His Name Is King escrita por nikden62
Notas iniciais do capítulo
Uma diligência é um tipo de carruagem fechada de quatro rodas utilizada para o transporte de passageiros e mercadorias, extremamente resistente e puxada por quatro cavalos. Amplamente usada antes da introdução do transporte ferroviário, a diligência fazia viagens regulares entre estações, que ofereciam locais de descanso para quem viajava nestes veículos.
O Chefe olha para Bilie, com um olhar desaprovador.
–O que foi? Eu falei pra ele. Afrima Bilie
–E agora? Diz o garoto segurando as lágrimas
Os três atrapalhados ladrões olham um para o outro.
–Bronco, dê um cavalo para o moleque. Ordena O Chefe
–Só pode estar brincando, Chefe. Responde Bronco
–Não estou. Sabe andar a cavalo, King? Pergunta O Chefe
–King? Indaga Bilie
–Sim, esse é o sobrenome dele. Responde O Chefe
–Eu sei andar a cavalo. Diz o Garoto
–Nós vamos realmente ficar com ele?! Pergunta Bronco
–Há outra opção? Pergunta O Chefe
Bronco e Bilie olham um para o outro com um olhar receoso, depois olham para O Chefe:
–Melhor ensinar ele a atirar. Diz Bilie
Mais tarde, eles saem a cavalo. Bronco está assoviando irritantemente:
–Bronco, se você não se calar eu arranco seus lábios com um facão. Diz Bilie
–Bilie, modere o que fala na frente do garoto. Ordena O Chefe
Bilie olha para o garoto:
–Garoto, esse jeito que você se veste não passa masculinidade, mostra que você não é grande coisa. Observe e veja como um macho age. Diz ele
–Convenhamos, Bilie, somos ladrões dos ruins e não assustamos nem um grilo. Diz Bronco
–Falem por vocês, já fui escravo e sei assustar um homem. Diz Bilie
–Não seria o oposto? Pergunta o garoto
–Oposto? Pergunta Bilie
–Sim, os donos é que assustam os escravos. Observa o garoto
–Menino, você é mais legal com a boca fechada. Diz Bilie
O Chefe para de cavalgar.
–Homens, vamos acampar aqui. Diz ele
Eles amarram os cavalos, colocam lençóis no chão e se deitam por cima deles.
–Tem algo para comer? Pergunta o garoto
–Sim, ratos silvestres. Diz Bronco
–Ratos denovo? Reclama O Chefe
–Você deveria comer comida de escravo. Ai sim poderia reclamar. Diz Bilie
–Ratos? Comem Ratos? Pergunta o garoto
–Fáceis de pegar. Diz Bronco
–Experimente antes de reclamar. Diz Bilie
Bronco coloca os ratos para assar.
–Amanhã irá aprender a empunhar uma arma. Diz O Chefe
–Muito bom, sempre quis aprender. Diz King
–Olha, o garoto é machão! Diz Bronco
–Quando aprender eu vou matar o desgraçado que matou meus pais, nunca vou esquecer o rosto do cretino. Diz King
Todos se calam. Uma hora depois o rato fica pronto, todos comem. O pequeno King olha enojado para o espelho.
–Coma, King, é bom. Diz O Chefe
–Tem gosto de galinha. Diz Bronco
–Mania de dizer que tudo tem gosto de galinha. Isso é rato e tem gosto de rato. Diz Bilie
King prova o rato silvestre.
–É bom mesmo! Diz O Garoto
–No meu tempo de escravo eu daria tudo por um rato silvestre, comíamos apenas ração. Diz Bilie
–Para de falar dos seus tempos de escravo, já sabemos de cabo a rabo, alforriamos você, lembra? Diz O Chefe
–Diz isso por que não teve a vida que eu tive. Diz Bilie
O dia amanhece. Todos acordam, o sol está claro e começa a esquentar. O irritante mormaço, que enfurece exércitos, sobe. O Chefe está ensinando o garoto a atirar.
–Garoto, você coloca as balas pra dentro, destrava, aperta o gatilho e atira. Diz O Chefe
O Garoto faz tudo que O Chefe mandou e acerta uma árvore em cheio.
–Garoto, Você tem talento. Diz O Chefe surpreso
O Garoto descarrega o revolver na árvore, deixando apenas uma bala, a qual ele tira e coloca no bolso.
–Por que guardou essa bala? Pergunta O Chefe
–É para a cabeça do homem que matou meus pais. Prometo que com essa bala eu vou acabar com aquele cão sarnento. Diz King
O Chefe se aproxima dos buracos feitos na árvore e olha-os de perto.
–Com essa mira, eu me preocuparia se fosse ele. Diz O Chefe
MISSISSIPI- HOJE
Uma diligência corre na imensidão do deserto. Mas ao entrar na estrada, um bando passa a perseguir a diligência. O bando é formado pelo Chefe, Bronco, Bilie e King, que se tornou um adulto. O Bando consegue entrar na frente da Diligência, que para. Os ladrões descem dos cavalos.
–Isso é um assalto, fiquem parados. Diz O Chefe
Bilie aponta a espingarda para o condutor.
–King, vá tirar os bens dos viajantes. Ordena O Chefe
King tornou-se um charmoso rapaz loiro e que se veste muito bem, com seu terno azul escuro e roupas de grife, se destacando entre seus companheiros. Ele anda de um modo que lembra alguém da alta sociedade do Norte dos E.U.A. John entra na diligência, senta-se e cruza as pernas, tira o charuto da boca de um dos viajantes e passa a fuma-lo tranquilamente. Ele tira um relógio dourado roubado do bolso.
–Quais os nomes dos senhores? Pergunta King
–Washington, Bill e Murphy. Responde um deles
–Prazer, meu nome é Jonh King Marley, mas me chamam apenas de King.
Os homens olham com estranheza para o Excêntrico ladrão, ele nem sequer parece com tal.
–Olhando para o relógio, percebi que é hora de entregarem todo o dinheiro e outros bens que possuam... King tira sua pistola... E presumo que nenhum dos senhores pretende reagir. Diz King com um sorriso no rosto
King joga um saco de pano para os pés dos homens e eles passam a colocar ali tudo que carregam.
–Você. Diz King
–Sim? Responde o Homem
–Tem charutos? Pergunta King
–Sim. Responde o homem
–Poderia fazer a gentileza de me entregar? Pergunta King de forma retórica.
O homem entrega os charutos para King, que os coloca tranquilamente no bolso do terno. Ele pega os sacos com os pertences.
–Cavalheiros, foi um imenso prazer assalta-los, voltem sempre ao Mississipi que os receberemos com a mais sublime hospitalidade. Diz King se abaixando sem sinal de reverência
Os homens olham uns para os outros, não parecem assustados, mas tem expressões estranhas, como se o ladrão tivesse zombado deles. King volta até seus companheiros.
–Cavalheiros, aqui está o lucro do dia. Diz King mostrando o saco de pano
–O saco está pesado. Repara O Chefe
–Quem são eles? Parecem importantes. Repara Bronco
–Sem disparar um tiro, nem sequer um grito e mesmo assim temos lucro. King é bom. Diz Bilie
–Naturalmente. Responde King
Os ladrões montam em seus cavalos e partem numa rápida cavalgada.
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Inicialmente, a capital do Mississippi era Colúmbia, mudando-se alguns anos depois para Natchez e Washington, até estabelecer-se definitivamente em Jackson, em 1822. Os americanos, durante a década de 1810 até a década de 1830, gradualmente forçaram os nativos instalados a saírem do Estado. Não houve conflitos armados pela posse da terra da região, e os nativos saíram do Estado pacificamente, embora que forçadamente. A grande maioria dos nativos mudou-se para o que era então chamado de Território Indígena - que constitui atualmente o Estado americano de Oklahoma. Sua saída deixou livres grandes quantidades de terras para cultivo, que atraíram muitas pessoas para o Estado.
Ao final da década de 1830, o Mississippi era um grande centro agrário americano. O Estado possuía grandes latifúndios, que cultivavam primariamente algodão para exportação. Estes latifúndios dependiam do trabalho escravo, como mão-de-obra relativamente barata. Até o início da década de 1860 era considerado um dos Estados mais ricos do país.
A maior parte da população apoiava com fervor o uso do trabalho escravo, do qual a economia do Estado dependia, como em outros Estados do Sul americano. Até a década de 1830, a maioria da população era contra uma possível secessão do restante do país. Porém, em menos de três décadas, a população passou a suportar cada vez mais a secessão do Estado do restante dos Estados Unidos, por causa da crescente força abolicionista nos Estados Unidos, que ameaçava a estrutura de sua economia escravista.