Letting You Go escrita por Lana


Capítulo 4
Depressão.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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"Bem, eu, esses dias apenas senti sua falta, é de noite que eu fico insano, ao menos se você voltasse..."

A quarta fase do luto é a depressão. Muitos consideram essa fase a pior e mais difícil de superar. Nessa etapa ocorre um sofrimento profundo, tristeza, desolamento, culpa e desesperança. É um momento em que acontece uma grande necessidade de ficar longe de todos, de isolamento. É mais que comum chorar. Comportar-se de maneira autodestrutiva também não é difícil de acontecer em alguns casos. Pensamentos de desolação e medo aterram a mente.

Emmett entrara naquela fase. Depois da noite em que ficara no hospital com Rosalie, saíra cedo, antes de ela acordar, depois de uma noite insone a observá-la. Três semanas se passaram desde então e ele não voltara ao hospital para vê-la.

No sábado seguinte àquela noite, logo quando Edward chegou ao hospital, Rosalie o assaltou com perguntas.

- Então... Como foi seu encontro? – ela perguntou com um sorriso insinuante.

- Foi tudo bem. Você sabe, é a Bella. Foi estranho no começo, mas depois as coisas começaram a funcionar melhor do que eu esperava. – Edward respondeu também sorrindo.

- Isso é bom, eu estou feliz por você. – Rose disse satisfeita. – Você a beijou?

- Rose! – ele disse incomodado.

- Ah, sem essa de recatado. Diga-me, vocês já foram pra cama? O que você achou? – ela sorria sem parar e Edward erguia as sobrancelhas.

- Rosalie. – ele disse para repreendê-la e ela revirou os olhos.

- Edward! Conte-me! – ela mandou. – Se eu morrer e não saber disso, eu volto pra te assombrar. – ele fechou a cara com o comentário e revirou os olhos. – Desculpa. – ela pediu quando viu a cara do irmão mais velho. – Mas então, me conte. – ela disse puxando-o pela mão para sentar-se na cama com ela.

- Você não vai desistir, né? – ele revirou os olhos e ela sorriu.

- Não!

- Nos beijamos sim, mas não fizemos nada além disso. Até parece que você não sabe quem a Bella é.

- Acho que é você quem não sabe que a Bella é. – a loura disse com uma risadinha.

- O que você quer dizer com isso? – ele estreitou os olhos.

- Nada, querido irmão. – ela sorriu inocentemente. – Conte-me mais da sua noite romântica.

- Não, chega de falar disso. E sobre o Emmett? Como vão as coisas entre vocês dois?

- Foi por isso que você o chamou ontem?! – Rosalie ergueu as sobrancelhas.

- Bom... – Edward encolheu os ombros, sorrindo novamente.

- Não é nada desse tipo! – ela revirou os olhos. – Nós somos apenas amigos. Eu não quero compromisso, não posso querer e ele também não quer. Ele vem me ver e nós conversamos muito e isso parece certo, é bom, sabe? Mas não é como se fosse haver algo a mais.

- Sei. – Edward expeliu o ar pesadamente. – Vocês dois parece bem próximos...

- Você é meu irmão mais velho. Você supostamente deveria estar com ciúmes, não acha?

- Sim, mas eu quero que você seja feliz e se isso acontece com ele, eu estou bem com isso. Você está mais feliz desde que ele apareceu, Bella notou isso também. – ele assegurou.

- Bom, você sabe, eu adoro pessoas novas. – Rosalie deu de ombros com aparente indiferença.

- Você gosta dele?

- Claro.

- Você gosta dele? – Edward repetiu.

- Edward... – ela começou com a voz um pouco constrangida.

- Você gosta dele. – o irmão afirmou com um sorriso vitorioso.

- Talvez. – ela disse e Edward a encarou com uma sobrancelha erguida. – Ok, tudo bem, apenas um pouco.

- É, eu não estou exatamente comprando essa sua história. – ele bufou.

- Cale a boca e conte-me mais sobre o seu encontro com a Bella. – Rosalie disse com um sorriso no rosto, pretendendo mudar de assunto.

Depois das três semanas sem Emmett dar as caras, Rosalie se sentia estranha. Talvez fosse a angustia que sentia por ele não ter ido vê-la no sábado. Afinal, o que ela fizera para que ele se afastasse? Achava que finalmente estava chegando mais perto dele, ficando mais próximos, e então ele simplesmente sumira. Ela não conseguia entender. O que acontecera de tão ruim naquela noite, afinal de contas?

Pensou em ligar para ele, uma vez que Edward tinha seu número. Mas desistiu dessa ideia antes mesmo dela se fixar na mente, sabendo que era uma coisa estúpida. Ele viria vê-la quando quisesse, quando precisasse. Ela não ia ficar ligando atrás de um homem. Esforçou-se para encher-se de paciência, pois tal qual Emmett sugerira, era uma virtude que ela deveria exercitar.

Outra semana se passou e ele não apareceu.

Por fim, depois de longas cinco semanas, Emmett apareceu no hospital. Ele estava com os ombros caídos, como se carregasse todo o peso do mundo sobre eles. A barba estava por fazer e a aparência não era das melhores. Rosalie estava terminando de colocar um casaco para ir ao jardim quando ele bateu e ela convidou-o a entrar.

- Emmett! – ela disse surpresa ao vê-lo. Ele a olhou sem o sorriso habitual.

- Olá Rosalie.

- O que houve com você? – ela perguntou o encarando. – Você parece horrível. – disse antes de conseguir impedir a língua. Ele expeliu o ar com força.

- Me sinto horrível. – ele disse com a voz pesada.

Rosalie franziu os lábios ao encarar o homem a sua frente e então foi até ele, abraçando-o pela primeira vez. Seus braços finos contornaram o corpo de Emmett até onde conseguiam e ela apertou-o contra si, o mais forte que pode. Emmett apoiou o queixo no topo da cabeça da loura e então ela conseguiu sentir o corpo grande tremer de forma quase imperceptível. As lágrimas desciam silenciosas pelo rosto do homem de covinhas e Rosalie sentiu seu coração se apertar ao entender que nada poderia fazer naquele momento.

- Eu preciso de você, Rosalie. – ele falou baixinho, a voz quase inaudível. – Eu preciso da sua ajuda.

- Eu sei, shiiii. Eu sei. – ela repetia enquanto passava as mãos pelas costas largas de Emmett, seu coração se apertando ainda mais. – Não se preocupe, eu vou te ajudar.

Por um longo momento tudo o que fez foi continuar a abraçá-lo, como se dissesse que ele não estava sozinho, que ela estava ali com ele, por ele. Emmett esperou que suas lágrimas secassem e então se afastou lentamente de Rosalie, um pouco constrangido por seu comportamento.

- Desculpe por não ter vindo ver você antes. – falou e ela assentiu com um sorriso fraco.

- Está tudo bem, foram semanas corridas de todo jeito. – ela deu de ombros.

- Como assim? – ele se inquietou. – Você teve crises de novo? – ela quase sorriu pela preocupação dele.

- Não. – ela adiantou-se em esconder. – Só algumas ideias rondando minha mente.

- Que ideias?

- Você logo irá saber. – ela prometeu. – Se importa se formos ao jardim? – ela perguntou. – Estou meio cansada de ficar no quarto e o inverno finalmente acabou.

- Tudo bem. – ele disse abrindo a porta para que ela pudesse sair antes. Ela sorriu e agradeceu.

Andaram em silêncio até o jardim onde se viram pela primeira vez e sentaram-se no banco.

- E então, o que você fez nas últimas semanas? – Rosalie perguntou com a voz calma.

- Bebi. – Emmett disse depois de um tempo. – Me tranquei na minha casa, fiquei bêbado e faltei ao trabalho. Mas acho que ganhei uma dispensa, de todo jeito. – ele coçou o queixo. – Não sei. Eu trabalho na empresa do meu tio, não acho que ele vá me despedir, apesar de tudo.

- Semanas agitadas, hein?

- Eu não sei o que fazer. – ele disse por fim com um suspiro. – Sinto a falta dela. Ás vezes entro no quarto dela e fico olhando tudo que ela deixou para trás... Eu não sei o que fazer, Rosalie.

- Isso é normal, Emmett. – ela disse compreensiva. – Você está passando por um momento ruim, mas não vai ser sempre assim.

- O que eu devo fazer agora? – ele perguntou desolado.

- Bem, antes de tudo, você precisa deixá-la ir. Pare de se agarrar as coisas antigas dela, de aguardar como se a qualquer momento ela fosse entrar em sua casa, voltar para o quarto e recomeçar a vida. Ela não vai. E então, só então, você poderá começar a seguir em frente. – as palavras podiam parecer rudes, mas eram verdades. Ela tomara cuidado para dizer aquilo de forma compreensiva, não de forma grosseira como poderiam soar, e parecia ter dado certo.

- Não sei se posso fazer isso. – ele disse encarando o chão. – Não sei como fazer isso.

- Emm, ela não está mais aqui. – Rosalie disse o encarando. – Ela não está e te garanto que ela não gostaria que você ficasse nessa situação. Você acha que sua irmã gostaria que você fizesse isso com sua própria vida? Que a deixasse de lado quando ela não estivesse mais por perto?

- Por que você acha que coisas assim acontecem? – ele perguntou depois de um tempo, olhando então para o céu.

- Assim como?

- Pessoas boas morrerem tão jovens, sem poder aproveitar tanto da vida. – ele explicou. Ela demorou um pouco antes de responder.

- Não sei. – disse por fim. – Já pensei muito sobre isso e não achei nenhuma resposta convincente. Mas aceitei que é assim que acontece e que não é só comigo ou com sua irmã ou com a prima legal de um amigo. Acontece com muita gente e é mesmo assustador, mas depois que você entende que essa é a vida, você aceita melhor as coisas.

- A vida não deveria ser assim, não é certo. – ele disse balançando a cabeça de forma triste. – É insano. É errado.

- Mas não fomos todos criados para morrer? – ela sorriu de lado. – Nascemos, vivemos e morremos. Nem todos atingem a expectativa de vida esperada, é verdade, mas ainda assim vivem e fazem algo com significado. Talvez essa seja a questão, – ela refletiu. – você vive o tempo suficiente para cumprir sua missão, para fazer algo de valor, e então você está livre para ir quando terminá-la.

- A Alice era uma criança. Como ela estava pronta para morrer? – ele perguntou de um jeito estranho, quase com raiva.

- Não me entenda mal, Emmett. – Rosalie pediu. – Você pode não entender, mas talvez ela tenha cumprido o que quer que tenha vindo fazer aqui.

- E o que ela veio fazer aqui? – rebateu o grandão de covinhas.

- Bom, eu certamente não posso responder isso. Quem pode responder, talvez, é você. – ela deu de ombros.

- Você acredita em ressurreição, Rose? – ele perguntou depois de pensar na ultima frase dela.

- Não. – ela respondeu. – Não acho que ninguém tenha cometido pecados suficientes para ter que passar pela morte duas vezes numa mesma vida.

- Achei que você já tivesse aceitado e superado esse lance de morte. – ele comentou com um jeito meio sarcástico.

- Aceitei. Não quer dizer que eu ache que seja algo bom, não quer dizer que eu queria repetir. – ela explicou.

- Onde você acha que ela está agora? – ele perguntou com a voz baixa.

- Depende. Você é adepto de alguma religião?

- Não de verdade.

- Bom, pra onde você acha que as pessoas vão quando partem? – ela perguntou.

- Não sei, nunca tinha realmente pensado sobre isso. Céu ou inferno? – ele perguntou dando de ombros.

- Bom, eu não acho assim. Acredito que quando morremos vamos para um lugar maravilhoso. Talvez um lugar cheio de pessoas maravilhosas que também já cumpriram sua missão. Pode ser que seja um belo jardim em que sempre faça sol e repleto de flores de todas as cores. – ela sorriu. – Ao menos é para onde eu espero ir, sou grande admiradora de jardins. – deu de ombros.

- A Alice gostava de flores. – ele suspirou. – Qual você acha que é a sua missão? Já que você acredita nessa teoria.

- Não sei. Não sei nem se já a cumpri. – ela deu de ombros. – Talvez por isso eu esteja demorando tanto para ir. Talvez ainda não a tenha completado.

Eles ficaram em silêncio então, por um longo período de tempo. A mente de Emmett estava cheia de todas as coisas que Rosalie dissera e ela apenas o olhava às vezes, entendendo que nada podia fazer no momento para que ele pudesse melhorar. Era um momento pelo qual ele teria que passar. Recostou a cabeça no ombro de Emmett e encarou o sol que começava a descer.

- Por que você veio me ver? – ela perguntou depois de muito hesitar.

- Como assim? Não deveria ter vindo? – ele perguntou sem entender.

- Não, não é isso. – ela disse. – Eu quero dizer, por que decidiu sair do seu quarto e largar a bebida para vir me ver? Não que eu não tenha gostado, muito pelo contrário, mas fiquei curiosa. – deu de ombros e Emmett hesitou antes de responder.

- Você me faz sentir em casa, de alguma forma. – ele disse por fim. – Faz com que eu não me sinta tão mal. – o coração de Rosalie pareceu se aquecer depois daquelas palavras.

- Bom, você é mais que bem vindo, então. – ela sorriu e Emmett passou os braços em volta dela, meio hesitante, puxando-a para mais perto de si. Eles nunca tinham ficado tão perto, numa áurea tão íntima antes.

- Por que você é tão legal com todo mundo? Como você consegue fazer isso? E todo o tempo. Quero dizer... – ela balançou a mão, dando a entender que tinha entendido o que ele sugeria.

- Você definitivamente me pegou na minha fase boa. Quando eu descobri que estava doente eu me tornei uma completa vadia com qualquer pessoa que se arriscasse a ficar perto de mim. Eu era realmente uma pessoa ruim nessa época. Mas talvez agora eu esteja apenas recompensando isso, sabe?

- Uhum. Se for, você está fazendo isso muito bem.

- É bom saber que eu pude fazer algo do tipo enquanto ainda estou aqui. – ela deu de ombros. – E acabo ficando melhor também. Quando você dá algo ao mundo, o mundo devolve isso a você.

- Nah, não sei se nisso eu acredito.

- De todo jeito, tenho algo pra você. – ela disse insegura.

- O que?

- O Edward trouxe o meu livro. – ela disse depois de hesitar. – Eu o mandei imprimir na verdade, estava no meu notebook.

- Onde está? – Emmett perguntou entusiasmado.

- Guardado. Olha só, eu não acho que seja seu tipo de livro, Emmett... Talvez seja melhor você não ler, quer dizer, é perda de tempo.

- Desde quando você é tão medrosa?

- Não sou medrosa. – ela disse virando a cara. – Só estou tentando poupar o seu tempo.

- E se eu não quiser que ele seja poupado? – ele perguntou com a voz mansa e os olhos ternos, virando o rosto dela em direção do dele. Ela deu de ombros.

- O problema é todo seu. – bufou. – Vamos, está no quarto.


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Notas finais do capítulo

Olá gente bonita!
Como vocês estão? Espero que tenham gostado do capítulo. Mereço reviews? I hope so!
Um imenso agradecimento à Nanda Chagas que fez uma recomendação linda pra fanfic. Muito obrigada Nanda, esse capítulo é seu! ♥
Tô muito feliz, já tenho duas recomendações! Hahahah *-* Aceito mais ok? Cof q.
Bom gente, não vou demorar hoje porque tenho uma festa de Halloween para ir, então bom resto de fim de semana para vocês!
Beijo grande,
Lanninha.