A Pequena Lady De Ferro escrita por Lady Danvers


Capítulo 1
De mãe para Filha


Notas iniciais do capítulo

Bem gente esta é minha primeira fanfic aqui no Nyah.

Espero que gostem.



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Escola Cristã de St Helena.

Austin, Texas

A escola de St Helena era para ser um lugar tranquilo, alegre com pessoas de um bom coração cristão... No entanto não era bem assim.

— Quem de vocês seus diabinhos fizeram isso? – Uma freira de meia idade cabelos loiros quase brancos e olhos castanhos claros olhava para as crianças enquanto apontava para a parede que estava riscada com desenhos de skates, bolas, crianças brincando e uma caveira, provavelmente a última que irritou mais a freira – Eu vou perguntar mais uma vez, quem desenhou uma coisa dessas numa casa sagrada como essa? – A mulher estava com tanta raiva que parecia um vulcão entrando em erupção. As crianças viraram a cabeça para trás com um olhar obvio para a menina lá atrás.

— O quê? – A menina levantou os braços, dobrando as mãos como se não soubesse de nada, mas todos a conheciam. Era nada mais nada menos que Thalia Juliet Martinez Stark ou como todos a chamavam, o terror do velho oeste, quer dizer Julie.

— Todos menos a Senhorita Martinez – A freira olhou diretamente para a menina que parecia não demonstrar tanto medo assim. Mesmo seu sobrenome sendo outros, todos a chamavam pelo nome da mãe. – Já podem sair diabinhos, quer dizer, crianças – Ela dizia crianças com certo desprezo. Aliás, aquela mulher era a freira Lucy, o irônico é que Lucy significava amável e de amável Lucy não tinha nada.

As crianças saíram e a freira Lucy se aproximou de Julie com as mãos na cintura. Julie era uma menina de 11 anos muito engenhosa, digamos.

— Como vai, tia Lucy? – Julie perguntou, irônica.

— Ora, sua diabinha – Ela apontou o dedo para a menina – Por que fez um desenho daqueles, Senhorita Martinez? – A freira disse, apontando para a caveira.

— Quem garante que fui eu? – A menina disse dando os ombros, para dizer a verdade ela só fez aquilo tudo para provocar as freiras.

— Ora, sua... – A freira pegou a menina pelo braço, mas antes que ela pudesse fazer alguma coisa, uma mulher apareceu na porta.

— Freira Lucy! – A mulher disse, em tom alto – Solta minha filha agora – A mulher andou rápido em direção à freira retirando o aperto da mão da mulher do braço da filha.

— Você sabe o que sua filha fez? – Ela apontou para os desenhos.

— Você tem provas? – A mulher de olhos azuis perguntou, deixando a Freira Lucy sem palavras.

— Não, mas – Antes da Freira sequer formular uma frase coerente, a mãe de Julie a corta.

— E mais nada. Anda Julie, pega suas coisas e vamos embora – A mulher disse e Julie, obedecendo à mãe pegou sua mochila roxa na estante saiu ao lado de sua mãe daquela escola.

A mãe de Julie respirava aliviada, como se houvesse tirado um peso das costas enquanto seguiam o caminho até sua casa. Louise, a mãe de Julie, tinha cabelos castanhos e lisos até os ombros, a pele era branca e meio rosada e seus olhos eram castanho esverdeados. Sua filha não parecia em nada com ela. Julie tinha pele clara, cabelos eram negros e os olhos eram escuros tanto que em uma noite de luar era possível ver a lua no olho de Julie.

— Tá zangada mãe? – A menina perguntou, esperando o sinal ficar vermelho para elas poderem atravessar.

— Não, filha – A mãe usava com os sapatos de enfermeira que Julie achava engraçado – Foi até engraçado, mas eu não podia rir.

— Acha que fui eu? – Louise olhou para filha com cara de "Tá achando que eu sou o quê?"

— Imagina, Julie – As duas riram.

— Se a senhora achou que sim, acertou, mas elas mereceram – O sinal ficou verde e as duas atravessam a rua. Julie olhou para o lado, onde conseguia ver um pai no banco do motorista olhando para trás e brincando com o filho, ao virar para frente ele sorria. Julie virou a cabeça para frente, meio triste. Andando mais alguns minutos, chegaram ao prédio em que moravam, um edifício simples com dois quartos pequenos mas aconchegantes.

Ao chegar, Julie jogou a mochila no sofá e foi correndo para seu quarto. Seu quarto era cheio de livros, principalmente de matemática a física avançados demais para uma menina da sua idade, mas ela entendia facilmente.

— Julie, se troca que eu vou fazer o jantar – A mãe gritou do corredor.

Julie apenas pulou na cama, pegando um travesseiro e colocando sobre sua cabeça.

— Como seria ter um pai? – Ela suspirou pesadamente.

Teria alguém para levá-la à escola.

Teria alguém para livrá-la das travessuras.

Teria alguém para fazer travessuras.

Teria alguém para ler histórias para ela à noite.

Teria alguém para ser protetor quando ela arrumasse um namorado.

Teria alguém para ajudá-la a fazer a lição, se bem que ela não precisava de ajuda nisso.

Ela nunca teve um pai. Sua mãe sempre dissera que seu pai havia morrido quando ela ainda estava grávida, quando sua mãe tinha 23 anos. Sua mãe conta que ela herdou muito da aparência dele, principalmente os olhos escuros.

— Filha, o jantar está na mesa – Louise anunciou, batendo na porta do quarto. Julie abriu a porta, mas não escondeu a tempo as lágrimas – O que foi, pequena? – Louise perguntou, correndo em direção à filha.

— Mãe – Julie disse, quase chorando. - Por que que antes de morrer o papai não quis nem saber da gente?

— Calma filha, eu te amo e é isso que importa. – Louise acalentou a filha.

— Eu pareço mesmo com ele, mãe? – A menina perguntou, esperando uma resposta positiva.

— Claro meu amor, principalmente os olhos. – Louise disse, carinhosamente – Bem, vamos mudar de assunto. Hoje tem seu prato favorito, advinha?.

— Macarronada? – Julie arriscou, com um sorriso no rosto.

— É isso aí – Louise confirmou. Em um salto, Julie foi correndo para a cozinha. Louise sorria, mas as lembranças do pai de Julie tornavam a tomar seus pensamentos mais uma vez.

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Onze anos atrás...

Louise estava no elevador, sorrindo com um envelope na mão.

Ao chegar no apartamento de seu namorado, o bilionárion Tony Stark, ela toma um susto. Tudo estava bagunçado, Tony estava deitado no sofá de qualquer jeito e na frente havia uma mesa com mais de 8 garrafas de vodka.

— TONY – Louise gritou.

— AHN O QUE?— O homem falou, rolando do sofá. Ele estava totalmente bêbado.

— O que é isso? – Ela disse, se aproximando.

— Ah, eu exagerei um pouquinho – Ele respondeu, balançando a cabeça e depois gemendo de dor .

— Por que fez isso? – Louise reclamou. Odiava vê-lo desse jeito – Disse que ia parar – ela estava, com toda a razão, decepcionada.

— Vai querer mandar na minha vida agora? – Ele reclamou, sentando no sofá. Louise se aproximou, tentando não vomitar com o cheiro forte de álcool.

— Sabe o que é isso? – Ela colocou o envelope na frente dele. Tony puxou o papel da mão dela e abriu rápido demais, nem devia estar prestando atenção no que lia, mais prestou na ultima frase.

Um mês de gestação.

Tony não teve reação a não ser rir, ou melhor, gargalhar. Bem alto.

— Não brinca comigo, mulher – Ele colocou a mão no ombro de Louise que se afastou.

— Tony, por que eu estaria....

— Ah já entendi você é uma daquelas "mulheres" - Ele a interrompeu.

— De que tipo de mulher você esta falando, Tony? – Louise perguntou, os dentes cerrados de raiva contida.

— Aquelas INTERESSEIRAS – Ele se aproximou e gritou ao lado dela, mas estava tão bêbado que a própria voz lhe causou dor de cabeça. Louise estava se segurando para não chorar. De raiva ou pesar, ela não sabia.

— Tony eu... –Ela colocou a mão no rosto, tentando esconder as lágrimas que teimavam em cair.

— AH, para de choro – Tony perdeu o equilíbrio e caiu no sofá – Quem é o pai, hein? – ele perguntou, com ironia – Ou tá querendo jogar a criança para cima de mim?

Louise não teve reação alguma com as palavras dele. Apenas andou até a porta e saiu sem dizer nenhuma palavra. Ao sair da casa, fechando a porta com toda força que ainda lhe restava, ela seguiu seu caminho até o elevador daquele corredor vazio. No confinamento do elevador, Louise deixou as lágrimas caírem, se sentindo tola por acreditar em tudo o que Tony havia lhe prometido. Pois bem, ela nunca precisou da ajuda de ninguém e não seria agora que iria se rebaixar, ainda mais por Tony Stark.

Ela criaria a criança sozinha e faria um ótimo trabalho.

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— Mãe, a senhora vem? – Perguntou Julie, com a boca um pouco suja de molho.

— Sim, já estou indo – Louise respondeu, voltando ao presente.

Julie podia ser parecida com ele e ter as mesmas aptidões para ciência, mas não era arrogante e egoísta como Tony e nunca seria. Por mais que Julie sentisse falta de uma figura paterna, ela com certeza estava melhor sem uma do que alguém como Tony Stark.

 


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Notas finais do capítulo

Escrito por DaniMalik( So esperando o dia 14 de outubro para mudar o nome)