Eu e Armin nos beijando lentamente. É como se o mundo tivesse parado. O som da chuva só melhorava as coisas.

Aquele momento era único, porém eu não tinha certeza nenhuma do que eu sentia. Eu queria gostar realmente de Armin, ama-lo. Mas, faltava algo. Acho que se eu deixar para trás minha antiga vida, o que eu passei com Castiel... Seria melhor.

– Armin – Interrompi o beijo, ele me olhou – Eu quero ir na casa de Henrique – Falei decidida.

Armin me olhou surpreso.

– Elena, você está louca?! – Falou.

– Talvez sim! Eu só quero buscar algumas coisas que ficaram lá! Quero recomeçar Armin, quero recomeçar com você! – Disse rapidamente.

Ele sorriu torto.

– Você quer recomeçar comigo? – Passou sua mão suvamente pela lateral do meu rosto.

– S-Sim – Corei.

Armin me deu um selinho e me abraçou. Depois de alguns minutos, a chuva finalmente parou, e nós saímos da gruta. Fomos até o carro e Armin dirigiu até a mansão de Henrique. Ele disse que entraria comigo, eu disse que não precisava, mas ele insistiu. Toquei o interfone da casa e me identifiquei, logo abriram o portão.

Abri a porta da frente e Armin entrou logo atras de mim. Pedi para que ele esperasse na sala, e subi as escadas, junto com seu olhar preocupado.

Entrei onde era o meu quarto. Lá, somente peguei algumas fotos e meus documentos. Peguei uma mochila velha e coloquei tudo dentro dela. Sai rapidamente, e quando eu ia descer o primeiro degrau, escutei uma voz:

– Ora, ora, vejam quem voltou – Era Elisa. Virei-me para ela – O que aconteceu Elena? Sentiu saudades?

– Hã, como se eu fosse sentir saudades de você! – Falei.

– Calma, não precisa ser tão rude. Vai causar uma má impressão minha no seu amigo. Certo, Armin? – Ela sorria cínica.

Virei levemente o rosto e vi ele no fim da escada. Deus! Essa escada era muito longa!

– Elena, sabia que eu tenho uma novidade? E como você é minha irmã, mesmo que bastarda, achei que você deveria saber – Elisa dizia com um sorriso imenso nos lábios.

– Que novidade? – Ignorei o “Bastarda”.

– Lembra daqueles sócios do papai? Então, eles gostaram muito de você. E sabe, parece que ele vai vender você para eles! Isso não é ótimo? – Elisa ria.

Fiquei pálida. Meu corpo inteiro congelou.

– V-vocês não podem me vender! – Gritei.

Elisa foi até mim e pegou em meu braço.

– Claro que podemos. Você é a bastarda da família. Nós podemos tudo, e você nada! – Ela me apertou mais forte.

– Me largue! – Comecei a me debater.

Nisso, meu pé escorregou no degrau. Só me lembro de ouvir Armin gritando “Cuidado”, antes de meu corpo bater nos degraus e eu perder a consciência.

POV – Armin

– CUIDADO! – Gritei, mas era tarde demais.

O pé de Elena escorregou no degrau, e ela desceu rolando o lance escadas.

Quando acabou o lance, o corpo dela parou ao lado. Havia um corte em sua testa, e ela estava desmaiada.

– Elena! – Gritei e fiquei ao seu lado.

“Não posso toca-la. Tenho que ligar para a ambulância!” Foi no que pensei.

Peguei meu celular e disquei rapidamente. Dei todas as informações, e ela já estava á caminho.

Vi Elisa descendo a escadas como se ela fosse poderosa, e ela estava rindo. Rindo loucamente.

– Ótimo! Era isso que eu queria! – Ela chegou perto do corpo da Elena – Sabe o que eu quero, irmãzinha? Eu quero que você morra e vá pro inferno, desgraçada! – Ela chutou as costelas de Elena com força.

Fiquei com raiva. Com muita raiva. Não consegui me controlar. Fui até o lado de Elisa e bati em sua cara.

– Eu sei que não é certo bater em mulheres, mas você merece! Não vou admitir que você toque mais um dedo em Elena! E se tentar, eu vou esquecer que é uma mulher e te enfrentar de verdade! – Falei.

– EU QUERO QUE ELA MORRA! – Gritou na minha cara.

– SABE QUEM VAI MORRER? VOCÊ, SE NÃO CALAR A MERDA DA SUA BOCA! – Gritei.

Nesse momento, ela realmente ficou com medo.

A porta foi aberta e os médicos entraram, e logo fizeram os procedimentos para colocar Elena na maca e leva-la para a ambulância.

– Com licença, você é dá família? – Perguntou um médico para Elisa.

– Hã, eu nunca vi essa ai na minha vida – Disse e subiu as escadas.

Melhor mesmo que ela fique longe da Elena! Conversei para a médica e me identifiquei como o namorado de Elena. Eu a acompanhei na ambulância, e logo chegamos no hospital.

***

Três horas haviam se passado desde o acidente, e não recebi nenhuma noticia de Elena. Eu estava no hospital, com minha mãe, Alexy, Rosalya e, por incrível que pareça, Castiel. Achei que ele deveria saber.

Eu estava ansioso para saber como Elena estava. Se ela estava... Viva. Queria tanto estar com ela, vê-la sorrindo de novo... e saber que ela pode morrer... Meus olhos estavam enchendo de lágrimas.

– Armin – Minha mãe veio até mim e me abraçou.

Eu queria chorar, mas não podia. Tinha que ser forte, ou pelo menos, parecer.

Então, na sala de espera, entrou um homem de cabelos platinados e olhos com heterocromia. Quem era ele?

– Lysandre! – Rosalya gritou e foi correndo até ele.

Dava para perceber que os olhos de Lysandre estavam vermelhos, acho que devido ao choro recente.

– Rosa, como ela está? – Sua voz estava rouca.

– Não temos notícias ainda – Rosalya respondeu triste.

Olhei para Castiel, que estava olhando Lysandre meio torto.

– A família de Elena Price? – O médico chamou.

– Como ela está doutor?! – Perguntei desesperado.

O médico suspirou, então me respondeu:

– Temos um problema – Respondeu sério.