Depois de longos dias de caminhada Jenny já não aguentava mais andar, ela estava mais cansada do que nunca esteve. As três estavam chegando no portão de Gállio, principal portão que dividia Analict e Jonye. Analict era caracterizado por extensas florestas e alguns poucos desertos, porém nada além disso. Ninguém de Analict sabia como realmente era Jonye, pois quase ninguém atravessou o portão e aqueles que atravessaram não voltaram vivos.

Quando chegaram no portão foram o mais perto que podiam a uma distância segura, mas mesmo com tantas precauções descobriram o porque que ninguém saiu vivo daquele lugar. Um guardião as cercou rapidamente. Ele era aparentemente forte, cabelos negros como carvão, olhos verdes tão claros como se fossem água, lábios rosados, um sorriso sarcástico e roupas brancas bem rasgadas. Ele era um anjo, o que levou Jenny a pensar em algo tão clichê: Um anjo guardião. Suas asas eram grandes, talvez por isso ele se movimentasse tão rapidamente, só que também várias penas aparentavam destruídas.

-O que as donzelas fazem tão distante da capital de Analict?

-Viemos para uma revolução e precisamos atravessar-Gritou Jenny de forma impaciente.

Ele levantou o rosto para ver quem falara com ele de forma tão grosseira. Quando trocou um olhar com Jenny, no mesmo momento seu sorriso sarcástico sumiu, ele ficou surpreso. E perguntou:

-Quem é você?

Jenny não conseguiu responder por da mesma forma que ele, ela parecia surpresa, com vergonha, e sabia que já o conhecia de algum lugar.

-Não importa-Rosnou Analicta-Nós queremos passar, pode abrir logo esse portão?

Seu sorriso sarcástico voltou ao seu rosto -isso deixava Jenny sem graça- voou até o portão, que tinha um acabamento em ouro, brilhava muito a luz do dia, e tinha portas largas e altas. Ele se encostou no portão e disse:

-Venham, tenho algo a lhes propor.

Elas foram até o portão.

-Me levem com vocês, eu não posso mais servir ao reino, quero liberdade, assim como vocês aparentemente querem.

A oferta não poderia ser recusada elas tinham que passar o portão, não havia tempo para procurar outra forma de ir para Jonye. Então o tal anjo guardião que deixava Jenny sem graça, as seguiu pela sua jornada para encontrar Janiesta, a mulher que poderia ajuda-las na revolução, mesmo que Jenny nem soubesse quem ela fosse.

Ele chegou mais perto de Jenny e os dois começaram uma conversa:

-Meu nome é Allano, qual é o seu jovem dama?-Disse ele

-Jenny.-Jenny ficou vermelha de tanta vergonha

-Um fato curioso sobre os anjos guardiões como eu -Agora Jenny tinha certeza do que ele era- é que nós sabemos a história de todas as criaturas desse reino só de olhar nos olhos delas.

Jenny ficou em silêncio.

-Mas quando olhei nos seus olhos não consegui ver sua história. Aliás, não consegui ver nada além da palavra: Predestinada.