Lucy POV ON

Realmente... Hoje foi tudo tão... Tão de repente... Tão estranho... Porque sinto como se não deveria... Ter saído de casa?

Deve ser porque meu pai ainda está com a perna engessada, deve ser isso... Preocupação...

Flash Back On

Saímos pelas portas dos cinemas, todos comentando sobre o filme... Quer dizer, as pessoas normais, pelo menos, comentavam. Tava tudo tão zoado...

Erza e Jellal estavam lá brigando, não sei porque, só escutei umas partes da briga... Algo como "Como assim ela tinha que morrer?" "Tinha que morrer, aquela guria fresca" "Quem deveria morrer é você!"... Vesh... Adeus Jellal, foi bom te conhecer. Loke saiu do cinema se despedindo de uma garota de cabelos róseos, parecia bem tímida, o que faz ela ser extremamente fofa, devia ser a garota que estava do lado dele... Natsu e Sting... Bom... Como vocês já sabem o que rolou lá dentro, Natsu ainda estava quebrando a cara do Sting, estavam se estapeando que nem uns loucos no meio da saída, Deus, dai-me paciência... Eu não sei o que rolou entre mim e o Natsu, mas eu senti um peso enorme sair de minhas costas, aquilo foi como pedir desculpas, e que jeito estranho de pedir desculpas... Hum, até que gostei... Uehpa Lucy, pera lá hein? O que você tá achando sua louca? Enfim... Lisanna tentava em vão separar Natsu e Sting, que sem querer ás vezes acertava umas cotoveladas nela, ainda bem, porque se Erza fosse separá-los, ai eu teria pena deles, adeus amigos, adeus. Gray tentava inutilmente tirar Juvia do seu braço, que sempre dizia "Gray-sama" "Gray-sama beijou Juvia" "Juvia está emocionada". Mirajane vinha na frente comigo, Loke também nos acompanhava e, observando os tapas e "cotovelos" lá trás, me perguntou o porque disso, ruborizei na hora e fiquei sem fala.

–Ora ora, é só o Natsu que beijou a Lucy naquele cinema, o Sting pegou e cortou o clima e agora estão brigando, normal. -Normal? NORMAL?! Mira, você não está bêbada? Como assim normal? Isso acontece todo dia por acaso? Só foi ela dizer que eu ruborizei mais ainda, se é que é possível.

–MIRA-CHAN! -Gritei para ela.

–Ora, mas se o Sting não acabar com a cara dele, eu quebro. -Disse Loke se virando e partindo para a briga também, tem misericórdia de mim Deus.

Nos despedimos do pessoal que ia na direção oposto á nossa, (Mirajane, Loke, Lisanna e Sting) e entramos no carro da Erza, dessa vez Jellal dirigiu, porque Erza estava meio... Acho que devem ter colocado coisa na bebida dela, parecia uma bêbada que caiu uma hora e outra no sono, e acordava falando coisas idiotas. Dessa vez o Natsu foi ao meu lado, não me importei muito, ruborizei, mas não me importei, ele vendo esse meu ato, sorriu de orelha á orelha e conversou alegremente comigo até...

Acabar a gasolina.

–Fala sério! Erza! Acorda Erza! -Disse Jellal sacudindo Erza, que logo acordou.

–MEU BOLO DE MORANGO!

–Erza! Me escuta, você abasteceu o carro?

–Abastecer...? Abaste..cer o.. que? -Disse ela soluçando

–O carro Erza! O carro!

–Car...ro? Vrum vr..um, hee. -Disse Erza caindo no sono outra vez.

–Acho que isso foi um não -Disse eu.

–Mas que droga! -Reclamou Natsu do meu lado.

–Vamos ter que ir a pé galera, desculpa ai. Mas vejam, não estamos tão longe né? Conseguem chegar até suas casas?

–Consigo... Mas bem que você Juvia... Poderia me soltar... -Disse Gray tentando convencê-la.

–Juvia não vai soltar até que case com Gray-sama... -Disse ela cantarolando.

–Mereço. -Diz ele saindo do carro com a Juvia agarrando á seu braço.

–Falou Jellal, cuide da nossa Erza ai. -Disse Natsu saindo.

–Obrigada Jellal, pelo menos estamos perto de nossas casas... -Disse eu tentando confortá-lo.

–Queria mesmo levar-los em suas casas, mas a Princesa aqui... -Disse acenando com a mão para a Erza.

–Não se preocupe ok? Até mais. -Disse eu saindo.

....Uns 10 minutos andando....

–Olha... Eu queria saber uma coisinha...Porque diabos está me seguindo Natsu? -Disse eu parando e olhando para a cara dele.

–Ué, eu moro na mesma direção que sua casa, e aliás, você acha que eu confio em que você poderia andar assim na rua? -Disse ele me fitando de cima á baixo.

–Andar assim como? Minha roupa está adequada. -Disse cruzando os braços e voltando a andar.

–Sim, sei, adequada... Muito adequada... -Disse ele fazendo birra voltando a andar também.

–Não é tão curto! Foi o que eu achei para vestir em tão pouco tempo! -Disse para ele me relembrando da correria para chegar na hora na casa da Erza.

–Quer dizer que a senhorita estava atrasada? E conseguiu se arrumar assim? Que sem sal Luce. -Disse ele zombando de mim.

–Tá de recalque é querida? Seu recalque bate na minha divosidade e volta, beijos. -Disse eu fazendo uma cena digna de Oscar.

–Tá tá, que seja, Senhorita Divosidade. -Disse ele rindo da situação tosca. -Mas ainda acho esse vestido seu curto...

–Ah, para de me encher! Você gostou né não? -Disse eu jogando sujo contra ele.

–Assim não vale, se eu falar que não, sou gay, se eu falar que sim, sou tarado, você quer me deixar louco Luce? -Disse ele ruborizando e virando a cabeça para o outro lado.

–Boa ideia ter um amigo gay, imagina só. -Disse eu sonhando com possibilidades infinitas de envergonhar-lo.

–Ha ha, fica com essa ideia na sua cabeça, quer saber, queima ela, nunca vai acontecer.

–Destruidor de Sonhos, só porque achei a ideia legal. Imagina só! Você falando em como conquistar garotos, e eu pegando tudo? -Disse isso só pra irritar. Mas até que é uma ótima ideia.

–Pera lá hein? Você acha que eu vou deixar alguém triscar em você? Você é minha Luce. -Disse ele me encarando, ruborizei e cruzei os braços olhando para outro lado.

–Sua? Eu hein, pelo que eu saiba você não é meu pai e nem meu dono!

–Pai não posso ser, mas dono serei em breve...

–O que quer di-

–Olha, chegamos na sua casa Luce. -Disse ele cortando assunto, que droga, odeio quando ele corta o assunto.

–Humpf. Tá esperando o que? Espera que eu te dê um beijo de despedida?

–Se for possível, serei grato. -Disse ele dando uma sorriso sacana. -Até porque, se você não dar, eu dou. -Disse ele se aproximando.

–Perai! O que acha que está fazen-

Ah! Que saco! Mas que droga! Porque ele tem sempre que me interromper? Ainda mais com esse beijo! Dá onde que se dá beijo de despedida em amigo na boca?

Beijo... Esses beijos... Porque chamam tanto minha atenção? Porque por um amigo eu sinto atração?

Tão ardente... Tão cheio de paixão... Tão delicado, puro, envolvente...Não consigo encontrar meu chão...

Eu me sinto tão confusa! Estou repleta de pensamentos, não consigo agir!

Estava tão bom, ótimo... Como ele beija bem! Na verdade, só beijei ele até agora, sou uma sem sal mesmo. Ele me envolvia cada vez mais em seus braços, eu só cedia, obedecia, não tinha mais ordens no meu corpo, estava nas mãos dele, só dele.

Mas depois de tanto sentimento, ele separou meus lábios que ficaram entreabertos, e ainda abraçado á mim, com nossas testas coladas, sorriu.

–Quem é gay agora? Quer mais Luce? -Disse ele encarando meus lábios como se fosse devorá-los.

Finalmente recuperei a consciência e me separei dele, ruborizada.

–Seu idiota! -Só consegui dizer isso com as bochechas com um vermelho vivo e bufando encarando o chão, que estavam bem interessante, esse tom de cinza é lindo.

–Não vai me deixar entrar Luce? Ou você quer ficar aqui comigo? Ou quer ir lá pra minha casa...

–H-Hey! O que aconteceu com o Natsu antigo?

–To aqui, na sua frente babe.

–Virou metido agora? Barbie Girl? Aliás, porque quer entrar? Não vai ver nada de mais... -Abri a porta e me deparei com uma cena horrível... Natsu percebeu em como fiquei tensa e veio ver.

–O que... -Não terminou de falar.

Minha casa estava revirada, os sofás sujos, as papeladas do papai espalhadas por todo a sala, a mesinha de centro quebrada ao meio, fui adentrando com o Natsu atrás e pude ver a cozinha toda bagunçada, as gavetas do armário tinha sido jogadas no chão, todos os talheres estavam no chão, mas formavam uma palavra....

Palavra não... Sigla.

Eles de novo não.

XLO.

Cai de joelhos na cozinha chorando aos prantos, Natsu tentou em consolar mas nada me fazia sentir menos raiva deles. Lembrei de papai, será que o mataram? Não, por favor, não!

Subi as escadas, me deparando com vários papéis jogados pela mesma, cheguei lá em cima e mais coisas bagunçadas, minha roupas estavam jogadas, meu espelho no chão quebrado, minha cama quebrada, os pés dela estavam destruídos, as cortinas rasgadas, a janela quebrada... E mais um indício daqueles desgraçados...

Pegaram meu precioso livro... O que eu amava e escrevi desde tempos... Rasgaram ele e fizeram de novo a sigla, mas com uma mensagem.

XLO

Lucy Heartphilia, estamos com seu pai, não iremos exigir dinheiro, só queremos que apareça para podermos conversar, quando você quiser é só chamar, sabemos onde mora, onde seus amigos moram, onde qualquer um que tenha contato com você mora, se tentar fugir, mataremos seus amigos, muitos deles já estão na nossa mira, prontos para morrerem, se você quer todos ele vivos, venha rápido, quanto você mais demorar, mais vamos matar. A, e aliás, seu pai não está em boas condições para esperar não é mesmo?

Depois de ler, comecei a bagunçar aqueles papéis, descontei toda minha ira sobre eles. Desabei no chão, chorando, mesmo com o apoio do Natsu, a dor não diminuía, não cessava, não aguento saber que estão com meu pai, que querem matar meus amigos... Não, não, não, não vou deixar mais ninguém morrer! Não vou deixar eles acabarem com meu amigos, meu pai, minha vida! Levantei com olhos de pura fúria e ódio.

–Olha Lucy, sei como se sente, mas o melhor a fazer agora é pensar...

–Pensar enquanto querem matar meus amigos? Não mesmo, obrigada Natsu, você me ajudou muito, mas não vou deixar eles matarem meu pai, meus amigos, não quero que morram, não quero que você morra.

–Luce...

–Eu vou descobrir quem eles são, vou descobrir... E então, vou ensinar á eles que não se mexe com uma Heartphilia -Disse alto, convicta.

Natsu sorriu de lado.

–Você acha que só você vai vingar? Se esqueceu que eles fizeram o mesmo comigo? Vamos acabar com eles.

–Mas... Vão te matar...

–Me matar? Você realmente me conhece Luce? -Disse ele dando aquele sorriso animador.

–Tá, só não me atrapalhe Barbie Girl -Disse eu zombando de novo.

–Já disse que não sou gay!

–Idiota.

...Em outro lugar...

–Primeira parte da missão cumprida Lady. -Disse um garoto jovem, de cabelos ruivos que eram cobertos pelo capuz e olhos amarelos destacantes, como os olhos de um leopardo. Era alto, usava roupas típicas e velhas por baixo do capuz e agora falava pelo comunicador que estava no seu ouvido com uma mulher.

–Muito bem Roger, foi boa essa distração do pai dela, podemos matar dois coelhos com uma cajadada só. -Disse a mulher na outra linha. -Mas tome cuidado, esse Natsu também é uma vítima que sobrou, foi esquecida porque não oferecia mal algum no passado, mas agora se juntou com a Lucy, eles vão fazer estragos, por isso tem de agir rápido.

–Sim Lady. -Disse o garoto desligando e pulando do telhado, pensando...

Eu não quero fazer isso...

Porque tenho que fazer tudo isso?