Voltei para o corredor da minha casa. Jeff me recebeu, mas antes que perguntasse alguma coisa, pegou em meu cabelo delicadamente, perguntando:

–- O que...houve com você?

–- Toby derrubou um pote com uma mistura desconhecida em mim. Mas não se preocupe, estou bem.

–- Mulheres: Sempre que falam que estão bem, é mais um motivo para os homens se preocuparem. (Né, Cold-kun :3)

–- Só que eu realmente estou bem.

Quando eu olhei para o corredor que levava ao meu quarto no segundo andar, vi Jack. Ele me olhava, mas não dizia nada. Abaixou a cabeça e subiu as escadas em silêncio. Ignorei Jeff e as outras pessoas em minha volta, logo voltando para meu quarto. Em vez de ver Tamashi, vi Mary, colocando roupas numa cama de xadrez roxa.

–- Mary?!

–- Kin-chan! Eu mudei de quarto, pois duas mulheres são melhores do que um homem e uma mulher. Homens tarados.

Mary lia uma revista parecendo a revista da “Capricho” humana, mas estava escrito “Creepy”. Coloquei a mão na testa, fechando os olhos.

–- Mary. O que DIABOS você está lendo?

–- A revista Creepy. Tantos Creepypastas lindos...

–- EXISTE REVISTA TAMBÉM?!

–- Claro que existe, nós também somos “humanos”. Temos o direito de amar. Acha que o Toby faz meu tipo?

–- Mary...Volta pro armário.

Empurrei Mary para o guarda-roupa mais próximo, fechando a porta em seguida. Mary dizia de dentro do armário:

–- Kin, acho que você está sozinha demais. Pega uma revista, você pode achar um homem para você!

–- VÁ.SE.CATAR!

–- Mas Kin, tem muitos livres para você...

Ignorei Mary, e fui para a mesa, arrumando o quarto, que continuava desarrumado. Puis os livros nas estantes, os lápis dentro dos potinhos onde se colocavam canetas. Provavelmente, Jack era a pessoa que havia feito aquilo tudo. “Desarrumar o quarto inteiro? Podia ter procurado sem bagunçar tudo...”. Demorei praticamente o dia inteiro. Não fui as outras aulas, por causa do pote de ácido. Eles achavam que podiam fazer algo errado, então me levaram de volta para a porta vermelha, que era a porta dos Killers. Ah, a divisão de Creepypastas são feitas por uma enorme sala, cheia de portas de várias cores. Em cima de cada porta tinha um nome. A minha era vermelha e estava escrita “The Killer”. Então, era fácil achar. A de Eyeless era azul escuro, e tinha escrito em preto: “Eyeless”, e assim por diante com as outras. Tirei uma mecha de cabelo da face, olhando o quarto arrumado. “Espera ai...Mecha de cabelo?! Meu cabelo é curto!” -- pensei. Corri até o espelho mais próximo. Meu cabelo havia crescido muito. Estava até um pouco acima da minha cintura. Mary havia saído do armário, e havia colocado uma presilha, sem eu saber.

–- Ficou linda!

–- Mary?!

–- De novo exclamando meu nome?

–- O que você...

–- Seu cabelo cresceu. Você ficou linda!

–- Mary, você enlouqueceu se acha que vou usar uma presilha...

–- Na hora de matar, quer que seu cabelo caia na sua face?

–- É assim com a Samara...

–- Mas ela sai da TV! É exceção!

Na hora, da televisão do quarto, uma mulher com os cabelos na face saiu. Ela olhou para nós e disse:

–- 7 dias.

–- Samara-chan, sou eu, Mary e Kin.

–- Ah, desculpa! Eu não estou mais indo para o quarto das minhas vítimas, não sei porque!

–- Elas não estão no canal certo, sacou? Canal, Sair da TV. Puts, piada ruim...

–- Muito ruim. A propósito, você é Kin, não é?

Samara disse, apontando para mim. Apenas assenti com a cabeça, logo fazendo a morena segurar minha mão, e balançá-la

–- Muito prazer! Sou a Samara! Ouvi dizer que é a filha de sangue do Jeff! Quando vi você aos 5 anos com Lindsey, eu a achei igual ao Jeff!

–- L-Lindsey?!

–- Sim, Lindsey. Aquela menina parece muito o Liu...Acompanho ela até hoje.

Segurei fortemente os ombros de Samara, olhando-a.

–- Onde ela está? Ela está viva?

–- Você se preocupa com ela!

–- Claro que sim! Ela é a minha amiga de infância!

–- Lindsey está viva! Calma!

–- ONDE ELA ESTÁ?!

Eu estava apertando demais os ombros de Samara, pois estavam ficando roxos. A soltei, fazendo-a massagear os ombros, que estavam doloridos. A mesma ficou me “olhando” como quem não acredita no que acaba de ouvir.

–- Você se preocupa mesmo hein...

–- Pode...Pode me dizer onde ela está?

–- Lindsey não está aqui. E vai atrapalhar a vida dela se for onde ela está. Amiga falsa.

–- ?!

–- Ela fala demais de você pelas costas.

Fiquei quieta. Podia ser invenção, ou verdade. Eu não sabia em quem acreditar mais. Em Samara, ou em minha cabeça. Cansada, acabei dormindo. Mas sonhei com algo estranho...

~Sonho~

Eu caminhava num lugar completamente escuro, com roupas brancas. Vi um lugar branco, e corri até ele, mas parece que uma “parede invisível” me impedia de passar. Olhei para o lugar branco, e vi uma pessoa de cabelos castanhos curtos, olhos verdes, roupas negras e um cachecol cinza escuro e cinza claro. Ela olhou para mim, e correu até mim, mas bateu também na parede invisível.

–- Lindsey!

–- Kin-chan!

–- Lindsey! Você...está viva!

–- E você também! Eu soube que sua casa pegou fogo! Eu morri de preocupação!

–- E você fugiu! Imagine eu!

–- Eu procurei meu pai, e o achei. Estou morando com ele, numa casa no meio da floresta. Minha vida é boa. A casa é de madeira, e ele me visita sempre. Nunca havia notado todas as cicatrizes no rosto dele...Mas ele tem outro cachecol igual ao meu! Ele que fez o outro. Ele caça Creepy...creepy...

–- C-Creepypastas?

–- Sim! E ele vai capturar um deles, uma que é filha do Jeff the...the...

–- Killer?...

–- Sim! Mas Kin...como você sabe sobre isso?

–- Eu...Eu sou filha de Jeff the Killer. Sou uma Creepypasta.

–- Então...! Meu pai vai raptá-la!

–- E...Lindsey, você é filha de quem?

–- Meu pai...porque você quer saber?

–- Eu estou suspeitando quem seja...

Lindsey tentou quebrar o vidro, mas não conseguiu.

–- Kin! Eu quero passar para o seu lado! Ele é branco! Como você fica num lugar branco e eu num negro?

–- Eu estou num lugar negro! Você está num branco! Mas Lindsey, não mude de assunto! Você é filha de quem?

–- ...Meu pai se chama Liu. E ele é irmão de Jeff The Killer, seu pai.