~Pov James Potter~

Enchi novamente o copo de Uísque, e me atirei no sofá, bebendo todo o conteúdo do copo de uma só vez.

– Por quê? Por quê ela não gosta de mim, Merlin? - pergunto, olhando para o teto, como se Merlin estivesse dando bola para o que digo.

– Ah, quer saber? Que se dane! - exclamo, ao mesmo tempo em que jogava a garrafa de Uísque longe.

As lágrimas começam a se acumular em meus olhos, fazendo-os arder.

– Droga, eu sou um inútil! - exclamo, colocando as mãos no rosto.

Nesse momento as lágrimas já rolavam por meu rosto, e eu me sentia um idiota completo por isso.

Pego mais uma garrafa de Uísque, e sirvo no copo, levando-o a boca, ao mesmo tempo em que limpava as lágrimas com a outra mão.

Escuto o barulho da porta se escancarando, mas não me levanto para olhar quem é, pois já sei.

– James Potter! O que é isso? - pergunta Lene, com os olhos arregalados, e as mãos na cintura.

– Ah, não enche, Marlene. - resmungo, minha voz saindo meio grogue por causa do choro.

Ela revira os olhos, vindo até mim, e tira a garrafa e o copo de minhas mãos. Bufo.

– Isso tudo é porque a Lily brigou com você? - pergunta, arqueando a sobrancelha.

Bufo. Ela fala como se fosse simples.

– Não é só por isso, Marlene. - digo, ao mesmo tempo em que me sentava direito. - Ela se foi. De vez.

Ela revira os olhos.

– Não faça drama. - diz, se sentando do meu lado. - Vocês só brigaram, isso sempre acontece.

– Só brigamos? - pergunto incrédulo. - Desde que nos conhecemos nós só brigamos.

Ela revira os olhos.

– Já devia estar acostumado com isso, não? - pergunta, arqueando a sobrancelha.

Suspiro.

– É Lene, mas desta vez ela se foi para sempre. Ela disse que me odeia, e que nunca mais queria me ver.

– Ela sempre diz isso, James, mas, no fundo, você sabe que não é verdade. - diz, segurando minha mão.

– Mas, é verdade, Marlene! Que droga! Ela me odeia! Eu sou um inútil! - exclamo, irritado.

Ela bufa, se levantando do sofá, e se vira estressada, me encarando.

– Quer saber? Cansei de tentar te ajudar! Fique aí se martirizando! - exclama, e em passos rápidos, ela sai do apartamento, batendo a porta com força.

Bufo, e volto a me atirar no sofá, pegando outra garrafa de Uísque. Vida de Merda.

~*~

Pov Lilian Evans

Estava vendo The Big Bang Theory quando meu celular toca. Bufo, e procuro ele entre as almofadas, logo atendendo.

– Alô? - digo, de má vontade.

– Lily! Aleluia você atendeu! Eu preciso falar com você! - exclama Lene, do outro lado da linha.

– Fala. - mando, me jogando novamente no sofá.

– É o James. - diz.

Não sei exatamente o porquê, mas ao ouvir o nome dele, sinto meu coração acelerar. Deve ser pelo jeito que a Lene falou, como se ele tivesse sofrido um acidente ou coisa do tipo. Não que eu me importe, claro. Ok, eu me importo, ele pode ser a criatura mais insuportável do mundo, mas, é meu amigo. Ou pelo menos era.

– O que foi, Lene? Aconteceu alguma coisa? - pergunto, preocupada.

– É óbvio que aconteceu alguma coisa, Lilian Evans! E é culpa sua! - responde Lene irritada.

Opa! Minha culpa?

– Como assim minha culpa, Marlene McKinnon? - pergunto estressada.

– Desde que você brigou com o James, ele virou um alcoólatra depressivo! - responde, acusatória.

– Ei, ei, ei! Pode parando aí! A culpa não é minha que ele é um ser fraco pra bebida, e muito menos que ele é depressivo! E outra, ele já não é acostumado a tomar foras meus, não? - pergunto, intrigada.

Ouço ela gargalhar ironicamente.

– Ah, meu bem! Pois a culpa é sua sim, e você vai agorinha lá no apartamento dele fazê-lo tomar um jeito, ou amanhã você irá acordar sem essa juba ruiva que você tanto ama! - ela diz, e sem nem me deixar falar, desliga.

Merda, Marlene McKinnon! Odeio quando você me ameaça. Eu não quero perder as minhas madeixas ruivas, das quais eu finalmente aprendi a amar.

Me levanto e me arrumo correndo. Melhor cuidar do Potter por uma noite, do que ficar careca a vida inteira.

~*~

Bato na porta do apartamento do ser embriagado, e não recebo resposta. Bufo, e bato novamente, desta vez com mais força.

– Vai embora, Marlene! - escuto James gritar do outro lado da porta.

Argh, que ser insensível! Tento a maçaneta, e para a minha sorte e felicidade, a porta se abre. Entro no apartamento, fechando a porta atrás de mim, e caminho até a sala, de onde está vindo o barulho de uma TV.

Quando entro na sala quase dou um grito de surpresa. James está atirado no sofá só de cueca, com uma garrafa de Uísque numa mão, e um copo cheio na outra.

Desvio os olhos de seu tanquinho maravilhoso (que é gente, eu sou mulher, né?), e vou até ele, arrancando a garrafa e o copo de suas mãos.

Ele me olha irritado, e tenho quase certeza que nem consegue enxergar minha cara direito.

– Merda, eu não pedi para me deixar em paz? - pergunta, com a voz embargada.

Franzo o cenho e encaro James, notando seus olhos vermelhos, e olheiras fundas em baixo de seus lindos olhos verdes, que parecem ter perdido todo o brilho.

– James Potter, o que houve com você? - pergunto assustada.

– Eu já disse. - diz, com a voz arrastada. - A Lily não quer mais falar comigo, ela me odeia, minha vida acabou.

Aquilo foi como um soco em meu estômago. Meu queixo cai, e meus olhos se enchem de lágrimas.

– James, eu... - me sento do seu lado, pegando sua mão. - Sou eu, a Lily.

Ele fica um pouco me encarando, como se não estivesse entendendo nada, e do nada me abraça forte, me dando um belo de um susto.

– Lily! - exclama, me esmagando em um abraço de urso. - Meu Merlin, Lily!

– Sim, Jay, sou eu. - digo abobada, ao mesmo tempo em que acariciava seus cabelos sedosos.

Ele me aperta mais em seus braços.

– Lily, me desculpa. Me desculpa. Me desculpa. - pede, repetidas vezes.

Engulo em seco.

– Você... você está desculpado Jay, se acalme. - digo.

Ele se desvencilha de mim, me observando, mas sem deixar de segurar minhas mãos, como se eu fosse fugir dele á qualquer momento.

– Eu não acredito que você está aqui. - diz, sorrindo abobado.

Rio baixinho.

– Sim, eu estou aqui, e vou cuidar de você. - digo, acariciando seu rosto.

Seu sorriso se amplia, e ele volta a me estrangular com um abraço de urso.

– Ok, ok, ok. Muita calma, não vamos asfixiar a Lily, por favor. - peço, já ficando sem ar.

Ele ri, se desvencilhando de mim, e me observa.

– Desculpe. - diz.

Fico perdida nos seus olhos verdes, e imediatamente pisco os olhos rapidamente.

– Ok, você está desculpado. - digo, me levantando. - Agora, vamos dar um jeito em você.

Ele ri, se sentando melhor no sofá, cruzando as pernas.

– E o que você irá fazer primeiro, Drª.Lily? - pergunta, sorrindo.

Rio, ficando de pé, em frente a ele.

– Hum, primeiro, você irá tomar um banho gelado, escovar seus dentinhos para tirar esse bafinho de Uísque, e depois, que você já estiver de pijaminha, nós veremos o que fazer em seguida. - digo, sorrindo abobalhada.

Ele ri, se levantando.

– Tudo bem. - diz, sorrindo largamente, e indo em direção ao banheiro. - Pega uma roupa pra mim? E uma toalha?

Rio.

– Ok, senhor depressivo, vá logo para o banho. - digo, dando um tapa na sua bunda.

Coro na mesma hora. Ele ri, me observando por alguns segundos, e em seguida corre para o banheiro. Rio.

Deuses, James. O que aconteceu com você?

– Me espera! Eu não vou demorar! - grita, do banheiro.

– Tudo bem. - grito de volta.

Vou até o seu quarto, e mexo no seu guarda roupa, achando uma calça de moletom na cor cinza, e uma camisa preta. Abro a primeira gaveta, e me deparo com um monte de cuecas. Coro.

– Ok, Lily, você precisa pegar uma cueca para ele, não vai deixar o menino com o... ahm... amiguinho solto. - digo, suspirando.

Pego uma cueca box vermelha, e em seguida um par de meias brancas. Suspiro, e saio do quarto, indo até o banheiro. Bato na porta, e escuto James gritar ''Entra''.

Suspiro, e abro a porta. James está no box, com as cortinas fechadas. Largo suas roupas em cima do balcão, e saio do banheiro.

Volto para a sala, e observo ao meu redor. Ela está imunda. Tem pacotes de salgadinhos e garrafas pra tudo que é lado. Suspiro, e começo a juntar as coisas.

Depois de já ter conseguido arrumar a bagunça, termino de arrumar as almofadas do sofá, e me sento nele, para esperar James.

Logo ele sai do banheiro, com uma toalha pendurada no ombro. Pingos desciam de seus cabelos e caiam em sua camisa, molhando-a, fazendo com que ela ficasse colada em seu corpo, e consequentemente seus músculos ficavam definidos por de trás dela.

Deixo escapar um suspiro, e coro imediatamente, ao ver que James está me observando com um sorriso maroto.

– Apreciando a vista, Lily? - pergunta, risonho.

Coro mais ainda, se é que era possível.

– Há Há, que engraçado, porco espinho. - digo, irônica.

Ele faz uma cara confusa, e em seguida ri.

– Porco espinho? - pergunta rindo.

– É, agora vêm, senta aqui, que nós iremos ver um filme. - digo, lhe dando espaço do meu lado.

Ele sorri maroto, e se atira do meu lado, me esmagando em seus braços. Ligo a TV, e coloco no filme Projeto X.

Escapo dos braços de James, e vou até a cozinha, e coloco a pipoca no microondas. Me viro para voltar para a sala, e levo um susto, ao notar James atrás de mim.

– Oi, lírio. - diz, sorrindo maroto.

– Pelos deuses, James! - exclamo, com a mão no coração. - Você me deu um susto!

– Desculpa. - diz rindo, ao mesmo tempo em que colocava seus braços em volta de minha cintura, fazendo-me ficar colada em seu corpo.

– Po-por quê você fez isso consigo mesmo? - pergunto, arrepiada.

Ele me encara por um momento, sem desviar o olhar, até que ele finalmente fala:

– Porque eu achei que tinha te perdido. - responde, baixinho.

Sinto um aperto no coração.

– Você nunca me perdeu, James. - digo.

Ele sorri, e aproxima seu rosto do meu. Minha respiração falha. Por um segundo achei que ele iria me beijar, mas ele só encosta a testa na minha.

– Desculpa por tudo o que eu te fiz passar. - diz, com os olhos fechados.

Engulo em seco.

– Você não tem que se desculpar por nada, Jay. - digo, fechando os olhos também. - Eu que tenho que pedir desculpa por tudo o que eu fiz, por todas as vezes que te fiz passar vergonha. Por todas as vezes que te dei um fora, que te esculachei. Me desculpa por tudo. - digo, sentindo uma lágrima rolar por meu rosto.

Sinto o dedo de James passar carinhosamente em meu rosto, limpando a lágrima. Abro os olhos, e encaro as belas íris castanho-esverdeadas que eu tanto amo.

– Você não precisa pedir desculpas, Lily. Porque eu te amo, e sempre irei te perdoar, você pedindo ou não. - diz, fazendo um carinho em minha bochecha esquerda.

Fecho os olhos novamente, e sinto a mão de James subir por meu pescoço, e ir direto á minha nuca, se enrolando em minhas madeixas ruivas. Suspiro, e sinto os lábios de James encostarem levemente nos meus.

Levo minhas mãos até seus cabelos, puxando-os delicadamente, e aprofundo o beijo, fazendo nossas línguas compartilharem de uma dança sensual e lenta.

James aperta delicadamente e possessivamente a minha cintura com a mão direita, ao mesmo tempo em que a outra estava enrolada em meus cabelos.

Quando o ar falta, paramos o beijo com selinhos demorados, e ele encosta sua testa na minha. Continuo de olhos fechados.

– Eu te amo, Lily. - diz, baixinho.

Sorrio.

– Eu te amo, Jay. - confesso.