuck ficou em silencio apenas olhando para Nate, isso foi suficiente para ele perceber o que se passava na cabeça do amigo.
– Não me diga que... - Nate se levantou e encarou Chuck. - Meu Deus Chuck! Você não pode pensar assim! Quero dizer... Eu também não concordei daquela aproximação dela com o Dan, mas eles já estão sem se falar a varias semanas... E... E ela não faria isso. Não mesmo.
– Não é isso... Eu sei que ela nunca faria isso. - Chuck respondeu em baixo tom.
– Então por que não fica feliz com o resultado?
– Você não entende... - Ele se levantou e virou-se de costas, observando a janela.
– Então me explica.
– É complicado.
– Sou seu melhor amigo Chuck, consigo entender qualquer coisa.
– Nathaniel...
– Você não pode guardar as coisas pra você! Você sabe que quando isso acontece você acaba descontando em quem...
– Eu tenho medo de não ser um bom pai, está bem? - Chuck virou-se aumentando o tom de voz. - Tenho medo de ser como o meu pai. Não quero que meu filho sofra com isso como eu sofri. A pior coisa do mundo é você querer ter um pai por perto e não ter. Tenho medo de ser como ele.
Nate suspirou e se aproximou do amigo.
– Você definitivamente precisa de uma bebida.


**

– B, não quero te ver assim... - Serena passava a mão nos cabelos de Blair.
– É impossível não ficar assim.
– Isso é algo que devemos comemorar. É uma alegria e tanto.
– Não sei se estou tão feliz com isso.
– Mas por que? Ter um filho é a coisa mais linda do mundo.
– Tenho medo S.
– Medo de que?
– Medo de não conseguir como da ultima vez. - Ela levantou sua cabeça do colo de Serena e a encarou. - Tenho medo de que a mesma coisa aconteça. Medo de ser feliz por algumas semanas e depois tudo isso ir embora.
– B, você não pode pensar assim... Aquilo foi realmente horrível, mas não quer dizer que vá acontecer novamente.
– Mas e se acontecer?
– Se... - Serena segurou sua mão. - Uma probabilidade muito baixa. Mas se... Tenho certeza que Chuck vai ajudá-la a superar como fez da ultima vez.
– Você acha? Ele parece tão desanimado com isso...
– Chuck deve estar com pensamentos demais. Nada que uma tarde com Nate não resolva.


**

"Parece que um pequeno Bass está a caminho. Estamos torcendo por vocês Blair e Chuck, e estamos esperando para que o pequeno não cresça revoltado como o pai."

Blair deitou-se pesadamente em sua cama, queria dormir durante dias, sem ninguém para incomodá-la. Passar a tarde com Serena a ajudou bastante, como sempre. Mas quando deitou a cabeça no travesseiro, todos os problemas voltaram. Chuck não tinha entrado em contato durante todo o dia, o celular estava desligado.
– Senhorita Blair... - Dorota entrou no quarto. - Trouxe seu jantar.
– Obrigada Dorota. - Blair agradeceu por não ficar sozinha. - Tenho que me alimentar direito.
– Absolutamente. - Dorota colocou a bandeja em cima da cama e sentou-se na beirada. - Como está se sentindo?
– Os enjoos passaram.
– Não quis dizer sobre a gravidez...
Blair a olhou e suspirou. Dorota era uma segunda mãe para ela, então com certeza saberia dizer quando ela não estava bem.
– Estou assustada. - Ela tomou um gole do suco.
– Eu sei o que está pensando senhorita Blair... E não se preocupe. Dessa vez dará certo. Senhor Chuck é um marido muito bom para a Senhora.
– É tão bom que passou o dia fora de casa e não deu notícias.
– Ele deve estar assustado com a notícia.
– Eu espero que seja só isso. Ah... Sinto falta da minha mãe...
Dorota sorriu e Blair não soube dizer por que, até olhar para a porta.
– Pensei que nunca ia dizer isso. - Eleanor sorriu entrando no quarto.

**

Chuck entrou em casa e pendurou o seu casaco. Olhou para o relógio, era meia noite. Blair provavelmente estaria esperando acordada, e com certeza iria querer uma explicação para o sumiço dele. Mas Chuck estava preparado. Estava preparado para dizer tudo o que ele estava sentindo, todo o medo e insegurança, e também toda a felicidade escondida por traz desses sentimentos.
Ele subiu as escadas e pôde ouvir vozes e gargalhadas. Estranhou Serena estar em sua casa tão tarde da noite, mas aproximando-se mais, pôde perceber que não era Serena.
– Eleanor. - Ele disse aparecendo na porta.
– Ah, Chuck! - Eleanor se levantou e foi até ele, lhe dar um abraço, que Chuck retribuiu com felicidade.
– Quando chegou?
– No início da noite. Dorota me informou sobre o que estava acontecendo e pensei que minha filha estava precisando de mim. - Ela ergueu as sobrancelhas, provocativa. Chuck sorriu sem graça e então olhou para Blair. A cama estava cheia de revistas com roupas de bebês. Blair olhava para ele como se esperasse uma explicação, e ao mesmo tempo aliviada por ele ter ído ao menos dormir em casa.
– Dorota, sabe o que estou com vontade de comer? Aquele suflair de abóbora que você faz. - Eleanor disse.
– Claro Senhora, vou fazer nesse momento.
– Queria que me ensinasse a receita... Sabe... Cyrus gosta muito desse Suflair...
As duas saíram conversando, deixando Chuck e Blair sozinhos no quarto.
– Que bom que sua mãe veio. - Ele disse se aproximando.
– Sim, é ótimo. Pelo menos tenho alguma companhia. - Ela o alfinetou, começando a guardar as revistas.
– Blair... Eu acho que te devo uma explicação.
– Ah, por favor Chuck, não quero incomodá-lo. - Ela disse ironica. - Se quiser você pode passar o dia inteiro fora sem dar explicações, acho que já está acostumando com isso.
– Blair. - Ele segurou o braço dela sutilmente, fazendo-a olhar para ele. - Por favor, tente me entender.
– Eu estou tentando te entender Chuck. É tudo o que estou tentando fazer durante essas semanas. Mas é difícil tentar entender alguém que esconde tantos sentimentos para si mesmo.
– Eu sei que não deveria esconder... E... Eu estou preparado para te contar.
Blair cruzou os braços aguardando a explicação. Chuck sentou-se na cama e abaixou a cabeça.
– Eu estou com medo Blair. Medo de não conseguir dar todo o amor e carinho que vocês dois merecem. Medo de não ser um ótimo pai. Medo de não conseguir conciliar trabalho e família. Tenho medo de ser como o meu pai foi para mim. E eu não quero isso. - Ele ergueu a cabeça olhando para ela. - Quando me casei com você, prometi a mim mesmo que seria o melhor marido do mundo, e quando tivessemos nossa família, eu seria também o melhor pai do mundo. Mas muita coisa passa em minha cabeça, e tenho medo de não conseguir. Eu não me perdoaria se não fizesse vocês felizes. Não me perdoaria se magoasse você mais uma vez. Não quero te decepcionar Blair, e nos ultimos dias é tudo o que eu tenho feito.
Blair olhou para ele com o coração disparado. Então era isso que estava acontecendo. Chuck Bass estava com medo.
– Me desculpe por estar tão ausente durante esses dias... - Ele se levantou. - Eu só não queria descontar todo o meu medo em você. Não queria voltar a ser o Chuck de antes, que guarda os sentimentos para si mesmo. Quero poder contar tudo para você, porque eu sei que apenas você pode me ajudar. - Ele segurou as mãos dela e beijou cada uma.
– Você não precisa ter medo. - Ela acariciou o rosto dele. - Você nunca será como o seu pai. Você mudou, e está mudando para melhor a cada dia que passa. Você será um pai maravilhoso, e eu não poderia imaginar uma pessoa melhor para ser pai do meu filho. - Ela sorriu emocionada e Chuck retribuiu. Ele a puxou pela cintura e a abraçou apertado. Um abraço que acalma, que somente Blair poderia dá-lo. - Pensei que não tivesse ficado feliz com a notícia. - Ela disse enchugando as lágrimas que caiam em seu rosto.
– Eu sou o homem mais feliz do mundo por saber que terei um filho com você. - Ele sorriu ajudando-a a limpar as lágrimas. - E se depender de mim vocês dois terão toda a felicidade que eu puder dar, nem que isso custe a minha vida. - Ele acariciou os cabelos dela e a beijou rapidamente. - Eu te amo Blair, nunca vou me cansar de dizer isso.
– Eu espero que não se canse mesmo. - Ela sorriu retribuindo o beijo e Chuck deu uma gargalhada. - Eu também te amo.
Ela sorriu e olhou para a cama.
– Melhor arrumarmos.
– Não. - Ele segurou a mão dela. - Eu quero ver. - Ele sorriu.
– Quer ver coisas de bebê?
– A partir de hoje quero te ajudar em tudo. - Ele pegou uma revista. - Tudo mesmo.
Blair abriu um largo sorriso. Os dois passaram a noite inteira escolhendo roupas, designer do quarto e nome. Claro que não chegaram a um consenso, mas isso ja é o começo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!