His Name Is King escrita por nikden62


Capítulo 2
02- O Refinado Ladrão de Diligências


Notas iniciais do capítulo

Uma diligência é um tipo de carruagem fechada de quatro rodas utilizada para o transporte de passageiros e mercadorias, extremamente resistente e puxada por quatro cavalos. Amplamente usada antes da introdução do transporte ferroviário, a diligência fazia viagens regulares entre estações, que ofereciam locais de descanso para quem viajava nestes veículos.



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O Chefe olha para Bilie, com um olhar desaprovador.

–O que foi? Eu falei pra ele. Afrima Bilie

–E agora? Diz o garoto segurando as lágrimas

Os três atrapalhados ladrões olham um para o outro.

–Bronco, dê um cavalo para o moleque. Ordena O Chefe

–Só pode estar brincando, Chefe. Responde Bronco

–Não estou. Sabe andar a cavalo, King? Pergunta O Chefe

–King? Indaga Bilie

–Sim, esse é o sobrenome dele. Responde O Chefe

–Eu sei andar a cavalo. Diz o Garoto

–Nós vamos realmente ficar com ele?! Pergunta Bronco

–Há outra opção? Pergunta O Chefe

Bronco e Bilie olham um para o outro com um olhar receoso, depois olham para O Chefe:

–Melhor ensinar ele a atirar. Diz Bilie

Mais tarde, eles saem a cavalo. Bronco está assoviando irritantemente:

–Bronco, se você não se calar eu arranco seus lábios com um facão. Diz Bilie

–Bilie, modere o que fala na frente do garoto. Ordena O Chefe

Bilie olha para o garoto:

–Garoto, esse jeito que você se veste não passa masculinidade, mostra que você não é grande coisa. Observe e veja como um macho age. Diz ele

–Convenhamos, Bilie, somos ladrões dos ruins e não assustamos nem um grilo. Diz Bronco

–Falem por vocês, já fui escravo e sei assustar um homem. Diz Bilie

–Não seria o oposto? Pergunta o garoto

–Oposto? Pergunta Bilie

–Sim, os donos é que assustam os escravos. Observa o garoto

–Menino, você é mais legal com a boca fechada. Diz Bilie

O Chefe para de cavalgar.

–Homens, vamos acampar aqui. Diz ele

Eles amarram os cavalos, colocam lençóis no chão e se deitam por cima deles.

–Tem algo para comer? Pergunta o garoto

–Sim, ratos silvestres. Diz Bronco

–Ratos denovo? Reclama O Chefe

–Você deveria comer comida de escravo. Ai sim poderia reclamar. Diz Bilie

–Ratos? Comem Ratos? Pergunta o garoto

–Fáceis de pegar. Diz Bronco

–Experimente antes de reclamar. Diz Bilie

Bronco coloca os ratos para assar.

–Amanhã irá aprender a empunhar uma arma. Diz O Chefe

–Muito bom, sempre quis aprender. Diz King

–Olha, o garoto é machão! Diz Bronco

–Quando aprender eu vou matar o desgraçado que matou meus pais, nunca vou esquecer o rosto do cretino. Diz King

Todos se calam. Uma hora depois o rato fica pronto, todos comem. O pequeno King olha enojado para o espelho.

–Coma, King, é bom. Diz O Chefe

–Tem gosto de galinha. Diz Bronco

–Mania de dizer que tudo tem gosto de galinha. Isso é rato e tem gosto de rato. Diz Bilie

King prova o rato silvestre.

–É bom mesmo! Diz O Garoto

–No meu tempo de escravo eu daria tudo por um rato silvestre, comíamos apenas ração. Diz Bilie

–Para de falar dos seus tempos de escravo, já sabemos de cabo a rabo, alforriamos você, lembra? Diz O Chefe

–Diz isso por que não teve a vida que eu tive. Diz Bilie

O dia amanhece. Todos acordam, o sol está claro e começa a esquentar. O irritante mormaço, que enfurece exércitos, sobe. O Chefe está ensinando o garoto a atirar.

–Garoto, você coloca as balas pra dentro, destrava, aperta o gatilho e atira. Diz O Chefe

O Garoto faz tudo que O Chefe mandou e acerta uma árvore em cheio.

–Garoto, Você tem talento. Diz O Chefe surpreso

O Garoto descarrega o revolver na árvore, deixando apenas uma bala, a qual ele tira e coloca no bolso.

–Por que guardou essa bala? Pergunta O Chefe

–É para a cabeça do homem que matou meus pais. Prometo que com essa bala eu vou acabar com aquele cão sarnento. Diz King

O Chefe se aproxima dos buracos feitos na árvore e olha-os de perto.

–Com essa mira, eu me preocuparia se fosse ele. Diz O Chefe

MISSISSIPI- HOJE

Uma diligência corre na imensidão do deserto. Mas ao entrar na estrada, um bando passa a perseguir a diligência. O bando é formado pelo Chefe, Bronco, Bilie e King, que se tornou um adulto. O Bando consegue entrar na frente da Diligência, que para. Os ladrões descem dos cavalos.

–Isso é um assalto, fiquem parados. Diz O Chefe

Bilie aponta a espingarda para o condutor.

–King, vá tirar os bens dos viajantes. Ordena O Chefe

King tornou-se um charmoso rapaz loiro e que se veste muito bem, com seu terno azul escuro e roupas de grife, se destacando entre seus companheiros. Ele anda de um modo que lembra alguém da alta sociedade do Norte dos E.U.A. John entra na diligência, senta-se e cruza as pernas, tira o charuto da boca de um dos viajantes e passa a fuma-lo tranquilamente. Ele tira um relógio dourado roubado do bolso.

–Quais os nomes dos senhores? Pergunta King

–Washington, Bill e Murphy. Responde um deles

–Prazer, meu nome é Jonh King Marley, mas me chamam apenas de King.

Os homens olham com estranheza para o Excêntrico ladrão, ele nem sequer parece com tal.

–Olhando para o relógio, percebi que é hora de entregarem todo o dinheiro e outros bens que possuam... King tira sua pistola... E presumo que nenhum dos senhores pretende reagir. Diz King com um sorriso no rosto

King joga um saco de pano para os pés dos homens e eles passam a colocar ali tudo que carregam.

–Você. Diz King

–Sim? Responde o Homem

–Tem charutos? Pergunta King

–Sim. Responde o homem

–Poderia fazer a gentileza de me entregar? Pergunta King de forma retórica.

O homem entrega os charutos para King, que os coloca tranquilamente no bolso do terno. Ele pega os sacos com os pertences.

–Cavalheiros, foi um imenso prazer assalta-los, voltem sempre ao Mississipi que os receberemos com a mais sublime hospitalidade. Diz King se abaixando sem sinal de reverência

Os homens olham uns para os outros, não parecem assustados, mas tem expressões estranhas, como se o ladrão tivesse zombado deles. King volta até seus companheiros.

–Cavalheiros, aqui está o lucro do dia. Diz King mostrando o saco de pano

–O saco está pesado. Repara O Chefe

–Quem são eles? Parecem importantes. Repara Bronco

–Sem disparar um tiro, nem sequer um grito e mesmo assim temos lucro. King é bom. Diz Bilie

–Naturalmente. Responde King

Os ladrões montam em seus cavalos e partem numa rápida cavalgada.


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Notas finais do capítulo

Inicialmente, a capital do Mississippi era Colúmbia, mudando-se alguns anos depois para Natchez e Washington, até estabelecer-se definitivamente em Jackson, em 1822. Os americanos, durante a década de 1810 até a década de 1830, gradualmente forçaram os nativos instalados a saírem do Estado. Não houve conflitos armados pela posse da terra da região, e os nativos saíram do Estado pacificamente, embora que forçadamente. A grande maioria dos nativos mudou-se para o que era então chamado de Território Indígena - que constitui atualmente o Estado americano de Oklahoma. Sua saída deixou livres grandes quantidades de terras para cultivo, que atraíram muitas pessoas para o Estado.
Ao final da década de 1830, o Mississippi era um grande centro agrário americano. O Estado possuía grandes latifúndios, que cultivavam primariamente algodão para exportação. Estes latifúndios dependiam do trabalho escravo, como mão-de-obra relativamente barata. Até o início da década de 1860 era considerado um dos Estados mais ricos do país.
A maior parte da população apoiava com fervor o uso do trabalho escravo, do qual a economia do Estado dependia, como em outros Estados do Sul americano. Até a década de 1830, a maioria da população era contra uma possível secessão do restante do país. Porém, em menos de três décadas, a população passou a suportar cada vez mais a secessão do Estado do restante dos Estados Unidos, por causa da crescente força abolicionista nos Estados Unidos, que ameaçava a estrutura de sua economia escravista.



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