Mistérios da Lua escrita por uzumaki


Capítulo 1
E assim começou...


Notas iniciais do capítulo

Essa a primeira história que crio aqui, ok? Eu fazia minhas histórias em outro editor o Evernote, e para não perder ela, resolvi já copiar e colar para não escrever tudo de novo.



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Socorro. Devo começar assim? Ou: Olá, meu nome é Anne, tenho 15 anos, sou órfã de pai e mãe e moro em um orfanato. Você não iria me invejar se me visse passar na rua, pode acreditar.

Pronto. Agora você vai ter pena de mim. Mas não diga isso na minha frente a não ser que goste de ter uma espada em sua garganta. E posso afirmar, com todas as letras, que não é meu hobbie preferido.

Bem, acho que devo contar o fato que mudou minha vida. Estávamos lá, eu e Josh, na aula de geometria.

OK, vou voltar. Eu e Josh somos amigos desde o primário. Ele não tem pai, que supõe-se, morreu em um desastre de avião. Mas ok, eu não tenho pai nem mãe, e não desejo a mãe dele. É uma bruaca velha, aquela mulher. Não gosta que o "Filhinho querido" dela, ande comigo. Só porque eu uso uma jaqueta de couro com spikes, camiseta preta com a seguinte frase: I love rock and roll, surrada; uma calça preta com caveiras que eu mesma costurei (sim, sei costurar); botas pesadas; um corrente que dá três voltas no meu pescoço com um pingente da lua (depois explico); e tenho mechas no cabelo azuis. Não sou um ícone da moda, admito. Mas o mais importante é que: Josh ainda anda comigo, o que quer dizer que ele ainda não foi completamente domado pela bruxa.

Você deve estar se perguntando de onde tiro tantas roupas, certo? Bem, o negócio é o seguinte; aqui no orfanato, temos "apoio" de certas escolas particulares e faculdades, que sempre tem pessoas precisando de nota extra, então assim, mandam os que mais precisam para nos "apadrinhar". São nossas madrinhas. Geralmente são garotas patricinhas podres de ricas, que não pensam em nada a não ser em maquiagem e garotos. Mas esse ano tive a sorte de ser escolhida por um rockeira podre de rica. Assim, óbvio, ganho roupas, calçados e acessórios que ela não quer, não precisa, ou não serve mais nela.

Às sete da manhã, saí do orfanato seguida pelas "patricinhas" de lá. Sim, orfanatos tem patricinhas, como qualquer outro lugar do mundo. Mas eu estava sendo seguida pela Jessie e a Mary. Aquelas duas eram as "Monitoras da Semana" e me odiavam. Andei o mais rapidamente na direção da casa de Josh e Jessie parou. Virei na esquina e passei para um beco. Suspirei, ofegante. Abri minha mochila e peguei minha garrafa de água que sempre levava. Bebi um gole e a guardei. Saí do beco, e andei para o oeste, a rua de Josh. Ele estava esperando na esquina, como sempre. Quando me viu se desencostou do muro e começou a andar na minha direção. Eu parei, óbvio. Bem capaz que eu ia andar mais 15 metros se ele já estava vindo. Cruzei os braços e comecei a bater o pé, irritada.

– Ooh, o que eu fiz de errado?

– Nada, só estou irritada. - começamos a andar na direção da escola. Resolvi contar. - Jessie e Mary estão atrás de mim de novo.

– Ah. Elas são tão previsíveis. - disse Josh - Principalmente a Jessie.

– Cuspindo no prato que comeu, Josh? Você já namorou a Jessie, nem pode dizer nada.

– Foram só três semanas! E isso foi a dois anos atrás. Será que você nunca esquece?

– Acho que não. Meu melhor amigo namorou alguém tão sem vida como a Jessie e você quer que eu não fale nada?

– Melhor amigo - resmungou ele - Tá, que seja. Martha mandou elas atrás de você de novo? Da última vez, elas te seguiram por um mês.

– Não foi a Martha. Foi a nova secretária, Kate. Aquela mulher tem cisma comigo, eu te disse.

– É mesmo. Mas o que ela quer seguindo você? Sua ficha já está mais suja do que de presidiário.

Dei um soquinho no ombro dele.

– Tá, desculpa. - ele disse, meio falando, meio rindo - Vamos rápido. Já vai tocar o sinal.

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Chegamos depois do sinal bater, como sempre. Jessie nos olhou com raiva, nos fuzilando com o olhar; mas eu não disse nada. Não ia dar a ela o gostinho de me ver ser expulsa da aula como da última vez que bati boca com ela.

– Muito bem crianças - disse a Sra. Olivia -. Hoje iremos receber um novo aluno. - e virou para a porta - Ed, entre por favor.

Um garoto de 15, 16 anos entrou. Tinha cabelo castanho claro liso e olhos mel. Usava uma camiseta preta de uma banda de hip hop, calças jeans azuis, e tênis all star surrado preto também.

– Oi. - se apresentou - Eu sou o Ed.

A diretora começou a apresentá-lo para a turma. Então, sem nada para fazer, se virou para seus futuros colegas.

Ele era bonito. Geralmente os mais bonitos eram os mais panacas também. Viviam com as mais patricinhas do colégio em seus calcanhares, e estavam sempre com aquela expressão no rosto: "Sou lindo. Por favor, olhe como me visto bem e minha expressão de 'Não estou nem aí para aquelas garotas', e me siga" que me faziam vomitar.

Mas Ed não parecia panaca. Ele correu os olhos pela turma da frente, da esquerda para a direita, como se estivesse procurando alguém. Ele passou os olhos por Jessie e sua turma, que estavam quase babando por ele, que apenas fez um gesto de desdém com a cabeça. Seus olhos passaram por Josh e ele fez uma expressão de surpresa como se não esperasse que ele estivesse ali, e finalmente, seus olhos pararam lá no fundo do canto direito. Bem em mim. Me olhou como se pensasse: "Ah, é ela". Virei-me para Josh, que levantou uma sobrancelha, inquiridor.

– Bem, Ed disse sra. Olivia -. Sente-se.

– Obrigado, professora Olivia. - respondeu ele.

Ele arrumou a mochila no ombro, e fez um gesto com a mão, que eu não sabia o que significava. Seguiu pela direita, na minha direção. Então parou do meu lado, puxou a cadeira e se sentou. Mas espera aí. De onde tinha vindo aquela mesa e cadeira? Eu afastava elas todos os dias, para me certificar de que ninguém sentaria ao meu lado. Eu não deixava nem mesmo Josh, que era meu amigo sentar perto de mim. Ed tirou um livro grosso da mochila e virou ele para mim. Tinha uma caveira esculpida em alto relevo na capa. Os olhos da caveira brilharam, mas poderia ser apenas ilusão de ótica. Eu já vira muitas coisas assim antes. Mas meu cordão começou a brilhar também. Ed olhou para mim com respeito.

– Então é você. - disse ele - Há séculos nós procuramos por você. Está na hora de voltar aos céus, Luna.


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Notas finais do capítulo

Bem, aí está. Comente ou favorite a história! Obrigada!