No silêncio profundo delineado pelo esgotamento mental,surge uma espécie de som imperceptível,cuja freqüência descreve um ciclo.

Neste ciclo,encontram-se cinco elementos que giram em sentido horário,sincronizadamente.

Cada elemento,está ligado,um ao outro,de modo que se algum for quebrado,o ciclo estará desfeito,e o equilíbrio, irrecuperavelmente perdido.

O primeiro elemento,também chamado de começo,é constituído por sentimentos mascarados,ocultos,ou mesmo despercebidos,que estavam prestes a enraizar e tomar proporções descabidas.

O segundo,é chamado de descobrimento,onde as sensações se mostram um pouco mais acentuadas e presentes,ativando o questionamento e gerando preocupações.

O terceiro,o auge,no qual tudo que se sente é explosivo,perigoso,avassalador...é intenso como um brasão queimando a pele,como se todas as sensações estivessem reunidas em um feixe,chegando ao ponto em que o raciocínio trava e as emoções extremamente afloradas afogam o ser,fazendo com que seus atos sejam impulsivos e de grande efeito.Há uma incômoda necessidade de expor o que o sufoca.

O quarto,é a calmaria,delineada pela passagem por todos os sentimentos,cujas intensidades se estabilizam de tal forma,que se percebe que pode sobreviver áquilo,mesmo sabendo que está marcado como uma estaca de prata fincada em um coração vampiro e frágil como um cristal delicado.

 E por fim,o quinto é a incerteza que sentimos em função de um amanhã obscuro e imprevisível.Sabe-se exatamente o que se sente,mesmo que o que se sente não seja de fato,exato.