Castiel me prendia em uma abraço que me passavam confiança e proteção. Um dia eu tive esse abraço, mas agora, sei que nunca mais o terei. É bom aproveitar essa sensação.

Eu esqueci que eu estava abraçando o meu professor, e que estava manchando sua camisa com minhas lágrimas. Mas, agora, eu só pensava em “foda-se tudo”.

Castiel me afastou um pouco do seu corpo.

– Você quer sair comigo? – Ele perguntou.

Arregalei os olhos. Ele quer se aproveitar do meu momento frágil?! Bom, se bem que ele podia ter me beijado aquela hora... Nem acredito que pedi aquilo, foi humilhante.

– Sair? Quando? Onde? – Eu estava confusa em relação a isso, e a aceitar.

– Bom, nós poderíamos sair agora, tipo, sei lá – Riu – Tomar um sorvete e passear no parque? – Perguntou.

Tá, eu gostei disso. Já faz um bom tempo que eu não ia ao parque.

– Você não vai tentar nada, não é? – Suspeitei.

– Olha, foi você que me pediu pra te beijar – Riu, fiquei vermelha – Ei, relaxa, você parece muito tensa, só quero te ajudar – Sorriu.

– Só vou te dar UMA chance – Apontei o dedo na sua cara.

– Não vai se arrepender – Sorriu.

Acho que eu não devia ter feito isso. Por que eu aceitei sair com o meu professor? Porque eu estou mal, muito mal. Tudo culpa daquele...

– Bom, vamos? – Perguntou.

– Tá – Peguei minha bolsa.

Sai da sala com Castiel atras de mim. Saímos do colégio, e fomos até o parque. Não era necessário ir de carro, pois o parque é bem perto.

Castiel e eu não trocávamos uma palavra. Dei uma olhada nele, ele parecia bem distante. Em um momento, ele deu um sorriso torto, e algo dentro de mim se revirou. Eu havia comido algo estragado? Bom, acho que não é isso...

– Do que você está rindo? – Perguntei.

Ele somente apontou para um aluguel de bicicletas.

– Eu estava imaginando eu e você, ia ser muito engraçado – Riu.

Bufei. Não ia ser engraçado não. Até porque eu não sei andar de bicicleta...

– Quer andar de bicicleta? Eu posso alugar duas – Perguntou.

– N-não, isso é coisa de criança – Disse.

Ele começou a me observar.

– Coisa de criança? Disse a senhora maturidade que tem medo de trovão – Fiquei vermelha de raiva.

ARGH! Por que eu vim aqui mesmo?

– Cala a boca! – Eu disse.

Castiel então me olhou desconfiado.

– Você, por algum acaso, sabe andar de bicicleta? – Arqueou as sobrancelhas.

– E-eu... – Desviei o olhar.

Castiel pegou a minha mão.

– Tudo bem – Sorriu – Vou alugar uma, e vamos andar juntos – Falou.

Não sei, mas esse jeito dele está me lembrando a uma pessoa... Quem será? Bom, acho que é só impressão.

Castiel e eu fomos até o senhor que estava alugando as bicicletas e alugou uma azul. Achei ela bem bonita. Castiel subiu na bicicleta.

– Onde eu vou? – Perguntei.

– Na garupa – Sorriu.

Não acredito que vou fazer isso. Olhei com raiva pra ele, que só deu uma piscadinha pra mim. CACHORRO!

– Você é um diabo... – Falei baixinho.

– Só quando eu quero – Respondeu-me. Merda, ele me escutou.

Subi na garupa e sentei de lado, e Castiel pediu para que eu segurasse em sua cintura, pois poderia ser perigoso. Eu, obviamente, disse que não precisava. Mas quando ele começou a pedalar, pedalou muito rápido, e eu tive que abraçar sua cintura.

– Eu te avisei – Falou.

Não respondi. Somente dei um beliscão na sua barriga. Ele deu um baixo gemido de dor. Bem feito!

Passamos perto do lago do parque. Ual, estava bem bonito. Tinha várias crianças com seus pais, casais de namorados, casais de idosos passeando de mãos dadas. Era tão lindo...

De repente, quando estávamos passamos por um dos casais de idosos, que estavam sentados em um banco tomando sorvete, sorriu para mim e para Castiel. A senhora, olhou para o seu marido, e o marido dela sorriu, e ambos suspiraram.

– Acho que lembramos eles na adolescência – Castiel falou.

– Talvez... – Eu disse.

Castiel decidiu parar de pedalar, e decidiu parar em uma árvore gigante que tinha perto do lago. A arvore, tinha as folhas meio alaranjadas. Preciso dizer que era linda?

Castiel encostou a bicicleta no tronco da árvore, e deitou na grama. O que eu faria? Sentei na grama com as penas tipo indio. Vi uma cena muito bonita.

Um casal de namorados, estava passeando de mãos dadas, então, o homem parou e se ajoelhou. Ele delicamente, tirou do bolso uma caixinha, e a mulher já estava chorando. Ele estava a pedindo em casamento. Ela pulou em cima do homem, e os dois se beijaram.

– Cena bonita... – Falou Castiel.

– Brega, isso sim – Menti. Eu tinha achado muito bonito.

O Casal de idosos que tinha sorrido para mim e Castiel, estava se aproximando, com um belo sorriso no rosto.

– Olá – Disse a senhora – Eu sou Maria, e esse é o meu marido, Fernando – Ela se apresentou.

– Olá – Disse Castiel se levantando, também me levantei – Eu sou Castiel, e essa é Elena.

– Sabe, quando vi os dois andando de bicicleta lembrei da minha adolescência... Dá época que eu tentava conquistar Maria a todo custo – Fernando riu – Vocês são namorados?

– Não – Falei.

– Uma pena, vocês fazem um lindo casal – Disse Maria.

Fiquei vermelha, Castiel somente sorriu.

– Sabe como é, ela não me dá uma chance – Castiel falou.

Oi? Como assim?

– Oh, por que você não dá uma chance a ele? – Perguntou Maria.

– Porque ele nunca me pediu uma chance – Falei.

Por que eu falei isso? Merda.

– Nunca te pedi uma chance porque você é muito orgulhosa! – Castiel virou-se para mim.

– Você é um chato, desde o primeiro dia me irritou! – Falei, olhei pra ele.

– Eu só queria te ajudar – Falou.

– Me ajudar? Você só me confundiu! – Falei alterada.

– Confundi? Com o quê? – Perguntou.

– Com os meus sentimentos, droga! – Passei a mãos pelo meus cabelos – Você acha que eu sou tão fria a esse ponto? – Perguntei.

Castiel me olhou, agora parecendo mais calmo.

– Fernando, vamos deixar eles á sós – Disse Maria – Tchau.

Nem eu, nem Castiel respondemos.

– Que sentimentos você tem por mim? – Perguntou.

– Não sei – Falei – E você, o que sente por mim?

Castiel olhou para o chão. Ele não queria falar sobre isso agora. Comecei a andar em direção ao lago.

Por que eu disse isso? Minha cabeça está em confusão. Mas, devo lembrar em primeiro lugar, que ele é o meu professor.

Quando eu ia me aproximar do lago, Castiel deu um grito e veio correndo em minha direção. E me pegou no colo, então, pulou no lago.

– Você é doido?! – Gritei.

– Sim – Falou – Sou muito mais doido quando estou com você .

Então, ele me puxou pela cintura, e encostou seu corpo no meu. Seus cabelos ruivos estavam totalmente molhados, a lente de seu óculo também. Ele foi se aproximando, e de imediato fechei meus olhos, ele tocou meu lábios com os seus. Sua boca, por incrível que pareça, estava quente. Logo, ele pediu passagem com a língua, a qual cedi. Nossos movimentos eram quase perfeitos, no mesmo ritmo. Ele explorava minha boca, assim como eu explorava a dele.

Quando o ar começou a fazer falta, nos separamos. E todos, absolutamente todas as pessoas do parque estavam olhando para mim e Castiel. Quando nós olhamos, ele começaram a aplaudir.

– Que vergonha... – Falei.

– Depois disso, você pode me responder: Que sentimentos você tem por mim? – Foi direto.

E agora?