Em Tom De Azul escrita por Ella Sussuarana


Capítulo 7
Parafraseando


Notas iniciais do capítulo

Um texto sobre quem sou.



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Por palavras arredondadas não posso ser definida. Não sou ser concreto, realista, nem meu âmago pode ser tocado por epiderme humana para que usem de explanações supérfluas para dissertar sobre o meu ser e o meu não ser. Sou criatura abstrata, sentimento puro e volátil, sou o estado de agitação das partículas que constituem os gases, sou uma coisa em ebulição, tempestuosa, feroz, sou nebulosa. Portanto, como descrever algo que não se pode ver ou tocar? Pois, o que sou é a transitoriedade de um querer calado, de uma nostalgia apertada, de uma tristeza fadigada e de uma lembrança do futuro do pretérito. Gosto muito de ser futuro do pretérito, é um estado de solidão-ilusão adorável para aqueles que como eu, que possuem buracos negros dentro de si. Não gosto de ser presente, esse é enfadonho. É constante. É um espaço de tempo que deveria ser, mas que nunca é. Não simpatizo com o presente. Eu acho que essa é a melhor observação que se pode fazer acerca de mim, pois fora os meus gostares e desgostares eternos, todo o resto em mim é mutável. Sou um estado indefinível – não tenho forma nem volume, esse corpo que habito somente é uma roupa velha que me reveste, o que sou, o que todos nós somos, está escondido em um lugar difícil de entrar. Bem, algumas pessoas, devo comentar, são mais fáceis de serem decifradas, essas podem ser definidas por palavras bem ou mal elaboradas, porém, outras pessoas, poucas pessoas, um número muito menor do que as que auto-se-afirmam, são confusas demais para serem compreendidas à primeira, à secunda ou à milésima vista. Eu gosto de pensar que são essas as pessoas que valem a pena... Mas, a humanidade dificilmente vale a pena...

Eu dificilmente valho alguma coisa também...


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês gostem e que não se iludam que sou uma pessoa fácil de se conviver.



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