Depois de girarmos umas dezessete vezes, a infeliz da árvore para. Está tudo girando, estou completamente tonta. Terence está rouco de tanto gritar, e nossas faces estão todas cortadas, devido aos vários galhos de madeiras pontudos que nos cortaram:

–T-Terence...V-Você e-está...Bem?-pergunto sem saber por onde olhar:

–Se bem...Você quer dizer quase morrendo, e-então e-estou s-sim...-ele responde.

Bom, pelo menos não desmaiamos ou algo parecido. A maldita parece que sossegou. A tontura logo passa um pouco e fica suportável, percebo que Terence também está melhor, ou quase...Está mais pálido que um não sei o quê olhando para a árvore e está imóvel, como se qualquer movimento recomeçasse a tortura:

–Temos que sair daqui!-eu digo:

–Você acha que eu não sei disso?-ele pergunta:-Tem uma árvore-monstro em baixo de nós, ele está com seus galhos enrolados em nossas cinturas com uma força que você não tem ideia. Só não vomitei, porque isso aqui não deixou, minha filha...

–Não é hora para piada! pense em algo.-eu digo:

–Pedir desculpas a Snow e gritar que a Capital é maravilhosa é uma solução!-ele fala:

–Prefiro morrer sendo comida por essa coisa do inferno!-eu digo:-Deve ter sido plantada no jardim do Snow!

–Você quer o quê?! Que a arena inunde, pegue fogo, vire de cabeça para baixo, que apareça, baixe o capeta aqui?!-ele fala se irritando:

–Snow vir aqui?! Eu paço, obrigada..-eu digo:

–A gente já era...Meu Pai! Já podemos nos considerar na cova já!-ele fala.

A árvore começa a se agitar novamente. E nos ergue até o topo da arena. Dava para vê-la por inteiro, até consegui identificar onde estavam os carreiristas! E estavam bem próximos...Porcaria!

–O que ela vai fazer?-pergunta Terence:

–Não faço ideia...Mas acho que não vou gostar!-eu digo:

–Jura?!-ele fala:

–Não começ...AHHH!-grito com toda as forças que há dentro de mim, e Terence também.

A maldita criatura nos desce em uma velocidade absurda, quase fazendo nossos estômagos saírem de nosso corpo.

E então ela nos solta no chão. Caio e bato com força minhas costas, Terence cai de joelhos, e pelo barulho ele acabou de quebrá-los! Droga...

Ele está gritando, e então me levanto morrendo dores pelo corpo, e empunho meu machado. Corro em sua direção e começo a cortá-la...Líquidos começam a voar por todos os lados e ela a gritar.

Os seus galhos me prendem e eu começo a me sufocar. Até braços fortes cortar os galhos que me prendiam.

Quando olho, é o garoto do distrito 9:

–Eu mato esse troço, ajude seu parceiro!-ele fala firme:

–Não, eu quero ajudar...E isso é para mim! Ajude-o, que eu me viro!-eu digo firme:

–Você quer morrer?!-ele grita desviando de um dos galhos:

–Meu querido...Por Snow eu não morro!-eu falo:

–AH!-gritava Terence:

–Ajude-o por favor, e o leve para onde ela não os alcance, eu acabo com essa desgraça!-eu grito

–Tem certeza?-ele pergunta:

–Absoluta...-digo me virando para ele.

Ele pega Terence no colo e o coloca bem longe, me viro para o monstro e levanto o machado. A chuva recomeça, parece ridículo mas estou lutando com uma árvore-monstro:

–Esses idealizadores idiotas não tem mais de ridículo para inventar...-eu digo rindo maleficamente:-É SÓ ISSO?! Eu dou conta...

Saio correndo e desvio dos galhos, começo a tentar cortá-la, mas algo me impede. O tronco era muito duro, e um líquido que queima saía dela...Mas como eu mato esse troço, meu Pai do céu?!

Olho para cima antes dela me jogar de um lado para o outro no chão, com um dos galhos presos em volta da minha cintura. Na primeira vez bato a testa com força no chão, me fazendo rugir de dor, em seguida as costas. Sorte que levantei a cabeça. Depois bato o tórax e ela me joga no chão.

Levanto cambaleando, mas não me dou por vencida. Fico em uma distância segura, mas ela usa suas raízes para me chacoalhar no ar:

–AH!-grito desesperada.

Ela me joga para cima e para baixo, até eu ver uma abertura para o tronco bem grande. Lá dentro percebo que é tudo mole e repleto de bichos...Será?! O tronco pode ser mais fácil de ser cortado, e ela não poderá me ferir...Sem pensar direito corto o galho que me prende e seguro no tronco da coisa começando a escalá-lo até chegar no limite e me jogar dentro dele:

–Johanna!-grita Terence.

Lá dentro me sujo toda com uma gosma verde, e os insetos começam a vir em minha direção e a me picar. Mas quando percebo o que tem em cada ponta perco o ar e quase desmaio. Teleguiadas...

Mas que porcaria! Não posso fazer nenhum barulho, essas pragas me matam!

Pego machado. Vou ter que ser bem rápida e silenciosa...Mas, acho que não vai dar para fazer as duas coisas.

Começo a cortar e faço um enorme barulho, a árvore começa a gritar e um cheiro de sangue consome o lugar, estava saindo da árvore:

–Que macumba é essa, meu Deus?!-eu grito.

Corto mais umas seis vezes, até o primeiro ninho desabar na gosma verde. Começo a gritar, mas o trabalho já está no fim...Quando jpa senti umas dez me picando corto com força e ela se parte ao meio.

Sou jogada para longe e bato as costas em uma outra árvore e caio jão não ouvindo direito, com dores fortes em toda a aperte do meu corpo e a visão turva ficando irreal...

Quando percebo borboletas gigantes ao meu redor, o céu ficar laranja e tudo escurecer depois, só pensei em uma única coisa...

É...Vou ser torturada pela minha mente.