Julie estava muito feliz, finalmente havia encontrado seu pai. Mais tinha um porém em tudo isso. Ele não sabia que ela era sua filha.

Julie estava dormindo bem até que acordou de madrugada lembrando-se disto, para ele, ela era uma estranha menina que ele encontrou e a salvou de homens que ela nem queria imaginar o que poderiam ter feito com ela. Foi arriscado, mas valeu a pena, aquilo seria uma boa história para contar quando ela crescesse.

Ela se levantou pela metade e ficou sentada na cama imaginando em como contaria a Tony que ela era sua filha.

"Prazer meu nome é Julie, sou sua filha"

"E aí, nós não nos conhecemos mais eu sou sua filha sabia?"

"Fala velho"

"E aí pai, sei que demorou 11 anos mais eu sou sua filha"

— Ai que saco – Reclamou, pegando o travesseiro e afundando sua cara nele. – Devia ter falado logo que vi. – Ela disse para si mesma.

Logo amanheceu no quarto de hóspedes que tinha havia um banheiro que também era gigante. Ela fez sua higiene matinal e se trocou, arrumou bem o cabelo e antes de tudo resolveu ligar para Brad.

— Oi Julie – O menino que estava assistindo TV a desligou quando o celular em cima da pequena bancada ligou. Ele estava com cara feia, pois estava chovendo lá fora e seu pai havia ido trabalhar.

— Brad, eu não tenho tempo para nada, eu estou super nervosa. – A menina falou se encostando à parede.

— Eu pensei que já estava tudo bem. – O menino disse, levantando e andando lentamente até seu quarto. – O que foi ?

— Ontem a noite meu pai quase me atropelou, mas me salvou de alguns bandido e...

— Espera aí, que história é essa de bandidos? – Brad sentou na sua cama e parecia ter ficado um pouco zangado.

— Calma, não aconteceu nada Brad tudo já passou. – Julie falou. Dava para ouvir a respiração dele do outro lado da linha e parecia muito aliviado. – Eu ainda não falei para ele que sou filha dele, Brad. – Quando Brad ia dizer algo mais sua irmã mais nova apareceu na porta toda molhada, seu vestido azul estava encharcado e seus cabelos loiros estavam pingando – MOLLY! – Brad agora estava indeciso se falava com Julie ou ajudava a irmã. – Julie dá seu jeito aí. – Ele falou.

— Brad! – Julie falou alto.

— Opa, interferência. – Brad estava esfregando um papel de bombom que achou no chão de seu quarto no telefone.

— Brad. – Agora Julie só ouvia aquele barulho irritante do telefone. – Obrigada pela ajuda Brad Cooper. – Ela ficou irritada e se jogou na cama, olhando para o teto imaginando em como falaria para Tony que ela era sua filha.

E Brad, depois que desligou rapidamente o telefone virou a cabeça para trás e Molly ainda estava lá e seu cabelo loiro ainda estava pingando muito e para o irmão não brigar Molly fazia aqueles olhinhos.

— Você não vai me enganar com esses olhos tá eu vou contar pro papai que você brincou na chuva – Ele fica a encarabdo, mas era como se Molly fosse o gatinho do Shrek. – Ah tudo bem eu não conto, agora vai se enxugar. – A menina o obedeceu e ele sentou na cama, suspirando e pensando em como Julie se sairia, isso é se ela contasse, pois ela odeia quando desligam na cara dela.

Julie se levantou da cama, ela pensou bem e iria improvisar qualquer coisa o que ela queria mesmo era contar logo a verdade pois se não tudo que ela fez até agora teria sido em vão.

—Vamos lá Thalia Juliet Martinez Stark você consegue. – Ela falou com a mão já na maçaneta ao abri-la ela seguiu seu caminho, ficou ao mesmo tempo admirando aquele luxuoso e enorme apartamento, havia vários quadros do Homem de Ferro, de seu pai em revistas cientificas e empresariais.

Ao descer ela não viu ninguém, talvez ele ainda estivesse dormindo. Ela olhou no relógio, ainda era 9 da manhã, quando ela ligou para Brad ele parecia bem desperto já, talvez porque lá fosse uma hora a mais. Hoje, para sua alegria, era domingo e como era domingo não havia trabalho para ninguém, então ela teria mais chances de falar com Tony, ou melhor, seu pai. Ela não conseguia chamar ele de Tony, em sua cabeça ela já devia ir se acostumando a chamar ele de pai.

— Já acordada.... ahn Julie né ? – Julie se virou e viu seu pai. Respira fundo e pensou "É agora"

— Bem pa... Quer dizer senhor Stark já são 9 da manhã, eu estou acordada a algum tempo. – Julie disse, ficando perto da bancada da cozinha.

— Então eu dormi demais. – Tony disse para si próprio. – Então, ligou para ele?

— Ligar para quem? – Julie perguntou, confusa

— Seu pai, disse que ele viria lhe buscar. – Ele falou  indo pegar alguma coisa na geladeira.

— Ah sim ahn bem... Ai droga. – Julie bateu na testa e abaixou a cabeça.

— O que foi? – Ele perguntou, virando para a menina com uma caixa de leite.

— Tem uma coisa que eu tenho que te dizer. – Ela falou, levantando a cabeça.

— O que? – Ele perguntou, sério.

— Você conhece Louise, Louise Martinez? – Julie perguntou bem calma, mas isso foi o suficiente para ele deixar cair a caixa de leite da sua mão.

— Lo... Loui... Louise? – Ele gaguejaou perguntando.

— Sim, Louise Martinez, cabelos castanhos, olhos castanho esverdeados e pele clara.

— Si.. Sim ela foi uma namorada do passado mais foi uma coisa rápida, eu nem sei o que houve com ela. – Sua mão estava tremula e ele parecia estar suando.

— Não sabe o que houve com ela? – Julie perguntava aos poucos.

— Não. – Ele disse ainda tremulo e pegando a caixa no chão.

— E se quando vocês se separaram ela se mudou, estava gestante, teve uma filha, ela cresceu sem o pai sempre acreditando que ele havia morrido, e se esta menina herdou a inteligência, os cabelos negros e os olhos escuros do pai. – Julie deu um leve sorriso.

— Do que está falando? – Ele estava confuso.

— Tony, eu já devia ter lhe dito isto antes. – Ela respira fundo e diz. – Louise Martinez é minha mãe e você Tony é meu pai e eu rodei o país só pra te conhecer.

Era impossível definir a expressão de Tony, era como se estivesse confuso e em estado de choque. Agora, Julie não sabia o que fazer, pois ele não dizia nada, ele simplesmente sentou e ficou com expressão vazia e confusa no rosto. Depois de minutos de silêncio, a única coisa que saiu da boca dele foi uma leve gargalhada e uma frase, ele agia como se Julie estivesse mentindo.

— Você tá brincando né? - Suas gargalhadas aumentaram - Hoje não é primeiro de abril.