Além Da Amizade escrita por Esc L


Capítulo 12
Capítulo 8




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/423434/chapter/12

Algumas semanas haviam se passado e algumas coisas haviam acontecido. 

Desde a festa do Guilherme, o qual eu pedi minhas sinceras desculpas por ter dado aquele show, eu e o Felipe não ficamos mais.  

Ele ficou diferente e entre umas das conversas que nós tivemos, pedi a ele que nada mais acontecesse entre nós. Não por eu não querer mais ficar com ele, mas sim por eu não querer que meus sentimentos por ele ultrapassassem os limites que vinha tendo.  

Eu não queria me magoar de novo, não queria me decepcionar com ele, e nem queria decepciona-lo também. 

Mas confesso que isso nada adiantou e só me fez ter mais saudades dele e dos seus beijos. 

Eu e o Guilherme vez ou outra ficávamos, mas nada sério. 

O Felipe não estava mais com a Larissa, e o mesmo não quis me dizer o porquê desse ato milagroso. Mas eu sabia que alguma coisa tinha pra ele ter parado de ficar com ela, ainda mais porque ela vivia atrás dele, se jogando e pedindo pra voltarem a ficar como antes, e isso me dava nos nervos. 

Acordei no horário de sempre e me arrumei para ir pra aula, depois de pronta, peguei meu material e desci pra sala pra esperar minha mãe, pois ela iria me levar. 

No dia anterior, liguei pro meu pai pra ver como ele estava, e pela voz, aparentava estar melhor.  

Ele vinha surpreendendo a todos, principalmente aos médicos, que já haviam "previsto" quanto tempo de vida ainda lhe restaria. Mais de um mês havia se passado, e exatamente um mês, era o tempo que os médicos havia lhe dado. 

Mas ainda que minha felicidade fosse imensa, eu não queria me alimentar de ilusões, porque como ele mesmo sempre dizia quando conversávamos "só Deus sabe o dia de amanhã".

 Bom dia coisa feia. 

Dei um beijo demorado na bochecha dele. 

 Bom dia coisa chata. – me abraçou de frente. 

 Tudo bem? – o olhei. 

Nós nos encaramos, ele me olhou sério por alguns instantes e logo em seguida deu um sorrisinho de canto, sem mostrar os dentes. 

Eu sabia o que poderia vir a frente, e por mais que eu quisesse e estivesse com saudades; não podia deixar nada acontecer.

Me desvencilhei do abraço, o olhando sem graça. 

 Podia estar melhor. – me olhou sério. 

Eu não tinha certeza, mas acho que senti um duplo sentido no "podia estar melhor" dele. 

 Ér – falei sem graça – eu vou pra sala, depois a gente se fala. 

Sai andando apressada. 

Era cada vez mais difícil de controlar a vontade de beijar ele, de ficar com ele. Era cada vez mais impossível me segurar. 

Eu fui andando pelo corredor do colégio, até ser barrada por alguém. 

 Bom dia minha linda. – sorriu aberto. 

 Há – falei assustada – bom dia Gui. – eu sorri – Me assustou. 

 Desculpa, não foi minha intenção. – abraçou-me.

O Guilherme era um cara legal, e por mais que nós viéssemos ficando frequentemente, eu não queria mais. Ficar com ele já não tinha mais tanta graça como dias atrás.

 Gui – dei uma pausa, pensando sobre o assunto – eu preciso falar com você depois, tudo bem? – o olhei apreensiva. 

 Ta bom. É algo sério? – me olhou intrigado. 

 Depois a gente conversa. – sorri – Agora eu preciso ir, to atrasada. 

 Tudo bem vai lá. – me deu um selinho. 

Eu fui andando em direção a minha sala, como não tinha professor, entrei direto. 

A Manu e a Karol conversavam animadamente. 

— Posso saber o motivo de tanta animação? 

 Cumprimentei as duas. 

 Tem luau na praia quarta-feira. – a Manu falou animada. 

 Mas tem aula no dia seguinte. – olhei confusa. 

Geralmente, quando agilizavam luau, era em fim de semana, ou quando não tinha aula no dia seguinte, pois costumavam ir até tarde com o luau. 

 Não tem aula nem quinta e nem sexta, o feriado vai emendar, dãr. – a Karol falou.

 Nossa, até tinha me esquecido do feriado. 

 Enfim, vamos no luau? 

 Vou falar com a minha mãe, mas é certo que eu vá. – animei-me também.

 Mas e ai? E você e o Monroe? – a Karol sorriu com malicia. 

 Então – dei uma pausa – vou conversar com ele hoje. 

 Quer oficializar as coisas? – ela riu. 

 Não – a olhei com tédio – vou pedir para pararmos por aqui. – falei, insinuando sobre ficar com ele. 

 Por quê? 

 Ah, sei lá, não tem mais graça, sabe? E... – pausei, pensando. 

 Ele não é o Felipe. – a Manu me interrompeu, finalizando a frase. 

Pensei por alguns instantes no que ela falou, e realmente, poderia ser por isso. 

 Ah, entendi. – a Karol deu uma risadinha. 

 Não, não é isso – era isso! – só não quero mais. – menti, dando de ombros. 

 Sei viu, sei! – olhou desconfiada. 

Ignorei e mudei de assunto, Nós ficamos papeando, já que estávamos de aula vaga. 

As duas próximas aulas passaram rapidamente e logo chegou o intervalo. 

Fui com as meninas até onde a nossa turma estava, me sentando junto deles, fiquei por alguns minutos ali, mas logo me lembrei de que tinha ficado de falar com o Guilherme. 

 Já volto. – falei me levantando. 

 Onde você vai? 
A Manu perguntou. 

 Vou até ali, já volto. – falei saindo de perto deles.

Fui até o Guilherme, ele estava com os amigos dele, mas ousei interromper a conversa por alguns segundos. 

 Gui, a gente pode conversar? – falei sem graça. 

 Podemos sim. – sorriu – Já volto. – falou pros amigos dele. 

Nós caminhamos até um dos bancos que tinham na cantina, e nos sentamos por ali mesmo. 

Ele me olhou sorrindo. 

 Então... – falou pra que eu iniciasse o assunto. 

 Então – pensei numa maneira menos direta para falar aquilo, até porque ele era uma pessoa legal, e não queria parecer grosseira – queria falar sobre nós. 

— Sobre nós? – franziu o cenho, me olhando curioso. 

 É, nós estamos ficando frequentemente e bem... Eu não quero mais isso. – disparei.

 Não? Você quer oficializar? Quer algo sério? 

As vezes o Guilherme conseguia ser lento, porque olha... 

 Não Gui – o olhei sem graça – Quero que a gente pare por aqui. – fui direta. 

 Ah – falou decepcionado – Mas por quê? 

 Bom – pensei – Não vem tendo mais graça como antes, sabe? – falei sincera – Mas não me entenda mal, não estou dizendo que você é sem graça. – corrigi rapidamente – É que... Com você não tem graça.

 Já entendi – deu um risinho – e eu até arrisco o palpite de quem poça ter graça. – arqueou uma de suas sobrancelhas. 

 Arrisca? – ri. 

 Eu já reparei no jeito que você olha pra ele, Gabi. – ele sorriu – E eu posso te garantir que ele tem esse olhar cauteloso por você também. 

Eu fiquei em silêncio por alguns segundos, ainda raciocinando e tentando entender. É, as vezes eu também conseguia ser meio lenta. 

— Você sabe que eu estou falando do Felipe. E quer saber o que eu acho? – ele me olhou.

— O que? – o olhei também. 

 Eu acho que você devia dar uma chance pra ele.

— Por? – arqueei a sobrancelha em sinal de que ele continuasse. 

 Porque o Felipe é um cara legal, e parece gostar bastante de você. 

 Porque você acha isso?  

 Primeiro, porque se fosse possível, eu já teria sido fuzilado com o olhar que ele está dando pra cá. – riu – E segundo, porque mesmo que você não perceba, ele vive te cuidando, vive fazendo suas vontades, e você nem deve ter pensado nisso mas – ele pausou pensativo – ele parou de ficar com a Larissa por tua causa. 

 Minha causa? – dei uma gargalhada sarcástica. 

 Sim, sua causa. 

 Duvido.

 Quer apostar comigo? – ele me olhou.
Pensei por alguns segundos.  

 Ta, já sei que vou ganhar mesmo. – me garanti – Quer apostar o que? – o olhei divertida. 

 Se eu ganhar, vai ter que me dar um beijo – ele riu. 

Olhei pra ele, o reprovando. 

 Se eu ganhar, você vai ter que ficar com quem eu escolher, não importa quem seja. 

Ele me olhou por alguns segundos, e esticou a mão, em sinal de que selássemos a aposta, eu estiquei a minha e segurei a sua, como se estivéssemos fechando um acordo importante. 

 Apostado! – dissemos juntos.

— Quando descobrir, me conta, fechou? 

 Fechou! – ri.

Eu fiquei o olhando e pude concluir o que já tinha pensando antes. Ele era um bom amigo. 

 Mas então ta tudo bem, né? – o olhei apreensiva. 

 Claro que ta. – riu – Você é uma boa amiga. 

Ele me puxou pra um abraço. 

 É, você também é um bom amigo. – retribui o abraço. 

 Agora vamos voltar pros nossos lugares? O Lipe ta me olhando mais feio ainda. – riu. 

 Vamos sim, bobo. – ri também – Até depois. 

 Até. – sorriu. 

Eu voltei pra onde o pessoal estava, e realmente, o Felipe não estava com uma cara nada boa, na verdade, estava todo emburradinho, com aquela carinha linda que ficava quando sentia ciúmes. 

Eu dei um risinho pra ele, que continuou de cara fechada, sem expressão alguma. 

Passaram-se alguns minutos e o sinal bateu, eu e a meninas fomos pra sala. Comecei a contar pra elas sobre a conversa com o Gui, mas fomos interrompidas pela professora, que pediu para que ficássemos em silêncio. 

As três últimas aulas pareceram passar rápido, talvez porque nós tivemos que ficar fazendo atividade para nota, o que pegou todo nosso tempo.  

 Vai embora com quem amiga? – Manuella perguntou.

 Com quem quiser ir comigo. – ri. 

 Então vamos de carro comigo e almoça lá em casa, tenho algumas coisas pra te contar. 

Ela me olhou com uma cara de sapeca, e eu a olhei meio desconfiada. Tinha conseguido açúcar minha curiosidade. 

 Sobre? – perguntei curiosa.
Manu: Vamos lá pra casa que eu te conto, curiosa. – riu. 

 Vai me fazer esperar? – fiz cara de triste. 

 Sim. 

 Af, vamos embora logo então. – apressei-a.

Nós fomos nos despedir dos meninos e da Karol, que ia passar a tarde com o Renan, por isso não ia com nós. 

Eu me aproximei do Felipe, que ainda estava de cara feia pra mim.

 Não vai me dar tchau? – perguntei divertida. 

 Tchau. – sorriu cínico. 

 Nossa, nem um abraço?  

 Pede abraço pro outro lá. – deu de ombros. 

 Que outro? O Gui? 

Não pude deixar de rir do comentário dele e da cena que ele estava fazendo. 

 É. 

 Nós não vamos mais ficar, decidimos isso no intervalo hoje. 

Eu ainda ria. 

 Sério? 

Ele me olhou surpreso e deu um meio sorriso logo em seguida. 

 Sério. – afirmei. 

 Hum. – me olhou de canto. 

 Abraço? Ou não? – fiz beicinho.

 Abraço. – sorriu. 

Ele me abraçou apertado, e colou a bochecha na minha, dando um "cheiro" no meu pescoço logo em seguida. Pude sentir toda parte do meu corpo arrepiar. 

Me desvencilhei do abraço rapidamente, evitando todo tipo de contato seguinte. 

 Eu vou embora. – falei rápido – Até amanhã. 

Sai de perto dele e fui puxando o Manu pra dentro do carro, onde o avô dela nos esperava.

 Ei, pra que tanta pressa? – me olhou sem entender. 

 Nada demais, só to curiosa. 

Disfarcei e logo em seguida dei um "sorriso amarelo", sem dar chance de ela perceber e me encher de perguntas. 

 Sei viu. - falou desconfiada. 

Eu fingi que não ouvi. 

Fomos o caminho todo conversando sobre algumas coisas da aula, quando chegamos na casa dela, colocamos as mochilas no sofá e fomos logo almoçar, depois disso ajudamos na cozinha e em seguida subimos para o quarto dela. 

 Ta, já pode começar a me contar.  

 Eita, que pressa hein. 

 Claro, porque não é você quem ta curiosa. – falei com sarcasmo. 

Ela ficou me olhando por alguns segundos, e eu a olhei confusa, sem entender.

 Será que você pode em falar logo? Já ta enrolando.  

 Ai, ta bom. – sentou na cama – É o seguinte – ela respirou fundo e deu um meio riso – rolou entre eu e o Bruno. – riu. 

Eu coloquei minha mão sobre a boca, sem acreditar e fiquei a olhando, tentando assimilar o que ela havia acabado de me falar, o que na verdade, não deveria ser novidade pra mim. 

 Você ta brincando, né? – a olhei, ainda desacreditada. 

 Não amiga, to falando sério. – afirmou.

 Dai...? – fiz sinal com a mão, pra que ela continuasse a contar.

 Daí a gente tava lá em baixo, assistindo filme, e rolou um clima, sabe. 

Eu apenas assenti com a cabeça, sem dar chance pra que ela parasse de contar. 

 Ai gente veio se pegando até aqui o quarto, e acabou rolando. – riu – No começo eu até tava com medo, mas depois... – ela mordeu o lábio maliciosamente. 

 E eu que achava que a Karol quem era a safada. – me fiz impressionada. 

 Ai, para. – colocou a mão sobre o rosto – Tenho vergonha. 

 Aham, só imagino né. – ri – Sei bem a danada que você é, moça. 

 Para amiga. 

 Ela estava ficando vermelha e isso realmente era muito engraçado. 

 Mas e ai, doeu? 
Manu: Muito. – deu ênfase no muito – Mas depois, depois passou suave, e ele foi super fofo comigo.  

 Hum, danada. 

 Nós rimos. 

 Mas e você e o Lipe, hein?  

 O que tem nós dona Manuella? – falei entediada. 

 Ainda estão ficando? Você não me conta mais nada. – reclamou. 

 A gente não fica tem tempos, reclamona. 

 Por quê? Quero que vocês fiquem juntos, amiga, para de drama vai. – fez carinha triste. 

 Pena que querer não é poder, né? – suspirei. 

É, eu também queria que nós ficássemos juntos. Ou não. 

 Eu sei que você também quer. 

 Ela tinha dado pra ler pensamentos agora?

 Você não sabe de nada. – sabia sim. 

 Mas falando sério. É medo? – me olhou séria. 

 Medo de que? – disfarcei. 

 Gabi, por favor, né?  

 Ai Manu. – reclamei – Não é medo, só não quero, não quero ficar com ele, não quero magoar ele e nem quero ser magoada. 

 E esse processo de negação? – riu – Você mesma acabou de assumir que é medo.

 Não é. – revirei os olhos – Só não quero ficar com ele, nós não vamos mais ficar. – afirmei mais pra mim do que pra ela. 

Ficamos em silêncio por alguns segundos. 

— Amiga, olha pra mim. – pediu. 

Eu olhei pra ela, e ela pegou em minhas mãos, segurando-as. 

 Eu sei que você já foi magoada, que ta com medo e bla, bla, bla... Mas o Lipe amiga, o Lipe é diferente, vai ser diferente, porque ele gosta tanto de você, que não teria nem coragem, nem pensaria na possibilidade de te magoar. 

 Mas e a amizade Manu? Imagina se nada da certo. A amizade dele é muito importante pra mim, ele é muito importante pra mim, e a cumplicidade que nós temos um com o outro, a nossa amizade, isso eu não quero perder nunca. – pausei – E isso é uma coisa que eu não vou colocar em risco, por um sentimento, que amanhã ou depois, pode acabar sendo motivo de frustração. 

 Gabi, como é que você pode saber que não vai dar certo, como é que você fala que não vai dar certo, se nem tentou? Se arrisca amiga, se arrisca com ele. Se dê uma chance. 

 Eu vou pensar, ta? – falei confusa – Vou pensar em tudo isso. 

 Vai mesmo? 

 Vou mesmo. – afirmei meio confusa. 

Nós ficamos em silêncio enquanto eu tentava pensar em tudo que ela havia falado, mas ali não ia dar, eu não ia conseguir. 

 Eu vou embora, ta? Preciso pensar nisso tudo.  

 Ta bom. – sorriu – Mas ó, eu to aqui, ta? Qualquer coisa é só gritar que a Super Manu aparece. – riu. 

 Pode deixar. – ri também. 

Peguei minha mochila e nós descemos até a sala, ela me levou até a porta, me despedi dela e fui em direção ao elevador, minutos depois ele chegou, entrei e apertei o botão do térreo. 

Após alguns minutos andando, cheguei no "meu lugar" no qual sempre me ajudava a pensar melhor nas coisas e na forma de resolvê-las. Sentei no banco e me coloquei a olhar pro mar, desejando que aquelas ondas levassem pra longe todos os pensamentos que me transbordavam a cabeça. 

Por mais que eu gostasse do Felipe, não conseguia deixar isso ser maior que meu medo. Eu vivia decepcionando as pessoas vivia frustrando as expectativas de qualquer um sobre mim. Eu não queria que isso acontecesse com ele também. 

O que mais me deixava confusa, que mais me irritava era que eu não conseguia tomar decisão alguma em relação a ele, porque por mais que eu quisesse me afastar, ficar longe dele, eu não conseguia, ter ele por perto era mais do que necessário, era essencial.

Mas eu precisava tomar uma decisão em relação a ele, precisava ao menos saber se qualquer coisa vinda dele, em relação a mim, seria recíproco ou não. 

Fiquei alguns minutos "tentando" colocar meus pensamentos em ordem, até que senti alguém sentar do meu lado, alguém no qual eu conhecia muito bem, tão bem que só de sentir seu cheiro – e que cheiro! – eu já o reconhecia. 

 Como sabia que eu estava aqui? – o olhei surpresa. 

— Usei o poder da mente. – se fez esnobe. 

Eu dei um risinho. 

 É, nunca te contei que tenho um lado mágico? – me olhou. 

 Ah, claro – ri – mágico! – falei a palavra "mágico" com certa ironia. 

Ele deu um sorriso de canto. 

 Fui até a sua casa e a Andréa disse que você não tinha chegado ainda, daí fui na Manu e ela disse que você passou lá, mas logo saiu, disse também que você falou que precisava pensar em algumas coisas. – arqueou uma das sobrancelhas – Daí pensei: que outro lugar você iria pensar, além daqui? – fez cara de interrogação – Nenhum! Ai vim pra cá! – concluiu sorrindo, com uma daquelas caras de gênio magnífico. 

— Olha! – me fiz impressionada – Me conhece mesmo, é muito meu fã hein, deve me admirar muito. – ri. 

 Bem mais que isso também. – disse num tom baixo. 

Eu o olhei confusa e ele me olhou, dando um sorriso sem mostrar os dentes. 

O que ele queria de mim? Realmente, eu não fazia ideia. Me deixar louca, talvez? É, era uma possibilidade.

 Que mal lhe pergunte, mas, o que você veio fazer atrás de mim? – perguntei sem ser hostil. 

 Queria te ver – me olhou profundamente – conversar, sei lá. 

 Entendi. – afirmei. 

Ele ficou me olhando por algum tempo, parecia tentar "entender" algo. 

 O que foi? 

Desviei meu olhar do mar, olhando para ele. 

 To pensando. – respondeu calmo, com seu olhar ainda fixo a mim.

 Em? – perguntei, em sinal de que ele continuasse. 

 Em que você tá pensando. 

 Há. – falei com desanimo. 

Ficamos em silencio novamente, silencio que hora ou outra persistia em reinar entre nós. 

Mas mesmo com todo o silencio do mundo, ainda era bom tê-lo por perto, mesmo em meio às dúvidas, ainda era ótimo tê-lo comigo. 

— Lipe? 

 Oi? 

 Porque mesmo você terminou o lance que tinha com a Larissa? – respirei fundo – Fala a verdade, por favor. – o olhei com suplicia.

Ele me pareceu pensar por alguns segundos, e logo em seguida despejou todo o ar que tinha guardado nos pulmões de uma vez só pra fora. 

 Lembra que tinha uma menina na história? 

 Aham. 

Meu coração acelerou. 

Sabe quando a gente tem um pouquinho de esperança? Eu tinha comigo esse pouquinho. 

 Então, eu precisava dar um jeito de mostrar, ou tentar mostrar pra ela, que eu mudei, e nada melhor, do que acabar de vez com o que eu tinha – fez aspas com os dedos – com a Larissa. 

Conhecendo o Felipe como eu conhecia, essa menina tinha sorte, muita sorte, ele jamais faria isso por qualquer uma. 

Pude sentir uma pontinha de inveja dessa menina, ela havia conseguido o coração de uma das melhores pessoas que eu já havia conhecido na vida. 

— Eu conheço ela? – o olhei. 

Ele deu um risinho. O olhei sem entender. 

 Conhece. – afirmou sorrindo. 

 E quando eu vou saber quem é? 

 Quando eu tomar coragem. – fitou o nada. 

Senti um aperto no coração, não sei se por ciúme, ou por medo de perdê-lo pra quem eu ainda nem "conhecia" oficialmente, mas sabia que o havia pego de jeito. 

Um nó se formou na minha garganta, e meus olhos se amarrotarem em lágrimas. Respirei fundo, segurando o choro.

Sai dali correndo o mais rápido que pude, pegando o primeiro taxi que apareceu. 

Pedi pro taxista dar algumas voltas a mais, eu não podia aparecer daquele jeito em casa. 

Meu celular começou a tocar, olhei no visor e era o Felipe, pensei por alguns segundos, e decidi rejeitar a ligação. Eu não podia continuar agindo como se nada estivesse acontecendo, como se eu não estivesse sentindo nada, como se o sentimento ainda fosse o mesmo. 

Ele tinha alguém a quem gostava, e como sua amiga, só o que eu podia fazer era apoia-lo, mas antes disso, eu precisava me distanciar, separar as coisas, precisava de um tempo pra mim. 

Depois de alguns minutos rodando, pedi ao taxista que me levasse pra casa, dei o endereço pra ele, e assim ele fez, logo ele estacionou em frente ao condomínio, paguei a corrida e fui entrando, chamei o elevador, não demorou muito e eu já estava no meu andar, caminhei até a porta de casa e antes de entrar respirei fundo e me recompondo, tentando transparecer que nada havia acontecido.  

Assim que entrei a Helô veio correndo até mim. 

 Oi mana. – sorriu e me abraçou. 

 Oi princesa. – a abracei. 

— Ta tudo bem? Porque você ta com essa cara de triste? – ela acariciou meu rosto.

— Ta tudo bem sim  respirei fundo  a mana só ta cansada.  menti.

 Como foi na sua escola hoje? Porque você só chegou agora? – perguntou curiosa.

 Eu fui resolver algumas coisas – disfarcei – e foi tudo ótimo na escola. E você, como foi na escola? 

 Foi legal, mas eu briguei com a Clarinha – fez carinha de triste – ela disse que não é mais minha amiga porque eu sou muito chata, mas na verdade, ela que é chata, ela só sabe brigar. – fez careta.

Ela começou a contar sobre o que havia acontecido na escola dela, e eu não pude deixar de rir, era engraçada a inocência dela ao contar as coisas, e a forma como ela achava tudo aquilo um absurdo, principalmente quando contou que o Pedro disse que iria pedi-la em casamento. Bom mesmo era a inocência de ser criança. 

Depois de ficar conversando e brincando com ela, decidi subir, pedi Andréa que se alguém procurasse por mim, dissesse que eu não estava em casa, ela assentiu, e perguntou se alguma coisa estava acontecendo, eu menti, dizendo que era só estava cansada, com dor de cabeça. Antes fosse isso mesmo. 

Subi pro meu quarto, tomei um banho, coloquei um short e uma regata qualquer e decidi fazer minhas lições de casa, meu celular tocou novamente, era o Felipe, rejeitei a ligação, e alguns segundos depois ele tocou novamente, rejeitei mais uma vez a ligação. 

Alguns minutos depois chegou um sms dele, no qual dizia: 

L:Gabi, fala comigo, por favor, você entendeu tudo errado, na verdade, costuma entender sempre tudo errado... Me deixa te explicar, por favor? ): 

Será que ele não entendia que já estava sendo difícil o suficiente pra mim? Coloquei meu celular no silencioso e o joguei longe, pra que não o ouvisse mais, assim eu não o responderia, nem o atenderia. 

Terminei de fazer meus deveres de casa e desci pra jantar, minha mãe como sempre muito reparadora, perguntou se eu realmente estava bem, sempre naquele tom preocupado "Tá tudo bem filha? Tá acontecendo alguma coisa? Quer conversar?" eu apenas neguei, dizendo que o dia havia sido cansativo e que só estava com dor de cabeça. 

Após o jantar, subi pro meu quarto e decidi conversar com quem eu sempre procurava nessas horas, quem sempre tinha as melhores palavras, me acolhia de uma forma inexplicável e me fazia uma falta imensa. Vasculhei meu quarto inteiro atrás do maldito celular, até me recordar de que ele estava no mesmo lugar onde eu havia jogado, na hora em que o Felipe havia me mandado o sms. Olhei no visor e haviam dez chamas não atendidas do mesmo, olhei com pesar, e pensei em retornar as ligações, mas lembrei que eu não podia, que devia deixar pra lá, e com imensa dificuldade, assim eu fiz. 

Depois de alguns minutos esperando pacientemente na linha, decidiram me atender.  

 Pai? – perguntei num tom meio baixo, apreensiva.  

 Oi princesa. – pude sentir da sua voz, o sorriso se formando em seus lábios. 

 Tudo bem? Como o senhor ta?  

 To bem princesa, to bem. – ele falou num tom meio baixo. 

 Pai – o repreendi por querer mentir. 

 To indo filha sabe que é complicado, mas está tudo indo conforme a vontade de Deus. 

"Tomara que a vontade dele seja não leva-lo para mais longe de nós."  Pensei, mas logo espantei tal tipo de pensamento, repreendendo-me.

 Tá se cuidando direitinho? – recompus minha voz, segurando o nó na garganta. 

 To sim senhora. – riu.

 Bom mesmo, que continue assim. – nós rimos juntos, mas logo meu riso cessou, assim como o dele – Só liguei pra ver se estava tudo bem mesmo. – respirei fundo, soltando todo ar de meus pulmões em seguida.  

 Tem certeza que foi só pra isso? – perguntou num tom duvidoso. 

 É, queria conversar só, sabe… – tentei explicar. 

 Conversar, sobre?  

 Nada, o senhor sabe como me sinto melhor quando nos falamos – dei uma pausa – então, queria só jogar conversa fora. – dei um meio riso.  

Ficou-se um silencio um tanto desconfortável, e eu sabia que a mente dele tentava encontrar o ponto X do meu motivo de ter telefonado pra ele, tirando o fato de que eu realmente queria saber como ele estava.  

 Problemas com o coração? – ele deu um meio riso. 

Pensei por alguns segundos. 

 É. – falei confusa.

 E esse problema, envolve quem eu estou pensando?

 Como vou saber quem o senhor está pensando? Não sou vidente! – falei num tom brincalhão e um tanto divertido. 

Eu sabia em quem ele estava pensando, mesmo sem saber ler pensamentos.  

 Então deixa eu te lembrar – deu uma pausa, fingindo que estava pensando – Felipe! Seria ele o seu problema?  

 É, quem sabe. – falei com pesar. 

Viu, seu velho pai ainda sabe das coisas. – brincou, tentando animar-me. 

Fiquei em silencio por alguns segundos, pensando se falava ou não.  

 Ele gosta de outra, pai. – falei com certa dificuldade, e um tanto desanimada. 

— Ele te contou isso? 

 Aham.

 E você sabe quem é essa outra?  

 Não, ele não me falou, mas eu também não o deixei explicar, pedi a ele que não me procurasse e que não ficássemos mais – lembrei-me da cena de horas mais cedo – ele me ligou e mandou sms's dizendo que eu entendi tudo errado, que eu o deixasse explicar , mas eu não quero, só quero esquecê-lo de vez – tentei segurar o nó que se formava em minha garganta – vai ser melhor assim. – uma lagrima escorreu. 

 Como sabe que vai ser melhor assim se tu nem tentou? Nem deu uma chance a ele de se explicar?  

 Eu não sei. – mais algumas lágrimas escorreram e eu sequei as mesmas – to confusa pai, confusa o bastante para querer que ele fique longe. – funguei, engolindo o choro.

 Olha filha – seu tom ficou mais sério – quero te falar uma coisa, e quero que se lembre disso – ele respirou fundo, sua respiração era cansada – quem vive com medo, não vive. 

 Eu permaneci em silêncio, apenas absorvendo suas palavras.  

 Mais cedo ou mais tarde, você vai precisar deixar esse medo de lado e dar uma chance pra si, entende? Então seja lá o que for, não perde tempo princesa, corre atrás, se tu gosta mesmo, vai atrás, não o deixe escapar, tu nem deu chances a ele de se explicar, não é nada tão complexo assim, sem dramas mocinha. 

 Mas eu tenho medo pai, medo de me magoar, medo de magoa-lo. 

 Essa é a vida princesa, ninguém sabe no que vai dar, a gente tem mais é que viver e se arriscar sem ter medo do que virá, o medo não leva ninguém a lugar nenhum. 

E mais uma vez permaneci em silêncio. Realmente, ele tinha razão. De que adiantaria eu viver com medo? Uma hora ou outra eu iria ter que encarar isso de frente.

 E você sabe quem é essa outra?  

 Não, ele não me falou, mas eu também não o deixei explicar, pedi a ele que não me procurasse e que não ficássemos mais – lembrei-me da cena de horas mais cedo – ele me ligou e mandou sms's dizendo que eu entendi tudo errado, que eu o deixasse explicar , mas eu não quero, só quero esquecê-lo de vez – tentei segurar o nó que se formava em minha garganta – vai ser melhor assim. – uma lagrima escorreu. 

 Como sabe que vai ser melhor assim se tu nem tentou? Nem deu uma chance a ele de se explicar?  

 Eu não sei. – mais algumas lágrimas escorreram e eu sequei as mesmas – to confusa pai, confusa o bastante para querer que ele fique longe. – funguei, engolindo o choro.

 Olha filha – seu tom ficou mais sério – quero te falar uma coisa, e quero que se lembre disso – ele respirou fundo, sua respiração era cansada – quem vive com medo, não vive. 

 Eu permaneci em silêncio, apenas absorvendo suas palavras.  

 Mais cedo ou mais tarde, você vai precisar deixar esse medo de lado e dar uma chance pra si, entende? Então seja lá o que for, não perde tempo princesa, corre atrás, se tu gosta mesmo, vai atrás, não o deixe escapar, tu nem deu chances a ele de se explicar, não é nada tão complexo assim, sem dramas mocinha. 

 Mas eu tenho medo pai, medo de me magoar, medo de magoa-lo. 

 Essa é a vida princesa, ninguém sabe no que vai dar, a gente tem mais é que viver e se arriscar sem ter medo do que virá, o medo não leva ninguém a lugar nenhum. 

E mais uma vez permaneci em silêncio. Realmente, ele tinha razão. De que adiantaria eu viver com medo? Uma hora ou outra eu iria ter que encarar isso de frente.

 Me promete uma coisa?  

"Ih, lá vem bomba." Pensei. Eu não sabia do que se tratava, mas em todos esses anos, se eu tinha aprendido uma coisa, era que não deveria se negar uma promessa ao meu pai, certamente o final seria boa coisa. 

 Sim. 

 Promete pra mim, que sempre vai se deixar ser maior que todo medo que te aparecer à frente?  

 Prometo. – prometi, sem certeza de que aquilo daria certo ou não. 

 Olha lá hein, promessa é divida! 

 Pode deixar. – dei um riso leve. 

 E pensa bem em tudo que te falei, viu?

 Vou pensar pai. 

 Ok, quero só ver. 

Antes mesmo de eu falar algo, fui interrompida por uma crise de tosse repentina que dera no mesmo. Meu coração acelerou, mostrando sinal de toda minha preocupação. Alguns minutos depois, pude ouvi-lo recuperar sua respiração, e dar um riso leve tentando disfarçar. 

— Tá vendo, seu pai está ficando velho. – brincou.

 Pai, por favor. – pedi encarecedoramente, tudo aquilo me apavorava. 

 Ele permaneceu em silencio. 

 Eu vou desligar, tá tarde, preciso dormir pra ir à aula amanhã. 

 Tudo bem princesa, vai lá.  

 Se cuida, por favor, e não esquece, não estou perto, mas to te cuidando, não estou por perto, mas te amo.  

 Se cuida anjinho, não estou por perto, mas também te amo.

Após desligar o telefone, me joguei na cama, e só o que me limitei a fazer foi desabar novamente, desejando que todo aquele medo idiota fosse embora e que eu finalmente pudesse me dar uma chance, não era hora pra pensar em tudo que havia ouvido do meu pai. Deixei-me levar pelo choro, e logo fui invadida pelo sono, que trouxe a calmaria a toda maré de confusões que cabiam em mim.  

 Vamos lá Gabi, melhora essa cara. – Manuella pedia pela décima vez que eu fizesse tal coisa.  

 Me deixa Manu, por favor. – pedi com suplicia.  

Eu não havia acordado de bom humor, não hoje, e pra ajudar Manuella e Karollyn mal saiam de cima, mal me deixavam respirar, o que só piorava tal situação. Sem contar com a minha cara horrível e inchada das consequências da noite passada.  

 Me conta pelo menos o que aconteceu? 

 Estou de mal humor, só isso.  

 Gabriella te conheço. Teu mau humor tem nome e sobrenome, o qual também não está num humor muito agradável. – a Karol falou, já demonstrando irritação.  

Eu revirei os olhos. Será que era tão difícil assim elas me deixarem em paz? Caramba! Era muito amor, só podia ser.  

 Conta pra nós, por favor. – Manu pediu feito aquelas crianças que querem muito uma coisa.  

Nesse exato momento, o professor Marcos entrou na sala, pedindo total silêncio a todos. Eu daria um beijo nele de agradecimento, se possível, mas só de imaginar tal cena, bateu-me um arrependimento em ousar imaginar aquilo. Um muito obrigada já estaria de bom tamanho.

Virei pra frente, me concentrando na aula do professor, deixando as duas atrás de mim com cara de bunda. 

As horas e as aulas passaram rastejantes, mas logo deu o sinal pro intervalo. Terminei de juntar minhas coisas e fui em direção a porta da sala de aula. 

 Não vai esperar não, estressadinha? – Karol falou num tom mais alto, pra que eu pudesse ouvir. 

Virei-me pra trás, para olhar pra ela, que me encarava com uma cara de entediada. 

 Só to indo até a porta, não pode mais?  

 Ih, ta azeda hoje hein. – fez uma careta.

 Pode deixar que vou reclamar com o Felipe depois. – Karol falou. 

Eu a olhei sem entender, e ela deu um risinho sarcástico, um tanto quanto irritante. Eu apenas a ignorei, sabia bem o que elas queriam.

— Qual é? Acha que não sei que ele tem haver com todo esse teu mau humor – ela fez aspas ao falar mau humor – insuportável? – falou como se fosse óbvio. 

A ignorei, fingindo que não ouvia. 

Caminhei junto com elas pra fora da sala, indo em direção ao lugar que sempre ficávamos, mas elas pararam no meio do caminho, me parando também. 

 Tem certeza que não vai contar pra gente o que aconteceu Gabriella? – a Manu me olhou séria. 

Eu odiava quando ela fazia isso, odiava mesmo! Me olhava com aquela cara séria de repreensão, e falava com aquele tom ameaçador, sabia que se não contasse, mais tarde pagaria caro por isso. 

 Não é nada demais, deixa pra lá, por favor. – pedi já me dando por vencida. 

O que eu queria evitar, na verdade, era tudo o que já havia remoído em minha cabeça na noite anterior, mas parecia ser algo impossível.

 Gabi – a Karol pegou em minha mão direita – nós somos tuas amigas, estamos aqui pra te ajudar, pra te ouvir, nós só queremos o teu bem. 

Olhei pras duas, que me olhavam com cara de mãe incompreendida. Elas mal sabiam o quanto aquilo só piorava a minha irritação. 

Eu contei pra elas tudo que vinha acontecendo, desde o que eu estava sentindo pelo Felipe, que elas não sabiam, mas que não foi surpresa pra elas, e deixou as duas um pouco contente, até o que havia acontecido no dia anterior, o que só fez a expressão delas mudarem, e elas me olharem com a pior cara do mundo. Pude ver a Manuella revirar seus olhos e bufar, demonstrando total irritação. 

 Pronto, é isso. Satisfeitas?  

 Se você soubesse a vontade que eu to de dar na tua cara agora! – a Manu falou irritada, mas num tom engraçado, o que me fez segurar o riso pra não apanhar – Você é burra ou o que Gabriella? – ela falou num tom pouco alto. 

Eu a olhei sem entender o motivo de tanta irritação. Ela estava ficando retardada, ficando não, já era. 

 Acorda! Você foi injusta com ele Gabriella, pelo amor de Deus, nem deixou o menino se explicar em nada!  ela falou em disparado.

— Calma Manu. – a Karol olhou pra ela sem entender, a repreendendo e me olhou logo em seguida – Sabe o quanto foi injusta, não sabe? – ela falou calma, me olhando.

Eu me limitei a assentir com a cabeça, em sinal de que sabia. 

 Sabe também que tá fazendo um drama imenso em cima disso, não sabe? Não precisa de tudo isso, era só escutar ele, saber o que ele tinha pra te falar, não custava nada.  

Drama, eu realmente às vezes exagerava nisso, mas, DRAMA? Pode até ser que tinha um pouquinho, mas não, não era isso, passava disso. 

 Não é drama Karol – ela me olhou séria – tá, pode até ser um pouquinho. Mas é confuso demais, entende? Eu tenho medo, vocês sabem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continua...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Além Da Amizade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.