Condenados escrita por Lilian Smith


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, semideuses(sas). Não tenho muito o que dizer nesse primeiro momento, pois os esclarecimentos que tenho de fazer vão acabar revelando parte do enredo. Então, acho que as notas finais serão mais importantes do que essas. Mas aqui, gostaria apenas de agradecer a cada um que der uma chance e que espero que gostem. Muito obrigada, apenas por tirar parte do seu tempo, para ler esse inicio da historia, espero que acompanhe até o fim.



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O som das correntes balançando e batendo contra o chão, era a única coisa que confortava Percy Jackson, enquanto sua vida era decidida de uma forma completamente injusta, diante dos seus olhos. O garoto estava travando uma batalha dentro de si mesmo, para conseguir manter o controle e não ter algum colapso, esperando ansiosamente para a porta da sala de reuniões se abrir e alguém surgir, dizendo que ele estava livre.

– Não crie tantas esperanças, verme. – Um guarda, que Percy lembrava vagamente de ser chamado de Watson, grunhiu para ele. – Sua situação não é nada boa.

Percy sabia disso. Só não entendia o por que. Ele não tinha feito nada, não havia sido culpa dele. Por que estavam todos agindo como se fosse? Ele estava sob custodia da justiça há quase duas semanas, e no inicio, todos faziam o possível para deixa-lo confortável, ninguém parecia achar que Percy era o culpado. Porem a alguns dias, o comportamento dos outros tinha se alterado. Eles o destratavam, humilhavam e machucavam. Percy não tinha entendido aquela mudança tão rápida, e nem tinha ideia do que tinha ocasionado isto.

– Por que eu não posso estar lá? – Percy perguntou, esperando obter uma resposta clara. – É o meu julgamento, não é? Eu deveria estar presente, para me defender!

Watson lançou a ele um olhar frio e zangado. Quase como se estivesse dizendo, que Percy o enojava.

– Defender? – o guarda resmungou, quase em tom sarcástico. – Você não teria como fazer isto, jamais conseguiria uma defesa, não depois do que conseguiram encontrar.

– O que você quer dizer? – Percy questionou confuso, mas antes de Watson responder, a porta da sala de julgamentos se abriu, e um dos funcionários da corte entrou. Percy tomou consciência de que estava suando, e que as batidas do seu coração deviam estar audíveis a quilômetros.

– O réu foi chamado a comparecer. – o funcionário declarou, e Watson se moveu para buscar as chaves das correntes que prendiam Percy. Com má vontade, ele soltou uma por uma, mas antes que Percy pudesse esquecer o desconforto de estar acorrentado, uma algema foi colocada nos seus pulso.

–Uma brincadeirinha, e levara um choque elétrico, seu asqueroso. – Watson ameaçou, enquanto segurava Percy por trás e colocava um dos aparelhos de choque próximo às costelas do garoto. Percy ficou quieto, enquanto o outro funcionário os guiava até a sala de julgamento, e abria a porta liberando a passagem.

A sala, nada mais era que um pequeno escritório, com uma mesa retangular no centro, e estantes de livros decorando o lugar. Na mesa, cerca de dez homens estavam sentados, todos de terno preto e expressões vazias. O juiz era o único que tinha algo de singular. Usava uma roupa diferente, e sorriu quando Percy entrou na sala. Cada vez mais, o menino achava que aquilo era um pesadelo.

– Perseu Jackson fico feliz que tenha se unido a nós. – O juiz exclamou, soando verdadeiramente animado. Percy tentou ler o nome que estava no crachá dele, mas sua dislexia o impediu. Watson empurrou Percy contra uma cadeira que estava solta na sala, e se postou atrás dele, vigiando. – Pena que, o que nós discutimos, não será do seu agrado.

Qual era o problema daquele homem? Percy questionou, para si mesmo. Como podia dizer aquelas coisas com tamanha simpatia, como se fosse alguma coisa banal, do dia a dia.

– Repassando os fatos, de uma maneira resumida. – Um homem sentado à direita do juiz se pronunciou, entediado. – No dia cinco de agosto, o colégio Olimpic, sofreu um verdadeiro massacre, que matou todos os alunos da sexta serie, com apenas um sobrevivente. – O homem olhou para Percy, com os olhos semicerrados. – Perseu Jackson.

– As acusações, de inicio, foram meras hipóteses do ocorrido. – outro homem declarou, curvando-se sobre a mesa. – Como um estudante, igual a todos os outros colegas, conseguiria sobreviver? Por que só ele? Com base em suposições, Perseu Jackson foi mantido sob custodia, com perfeita autorização do seu responsável, e falta de resistência do suspeito.

Gabe. Percy pensou, com nojo. Mas é claro que seu padrasto tinha autorizado. Ele o detestava, faria de tudo para se ver livre dele. E sim, ele não tinha resistido, mas seria muito ruim assim, esclarecer que ele estava em uma cama de hospital, quando foi preso?

– Como em qualquer julgamento, é necessário provas. – o homem continuou. – E fomos em busca delas, sem muito sucesso. Porem, uma coisa maior que uma digital chegou as nossas mãos. Uma confissão, do antes suspeito, e agora, culpado.

Percy arregalou os olhos. Confissão? Do que ele estava falando? Percy não tinha nada para confessar, por que aquele homem alegava aquilo?

– Sim, sim. – o juiz dispensou, com um aceno de mãos. – Eu já vi a gravação, e já chequei o quanto ele é verdadeiro.

– Do que vocês estão falando? – Percy perguntou, não conseguindo se controlar. Atrás dele, Watson ficou tenso, esperando uma ordem para calar a boca do menino. – Eu não tenho nada para confessar! Não fui eu!

Os homens sentados pareceram indiferentes ao que ele dizia. Apenas o juiz demonstrou alguma reação. Os olhos dele avaliaram Percy, com pena. Pena. Ele estava com pena dele, àquilo fez Percy querer chorar de raiva.

– Eu acredito em você. – o juiz declarou, soando infeliz, os homens dispostos na mesa ficaram surpresos. – Porém, existem provas demais. E eu também acredito nelas.

– Mas não fui eu! – Percy, gritou! – Estão cometendo uma injustiça! Não fui eu! Eu não os matei!

– Não grite com o juiz, seu paspalho. – Watson repreendeu, chutando a cadeira onde Percy estava sentado.

– Nos conversamos – o juiz falou, ignorando os gritos. – E chegamos à conclusão de que para um garoto de doze anos, mesmo com as proporções do seu crime, uma pena de morte seria realmente muito pesada.

Pena de morte? Ele estavam considerando uma pena de morte? Como a sua vida tinha virado aquele pesadelo?

– Então, vamos envia-lo ao reformatório Força titã, onde ficará até completar dezoito anos. Depois, irá para um presídio, onde ficara pelos próximos cinquenta anos.

– Está brincando! – Percy gritou desesperado, sacudindo-se na cadeira. – Não pode fazer isso comigo!

– Fique quieto! – Watson ordenou, erguendo o dispositivo de choque, e Percy se encolheu. Já tinha sido punido muitas vezes com aquele aparelho infernal, para saber que deveria ter medo dele.

– Você ira hoje mesmo, para o Força Titã. – o Juiz finalizou, suspirando. – Perseu Jackson, você foi condenado, a passar cinquenta e seis anos preso, culpado pela morte de quarenta e cinco adolescentes, eu declaro está audiência encerrada.

***

– Eu tentei ajudar do melhor jeito que pude. – Lewis, o juiz, desculpou-se – Ainda não acredito que tenha sido você, mas as provas e aquela confissão não tinham como lhe salvar. O Maximo que pude fazer foi minimizar sua pena, você seria condenado à morte, eu lhe disse isso.

Percy não respondeu. Mais por não poder, do que por querer. Um pano estava amarrado à boca do garoto, impedindo ele de protestar. O juiz e o condenado estavam dentro do carro, na estrada há quase duas horas em direção ao Reformatório Força Titã. A prisão para adolescentes ficava a duas horas e meia de distancia da central de julgamento, praticamente no meio do nada. Lewis tinha mostrado a Percy o comercial do reformatório, que era repleto de depoimentos felizes, de adultos que tinham realmente se conscientizado após passar um bom período de tempo encarcerados. O nome da prisão juvenil fazia referencia a força de vontade das criaturas mitológicas, nomeadas Titãs. Percy teve vontade de vomitar, ao ver a propaganda.

– Sei que parece que tudo está perdido agora. – Lewis falou, sorrindo para o garoto. – Mas com o tempo, vai melhorar. Você vai ver o Força Titã, não é ruim. Foi considerado o melhor reformatório dos Estados Unidos.

Percy revirou os olhos, e olhou pela janela do carro, apreciando pela ultima vez a paisagem. Nunca mais veria aquilo novamente, ele sabia disso, ao ponto de que até mesmo o lixo acumulado nos cantos da estrada, pareciam mais agradáveis.

– Bem, aquele seu padrasto realmente é bem desagradável não é? – juiz tentou novamente, e Percy desejou poder enfiar aquele maldito pano que lhe encobria a boca, na goela daquele homem. – Ele nem falou com você, simplesmente assinou os papeis e foi embora. Acho que ele não vai te visitar não é?

Tomara que não. Percy pensou, tentando ignorar o juiz, e focando na paisagem que pouco a pouco, se tornava desértica.

– Ei, olhe ali. – Lewis, exclamou, se endireitando no banco do carro. – Acho que chegamos.

Percy olhou para a estrada, que começava a desaparecer. O carro saiu do asfalto, e foi para a areia, e um enorme muro de pedra surgiu diante deles. O reformatório deveria ter milhares de quilômetros de extensão, era semelhante a um forte militar, e Percy reparou que em cima da extensa muralha, estavam guardar armados.

O veiculo estacionou em frente a uma grande porta de metal, e Lewis abriu a porta para Percy descer. O garoto queria recusar a gentileza daquele homem, mas no estado em que se encontrava, não poderia fazer nada. Estava completamente incapacitado. A frente da porta, uma mulher que devia ter por volta de trinta anos, estava parada, vestida em trajes militares. Ela não demonstrou reação ao ver Percy completamente amarrado, desde os pulsos, até a mordaça na boca e uma corrente prendendo os seus pés.

– Seja bem vindo, Juiz Lewis. – Ela saldou. – Sou a diretora geral, Marie.

– É uma honra, conhecer você, Senhorita Marie. – Lewis respondeu, curvando-se em direção a ela. Percy queria gritar.

– Fico feliz que tenha acompanhado o delinquente até aqui, mas acho que eu assumirei, a partir de agora.

– Mas é claro. – Lewis concordou. – Espero que cuidem bem desse garoto.

Marie olhou para Percy, e o olhar dela deixava bem claro, que ali, ele jamais seria bem cuidado.

– Oh sim, nos cuidaremos.

***

Os corredores onde as celas ficavam localizas era escuros e úmidos. Percy tinha certeza, de que aquele cenário já havia sido utilizado em algum filme de terror, que ele havia assistido. As luzes eram muito fracas, e pouco iluminavam as celas, onde dois ou três jovens dividiam um espaço mínimo. Porem, Percy ainda não sabia com quem iria dividir sua cela, pelos próximos anos. Marie e dois funcionários que tinham se juntado a ela, Taylor e Brady, guiavam Percy em direção à sala central, o local por onde todos os presidiários passavam, eles haviam dito. Percy não entendeu o tom de mistério que eles haviam escondido nas vozes.

– É aqui. – Marie, falou, abrindo a porta de uma sala. Taylor e Brady empurram o garoto para dentro do cômodo, e por algum motivo, ao ultrapassar a porta, Percy sentiu um arrepiou percorrer seu corpo. – Sente-se.

Percy sentou em uma das cadeiras, dispostas na sala, e Marie sentou em outra. Taylor e Brady se postaram atrás dele.

– Eu não gosto de você. - Marie, declarou, e Percy olhou para ela, sem compreender. – Seu jeito, seus modos, seu estilo. Tudo em você te faz parecer um coitadinho, um ser indefeso e que precisa ser protegido. Coisa que foge completamente da realidade. Uma pessoa que mata todos os colegas de classe de uma maneira tão horripilante, não pode ser indefesa.

– Não fui eu! – Percy gritou, não conseguindo se conter. Atrás dele, Brady trincou os dentes.

– Não importa. –Marie, respondeu não se abalando. – A justiça acha que foi você, então culpado você será.

– Mas...

– Essa é a lei do reformatório. – Marie continuou, não permitindo que Percy falasse. - Se dizem que você é louco, louco você será se dizem que és um assassino, um assassino você se torna. Se te condenam, torne-se um condenado. E sabe qual é o tratamento que recebem os condenados?

– Isso é loucura. – Percy gritou se colocando de pé. Nem Taylor nem Brady se mexeram para conte-lo. – É injusto.

– Não importa. – Marie repetiu, e olhou diretamente para os olhos de Percy, o garoto sentiu seu rosto esquentar, ninguém tinha olhado para ele daquele jeito antes, de uma forma que o deixasse desconfortável. – Mandaram punir você, e você será punido, assim como todos os presidiários daqui.

– Já ouviu falar em festa para os novatos não é? – Brady se pronunciou, e Percy ouviu uma animação sombria em sua voz. – Aqui, nos temos a tortura para os novatos.

Percy virou-se em direção a ele, no momento em que Taylor avançava na direção dele. Um instinto interno mandou Percy sair dali.

– Se afaste de mim. – Ele pediu, andando para o lado oposto a qual os guardas se encontravam, porem esquecendo que Marie estava naquele lugar.

– Não tema. – A mulher disse, e Percy sentiu as mãos dela, agarrando-se aos braços dele, impedindo ele de se mexer. – Todos aqui passaram por isso, alias ainda passam.

– O que vocês vão fazer comigo?- O garoto perguntou, com a voz tremula. Brady sorriu diabolicamente, e Taylor riu. Marie sussurrou alguma coisa no ouvido dele. Percy.

– Tirem a roupa dele rapazes. – Marie ordenou, com uma voz aveludada, e Brady avançou em cima de Percy, puxando a camiseta dele. – Podem brincar a vontade, um de cada vez.

***

Aquele lugar tinha um cheiro horrível. Ratos, baratas e mosquitos dominavam as paredes e o chão, quase encobrindo os pés de quem andava por aquele beco. Não era o local ideal para uma mulher com aparência tão majestosa. Os mendigos que se encontravam acordar olhavam para a moça como se ela fosse uma espécie de visão espiritual.

Bem, eles não estavam tão errados. A mulher não era nem um pouco humana, mas também não era um fantasma. Com passos quase flutuantes, ela aproximou-se de um velho, com corpo pequeno e feições achatadas. O homem parecia esperar aquela visita, mas não se mexeu, até que a moça estivesse diante dele.

– Deu tudo certo?- ela questionou, sua voz tinha um ruído abafado, quase arrastado, uma voz de alguém com sono.

– Sim, tudo foi como à senhora pediu.

– Excelente! – Ela exclamou. – Garanto que será muito bem recompensado Lewis, tanto pelo trabalho, quando pelo seu belo disfarce.

Os olhos do homem lacrimejaram, com a emoção de ser elogiado por uma pessoa como ela. A mulher sorriu, mesmo não sentindo nenhum tipo de gratidão por aquele mortal imbecil.

– Não vou poder contata-lo por um tempo. – Ela revelou, e quase riu com o medo que surgiu nos olhos do homem, medo de perdê-la. Perder algo que jamais teve. – Então peço apenas que siga com o plano que lhe disse.

– Sim, minha senhora. - ele prometeu. – Eu seguirei.

– Ótimo, serei eternamente grata. – Elogios aqui, promessas ali, e qualquer mortal cairia em uma conversa, sem notar as mentiras. – Agora, terei de descansar.

Ela deu as costas ao homem, e não olhou para ver qual tinha sido sua reação. Sabia que ele a obedeceria, o medo e a admiração seriam suficientes para prendê-lo a ela. Tolos mortais. Agora posso descansar em paz. Ela pensou. Sem aquele semideus por perto, todo o meu plano será desenvolvido com perfeito sucesso. Em pouco tempo, o olimpo conhecerá sua desgraça. Eu vou fazer cada um daqueles deuses e seus filhos, sangrarem em minha homenagem!


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Notas finais do capítulo

Bem, o que acharam?
Bom, vou apenas esclarecer algumas coisas, sobre a historia. Eu pretendo não deixar nenhuma ponta solto nessa fic, de modo que tudo que foi mencionado nesse pequeno "prologo" será explicado mais tarde, no decorrer da fic.
Gabe e Sally, ainda serão mais explorados, só que um pouco mais para frente.
Taylor e Brady, também terão um grande destaque aqui, e mais tarde, vocês entenderão o por que.
Sei que o julgamento não ficou semelhante a um julgamento real, mas em breve vocês saberão o por que, alias, acho que agora mesmo, já se pode desconfiar.
Espero que gostem, e agradeço por terem lido. Infelizmente, não irei fazer nenhuma promessa ou prazo para postar o proximo capitulo, eu tenho pouco tempo na internet mas vou tentar postar pelo menos, a cada duas semanas. Obrigada mais uma vez, e cometem.



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