Minha escrita por danaandme


Capítulo 12
The Little Lamb and Her Little Star




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-Você vai ser perfeita como sempre, Rae.

- Perfeita não é o suficiente, Elise. Você por acaso viu os jurados? Um cantor de rap, um técnico de futebol americano e um advogado?! Oh meu Deus, nenhum deles sabe o que é música! Nós estamos ferrados!

A jovem ruiva revirou os olhos e puxou a pequena morena para junto de seu corpo.

- Rachel Barbra Berry, ninguém 'vai chover na sua parada'... – Rachel enfiou a cabeça no pescoço da garota e bufou. Elise deu uma gargalhada. – Você vai brilhar naquele palco minha estrela, e nós vamos chutar alguns traseiros, levar esse troféu para casa e garantir nossa vaga no campeonato nacional.

Rachel envolveu a garota num abraço apertado.

- O que seria de mim sem você?

Elise devolvia o abraço, apertando ainda mais sua pequena diva junto ao seu corpo.

- Eu não sei... talvez só mais uma diva histérica!

Rachel largou a garota e deu um cutucão nela. Elise bufou fingindo dor, mas não parou de gargalhar.

Nesse momento elas ouviram um pigarro. Rachel reconheceu a mulher atrás delas e caminhou em sua direção. Elise juntou os braços atrás do corpo e deu um meio sorriso.

- Oi Shelby. – cumprimentou Rachel.

- Eu vim desejar boa sorte... – respondeu Shelby timidamente.

- Olá senhora Corcoran.

- Olá Elise. Tudo bem?

- Sim senhora. Só uma certa pequena diva que está surtando antes de subir ao palco.

Shelby sorriu para Rachel e passou a mão pelo rosto da garota.

- Será que eu tenho que lembrar a você que a minha constituição genética e atrelada a educação musical que seus pais lhe deram já garante a você a vitória?

Rachel não conseguiu conter a gargalhada.

- Ah tá... desculpa...mas nos últimos minutos eu só consigo acessar a parte surtada do seu genoma e a dramaticidade Berriana...

- RACHEL BERRY DOIS MINUTOS! – alguém anunciou.

- Quebre a perna. – disse Shelby puxando a filha para um abraço.

- A-ham... – murmurou Rachel.

Elise foi a seguinte. Rachel sentiu a garota a envolver em seus braços e mais uma vez enterrou o rosto no pescoço dela.

- Posso ficar aqui para sempre?

Elise riu.

- Vou pensar no seu caso...

Rachel bufou e apertou o abraço, se recusando a largar a garota.

- RACHEL BERRY UM MINUTO!

- Eu posso dizer que você vai ficar no meu lugar. Você tem uma voz maravilhosa Elise Mary Scott.

- Isso não vai acontecer minha pequena Barbra...agora me largue!

Rachel bufou e bateu o pé.

- RACHEL BERRY TRINTA SEGUNDOS!

Rachel soltou a garota de uma vez e berrou de volta.

- ISSO ESTÁ ME IRRITANDO!

Elise aproveitou a deixa e a empurrou até a beira da cochia. A música já iniciava e os primeiros acordes já preenchiam o auditório. Rachel se virou para abrir a cortina, que dava acesso às escadas por onde ela subiria até o palco. Porém antes que o feixe de luz iluminasse Rachel, a Elise a puxou juntando seus lábios num beijo surpresa, o primeiro beijo entre elas duas.

A morena arregalou os olhos para ela, e Elise sorriu maliciosamente para, até então, sua melhor amiga sussurrando 'Brilhe para mim, minha estrela', e desaparecendo no mesmo instante que o feixe de luz pairou sobre Rachel, que imediatamente abriu um sorriso gigantesco enquanto sua voz vibrava poderosa por todo auditório.

Don't tell me not to live
Just sit and putter
Life's candy
And the sun's a ball of butter
Don't bring around a cloud
To rain on my parade

- Wow… isso sim foi um amuleto da sorte...

Elise desviou o olhar de Rachel para Richard Milano, um rapaz irritante e esnobe, que sabe-se lá como, era um dos melhores amigos da morena.

- Isso não é assunto seu, Richard.

- Ah, aí é que você se engana minha cara, Elise Mary... – disse o rapaz se aproximando. – Sabe, minha querida Rachel é bastante preciosa para mim... e tudo que diz respeito a ela... diz respeito a mim.

Elise estreitou os olhos para ele.

- Você é um sínico...

O garoto riu.

- Elise... eu não sou idiota. Já faz dois anos que eu sei que essa troca de olhares e ofensas entre vocês duas, durante aquelas disputas ridículas por solos, ia acabar levando a um romance. E quando vocês resolveram fazer as pazes e se unir em prol do grupo...bem, acabou ficando bem obvio para todo mundo. – ele fez uma pausa para dar uma risada irônica. – Quem diria que a garota mais rica e popular da escola iria dar bola para a pobre garota judia, filha de um dos gerentes subordinadozinhos de um dos hotéis do pai dela... Você está concorrendo fortemente ao titulo de Cinderela lésbica ein querida? Ou seria...ao titulo de golpista lésbica?

O tapa que ela deu no rosto dele fez com que sua mão ardesse.

- Ai... isso vai deixar marca...sua vadia – reclamou o rapaz.

- O quê raios foi isso?

Disse Shelby surgindo do nada e separando os dois. Elise encarrava Richard furiosa, enquanto o garoto plantou um sorriso falso no rosto e inocentemente respondeu.

- Oh...Senhora Corcoran, não se preocupe, eu estava tento um ataque histérico devido ao meu nervosismo e pedi a Elise que ela me estapeasse para que eu voltasse ao meu estado normal... Nada de mais... Só muito drama.

Shelby não pareceu muito convencida, mas aceitou a explicação. Ela olhou de relance para Elise, que desviou o olhar.

- O professor de vocês...o senhor Miles quer que vocês se posicionem imediatamente...

- Perfeito. – disse Richard se retirando.

Shelby segurou Elise pelo ombro.

- Tem certeza de que não quer me contar nada?

- Não senhora Corcoran... não foi nada.

- Você sabe que pode contar comigo, não é mesmo?

A garota abaixou a cabeça e respondeu.

- Sim senhora, eu sei.

Depois seguiu o caminho que Richard fizera há poucos minutos.

Shelby olhou para o palco.

"Get ready for me, love
Cause I'm a "comer"
I simply gotta march
My heart's a drummer

Nobody. No, nobody
Is gonna rain on my parade"

Rachel era aplaudida de pé. A plateia e os juízes estavam encantados.

Shelby sorria orgulhosa.

- Oh, eu não disse a você, sua pequena e dramática diva... você nasceu para brilhar, meu amor.

...

Rachel saiu pela coxia na mesma hora que o resto do seu grupo entrou em cena cantando o numero seguinte.

A pequena morena observava abobalhada Elise se destacar entre os demais, roubando a cena com sua voz suave e seu charme. De repente ela sentiu um puxão no seu braço que quase a fez cair sentada.

- Pare de babar pela ruiva, Rachel Barbra... Eu preciso de atenção.

- Você é insuportavelmente carente Jesse! Será que nem no meio de uma competição você me deixa em paz?

- Ué...eu não estou competindo. O que me importa?

Rachel cruza os braços.

- Jesse se isso for mais uma vez sobre aquele bendito coral de Ohio que chutou seu traseiro nas Regionais eu vou...

- Ah, não! Meu cérebro superior já havia deletado a visão daqueles perdedores horríveis e daquelas lideres de torcida demoníacas da minha mente... Por que você fez com que eu me lembrasse de momentos tão terríveis?

Rachel tapou o rosto com as mãos, tentando esconder a impaciência.

- O que você quer St James?

- Eu vim exigir que hoje a noite você haja como uma boa amiga, e vá comigo escolher um traje apropriado para o jantar beneficente, que seus pais estão me obrigando a ir com você semana que vem.

Rachel franze a testa.

- E essa foi a hora que você escolheu para me pedir isso? Você podia ter me ligado ao invés de me atrapalhar agora, não é?

Jesse pareceu ofendido.

- Me perdoe se eu quis aproveitar para ver você cantar...

- Você veio para me ver cantar?

- Não. Na verdade eu acabei me distraindo observando sua querida Elise, mas acho que devo perder as esperanças...

Rachel abriu um sorriso convencido.

- Parece que eu não tenho sorte com garotas... – Jesse murmurou.

- Você podia tentar sua sorte com os rapazes então...

- Eu prefiro ignorar o que você disse.

Rachel olhou para o palco, sua vez se aproximava.

- Eu pensei que você preferia as loiras. – comentou o rapaz acompanhando o olhar de sua amiga.

- Ela pintou o cabelo recentemente, e eu acho que a cor ficou perfeita nela... Ela ganhou um 'ar de badass'...

- Oh. Sei... ela é bem dotada do ass... se é que você me entende.

Rachel estapeou o abdômen dele.

- Idiota.

Eles ficaram em silencio por alguns instantes, apreciando a apresentação. A plateia estava toda de pé, cantando com Elise. Rachel sorriu.

- Você não vai me dispensar como acompanhante no jantar da semana que vem para levar ela, não é? E se você for... Eu espero que você tenha pelo menos a decência de me dizer com antecedência, e cara a cara. Acho que eu mereço alguma consideração levando em conta que eu fui seu primeiro amor...

- Você esta cansado de saber que eu encontrei meu primeiro amor aos oito anos no...

- Oh Deus! Eu sei! No primeiro e único verão com sua mãe na Disney. E ela era uma garotinha loira chorona, feia e gorda. Nem sei como você considera ela como seu primeiro amor! Comprar um sorvete e dar um selinho ridículo em uma menininha horripilante, não deveria ser considerado como seu primeiro beijo, muito menos como seu tão precioso primeiro amor.

- Hey! Ela não era feia nem gorda! E ela estava chorando porque havia se perdido da mãe! E não importa o que você diga, St James,ELA foi meu primeiro amor e primeiro beijo. Eu lembro muito bem do que senti quando a vi naquele dia...

- Rachel eu vi a foto. Ela era um trocinho horrível. Não sei o que te deu para querer beijar aquilo, mas pelo menos seu gosto melhorou. - disse ele olhando para Elise. - Eu não iria suportar que além de lésbica, você tivesse mau gosto.

Rachel deu um cutucão nele.

- Não fale da garota para quem eu dei meu primeiro beijo desse jeito!

Jesse revira os olhos.

- Oh, por favor. Você nem ao menos deve lembrar o nome dela...

- Lucy. O nome dela era Lucy. – diz Rachel cutucando o peito dele com o dedo indicador.

- Que seja... Lucy, a gordinha chorona. – Rachel revirou os olhos. - Mas eu fui seu primeiro...

- Ah... Naquela noite eu tive a certeza que era lésbica...

Rachel deu um tapinha no ombro dele e olhou para trás, a próxima musica já ia começar.

- Eu odeio você, Berry.

- E eu vou pedir Elise para ser minha namorada hoje à noite, St James! Se vire para escolher sua roupa!

Rachel piscou para ele e entrou no palco se posicionando ao lado de Elise.

Quinze minutos depois, Rachel levantava o troféu do primeiro lugar das regionais do estado de Nova York.

...

A semana seguinte trouxe os melhores dias da vida de Elise Mary Scott.

Ela e Rachel se viram todos os dias, e aproveitaram todos os momentos que tinham sozinhas. Nenhuma das duas se incomodou em esconder a mudança do status de seu relacionamento perante seus colegas do coral, mas a pedido de Elise, Rachel não havia comentado nada com seus pais. As palavras de Richard ainda se repetiam perversamente em sua mente e a garota não podia negar que aquilo a preocupava bastante.

O pai de Elise era um dos gerentes da rede de hotéis Raven Hill, e ela não tinha muita certeza se os pais de Rachel iriam gostar de ter sua tão preciosa filha namorando com a filha de um de seus funcionários.

Infelizmente, aquela breve e maravilhosa semana se foi, e trouxe a tona a pior noticia que a garota podia receber. Seu pai havia aceitado uma proposta de emprego para ser um dos gerentes gerais de uma rede de hotéis da Global Hyatt Corporation, em São Francisco, e toda a família se mudaria imediatamente.

Depois de receber a noticia que mudaria o curso de sua vida, Elise correu até a casa de Rachel, ela entrou no apartamento da morena completamente em prantos. Entretanto ao invés de encontrar o colo da garota pela qual ela havia se apaixonado, Elise deu de cara com Richard Milano e mais um bando de pessoas que ela tinha certeza que Rachel não conhecia, no meio de uma verdadeira balada VIP.

- Olha só... vejam quem apareceu! A namoradinha resolveu vir chorar as magoas pelo novo emprego do papai? Que feio Elise Mary... o papai recebeu uma proposta maravilhosa e você é tão egoísta que só consegue pensar em como você vai sentir falta de sua querida Rachel... que garotinha má...

Elise arregalou os olhos para ele.

-Como você sabe? E-Eu só soube essa tarde, e não contei para ninguém...

O garoto abriu um sorriso maquiavélico.

- Você é um tanto ingênua sabia? É até bonitinho...Sabe, seu pai é um homem bastante preocupado com a família, Elise Mary. Ele me pareceu ser um bom homem, ele realmente se preocupa muito com você e com seu irmãozinho, mas eu acho que o velho realmente tem um carinho muito especial pela preciosa filhinha... – Elise não conseguia acreditar no que estava ouvindo. – Acho que ele ficou um pouco aflito quando eu comentei que a querida filhinha poderia estar caindo na péssima influencia da filha do chefe dele! Imagine... recentemente Rachel apareceu em alguns jornais e revistas sensacionalistas, e acho que podemos dizer que em fotos que faziam alusão a um comportamento um tanto inapropriado...

Elise sacudia a cabeça furiosa.

- Eu admito que os jornais pegaram um pouco pesado, já que foi só uma multinha de nada por dirigir embriagada, mas acho que sem querer eu deixei escapar que Rachel talvez estivesse usando drogas...

Elise empurrou o garoto de uma vez.

- Desgraçado! Mentiroso! Rachel não usa nada disso!

Mas então ela sentiu um calafrio quando viu os lábios dele se curvarem com um meio sorriso.

- Há uma primeira vez para tudo, meu querido cordeirinho...

-Não...

Elise entrou no apartamento de uma vez, e começou a procurar pela morena completamente desesperada. Richard continuou parado na porta, então ele coçou a cabeça e cutucou um homem mal-encarado de terno preto, que estava parado um a poucos metros dele.

- Johnson chame a segurança, acho que eu vi uma penetra...

Elise chegou até o quarto de Rachel e chutou a porta.

Haviam garrafas vazias e taças no chão, o cheiro de cigarro era forte.

- Rachel... você não fuma... – murmurou a garota.

Então ela ouviu um barulho no banheiro e logo em seguida Rachel saiu cambaleando pela porta. Elise correu até ela e a amparou, porque a morena mal conseguia ficar em pé.

- Rachel? Minha estrela o que foi que você fez?

As pupilas da garota estavam completamente dilatadas e o olhar dela estava perdido em algum lugar distante. As lágrimas escorriam pelo rosto de Elise, enquanto ela tentava fazer a garota em seus braços falar.

- Rae, por favor, me diz o que você tomou...

Rachel sorriu bobamente para ela e tapou a boca com a mão contendo uma gargalhada.

- Rachel... eu queria te dizer que eu vou embora amanhã...Rachel... por favor... não faz isso...eu preciso que você me entenda...

Mas a morena não iria entender, nem ao menos se lembrar de que Elise estivera lá. E a garota soluçava e maldizia Richard por ter conseguido separa-la de Rachel. Não havia mais nada o que fazer... Ela abraçou a garota visivelmente drogada em seus braços, e se sentiu a pior pessoa do mundo. Ela deveria ter lutado antes. Ela deveria ter dito a Rachel que na verdade era Richard Milano. Mas agora o que ela poderia fazer? Richard conseguira virar seu pai, e muito provavelmente sua mãe, contra Rachel. Ela não conhecia e não fazia ideia de como chegar até os pais de Rachel, e mesmo que ela conseguisse, Richard teria a vantagem de manipula-los como sempre fez. Sua única esperança era contatar Jesse e Shelby em Ohio, e rezar para que eles fizessem por Rachel o que ela não conseguira.

O homem chamado Johnson e mais dois outros seguranças de terno, entraram no quarto e exigiram que ela se retirasse.

Naquela noite, Elise não se despediu da garota que ela amava. Não houveram beijos, nem promessas de se encontrarem novamente, nenhum abraço, nem adeus... Só a visão de Rachel deitada num canto do quarto, bêbada e drogada demais para reconhecê-la, e Elise sendo 'escoltada' para fora do apartamento por seguranças.

No dia seguinte, ela desembarcou em São Francisco. Seus pais providenciaram para que ela não tivesse nenhum contato com Rachel, ou com nenhum de seus antigos amigos. Duas semanas depois, ela descobriu através de um folder com o nome de vários corais do país, que Shelby agora lecionava em outra escola... uma escola pequena em numa cidadezinha chamada Lima... Elise escreveu uma carta para ela, usando o endereço da escola.

Ela só podia esperar que a mulher recebesse a carta e tentasse ajudar Rachel de alguma forma.

A resposta nunca veio.

Meses se passaram e Elise continuava a ter noticias de Rachel através de alguns tabloides e revistas sobre a sociedade de NYC. Aparentemente a morena estava bastante ocupada se afundando em festas, para decidir procura-la. Aquela não era mais a 'sua estrela', Richard a havia transformado em outro alguém.

Um ano depois, a oportunidade de realizar seus sonhos veio em forma de um intercambio. E foi assim que Elise Mary Scott abandonou todas as lembranças que a prendiam nos EUA, e voo para Londres, onde mais tarde se transformaria em uma das atrizes mais prestigiadas da Europa.

Contudo, Elise nunca esqueceu Rachel. Mas se contentou em acompanhar a vida da morena à distância.

Ela vira as fotos de Rachel e de todos seus relacionamentos relâmpagos, de todos os escândalos e excessos. Ela estava em NY quando soube do acidente, e não derramou nenhuma lágrima pela morte de Richard, mas não quis ir à LA para ver a morena no hospital.

O tempo continuou a passar e Elise deixou de acompanhar as noticias sobre a vida de Rachel. A morena parecia ter perdido o interesse pela vida publica, e aparentemente passou a desenvolver alguns trabalhos de cunho filantrópico junto a uma Fundação fundada por sua família.

Nas poucas matérias que Elise lia, ela viu que Rachel pouco a pouco estava voltando a ser aquela garota pela qual ela havia se apaixonado.

Até que recentemente Elise ouviu as noticias sobre um lance absurdo de um milhão de dólares, que Rachel havia dado somente para beijar uma atriz em um evento social. Naquele minuto ela pensou que Rachel voltaria as farras e aos relacionamentos sem futuro, mas depois do que podemos chamar de um começo de relacionamento realmente dramático, Rachel e a atriz foram morar juntas em NYC, e para a surpresa de Elise, sempre que apareciam nos tabloides as duas mulheres tinham os olhares completamente perdidos uma na outra... era como se nada mais existisse no mundo... e aquilo despertou algo dentro de Elise que ela não conseguiu controlar.

Foi como se alguém estivesse arrancando Rachel de seus braços de novo. E apesar de ter consciência de que ela não tinha o direito, ela sentiu ciúmes... E por causa desse ciúme incontrolável, ela pegou um avião para NYC e se registrou sob o codinome Little Lamb no hotel aonde seu pai um dia trabalhara.

E foi assim que Elise chegou ao Raven Hills naquela noite de céu claro em NYC. Ela sorria para a recepcionista que lhe entregava o cartão de sua suíte, quando ouviu o burburinho que se formava um pouco atrás dela.

Foi então que a ruiva ficou completamente paralisada, porque há poucos metros dela estava Rachel, sua estrela.

A morena estava deslumbrante, num belíssimo vestido azul marinho, ela segurava uma caixinha transparente com um pequeno arranjo floral, muito parecido com os arranjos que se'os namorados'costumam dar aos seus encontros quando vão leva-los aos bailes do colégio. Rachel parecia um pouco ansiosa, mas isso não diminuía nem um pouco o brilho em seu olhar.

O coração de Elise parecia querer sair de seu peito, mas quando ela viu a sua estrela sorrindo gloriosamente para alguém que se aproximava, a decepção se cravou dentro dela tal qual uma lâmina fria.

Ela era o motivo daquele sorriso que fazia com que Rachel brilhasse.

Ela era a razão pela qual o olhar de Rachel parecia não enxergar mais nada ao seu redor.

Ela.

E não Elise.

Quinn Fabray se aproximou de Rachel e corou visivelmente quando a morena ofereceu-lhe a pequena caixa transparente. E foi no pulso dela que Rachel colocou um delicado arranjo adornado com uma belíssima gardênia e fitas verdes.

'Combinam com seus olhos...'Elise repetiu, lendo os lábios da morena quando ela falou.

E a lâmina pareceu cravar mais fundo em seu peito, porque àquelas fitas verdes também combinariam com os olhos dela.

Rachel ofereceu o braço a Quinn e a conduziu pelo salão na direção dos elevadores. As duas pareciam tão perdidas uma na outra que Elise teve a certeza de que mesmo que ela berrasse por Rachel, sua estrela não a escutaria...

- A senhorita está bem? – Elise ouviu a recepcionista perguntar.

Só então Elise percebeu que algumas lágrimas escorriam por seus olhos.

- Estou. Não foi nada. – disse a atriz passando a mãos pelo rosto. – Onde fica o bar do hotel, por favor?

- Virando a esquerda, no hall dos elevadores, senhorita.

Elise agradeceu e seguiu pelo caminho indicado pela recepcionista.

Ela ainda conseguiu ver de relance as portas do elevador se fechando, enquanto Quinn Fabray entrelaçava seus braços ao redor do pescoço de Rachel aprofundando um beijo apaixonado.

'Aquela deveria ser eu...'

Elise repetiu para si mesma em meio ao hall vazio.


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