Capitulo 5 - Quem vai querer churrasquinho de Percy?

P.O.V. Percy

Muita coisa tinha mudado desde que me tornei um dos Tenentes. Mais vamos começar falando do começo.

A primeira coisa que eu tinha pensado quando tinha meio que “aparecido” na Cidade de Caos, eu juro que foi:

‘ Meu, eu to ferrado’.

Pense comigo. Eu irritei praticamente todos os deuses Olimpianos (inclusive meu pai um pouquinho), imagine eu agora morando com o Deus supremo? Aquele que deu origem a todos os outros? Acho que chegamos a mesma conclusão.

Quem vai querer churrasquinho de Percy?

Acho que minha teoria só se intensificou mais quando entrei naquele enorme castelo. Ou mansão, tanto faz. Quem fosse capaz de criar aquele castelo que iria fazer os olhos de Annabeth lacrimejarem,... meu, eu não queria nem imaginar o que poderia fazer comigo.

Mas muito pelo contrario, os meses que passei aqui foram até que bons. Caos não era obcecado pelo aquele negócio de “você tem que me respeitar porque eu sou um Deus!”, e muito menos eram daqueles que gostavam de reverencias.

Pra falar a verdade, para aquela pessoa que praticamente criou o Universo, Caos era um Deus um tanto simples. Ele fazia a gente treinar bem pesado para poder dominar os poderes de todos os deuses que recebemos, mais tirando isso (é a ordem de não ir para o mundo mortal se divertir) até que era bem simples se conviver com ele.

Os primeiros dias que tinha passado aqui foram bem ruins. Depois de fazer o juramento (aquilo era bizarro!) e te receber todos os poderes dos deuses, tive que treinar como nunca treinei. Depois dessa serie de treinamentos que eu conseguir passar, veio as missões. Elas eram até que fáceis agora que eu tinha o poder dos deuses. As missões se resumiam em tentar manter um equilíbrio entre o bem e o mal, então como o mal aumentava a cada dia, nossas missões eram quase que diariamente.

Nesse tempo eu também acabei conhecendo mais sobre minha nova irmã, ao ponto que meu carinho por ela aumentava a cada dia. Mas eu só fui perceber isso mesmo no dia em que descobri que minha irmã já tinha namorado com um outro Tenente de Caos, David. Meu ciúme de irmão foi tão grande que eu quase briguei com David, mesmo sabendo que eles já estavam separados.

Tálassa era bem mais divertida quando estava apenas eu e ela, sem ninguém estranho por perto. Acho que ela não se sentia confortável perto de pessoas que não conhecia. Outra coisa que percebi foi sua paixão por Pégasos e musica. Ela fazia tudo, exatamente tudo ouvindo musica nos fones de ouvido. Já a tinha pegado cantando uma vez, é tinha que dizer que sua voz era linda. Outra coisa que tinha descobrido sobre ela foram seus pesadelos. Ela os tinha quase toda noite, e se recusava a falar pra mim sobre o que eram. Ela quase me matou quando eu entrei em seu quarto a noite e a ouvi gritando.

Mas assim que completou um mês que estava aqui, minha saudade de Annabeth estava chegando ao limite. Foi ai que Tálassa me mostrou a fonte que ficava na cidade. Aquela fonte de água foi minha salvação.

Ela emitia qualquer cena que estava ocorrendo na Terra. Acho que eu já tinha ficado dois dias inteiros apenas observando Annabeth. E quanto mais tempo eu ficava vendo aquelas imagens, mais vontade de voltar eu sentia. Era muito ruim pra mim ver Annabeth chorando, pensando que eu estava morto.

Três meses depois que eu sumi, Zeus finalmente se convenceu e anunciou para todos que eu estava morto. Meu pai abandonou o Olimpo depois disso, mesmo sabendo que eu não estava morto. Os outros deuses continuaram no Olimpo, mais agora parecia que estavam todos tentando ficar o mais longe de Zeus possível, e quando se encontravam, o tratavam com a maior frieza possivel.

Mais o pior mesmo foi a reação dos meios-sangues. Faltou muito pouco para eles não se revoltarem. A única coisa que os impediu foram os semideuses romanos, que ainda eram muito “certinhos” e obedientes em relação aos deuses. A partir desse dia os meios-sangues pararam de fazer as coisas para os deuses. Pararam de ir a missões para ajuda-los, até as oferendas queimando alimentos na lareira eles não faziam mais. Eles praticamente tinha se desconectado dos deuses.

E eu sabia, mesmo não querendo admitir, que isso iria causar algum problema.

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P.O.V. Tálassa

Eu e Percy estávamos parados em frente a enorme porta que dava para o escritório de Caos. Ele havia nos chamado aqui, e eu não tava com um pressentimento bom.

Já se fazia um ano que Percy tinha se tornado um dos Tenentes. Eu até que tinha gostado bastante de ter Percy ao meu lado, apesar de ele me irritar bastante. Mas ao contrario do que estava aqui na Cidade de Caos, a Terra só estava piorando. Estava parecendo que a recusa dos semideuses a obedecer aos deuses tinham mudado, de alguma forma, o equilíbrio. Os traficantes mortais estavam aumentando, e as coisas boas estavam diminuindo. Era muito estranho.

Bati na porta e ouvi Caos nos mandando entrar. Eu e Percy nós olhamos por alguns instantes. A voz de Caos estava totalmente seria.

- Depois de você. – Percy me diz na maior cara de pau.

Reviro os olhos e entro.

~~ ~

Eu estava certa. Caos estava muito serio.

Quando entrei na sala sendo seguida por Percy, encontramos Caos olhando fixamente para as imagens da Terra que mudavam rapidamente. Reparando bem dava para se entender algumas delas. Todas eram de desastres por todo o mundo, até mesmo no Egito.

- Mestre. – eu falo e ele se vira pra nós.

- Que bom que estão aqui. – ele fala nos olhando seriamente. Se vira novamente para as imagens, mas continua falando comigo e com meu irmão. – A mais o menos um ano, o mal está crescendo. Começou com pouca coisa, mais foi se acumulando cada vez mais. Vocês sabem que o motivo de eu ter meus Tenentes são para que eu os mande em missões para eliminar aquilo que está fazendo diferença na balança do bem e do mal. – ele faz uma pausa, continuando de costas e olhando as imagens. – Só que ultimamente as coisas estam saindo do normal. Desde que umas das coisas mais importantes para manter o equilíbrio foi desfeita, isso alterou todo o resto.

- Porque está dizendo isso? O que aconteceu de tão grave para mudar tudo? – diz Percy preocupado.

Caos o olha como se pensasse se devesse responder.

- Você aconteceu Perseu. Quando foi declarado morto na Terra, os meios-sangues se recusaram apartir dai a obedecerem aos deuses. Isso fez uma enorme diferença, até mesmo para os outros deuses do Egito. Isso fez a balança ficar fora do equilíbrio.

Acho que eu não poderia estar mais surpresa. Isso tinha afetado até os deuses do Egito!

Acho que Percy não estava numa situação diferente da minha. Seu rosto tinha ficado branco.

Resolvi quebrar o silencio.

- Então se Percy aparecer vivo e os semideuses voltarem a obedecer as ordens de Zeus, tudo voltará ao normal? – perguntei. Vi que Percy não estava mais tão branco, acho que ele tinha gostado bastante da ideia.

Caos nos olhou por alguns instantes, e eu por incrível que pareça fiquei meio desconfortável.

- Não é assim tão simples. A esse ponto muitas coisas já saíram de seu lugar.

- Então o que iremos fazer? – Pergunta Percy apreensivo.

- Vocês terão que ir numa missão na Terra, junto com os semideuses.

Acho que o sorriso de Percy não poderia estar maior. Mas não era para menos, ele finalmente iria ver seus amigos e sua namorada novamente, aquela que ele estava morrendo de saudade. Juro que já vi Percy chorando falando o nome de Annabeth enquanto a observava na fonte. Mas ainda tinha uma coisa que me incomodava.

- Preparem-se para uma missão demorada na Terra. Daqui a uma hora nos estaremos indo ao Olimpo, quero falar com os deuses. – Caos fala.

- Mestre, você não aparece na Terra há milênios, e ninguém nunca soube de nossa existência, dos Tenentes. – digo.

- Eu sei. Mas os Deuses Olimpianos estão precisando de um puxão de orelha há muito tempo, e agora tenho um motivo para ir lá e poder fazer isso. Está na hora deles saberem sobre os Tenentes. – Caos olha diretamente para mim quando fala de novo. – Eles precisam saber sobre sua existência, Tálassa.

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