Capitulo 2  Eu juro

Tálassa pensou ter ouvido errado. Ela queria ter ouvido errado. Ali estava seu pai, Poseidon, dizendo que ele queria que mais um filho seu virasse um Tenente de Caos? Impossível, ela tinha que ter ouvido errado.

Ela amava o que fazia, era a vida dela. Mas ela se lembrava muito bem que o pai dela não tinha concordado imediatamente em ela se tornar o que era hoje.

Ela se lembrava perfeitamente daquele dia em que tudo aconteceu.

Quando Tálassa tinha nascido, um ano depois de Percy, sua mãe tinha morrido em seu parto. Poseidon pediu ajuda a Artemis para esconde-la. Depois de muito retulante concordar, a deusa da caça aceitou manter segreto de Zeus e criou Tálassa a partir dai no meio de suas caçadoras. A filha de Poseidon não tinha virado uma caçadora oficial, já que não tinha feito o juramento, mas era tratada por todos como se fosse. Claro que Apolo acabou descobrindo, mas jurou tambem manter segredo. Tálassa era treinada todos os dias enquanto crescia, e de vez em quando seu pai a visitava em seu aniversario. Depois de 10 anos, Poseidon, Artemis e Apolo estavam conversando sobre um modo de esconde-la, já que ela parecia não querer ser uma caçadora de verdade, quando Caos aparece no meio do acampamento. Ele faz a oferta para Tálassa se juntar a ele, mais Poseidon não aceita. Ouve muita confusão, que só parou quando a filha do deus dos mares respondeu firmemente que aceitava ser uma Tenente de Caos. Poseidon teve que aceitar a decisão de sua filha.

E era por isso que Tálassa esperava estar ouvindo errado. Percy não poderia virar um Tenente de Caos. Ele tinha namorada, amigos e tambem sua mãe. E afinal de contas, ela não poderia simplesmente transformar seu irmão num Tenente de Caos, ela não tinha esse poder. Caos era o unico que escolhia as pessoas que seriam encarregadas de servi-lo e de fazer as missões que ele manda. 

Poseidon estava olhando a expressão chocada de sua filha.

- Pai... você sabe que eu... eu não posso fazer isso. 

Poseidon a olha, e pela primeira fez sua filha vê nos olhos de seu pai uma coisa que jamais pensaria que iria ver : imploração.

- Tálassa... tente pelo menos... tente falar com Caos. - O deus dos mares fala, olhando pra menina bonita a sua frente.

Tálassa sinceramente não estava nem um pouco com vontade de falar com Caos sobre isso. Ela meio que tinha esquecido de falar para seu pai que Caos só não retrucou Percy porque ele sabia que seu irmão tinha um dever a cumprir. Ou melhor, varios deveres a cumprir.

Mas ela tambem não queria que seu irmão morresse. Ela podia não ter falado uma palavra com ele, e ele nem sabia que ela existia, mas mesmo assim ela se importava com ele.

- Tudo bem, eu vou falar com Caos. - Se é que ele não esteja ouvindo essa conversa, o que é bem provável, ela completou mentalmente.

- Obrigado - Poseidon diz aliviado.

Poseidon olhou mais atentamente para sua filha agora, percebendo que ela tinha mudado bastante deste seus 14 anos, que foi quando ele a viu pela primeira vez. Ela parecia mais amadurecida, sua postura estava rígida, uma postura de soldados. Estava linda como sempre foi, mais agora dava para ver o olhar intimidador e atento a tudo que acontecia. Poseidon se perguntava como Caos a avia criado, e tambem como ela viveu estes ultimos 7 anos que esteve com ele.

O bracelete que estava no braço de Tálassa começou a piscar. Ela olhou para seu braço, e com a mão livre tocou a pequena safira que tinha ali. Seus olhos perderam o foco por dois segundo e logo voltaram.

- Caos está me chamando. - ela disse se virando para seu pai. - Preciso ir.

- Tálassa, jure pra mim que irá falar com Caos. - Poseidon disse.

- Tudo bem pai, eu juro. - ela fala com um suspiro.

Ela se afastou de seu pai andando para traz. Uma luz azul escura a envolveu, e um minuto depois ela não estava mais lá.

- Só espero que de tudo certo. - diz Poseidon pra si mesmo. Anda em direção as portas do salão, ele precisava que seu exercito de ciclopes fossem proteger o acampamento Grego-Romano, onde estava seu filho.

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Todos no refeitório estavam em silencio. Ninguem ousava dizer uma palavra depois da imagem em produção que eles tinham visto da reunião do Olimpo. 

Hestia tinha aparecido no meio do jantar e tinha feito a fogueira do acampamento começar a mostrar o Solstício de Inverno. Todos assistiam assombrados a discussão dos deuses, e tambem a decisão de Zeus.

Annabeth tinha segurado com força a mão de Percy. Ela não conseguia acreditar no que estava vendo. Zeus tinha acabado de revelar que queria seu namorado morto. Ele queria Percy morto. 

Mas ela não deixaria que isso acontecesse. Não iria deixar Zeus encostar em Percy. Ela não iria perde-lo. Não suportaria perde-lo. Eles tinham passado por muita coisa e ainda conseguiram ficar juntos, não iria ser agora que não tinha nem uma guerra explodindo em suas cabeças e iria perde-lo.

Assim que Poseidon sumiu a projeção se apagou, e o silencio dominou o refeitório. Ali, tantos gregos ou romanos, estavam revoltados com Zeus por querer matar aquela pessoa que eles consideravam seu líder. O silencio continuou.

Percy estava em silencio tentando absorver o que tinha visto (lerdo ¬¬'). Não era a primeira vez que Zeus o queria morto, mas parecia que agora era diferente. Zeus parecia fora de si, e nem seu pai entrando em guerra com ele o vez desistir da ideia. Nem todos os deuses juntos conseguiram convence-lo.

Mas tinha outra coisa que ele estava curioso. A quem seu pai estava se referindo?

Ele sinceramente não sabia. 

Apertou um pouco mais a mão de Annabeth. Ela sempre fazia com que ele se sentisse melhor apenas com sua presença. Afinal, ele a amava. 

Fez uma promessa para si mesmo. Não importando o que aconteça com ele, ele iria deixar Annabeth segura. Annabeth e seus amigos tambem. 

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Tálassa apareceu na grande rua principal da Cidade de Caos. As ruas estavam vazias, o que já era provável porque apenas Caos e seus 6 soldados moram ali. A cidade era praticamente uma ilha. Ela tinha o palácio principal, que era o lar de Caos e local de treinamento dos Tenentes. Eles poderiam morar lá tambem, mas todos preferiam uma casa da pequenina cidade, era mais privacidade. A cidade estava praticamente localizada em uma outra dimensão.

A filha dos deus dos mares começou a andar em linha reta em direção ao enorme palácio. Ele era simplesmente magnifico. Tinha a união de todos os metais que existiam, que ia da pedra até a joia mais brilhante e valiosa que existia no mundo.

Tálassa pela primeira vez desde que tinha dez anos de idade estava nervosa em falar com seu mestre. Ela nunca teve medo de Caos, ele sempre foi bom com ela. Desde que ela tinha se tornado uma de seus tenentes, ele sempre foi agradável. Ela o considerava sua familia. Caos a tinha treinado para ser uma Tenente exemplar, e tambem para que ele possa confiar a ela assuntos importantes. 

Tálassa passa pelas portas principais e começa a andar pelo imenso palácio. Quem não o conhecesse se perderia em um minuto de tão grande que era. Depois de alguns minutos a filha do deus do mar já estava em frente ao escritório de Caos. Com um longo suspiro ela abre a porta.