Infinite Arms escrita por Stardust


Capítulo 13
Talvez aquele não fosse o único motivo


Notas iniciais do capítulo

Finalmente postei! Espero que estejam gostando ♥



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Olhei para Fabrizio confusa. Minha cabeça estava um pouco zonza e eu sentia meus músculos firmes como se eu tivesse com medo. Por um segundo desejei que todo aquele vinho tivesse me deixada relaxada, pois eu sabia que seria difícil escapar naquele momento.

Todos na sala fizeram silêncio. Poderia ouvir meu coração disparado.

– Hora do beijo! - Aronne gritou levantando uma taça. Seus olhos sorriam como de todos que olhavam pra gente.

Levantei o rosto e vi que Fabrizio me encarava. Seus olhos verdes mudavam de tonalidade de acordo com a luz do ambiente e um sorriso torto se formou. Era como se me dissesse "sim, estamos sem saída". Sorri de volta, concordando.

– Tudo bem. - Fabrizio puxou o microfone e falou, fazendo todos vibrarem de alegria.

Pisquei para Fabrizio e senti ele passar a mão no meu pescoço e aproximar rapidamente do meu rosto. Seus lábios tocaram minha bochecha e depois olhamos para as pessoas que riam com a brincadeira. Bem, para eles era uma brincadeira. Ainda esperavam pelo grande beijo.

– Ah, não sejam tímidos! - Jake e Lucy gritaram juntos, fazendo todos concordarem.

Olhei para Aronne que continuava parado, olhando para nós dois. Fez-se silêncio de novo e senti como se fosse cometer um crime. Era certo que aquilo ajudaria na busca das obras para a exposição, mas não sabia se realmente era a coisa certa a fazer.

Encontrei os olhos de Fabrizio esperando encontrar a cumplicidade encontrada há minutos atrás que fez com que conseguíssemos escapar do beijo, mas não encontrei resposta. Dessa vez, senti um arrepio na nuca que me fez me perguntar o que aquilo significava.

– Beije-a! - era Aronne.

Mas continuamos imóveis. Uma música calma começou a tocar no piano, mas eu parecia não conseguir ouvir nem ver nada ali a não serem os olhos de Fabrizio e sua respiração calma. Ele não sorria e nem demostrava que iria me tirar daquela situação, o que me deixou nervosa. Olhei para as pessoas que estavam ali embaixo. Minha distração não deve ter durado nem cinco segundos. Quando voltei a olhar para Fabrizio, senti que seu rosto havia se aproximado e suas mãos seguravam meu pescoço levemente. Antes que eu pudesse reagir, senti seus lábios tocando os meus. Fechei meus olhos sentindo realmente relaxada pela primeira vez na noite e senti que o jeito que eu estava me sentindo era preocupante, mas naquele momento nada mais importava.

Entreguei-me completamente ao beijo. O cheiro refrescante do perfume de Fabrizio. Seus braços em volta da minha cintura. Sua boca tocando lentamente a minha. Talvez aquele momento não houvesse sido feito para ser esquecido.

Finalmente nossos corpos se separam. As pessoas batiam palmas e Aronne parecia emocionado e pude jurar que o vi limpando uma lágrima.

– Incrível. - continuou falando algo que eu não conseguia prestar atenção.

Fabrizio continuou me olhando. Eu parecia mais confusa ainda.

Quase juntos, viramos para Aronne.

– O grande beijo! - Fabrizio disse em um tom brincalhão.

– O melhor grande beijo! - Aronne repetiu, dando ênfase na palavra "melhor".

Ouvimos aplausos de novo. Algumas pessoas gritavam frases do tipo "como esse casal está apaixonado" ou "o amor é sempre tão perfeito".

Senti meu estômago embrulhar e fui consumida por uma necessidade enorme de sair dali. Não sabia se o problema era a quantidade de vinho consumida ou o beijo. Tudo parecia tão bagunçado.

– Allie, Fabrizio. – Aronne falou enquanto descíamos a escada. As pessoas na festa já haviam voltado a conversar umas com as outras. – Obrigado. – sorriu.

Olhamos com dúvida do que exatamente ele estava agradecendo.

– O beijo... Vocês me fizeram lembrar de Margareth e eu quando éramos jovens. – senti meu coração disparando de novo e percebi que Fabrizio me olhava, mas acabei não devolvendo o olhar.

– Aronne, - Fabrizio o chamou. – eu que agradeço.

Observei Aronne descer as escadas e fizemos o mesmo. Logo estávamos lá embaixo conversando com Lucy e Jake que pareciam animados com o que havia visto. Não estavam diferentes de todos ali, já que casais nos olhavam sempre que passávamos por perto.

– O que vão fazer quando saírem daqui? – Lucy perguntou animada. Percebi que ela tinha uma mecha do cabelo loiro pintada de azul.

– Não sei. Acho que nada. – dei de ombros, sorrindo.

– Tem um lugar legal para irmos. – Jake falou. Com alguns botões da camisa aberta, vi que tinha uma tatuagem.

Pela primeira vez desde o beijo, olhei para Fabrizio.

– Não custa nada... – sorriu.

– Tudo bem. – disse finalmente animada. – Vamos!

*

Durante toda a viagem de volta, permaneci o mais calada possível. O céu limpo permitia que eu visse as estrelas brilhando.

Passei a mãos nos meus braços tentando espantar o frio da madrugada. Meu nariz estava gelado como minhas mãos. Lucy cantava Watch Over You junto de Jake e eu sorri com aquilo. Eles faziam o casal perfeito. E é um casal real.

– Tome, fique com isso. – ouvi a voz rouca de Fabrizio. Ele estendia o paletó na minha direção.

– Tudo bem, estou bem.

– Não é isso o que ela quer, Fabrizio. – a voz divertida de Lucy invadiu o carro. - O calor humano geralmente aquece mais. – inclinou para beijar Jake, que olhava fixamente para a estrada, mas deu atenção para a namorada.

Ri com aqueles dois, mas parei ao sentir a mão de Fabrizio puxando meu corpo. Logo nossos corpos estavam juntos e sentia o seu calor. Lucy estava certa.

– Não precisa fingir aqui também. – sussurrei baixo em seu ouvido.

– Está livre pra sair dos meus braços. – havia um tom de brincadeira na sua voz, mas sabia que estava falando sério.

Hesitei ao sair, mas vi que não queria aquilo. Estava frio e seu calor era reconfortante.

Mas talvez aquele não fosse o único motivo que mantinha meu corpo junto ao seu.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Alguém aí?



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