Os Mistérios Do Doutor Jekyll (destino indefinido) escrita por Gogetareborn


Capítulo 7
VII. Desconfiança


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. ;)



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Acordei com o relógio de pulso virado para meu nariz, eu enxerguei com bastante dificuldade a hora...

-7:25! - Eu gritei, despertando o gato que deitara ao meu lado, eu ajeitei o óculos que já estava com o lado esquerdo quase na boca, e corri como um louco afora da porta, o Sr. Finkle "gentilmente" me lembrou do atraso, e eu só dei um bom dia atordoado, subindo em minha casa, ainda por cima pulando a janela e derrubando o abajur. Peguei a pasta, olhei pro espelho pra ver se eu estava "bem" para sair, eu estava um caco, mas dane-se, eu já estava atrasado 25 minutos!

Cheguei como um macaco que fugira do zoológico, dando bom dia para o vento, e subindo para o meu andar. Minha pressa era tanta, que eu acho que fui mais rápido pela escada do que seria pelo elevador, quando cheguei no meu andar, vi Mônica no fim da multidão, conversando com algumas pessoas, então, driblando uns e batendo em outros, consegui abrir a porta do escritório e sentar, eu estava exausto da correria que havia exercido, a calmaria se instalou em minha mente assim que encostei meu traseiro na cadeira.

-Olá, chefe, atrasado? - Mônica perguntou, sutilmente fechando a porta e colocando mais formulários, relatórios, e.. uma carta! Eu segurei a carta em mãos, mas deixei na gaveta, para lê-la mais tarde.

-Pois é, foi uma correria hoje. Eu perdi alguma coisa? - Eu disse, com a voz ofegante e falhada.

-Bom, o chefe geral tá uma fera contigo! - Soltei alguns eufemismos e negações após ela dizer isso, peguei uma caneta em meu bolso e tomei um copo de café, que ela havia me dado. - E ele quer te ver... - Quase cuspi meu café em sua face, mas engoli e em seguida exclamei.

-O que? Ele nunca me chamou pra falar com ele, isso, isso não pode ser, é.. oh, meu Deus! - Coloquei as mãos na cabeça, resmungando.

-Fica calmo, Sr. Marccone, provavelmente sua pesquisa pessoal, aquela do tal "Francis Hyde" despertou a curiosidade dele. - Ela me acalmou, alisando minhas costas, e em seguida saindo pela porta.

-Quem dera.. - Sussurrei para mim mesmo, abatido.

Levantando os ombros e estampando um sorriso no rosto, levantei e saí em direção da temida sala do chefe. Eu olhava para todos, e todos olhavam para mim. Eu me sentia em um debate telepático. Quando eu vi aquela enorme porta dizendo "ENTRE APENAS SE AUTORIZADO", me bateu um calafrio da pior espécie nas costas, daqueles que te dá quando você é criança e vê uma porta secreta, louco de curiosidade pra entrar. Lá dentro, havia uma sala de espera, e a frente, a sala do diretor, haviam algumas pessoas sentadas, dei atenção maior para uma senhora de aparentes 51 anos, e um negro de cabelos curtos, terno azul e calça preta. Meus pés se dirigiram até a sala, eu me sentia um trapaceiro por ir na frente daquelas pessoas, mas o fiz, e quando entrei, sentei e fechei os olhos, esperando a sentença.

-Olá, Cornelius. Obrigado por vir.. - Sua fala e olhar eram desafiadores. Ele parecia estranhamente confortável.

-Olá, chefe, eu.. eu..

-Não diga nada.. - Ele disse, calmamente, com seu sotaque britânico irritante. - Sabe, não chamei você aqui pra dar sermão. - Ele levantou, pegando uma xícara, provavelmente com café dentro e tomou um gole. "Ah não, é?" - Eu disse, encolhido em minhas próprias vestes. - Não! Chamei-o aqui, porque, bom, sabe aquele jovem, ahn... - Estalando os dedos, tentando lembrar o dito nome. - Mitch?

-Sim, senhor. Conversei com ele ontem, é um jovem promissor! - Sorri, ainda envergonhado.

-Sim, ele me contou desta conversa.. - Declarou, olhando para sua estante cheia de livros, e puxou um. - Ele me contou sobre um "livro" que entregara a você ontem a noite..

Voltamos a estaca zero, eu estava suando frio, mas tentei não aspirar isso a ele.

-Sim, um livro com o conteúdo... bem... diferente! - Tentei ser o mais sincero possível, temendo que ele já soubesse.

-Se fosse algo que fizesse algo que fosse decisivo para a ciência, você provavelmente contaria-me, não é? É um empregado bem confiável.. - Contava, desconfiado e com os olhos meio abertos.

-Sim, senhor. Mas não sei onde quer chegar.. - Sua cabeça se aproximou da minha abruptamente, cortando as passagens do meu pulmão e me submetendo a uma visão horrível daquele seu olhar assustador.

-Ah, não sabe? Eu posso lembra-lo, com este papel. - Ele puxou minha ficha de inscrição. - Posso riscar seu nome e jogar fora pela janela esse papel. Você sabia disso, Marccone?

-S-sim senhor, e-eu sei! - Assim que eu falei isso, ele deu um tapinha nas minhas costas e sorriu com a boca fechada.

-Que bom que sabe... agora pode ir! - Eu nem por um minuto exitei em sair, mas antes que eu pudesse desaparecer no corredor, ele me chamou e completou. - Estou confiando em você, meu caro!

Retirei meu chapéu, em respeito, e sai dali, suspirando de alivio. Cheguei no escritório e vi uma outra carta, em cima do armário em que coloco cópias que precisam ser entregues, coloquei a mão sobre o armário e peguei o envelope, abrindo ele e percebendo que era uma carta de Mitch, dizia:

"Caro Cornelius, o chefe geral viu nós conversarmos ontem e me fez algumas perguntas, e como vi você entrando lá, temi que achasse que eu contei algo. Mas saiba que de forma alguma o fiz, apenas respondi algumas perguntas, e talvez ele coloque aquela banca dele, mas não tema, ele não sabe nem sequer uma palavra da conversa que tivemos em minha casa. Abraços, Mitch Hyde."

Me senti mais aliviado, descansado assim que li aquilo, sentei em minha cadeira, puxei um papel, e com minha caneta, passei o resto do dia envolvido naquelas velhas pesquisas de sempre, só esperando pra chegar em casa e colocar meus planos em prática.


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Notas finais do capítulo

Olá, leitor. Peço que se leu e gostou, adicione aos favoritos e recomende. Caso queira, obviamente.

E não se esqueça de acompanhar a descoberta de Cornelius Marccone no próximo capítulo!

Grande abraço!



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