Pov’s Cato

Três dias depois:

Acordo tarde com o telefone tocando - Mãe! –grito, mas ninguém responde. Levanto-me da cama e corro para o andar debaixo, mas não chego a tempo e o telefone para de tocar.

Subo as escadas novamente e vou até o quarto de Luke. Ele não está lá.

Corro para fora de casa e vejo que não há carro nenhum ali, minha mãe não está em casa, Avril não atende o celular, nem Luke nem Mellod aparecem. Onde eles estão?

Ligo para Kat e a mesma atende na hora:

C: Katniss, minha mãe está aí?

K: Sim, ela veio para cá junto da Avril, da Mell e do Luke. Por que?

C: Nada, eu só fiquei preocupado, ninguém me acordou nem nada e eu pensei que todo mundo tinha sumido e... Como está a Clove?

K: A Clove? Bem, ela... O médico chegou, eu te ligo depois. Tchau.

C: Não, espera. Eu preciso saber dela. Katniss!

A linha ficou muda, alguma coisa tinha acontecido para ela não querer me dizer como estava a Clove.

Tomei um banho e vesti uma calça jeans e uma blusa azul para ir até o hospital. Chamei um táxi e em pouco tempo eu já estava na porta do hospital.

Assim que entrei vi Calissa abraçada a Avril, somente minha mãe chorava. Aproximei-me de Katniss que segurava a mão de Peeta como se ele fosse sumir a qualquer momento se a soltasse. –Katniss, o que aconteceu com a Clove pra você não me contar? –perguntei assustando a morena.

-Nada, não aconteceu nada. A Clove conseguiu sobreviver a esses três dias, mas desde hoje de manha ela vem tendo paradas cardíacas e não acorda. –Kat disse calmamente e uma lágrima escorreu pelo seu rosto.

-Tudo bem. –digo me sentando no sofá e vejo Mell e Luke correndo pra lá e pra cá pelo hospital brincando de pega-pega.

-Tio Cato! –gritou Luke correndo em minha direção, Mell me viu e apenas sorriu andando calmamente atrás do primo. Assim que Luke estava próximo a mim ele me abraçou apertado - Minha mãe ta bem tio Cato, ela vai voltar pra casa comigo. –ele estava tão feliz, tão positivo, que ninguém poderia destruir o seu sonho dizendo que a mãe dele iria morrer.

-É. Isso aí campeão, ela vai voltar pra casa. –digo sorrindo e bagunçando os cabelos negros do garoto, que apenas sorriu e voltou a correr atrás da prima.

-Você vai ser um ótimo pai, Cato. –disse Katniss se sentando ao meu lado, eu a encarei confusa e Kat apenas tampou a boca com as mãos - Ela não te disse nada?

-Não, o que ela tinha que me dizer Katniss? –perguntei preocupado.

-Cato... –Kat segurou minhas mãos e suspirou pesadamente - Você é o... –Katniss começou, mas fora interrompida por um médico que se aproximava de nós lentamente. A morena se ergueu da cadeira do saguão abruptamente - Doutor? O que aconteceu?

-Sua irmã, senhorita Everdeen... Acordou. –com essas palavras meus olhos marejaram, Kat pulou nos braços de Peeta e chorou de felicidade - Ela ficará em observação caso algo saia do normal, mas tirando isso ela está bem.

-Obrigada doutor. –Katniss agradeceu e me olhou, eu ainda estava em choque. –Cato, ela está viva. Ela vai voltar pra gente. –A Everdeen me abraçou apertado e eu retribuí.

Dois dias depois:

Clove ainda estava em observação e ninguém pode visitá-la... Até hoje.

Começamos por Katniss e Peeta e Mell, Avril e Calissa e depois eu e Luke. Assim que Katniss voltou chorava tanto de felicidade que poderia encher uma piscina só com as lágrimas dela.

Avril e Calissa foram logo em seguida e quando voltaram disseram que foi muito bom ter visto ela, apesar de seu estado.

Eu peguei Luke no colo e fui em direção ao quarto de Clove, quando entrei vi a morena deitada na cama. Ela estava mais magra do que já era, tão pálida que parecia uma folha em branco, a única coisa que se destacava ali eram seus olhos verdes brilhando.

-Mamãe. –Luke desceu de meu colo e correu até a mãe toda entubada e muito fraca. –Você vai morrer mamãe?

-Não filho... –Clove tossiu fraca, mas sorriu de canto - Eu vou viver muito com você e... Com o Cato... –Luke balançou a cabeça assentindo e eu me aproximei da morena - Oi Cato.

-Oi baixinha. –seguro a mão gélida e fraca de Clove e a acaricio lentamente - Como está se sentindo?

-Como se eu tivesse sido pisoteada por milhares de búfalos. –nós dois rimos, como eu sentia falta daquela risada, ainda bem que eu a ouviria pra sempre a partir de agora. –Obrigada por me salvar, de novo... Meu super-homem.

-Ao seu dispor madame. –beijei-lhe delicadamente as costas da mão e ela sorriu - Depois de amanha você vai voltar para casa...

-É... Cato, eu fiquei pensando em uma coisa esses dois dias aqui trancada sem ver você ou o Luke, ou qualquer um da minha família e... Eu tenho que te contar uma coisa. –ela suspirou pesadamente e eu assenti incentivando-a continuar. –Quando eu estava morrendo eu pensei que o Luke iria ficar sem família, mas aí eu me lembrei de que ele tem um pai... Cato... Você é o pai do Luke. –ela disse e suas palavras atingiram-me como um tiro certeiro.

-Eu... Eu sou o pai do Luke? –gaguejei e senti minhas mãos tremerem, a morena debilmente assentiu e meu sorriso se alargou. Tomei os lábios de Clove para mim e lhe beijei intensamente - Por que não me contou antes? –perguntei assim que nos separamos.

-Porque eu pensei que você iria ficar chateado por ter eu ter lhe escondido isso e me deixaria. –ela sussurrou e eu não resisti e lhe beijei de novo. –Eu amo você Cato, não quero que você me deixe por causa disso.

-Não vou te deixar. Nunca vou te deixar. Nosso amor é pra sempre pequena. –sussurrei e quando estava prestes a lhe beijar de novo, Luke puxou minha blusa atraindo nossas atenções. Eu peguei meu filho no colo e o aproximei de Clove.

-Luke, você disse pra mim uma vez que queria conhecer seu pai... –Clove começou e eu sorri, Luke assentiu sem demonstrar nenhum sorriso - O Cato é seu pai filho, você gosta dele?

Luke sorriu abertamente e me olhou com os olhos azuis quase brancos - Gosto. Eu gosto do meu pai. –Luke me abraçou apertado e eu retribuí ao abraço.

Ficamos mais alguns minutos ali conversando até uma enfermeira pedir para que a gente se retire do quarto para que Clove descansasse.

Saímos do quarto e voltamos para a sala de espera - Luke, vamos brincar? –perguntou Mell aproximando-se de Luke que ainda segurava minha mão.

-Eu posso papai? –Luke perguntou me olhando, eu sorri ao ouvir aquela palavra sair dos lábios de Luke.

-Claro, filho. Vai lá. –soltei a mão da dele, que assim que se viu livre e com permissão saiu correndo atrás da prima.

-Papai? –questionou Katniss sorrindo, eu assenti - Então a Clove contou pra você e pro Luke?

-Contou o que? –perguntou Calissa se intrometendo na conversa.

-Mãe, eu sou o pai do Luke. –os olhos de minha mãe marejam e ela me abraça apertado, um abraço que eu retribuo. Estou tão feliz por saber que Luke é meu filho, e mais feliz ainda por saber que vou ter uma família com Clove.