Shot At The Night escrita por Danna


Capítulo 7
Ele é bipolar!


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como estão?
O capitulo demorou para sair mais saiu. Eu quero agradecer a LINDAA da Biah pela recomendação perfeita, maravilhosa e inspiradora. Biah, muitoo obrigada! Você não sabe como ela me inspirou, e é por isso que esse capitulo é dedicado a você. Espero que gostem.
Boa leitura!



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P.O.V Lena

– Hunter, ei olha para mim. – disse segurando a cabeça dele entre minhas mãos e olhando para aqueles olhos azuis acinzentados hipnotizantes. Estávamos os dois no chão do porão, tão romântico...

Depois de ter descoberto sobre a claustrofobia de Hunter, meu medo aumentou drasticamente. Os caras com mascara de gás estavam atrás de nós e pelo menos com Hunter ao meu lado me sentia segura. Eu sei que parece loucura, mas aquele garoto sabe o que faz, e talvez seja exatamente essa confiança que faz com que eu o odeie e ao mesmo tempo o admire. Sabia que mesmo não gostando de mim, ele me protegeria, porque aparentemente é isso o que ele precisa fazer.

– Vai ficar tudo bem, já vamos sair daqui, entendeu? – falei tentando o acalmar.

Hunter estava mais branco que o normal e apavorado. Eu juro que durante o tempo que o conheço ele nunca havia demonstrado alguma fraqueza. Sabe aqueles caras que usam todos ao máximo e quando se cansam vão embora sem nenhum peso na consciência? É, essa era a imagem que eu tinha dele, mas parece que ele não é tão mal assim, pelo menos não agora.

– Feche os olhos e respire fundo. Tente não pensar em nada ok? Se concentre na sua respiração.

– Eu posso pensar em como vou matar aqueles desgraçados lá fora? – ele perguntou, com um sussurro.

Sorri, o velho Hunter estava de volta.

– Se isso te faz bem, sim. Tirando o fato que eu falei para você não pensar.

– Bom, então eu posso pensar em qualquer coisa que me faz bem? Incluindo besteiras, com você? – perguntou ainda de olhos fechados e com um sorriso presunçoso nos lábios.

– Parece que você já está bem não é?- tentei puxar minha mão que estava em seu rosto mais ele a segurou.

–Não, não estou. – suspirei e fiz a única coisa que me veio à cabeça: o abracei. Ao contrario do que pensei que ele faria - rejeitar meu abraço -, Hunter apenas colocou a cabeça no meu pescoço e as mãos na minha cintura, causando ondas de arrepios involuntários.

Ficamos um bom tempo desse jeito, tanto que Hunter acabou dormindo. Se ficássemos mais 5 minutos lá dentro, eu teria certeza que haveria mais uma claustrofóbica no mundo.

Provavelmente se os homens com máscara de gás ainda não tinham invadido o porão, eles já tinham ido embora, e foi por esse motivo que eu tive coragem de acordar o Hunter.

– Ei, cacatua, acho que aqueles tiozinhos com máscara já foram embora – disse chacoalhando ele.

– Só mais cinco minutinhos mãe.

– Eu não sou sua mãe e já estou cansada de ficar sentada no chão. Minha bunda está quadrada! – Levantei, deixando um Hunter caído no chão e fui tirar a estante da frente da porta. Óbvio que não consegui fazer sozinha.

Hunter foi até onde estava e me ajudou com a estante e depois de alguns segundos estávamos do lado de fora daquele porão estupidamente pequeno, com os tubos de ferro para montar as barraquinhas, já que nós fomos lá por isso.

– Deixa eu ir primeiro, sabe, só pra ter certeza que não tem ninguém lá em cima - falou ele.

Assenti e fingi que acreditei. Sabia que ele apenas queria sair logo de perto do porão.

Muitas coisas se passavam pela minha cabeça. Tudo havia mudado. Se algumas semanas atrás alguém me dissesse que hoje eu ficaria presa em uma armário, fugindo de idiotas que querem me sequestrar, com uma das pessoas que eu mais odiava, eu com certeza daria risada dela e a chamaria de louca.

Até hoje, depois de sei lá quanto tempo convivendo com Hunter, eu ainda não consegui descobrir o motivo de sua vinda e do por que com ela vieram muitos problemas. Eu só queria voltar a ter uma vida normal, sabe? Sem tentativas de sequestro, sem armários e sem Hunter.

Comecei a andar devagar, subindo as escadas.

– Ei, Hunter, por que aqueles caras vivem atrás de nós? Qual é o problema? Acho que eles precisam de um rim e o meu é o único compatível, só pode ser. Será que eles descobriram que meu sangue é raro? - perguntei.

– Lena, fica quieta - respondeu com sua habitual arrogância.

– Por que toda vez que eu te pergunto sobre isso você nunca fala?

– Olha Lena, se você quer saber o que está acontecendo, você precisa perguntar para seus pais. Eu aposto que eles vão adorar te explicar o porque você é diferente - a ironia transbordava em sua voz.

– Você sabe que meus pais não vão me falar o que está acontecen... Meu Deus!

– Parece que os sequestradores acertaram as janelas do refeitório. – disse Hunter dando uma gargalhada no final.

– Qual é o seu problema garoto? - perguntei, o estranhando.

– É assim que eu gosto das coisas Lena, arrebentadas.

– Se você continuar assim é você que vai ser arrebentado - respondi irritada.

– Por quem? Por você? Acho que não tem força pra isso, certo sabidinha?

– Eu vou lá com as meninas está bem? Você conseguiu me irritar, mais uma vez – disse dando as costas à ele, andando até Angel e Jane que estavam no corredor perto dos armários, que no final davam ao refeitório.

Todas as janelas dele estavam quebradas, e, provavelmente os barulhos que ouvimos antes de entrar no porão eram dos tiros que fizeram isso. Novamente, havia carros de policia ao redor da escola, incluindo o do meu pai, me fazendo lembrar da noite que invadiram minha casa.

– O que aconteceu aqui? – perguntei as duas.

– Ninguém sabe Lena. Todos estavam no anfiteatro ouvindo uma música do Arctic Monkeys de boa e dai aconteceu isso, que nós só vimos quando descemos para montar as barracas por que você e Hunter estavam demorando. Afinal, por que demoraram tanto hein? – perguntou Angel.

– Arctic Monkeys é? Isso é sacanagem, eu não consegui ouvir.

– Nós também ouvimos Paramore, Imagine Dragons... – disse Jane, obviamente zoando com a minha cara, já que essas eram minhas bandas preferidas.

– Tá, tá já entendi... Ninguém viu quem fez isso? – perguntei.

– Não, ninguém. Pode ter sido a chuva sei lá- falou a ruiva.

– Boa dedução Jane – respondi, mesmo sabendo o que havia sido.

– Ei, não é seu pai com o Hunter? Eles estão saindo da escola – disse Angel.

– Vocês querem dar uma de espiãs ou vou ter que fazer isso sozinha? – perguntei.

Realmente, meu pai e Hunter saíram da escola, e como boa filha que sou fui atrás deles com Angel, já que Jane preferiu ficar fora disso alegando ser um assunto familiar, mas eu sabia que na verdade é porque ela é medrosa.

Meu pai “arrastou” Hunter até a lateral da escola, não dando opções para nos escondermos.

Parei no topo escadaria da escola. Ela tinha duas entradas, a do fundo, com a escadaria que dava para o campo de futebol, a qual nós estávamos e a normal, do corredor.

– Angel, essas janelas que ficam na lateral da escola são da onde?

– Dos banheiros masculinos - respondeu.

– Se nós formos lá, ouvimos o que eles estão conver... Espera como você sabe disso?

– Longa historia Lena. Se continuarmos paradas aqui eles vão nos ver. Vem logo - falou me puxando pela mão.

Entramos na escola e corremos pelo corredor para chegar no banheiro masculino. E chegamos, mas havia um problema... a janela era muito alta.

– Sobe na privada Lena, é a única solução - falou Angel segurando uma gargalhada.

– Eu não vou fazer isso - falei. - Se meu pai me ver ele me mata.

– Cadê sua coragem garota?

Subi no vaso sanitário, quase caindo, e finalmente consegui ouvir a conversa dos dois. Se nenhum deles fosse me dizer por bem o que estava acontecendo, eu descobriria do meu jeito.

– Você acha mesmo que a Morcleine não vai fazer nada com ela? – perguntou meu pai.

– Não, não vai Kanye. Confia em mim, eles tem muito interesse nela - respondeu Hunter.

– Então porque vocês ainda não foram para a empresa?

– Há sequestradores atrás dela, se sairmos agora nós dois morremos - explicou ao meu pai. - Mas me fala uma coisa: Por que todos a querem? O que vocês fizeram pra isso acontecer?

– Nós... não sabemos ao certo. Mechemos em uma parte muito sensível do cérebro dela.

– Então é para ela ter uma inteligência, de sei lá, golfinhos? - perguntou Hunter.

– Não, bem, vamos se dizer que nós não mechemos somente no cérebro - respondeu meu pai.

– Certo, nem você sabe o que vocês fizeram com ela não é?

– Eu não diria isso, é que ouve alguns imprevistos no dia da experiência.

– Como?

– Eu não te devo explicações.

– Sou eu quem está protegendo ela - rebateu irritado. - Não você. É óbvio que você me deve explicações.

– No dia em que fizemos o experimento estava chovendo muito, e no lugar que estávamos houve uma pane elétrica...

E foi nesse momento que a tampa da privada quebrou, fazendo um belo barulho e minha perna ficar encharcada... com água sanitária, e minha mão presa na janela.

– Para de dar risada e me ajuda Angel – sussurrei para a lesada.

– Que nojo Lena - falou ainda rindo.

– Shiu, eles pararam de conversar. Droga, a gente precisa sair daqui.

Eu e Angel saímos correndo do banheiro. Sinceramente, foi como se estivéssemos dentro do desenho das “Três Espiãs Demais”, só faltou as roupas coladas e obvio, mais uma espiã.

– O que você vai falar se te perguntarem da sua calça molhada? – sussurrou Angel para mim.

– Sei lá, vou falar que eu estava brincando na chuva.

– Quantos anos você tem Lena?

– Depende, de mentalidade ou aparência?

Finalmente chegamos onde Jane estava, conversando com os garotos.

Minha mente ainda tentava entender a ligação entre Hunter e meu pai. Pelo o que entendi, eu havia sofrido experiências quando era pequena, e elas não haviam dado certo pelo jeito... Mas se ela tivesse dado totalmente errada os sequestradores não estariam atrás de mim.

Por que ninguém nunca me contou? É do meu corpo o que todos estão falando e indo atrás. Meus pais resolveram acabar com o meu futuro ao invés do deles. E se essa experiência maluca que sofreu pane no sistema, surto circuito, desse certo e eu virasse um monstro? O que faria?

– Lena, por que sua calça está molhada? – perguntou Jace.

– Eu... Eu estava brincando na chuva, com a Angel. – disse a puxando pelo braço, a deixando do meu lado com um sorriso falso.

– Mas a Jane disse que vocês haviam ido ao banheiro. – falou Hunter levantando uma sobrancelha, me encarando desconfiado.

– Nós fomos, só que depois resolvemos ir lá na chuva, ela estava com uma cara agradável e refrescante. – sério que eu falei isso?

– Se você queria algo refrescante eu poderia ter te dado um chicletes de menta, ele pelo menos não te deixa resfriada. – disse Jace.

– Lena, Hunter, eu preciso falar com os dois.– disse meu pai, chegando e estragando o momento irmão se preocupa com irmã. – Os dois eram os únicos que não estavam no anfiteatro quando os vidros foram quebrados. Onde vocês estavam?

– No porão pai, nós fomos buscar a estrutura para montar as barracas. Obvio, que não por opção própria. – respondi.

– Foi culpa sua, já que a senhorita é a líder do comitê e nunca pode ir pelo caminho mais fácil. – retrucou Hunter.

– Mais não foi culpa minha você perder no dois ou um.

– Os dois parem agora. Vocês parecem crianças sabiam? – reclamou meu pai.

– Você não é o primeiro e nem vai ser o ultimo que nos diz isso. – é, parece que a doninha está mesmo irritada.

– Como vocês vão voltar para a casa? – perguntou meu pai sem se importar com o mal humor do Hunter.

– No meu carro, e provavelmente a desgraça do Hunter vai também. – respondi.

– Exato, a gente ainda tem que fazer um trabalho pra amanha. – falou a doninha.

– Está bem, eu vou para a delegacia. O diretor da escola está lá me esperando. Fale para sua mãe não me esperar acordada, ok filhote? – meu pai me perguntou, vindo dar um beijo na minha testa.

As vezes eu penso que se Hunter nunca tivesse entrado na minha vida, as coisas ainda estariam normais, e eu nunca desconfiaria que meus pais estivessem mentindo para mim, e nem que eu havia sofrido um experimento. Eu não me sinto diferente, nada em mim mudou. Continuo sendo eu mesma, sem visão de raio-x, ou o poder de voar, atravessar paredes, ler mentes... Nada. Mas por outro lado, ter ou não ter Hunter na minha vida não iria mudar meu passado, mas sim o meu futuro.

Resolvi parar de pensar no que estava acontecendo já que toda vez que ficava nervosa ou irritada, recebia choques elétricos por todo meu corpo. Até hoje, lembro de uma vez que me fizeram discursar em um evento da escola. É obvio que eu não consegui já que odeio falar em publico. Parecia que todo meu corpo levava choques elétricos, e, mesmo que isso não tenha nada a ver comigo, o microfone parou de funcionar por alguma pane elétrica, e essa foi minha salvação.

Saí dos meus devaneios quando Jace parou o meu carro na garagem e nós três saímos do carro e entramos em casa. Mamãe estava vendo TV, deitada no sofá com Mia, a qual logo que entrei em casa correu até onde eu estava e pulou no meu colo.

– Oi meus amores! O pai me contou o que aconteceu na escola. Sem nenhum suspeito? – perguntou minha mãe vindo me abraçar.

Troquei um olhar rápido com Hunter.

– Não, sem suspeitos, pistas e nada. Tanto que Jane até achou que foi a chuva – respondi a pergunta, bocejando logo em seguida e colocando Mia no chão. - Se não se importam, eu vou ir dormir. Amanha ainda tem aula.

– Ah não. E agora quem vai fazer nosso trabalho, cara? – perguntou Hunter para Jace.

– Se você achou que eu iria te ajudar estava muito enganado Cabeça de Vento. – me intrometi na conversa, subindo as escadas.

Subi pro meu quarto e tomei um banho, colocando um pijama. Antes de dormir resolvi mexer um pouco no computador. O peguei em cima da minha escrivaninha, dando uma olhada pela janela como sempre e liguei a TV, deixando em um filme qualquer.

Como sempre, nenhuma novidade, nada interessante. Como um flash, lembrei de um nome: Morcleine, e a partir disso, fui pesquisar na internet ver se achava algo sobre ela. Realmente me senti como Sherlock Holmes, procurando pistas para se resolver um mistério... e nada. É como se ela não existisse. Como pode isso? Procurei mais e mais e cada vez a decepção era maior.

Resolvi parar de me estressar e deitei, tentando ter pela primeira vez em dias, uma noite tranquila.

***

Era a quinquagésima vez que me revirava na cama. É, parece que minha noite tranquila foi por água a baixo. Percebendo que não conseguiria dormir, resolvi levantar fazendo um coque frouxo no meu cabelo e calçando minhas pantufas da Minnie.

Desci as escadas devagar e percebi que a luz da varanda, a da entrada da casa, estava acesa, e um ronco alto vinha de lá.

Hunter estava deitado em uma das redes, com vários papeis jogados em cima dele, apostilas e um notebook, sem camisa e com uma calça de moletom. Eu já disse que tenho uma queda por garotos que usam esse tipo de calça? Cutuquei seu braço, sem a intenção de assusta-lo, mas quando eu resolvo fazer alguma coisa boa com ele dá errado.

O branquelo caiu da rede, dando de cara no chão, junto com todos seus materiais que caíram em cima dele.

–Ai – ele gemeu de dor assim que isso aconteceu. –Se eu quisesse morrer eu já teria ido nadar com tubarões.

– Desculpa Hunter, juro que não foi minha intenção. Eu só queria te acordar. Eu juro – disse o ajudando a levantar.

– Se você me acordar todo dia vestida assim eu não ligo de quebrar minha cara. – o soltei no mesmo instante fazendo com que ele caísse no chão... de novo. – Eu acho que você precisa aprender a abotoar todos os botões da sua blusa. Tem uns quatro abertos. Eu posso te ensinar se você quiser.

– Achei que você ensinasse a desabotoar e não o contrário. – disse me sentando na rede e pegando os papeis do chão. – O que você estava fazendo com tudo isso?

– O velhote professor de biologia me mandou fazer um resumo de 4 capítulos, por ter faltado a todas as aulas dele. – falou Hunter sentando ao meu lado.

– Deus, você não cansa de ser tão irresponsável?

– Ei, eu comecei a fazer o resumo, consegui ate resumir 2. Fora que as meninas amam um badboy. Tirando você é claro.

– Pega seu caderno, vou te ajudar.

– Eu não posso dormir e você faz pra mim? Afinal porque está acordada?

– Estou tendo alguns pesadelos ultimamente.

– Sério? Sobre o que?

– Desde quando você ficou tão intrometido?

– Te faço a mesma pergunta. Cadê a Lena toda santinha que eu conheci à um mês atrás e que nunca pensaria em espionar a mim e seu pai?

– Não sei do que você está falando.

– Não se faça de idiota. Eu sei que foi você quem caiu na privada. – disse Hunter, fazendo com que me sentisse culpada.

– Tá, você venceu. Eu fui até o banheiro dos meninos, subi na privada e esmaguei meus dedos na janela.

– Você é impossível garota – exclamou ele, jogando a cabeça para trás e soltando uma gargalhada. – Só se faz de santa. Você não é a única que eu conheço assim, e pode ter certeza que esse tipo é o que mais me atraí.

– Você acabou de me cantar? – perguntei irritada.

– Interprete como quiser.

– Quer saber? Eu não vou mais te ajudar. – levantei da rede e quando estava quase entrando em casa uma mão puxou meu pulso, fazendo com que eu virasse e desse de cara com um amontoado de músculos, já que eu era provavelmente uns 15 centímetros mais baixa que Hunter.

– Não, não, não... Por favor! Eu juro que paro de te zoar. – falou ele com cara de pidão. Seu cabelo estava totalmente desarrumado, os olhos com um tom mais escuro de azul, provavelmente pela luz baixa da varanda e a calça quase caindo de sua cintura. Ele realmente estava me deixando atordoada.

– Como você tem um abdômen assim? Você tem preguiça até de respirar imagina ir para a academia. – depois que essas palavras saíram da minha boca, eu quis me matar. Ele com certeza não levaria isso na brincadeira, ainda mais com a minha cara vermelha do jeito que estava.

Eu só me dei conta que estávamos colados um ao outro quando Hunter soltou outra gargalhada.

– Eu tive treinamento desde os 7 anos.

– Para que? Eu acho que não existem vampiros nem nada do tipo nesse mundo.

– Não, esse tipo de monstro não, mas eu tenho certeza que você queria ter um Edward. Você vai saber um dia do porque, mas agora nós precisamos terminar meu resumo.

– Sério? Edward? Eu estou mais para Percy Jackson – protestei e fui sentar em uma das balanças que tinha na varanda. Peguei o notebook e comecei a escrever. – Pode ir dormir Hunter, eu faço o resumo.

– E te deixar sozinha aqui? Na varanda? Nesse frio do caralho? – ele perguntou, parecendo se importar comigo.

– Sim.

– Nem morto eu vou te deixar sozinha.

– Deixa de ser infantil. Nenhum serial killer vai vir me matar Hunter. Eu posso me defender sozinha se alguma coisa acontecer, disso eu tenho certeza. – ele apenas virou as costas e saiu, e é isso, me deixou totalmente sozinha. Parece que sua parte protetora era falsa.

Peguei todos os livros e as anotações que Hunter tinha feito e comecei a ler. Ainda eram 2:30 da madrugada, teria tempo de sobra para fazer os dois capítulos. Espera, porque eu estou fazendo isso mesmo? Ah é porque eu sou uma idiota que se deixa levar por olhos cinza azulados ou olhos azuis acinzentados, eu ainda não sei qual é o certo.

Depois de uns 25 minutos consegui terminar os dois resumos e acabei tombando a cabeça já que comecei a ficar com sono. É impressionante como fico cansada quando começo a ler as coisas da escola.

Minhas pálpebras começaram a pesar, mas antes de realmente adormecer senti alguém tirando o notebook de minha perna e me cobrindo. Abri levemente os olhos e vi um mar azul, falando apenas “Eu disse que não te deixaria sozinha” e deitando na rede ao meu lado. Depois disso, finalmente consegui ter um sono tranquilo, sem pesadelos.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?
Gente, uma coisa que vem me aborrecendo muito ultimamente é que os comentários caíram bastante, e isso faz com que eu sinta que a fic não está boa. Por favor me digam o que acham, eu estou sem inspiração nenhuma para escrever novos capítulos.
Eu achava que isso era idiotice dos escritores quando eu lia, mas a partir do momento que você se torna um você percebe que não é.
Bjos, e até o próximo capítulo.