Divergent Hunters escrita por Bianca


Capítulo 1
O teste de aptidão


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ;*



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- Você está pronta, Beatrice?

Bem, pronta eu não estava. Aquela sala, aquela cadeira, aquele dia me dava arrepio. Só de saber que iriam injetar alguma coisa em mim um frio me subia à espinha. Mas eu tinha que fazer, afinal, não tinha escolha.

Olhei bem para Jocelyn; ela era jovem e esbelta. Apenas tinha a obrigação de realizar o teste, mas ela viu o quão nervosa eu estava e começou a conversar comigo.

- Acho que sim. – disse, suspirando nervosa.

- Você vai sentir uma picadinha, e depois... Bom, você saberá o que fazer.

Jocelyn aplicou a injeção em mim. A adrenalina era tanta que nem senti dor. Após alguns segundos, estava totalmente apagada. Depois, apenas a minha mente funcionava.

Estava em uma espécie de deserto, mas ao invés de areia era pó. Não vi nada no início, então comecei a andar. Andei um bom tempo até que achei um rio. Nele, um senhor – devia ter uns sessenta anos – estava pegando água. Estava agachado, escondido sob um capuz. Usava uma roupa preta com uma espécie de capa. Irônico, considerando o calor escaldante. Observei ao redor tentando achar de onde ele tinha vindo, mas provavelmente o homem caminhou bastante até chegar aqui: não havia nada além do rio.

- Com licença, - me agachei ao lado dele – o senhor poderia me informar onde estou?

O senhor largou o balde cheio de água ao lado dele e me olhou. Os olhos eram negros e o rosto era estranho, como se fosse possível apenas em sonhos. Apesar de velho, dava para enxergar a beleza dele. Provavelmente havia sido extremamente lindo quando jovem. Porém, de uma hora para outra, a cor dos olhos começou a mudar. Passou de preto para roxo; e de roxo para verde, e continuou mudando. Seu rosto estava se transfigurando. A língua cresceu e chegou ao chão. Um rabo brotou de seu corpo, e com certeza a forma do corpo estava mudando.

Não pensei duas vezes, peguei o balde e comecei a bater desesperadamente na criatura. Ela grunhiu e foi para cima de mim. Ainda com o balde na mão, corri. Corri o mais rápido que pude até encontrar um bando de gravetos no chão, uma fogueira apagada. Olhei para trás, qualquer que seja a coisa que estava querendo me matar avançava rápido. Peguei um pedaço de lenha e comecei a golpear. O bicho recuou, mas eu não. Continuei a bater, até que finalmente enfiei o pedaço de madeira no coração da criatura. Ela gritou e caiu. Isso bastou para que eu acordasse.

- Bem-vinda de volta, querida.

Era Jocelyn, graças a Deus. Me levantei da cadeira e a abracei, não consegui pensar em algo melhor a se fazer.

- Você se saiu muito bem. – disse ela quando eu recuei e sentei-me – Você é uma...

- Talvez seja melhor não revelar a ela ainda, Jocelyn.

Uma figura jovem – um homem, talvez – surgiu atrás dela. Ele era loiro e másculo, muito bonito.

- Pelo menos não tudo. Eis o que você precisa saber: a partir de hoje você irá servir a Audácia.

Como é? Esse garoto surge do nada e quer mandar no que eu posso ou não saber? Era sobre mim! Eu tinha o direito de saber.

- Garoto, olha só...

- Jace, não garoto. – disse ele me cortando.

Ele era bonito, tinha que admitir. Bonito não, ele era muito lindo e muito gostoso. Mas me irritava a certo ponto que queria jogá-lo fora que nem patê vencido, e havia conhecido ele nos últimos dois minutos.

- Pois bem, Jace, eu tenho o direito de saber o que eu sou. Não é meio óbvio? – me virei para a única pessoa que havia me tratado bem até agora - Jocelyn, exijo saber o que está acontecendo.

-  Isso é para a sua segurança, minha cara. Adoraria te explicar com mais detalhes, mas infelizmente não posso.

- Mas...

- Por favor, cala a boca. – disse Jace.

- Irritante você, não? – o encarei, perto o bastante para beijá-lo, se não fosse tão babaca.

- Estou tentando te proteger, agora sossega e vem comigo. – ele pegou a minha mão e começou a me arrastar sala afora;

- Para onde? – perguntei confusa.

- Confie nele! – gritou Jocelyn.

Resolvi seguir o conselho dela e fui. Saí daquele prédio junto a ele, e percebi que para onde quer que ele fosse, arrancava suspiros tanto de meninas quanto de meninos.

Quando saímos do prédio Jace me puxou para um canto, olhou bem sério nos meus olhos e me disse:

- Vou te levar para a casa. Escolha a Audácia, só lá poderei te manter segura.

- Mas...

- Mas nada. Te levarei para casa, e é só. Por enquanto.


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