Shot At The Night escrita por Danna


Capítulo 19
O primeiro dia no inferno


Notas iniciais do capítulo

Olá amores, como vocês estão?
Estou morrendo de vergonha de aparecer por aqui depois de tanto tempo, mas perdi alguns leitores... E isso me fez perceber que estou abandonando a fic, sendo que nunca quis fazer isso. Me perdoem, leitores que ainda continuam comigo, e prometo que vou tentar postar com mais frequência agora que estou de férias...
Boa leitura!



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Acordei graças aos beijos que Hunter dava em minhas costas. Uma de suas mãos rodeava minha cintura, enquanto a outra acariciava meus cabelos. Os lençóis de sua cama cobriam meus seios, mas o mesmo havia sido puxado para baixo na parte das minhas costas, ficando na altura das minhas “covinhas”.

Lembranças da noite passada invadiram minha cabeça, e logo senti minhas bochechas ruborizarem.

Não conseguia acreditar que minha primeira vez havia sido com Hunter. Justo com aquele que pensei odiar e que queria matar apenas de olhar para cara. Com aquele que era galinha, idiota e tapado. Aquele que jurei nem mesmo beijar por medo de pegar Aids, e quem, ironicamente, foi com quem eu dei meu primeiro beijo. E que, infelizmente, havia me ganho, de um jeito que nem mesmo eu sabia explicar.

– Bom dia, amor – sussurrou em meu ouvido, enquanto senti sua mão puxando-me para mais perto. Minhas costas se chocaram com o quente peitoral de Hunter, fazendo-me sentir um novo tipo de calor, descoberto essa noite.

– Bom dia – falei em baixo som, pensando em como teria coragem de encara-lo depois do que havia acontecido.

– Lena? – perguntou, e eu apenas soltei um hum, bem do fundo de minha garganta. – Não vai me dizer que você está com vergonha, está?

Virei lentamente meu rosto para encara-lo, temendo a sua reação. Ao contrário do imaginado, Hunter abriu um grande sorriso, mostrando seus dentes perfeitamente alinhados. Seu cabelo estava uma bagunça, e as bolsas de baixo de seus olhos estavam mais roxas que o normal, mas mesmo assim, ele continuava lindo.

– Quando você vai parar com isso? – perguntou ainda sorrindo, passando sua mão pela minha costela e me puxando para mais perto. Levando o lençol junto, me acomodei ao corpo de Hunter, colocando minha cabeça em seu peito e uma de minhas mãos em sua barriga.

– Eu sou tímida Hunter, você já sabe disso.

– E você sabe que, depois do que fizemos, você não tem mais nada para se envergonhar – falou, sorrindo maliciosamente.

Apenas sorri para Hunter, enterrando minha cabeça em seu pescoço logo após. Eu amava como, mesmo depois de tudo pelo que passamos, eu conseguia ser eu mesma com ele, me sentir segura. Como apenas ele me entendia, me irritava e logo depois, me acalmava. Não adiantava negar... Eu o amava, por completo.

Ele, pela primeira vez em anos, fez com que eu me sentisse viva. Claro que, a cada tentativa de sequestro que passávamos, eu ficava desesperada, além de ter sentimentos que nunca pensei que pudessem atingir tamanha intensidade. Mas apenas Hunter fez com que aquele sentimento bom, há tanto tempo adormecido, voltasse a me visitar.

– Nós precisamos levantar – falou Hunter, porém não mexeu um músculo sequer. – Temos que ir para Morcleine hoje.

– Eu sei – respondi sentando-me e mais uma vez, levando o lençol junto. – Estou com fome – reclamei, virando-me para encara-lo. O sorriso malicioso de Hunter nasceu novamente, e antes de entender o que havia acontecido, senti minhas costas em contato com o colchão e um peso sobre mim.

– Eu posso matar sua fome – brincou, beijando meus lábios em seguida.

***

Tentava ter paciência ao arrumar minha mala, mas não estava dando certo. Além de estar morrendo de fome, estava nervosa sobre a ida até a Morcleine. Sabia que Hunter já havia conversado comigo sobre isso. Mesmo assim, o medo ainda se fazia presente em minha mente e corpo.

Separei uma muda de roupa, deixando-a fora da mala, assim como um tênis vermelho. Estava esperando Hunter terminar o banho, para logo depois eu ir. Nosso voo saía daqui três horas, e nem café havíamos tomado.

Secretamente, torcia para perdemos o avião, por dois motivos:

1º - Ficaria mais tempo em Nova York com Hunter.

2º - Só de pensar em voar novamente, depois de apenas dois dias em terra firme, já sentia meu estômago se contorcendo, e a comida, não ingerida, posta para fora.

Depois de mais alguns minutos arrumando a mala, Hunter saiu do banheiro com apenas uma toalha amarrada na cintura, deixando todo seu peitoral a mostra. Pensamentos impuros logo invadiram minha mente, e por um momento esqueci o que estava fazendo, concentrando-me apenas no garoto a minha frente.

A fuinha caminhou em minha direção, passando as mãos por minha cintura, puxando-me para perto. Beijei seus lábios lentamente, falando em seguida:

– Promete que não vai me esquecer, depois que tudo isso acabar?

– Lena, nem que eu quisesse conseguiria te esquecer – admitiu, beijando-me em seguida e fazendo com que eu derretesse, por um minuto, em seus braços. Um peso saiu de meus ombros. Ainda não havia percebido o quanto essa pergunta estava me incomodando e preocupando.

– Vou tomar banho – falei, saindo de seus braços e pegando a muda de roupa que estava em cima da cama.

Demorei o máximo possível, ainda com o pensamento sobre perder o voo. Só não enrolei mais por culpa do meu estômago que roncava sem parar e a falta de sensibilidade dos meus dedos enrugados.

Vesti a calça jeans rasgada e a regata branca preguiçosamente, e peguei minha nécessaire de maquiagem do armário que ficava em baixo da pia. Passei apenas corretivo nas olheiras e em meu pescoço, onde havia marcas roxas graças a Hunter, e rímel.

Abri a porta do banheiro quando já estava pronta, deparando-me com uma bandeja cheia de frutas, suco e pães em cima da cama já arrumada. Corri para ela, sentando-me em seguida.

Não me preocupei em esperar por Hunter e devorei toda a comida da bandeja. Quando disse estar com fome, não estava brincando.

Reparei, no claro quarto, que não havia mais nenhuma bagunça que eu e Hunter havíamos feito. Tudo já estava devidamente limpo e organizado, e minhas malas, antes no chão, já não estavam mais lá.

Percebendo que já era 14h, comecei a comer mais rápido, rezando para que Hunter não ficasse bravo comigo por estarmos atrasados. Eu não queria ir, mas sabia de minhas obrigações. Estava tentando adiar algo que nunca poderia ser feito.

Peguei a bandeja de cima da cama, levando-a para a cozinha. A porta do apartamento estava aberta, e todas as nossas malas já estavam no corredor, na frente do elevador com Hunter, que o esperava chegar.

Olhei mais uma vez para a bela vista que a cobertura me proporcionava, torcendo para poder vê-la de novo, algum dia.

***

“Passageiros do voo 1975, das 15:15 PM, com destino a Califórnia. O embarque já está disponível no portão 7”.

A voz de uma mulher soou nos autofalantes do aeroporto, anunciando nosso voo. Olhei para a tela bloqueada de meu celular, vendo que se passava pouco mais das 14:45 PM. Hunter me puxou pela mão e juntos, caminhamos lado a lado até chegar ao corredor de embarque. Ele carregava uma pequena mochila nas costas, com uma estampa militar. Provavelmente, lá dentro, havia apenas alguns remédios, caso um de nós dois passássemos mal, e uma troca de roupa para ele.

Era a primeira vez que via Hunter com uma camisa jeans e calças vermelhas. Ele sempre falou que calças coloridas não eram pra ele. Mas acho que de tanto eu e as meninas falarmos que achávamos bonito, ele aprendeu a gostar, de um jeito ou de outro.

Entregamos nossas passagens à aeromoça, nos dirigindo depois aos nossos assentos no final do avião. Fiquei com a poltrona do meio, enquanto ele ficou na da janela. Ao meu lado, na poltrona do corredor, havia uma senhora de idade, reclamando sobre como os amendoins da viagem já não eram como antes.

Entregaram-nos travesseiros, para quem quisesse dormir, e logo depois anunciaram a partida do voo. Agarrei a mão de Hunter mais forte nessa hora, sentindo-me ficar enjoada e com dor de cabeça. Voar definitivamente não era comigo.

– Calma, meu amor – falou puxando meu corpo para o seu. – Já vai passar.

E realmente passou, depois dos minutos mais longos de minha vida.

De Nova York até a Califórnia eram cinco horas de voo, quatro horas a mais do que da última vez. Vermont era “encostado” em NY, sendo desse modo, muito mais fácil e rápida a viagem.

Levantei o encosto da cadeira em seguida, para poder me aconchegar no corpo quente de Hunter e roubei um de seus fones de ouvido. Pretendia dormir as cinco horas, mas a ideia de ouvir música era reconfortante.

– Sabe o que é engraçado? – sussurrou Hunter, puxando-me para mais perto. – Nós daríamos a vida um pelo outro, mas não sei coisas banais sobre você.

– Tipo? – perguntei com os olhos fechados, passando minha mão por sua cintura, o abraçando.

– Sua cor e flor preferidas, seus hobbies, sonhos... – o encarei.

– Por incrível que pareça, minha cor preferida é verde água, não rosa. Gosto de orquídeas coloridas, a azul principalmente e acho que meu único hobby é dormir – falei fazendo-o soltar uma risada baixa. – E meus sonhos? Acho que ser bem sucedida. E os seus?

– Construir uma família – declarou, fazendo-me encara-lo. Quem diria que o tão másculo Hunter RedFren, o cara que nunca precisou de ninguém queria um sonho tão simples, mas ao mesmo tempo lindo de ter uma família?

– Nunca pensei que ouviria você falando isso – disse, dando um beijinho rápido em seus lábios.

– Nunca pensei que admitiria isso – falou, corando. – Muito menos para você.

Apenas ignorei a última parte, beijando-o de verdade em seguida. Nós com certeza estávamos batendo nosso recorde de “melosidade”, mas quer saber? Eu não ligava. Na verdade, até gostava. Não sabia se começaríamos a brigar de novo, muito menos se ficaríamos juntos de verdade depois de tudo. Querendo ou não, estávamos indo para Morcleine, seu lar. Onde seu pai, suas irmãs e todos com quem ele cresceu moravam. Era óbvio que a situação não continuaria assim por muito tempo.

Depois de já ter ouvido o álbum inteiro do Imagine Dragons, acabei pegando no sono e, finalmente, pude relaxar pela primeira vez desde que entrei nesse avião.

***

– Babi! – exclamou Hunter, largando suas malas no chão e correndo de encontro a uma garota loira. A mesma apenas abriu os braços quando viu que ele corria em sua direção, esperando-o chegar até ela.

Gostaria de dizer que não senti meu estômago embrulhando, mas se o fizesse, seria mentira.

Hunter passou suas mãos por sua fina cintura, levantando-a no ar em seguida. Babi – se entendi bem seu nome – colocou sua cabeça na curvatura do pescoço RedFren, sorrindo em seguida.

Cruzei os braços, não sabendo se queria continuar vendo a cena a minha frente. Desviei meus olhos, encarando a minha grande mala de rodinha, e as mochilas que antes estavam nas costas e nas mãos de Hunter.

Eu sabia que iria acontecer. Era óbvio que tudo voltaria ao normal, a partir do momento em que colocássemos o pé na Morcleine. Só não pensei que isso já fosse acontecer antes, assim como nunca pensei que alguém iria vir nos buscar no aeroporto.

Todos ao meu redor encaravam os dois se abraçando, soltando pequenos suspiros apaixonados, principalmente as adolescentes. Não precisava ser um gênio para saber o que se passava na cabeça delas.

“Eu quero um namorado como ele”, ouvi uma cochichar ao meu lado. “O amor é lindo”, respondeu a senhora sentada perto dela.

Ignorei os comentários, assim como a raiva que senti, e voltei a olhar para os dois a minha frente. Eles conversavam animadamente enquanto caminhavam em minha direção. Hunter parou ao meu lado, pegando sua mochila do chão, assim como sua mala de mão.

As coisas dele continuaram no apartamento que divida com Matt, alegando que teria uma desculpa para voltar a Vermont. Dessa maneira ele poderia ver Angel, Jane, Matt e Jace novamente.

Não havia um dia sequer que nós dois não conversávamos sobre nossos amigos, principalmente sobre Matt e Jace. Hunter contou-me todas as roubadas que os três já haviam se enfiado, principalmente as do Java Rolles.

Descobri que no dia que Hunter chegou bêbado em casa, Jace havia feito uma aposta com um motoqueiro, e por ter a perdido, teve que correr apenas de cueca por toda a volta do bar.

Cada vez que me lembrava deles, lágrimas enxiam meus olhos.

Precisava dar um jeito de ligar para as meninas e falar que estava bem e que sentia falta delas. Também precisava falar com Jace e perguntar como as coisas estavam lá em casa, e com Matt, para saber como ele se recuperou depois do tiro que levou.

– Lena! – exclamou Babi, me abraçando. Surpreendi-me com seu ato, arregalando os olhos. – Ouvi falar tanto de você! – Hunter deu um cutucão nas suas costas, fazendo-a se afastar de mim.

– Babi... – advertiu Hunter.

– Fique quieto, Hunter – falou, o reprendendo com o olhar. – Eu sou a Babi, a meia irmã daquela coisa – apontou para esquerda, onde Hunter estava.

– Ela veio nos buscar – explicou Hunter, colocando sua mochila no ombro, e eu apenas assenti.

Fomos em direção a um grande carro que nos esperava no estacionamento e, enquanto a fuinha e a Babi conversavam animadamente, eu mandava uma mensagem para minha mãe, avisando que estava bem e que já havia colocado o pé no solo da Califórnia... Ela apenas respondeu para eu tomar cuidado ao chegar a Morcleine e que estava com saudades.

***

A empresa era muito maior por dentro do que aparentava por fora. Sua aparência externa se resumia em uma caixa cinza, com algumas janelas e portas espalhadas, vermelhas. Além das escadas de emergência, que captaram minha atenção no momento em que as vi, também vermelhas.

Já por dentro, a Morcleine era cheia de corredores – até mesmo subterrâneos -, amplas salas brancas com equipamentos estranhos, um centro de treinamento e vários animais presos, utilizados para experimentos de mutação.

Sentia meu coração se contorcer a cada sala de experimento pela qual passava... Ouvia claramente latidos, miados, uivos e vários outros sons incômodos. Uma única palavra se formou em minha cabeça, e logo conclui que o que faziam naquela organização, ao invés de ser apenas mutação genética, era a tortura.

Hunter apertou minha mão, assim que percebeu como eu estava nervosa e impaciente.

Ele e Babi estavam me levando para o meu dormitório e enquanto isso, eu aproveitava para conhecer a empresa, segundo eles. Minhas malas haviam sido pegas por outros funcionários assim que chegamos, e os mesmos apenas falaram que Charles – o pai de Hunter – queria nos ver.

– Os dormitórios ficam no subterrâneo – explicou Hunter, ainda segurando minha mão, enquanto descíamos por uma grande escada. Ela era feita de metal, com pequenos furos redondos por toda a parte além de ser cercada por paredes feitas de uma pedra cinza polida, com luzes vermelhas, iluminando minimamente o espaço.

– Isso é macabro – falei, virando-me para vê-lo revirar os olhos e abrir um pequeno sorriso, assim como Babi.

– Não se preocupe, Hunter te protege – falou Babi sorrindo e me puxando pela mão. Soltei a de Hunter para acompanha-la, descendo o último degrau. Ela abriu a pesada porta cinza com a mão livre, e voltou a me puxar pelo grande corredor subterrâneo. – Sabe, nós podemos fazer uma noite de filmes, com todos os adolescentes da empresa. Ou melhor, nós podemos pedir para o papai fazer uma festa de boas vindas, para vocês dois. Aposto que Zack e Victoria conseguem convencer o velho.

– Quem? – perguntei instantaneamente. Senti-me uma intrometida depois que as palavras saíram por minha boca.

– Nossa outra irmã e um novo agente – respondeu Babi.

– Novo agente? – perguntou Hunter, visivelmente surpreso.

– Sim, papai achou que era melhor termos um substituto seu, sabe? Caso fosse necessário.

Aposto que fui a única que percebeu o desconforto de Hunter e por esse motivo preferi deixar o assunto quieto. Iria perguntar o motivo a ele depois.

Ao sair pela porta da escada, fomos para o lado esquerdo. Continuamos a andar por um grande corredor subterrâneo iluminado por grandes luzes - mais parecidas com holofotes - que ficavam apenas em seu final. Ele era repleto de portas vermelhas sendo que em cada uma havia um número e em baixo dele, o nome do morador.

Paramos em frente à porta número 67, perto do final do corredor, na qual ao invés de haver um nome, tinha seu espaço em branco. Deduzi que esses quartos deveriam ser de visitantes ou algo do gênero.

– Lena, nós vamos te deixar descansar um pouco, ok? Você deve estar cansada, assim como Hunter – falou a meia-irmã, abrindo a porta do quarto.

– Fora que daqui a algumas horas nós iremos falar com Charles e você precisará estar bem descansada para aguentá-lo.

Completou Hunter, dando-me um beijo na bochecha, para logo depois sussurrar em meu ouvido, com uma voz maliciosa:

– Meu quarto é o 53 se você precisar de algo... - sorri para ele quando me afastei, entrando em meu quarto logo em seguida e fechando a porta do mesmo em sua cara.

Exatamente do jeito que pensei que seriam, os quartos não possuíam janela e suas paredes eram de um tom feio de cinza, assim como tudo ao redor... Não que fossem muitas coisas. Havia apenas uma cama – com as cobertas cinzas –, grandes armários marrons – os únicos com cores diferentes – e uma portinha que levava ao banheiro que possuía uma janela retangular com grades na parte de cima.

O quarto parecia uma cela de cadeia, porém um pouco maior e com mais privacidade... E era esse e outros motivos que me faziam tremer dos pés a cabeça apenas de pensar em ficar alguns dias, trancada, nessa empresa.

***

– Lena? – chamou Hunter batendo uma vez em minha porta. Levantei-me da cama e fui abri-la. – Posso entrar? – perguntou e antes que pudesse responder, ele já havia entrado em meu quarto. Sua cara não era das melhores.

– Está tudo bem?

– Sim – respondeu, fechando a porta atrás de si. – Mas nós precisamos conversar.

Hunter pegou minha mão, puxando-me para cama, na qual nós dois sentamos, um de frente para o outro. Já estava ficando preocupada com sua quietude.

– Você sabe como meu pai é, certo? – perguntou e eu apenas assenti. – Então você sabe que ele talvez seja amedrontador, certo? – assenti novamente para ele continuar. – E é por isso que ele não sabe sobre nós dois... E não pretendo contar tão cedo.

– Certo... – sussurrei, sentindo raiva de Hunter. Mal havíamos ficado juntos e, novamente, parecíamos estranhos um para o outro. Tentei entender o lado dele, no entanto. Não deve ser fácil amar e admirar alguém ao mesmo tempo em que você tem medo dela.

– Você não está brava – observou ele, cautelosamente -, nem com raiva.

– Por que eu estaria brava Hunter? – perguntei, sentindo meu lado emocional, onde se concentrava a raiva, obviamente, falar mais alto que o racional. – Só por você não querer assumir algo que nem começou? - fui o mais irônica que consegui, levantando-me da cama rapidamente e andando em direção à porta.

Hunter apenas imitou meus movimentos, parando a minha frente e perguntando:

– Nós não estamos bem, não é?

– Quantas vezes precisarei repetir que nós nunca estamos bem? – respondi, saindo de meu quarto com ele ao meu enlaço. Por mais que essa ideia me assustasse, ainda precisávamos conversar com Charles.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Gostaram, odiaram?
Eu sei que esse capítulo foi bem parado, mas ele é essencial na trama da história... Sinto muito por isso!
Beijos e até o próximo!



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