You Can Not Buy The Stars escrita por Sumire Haruka


Capítulo 2
The Special Girl


Notas iniciais do capítulo

Heeeeelo pessoas. Eu voltei, agradecendo bastante a esse povo que comentou na fic. XDD
Finalmente entendem aqui a historia da Rose. As coisas não estão ocorrendo muito rápido, mas isso eu explico no final.
Enjoy o



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- Rose, veja este! – Disse Jackie, mostrando um par de meias, tão pequeninas e azuis. Os olhos dela brilhavam, num sorriso pequeno. Rose sorriu também, pegando as meias.

- Como tem tanta certeza que é um menino? – Perguntou a loira mais nova. Jackie olhava alguns berços, distraída, deu de ombros. Não fazia nem um mês que sua mãe descobriu-se grávida.

 - E o nome? Já pensou em algo? – Perguntava mais uma vez, olhando alguns brinquedos para bebês.

- O Pete decide!

- Você nunca aceita os nomes que ele da – Riu.

- Claro! Só vive dando aqueles nomes estúpidos.

- Foi ele que escolheu meu nome!

- Estava no casaco que você carregava! Ainda não acredito que ele fez aquilo. – Jackie resmungou e Rose gargalhou, pondo a mão sobre a boca.

A loira mais nova não se lembrava, mas Pete contou-lhe que ela apareceu com um casaco fino e seu nome bordado nela. Claro que ele contou aquilo a Jackie só depois de terem arrumado a papelada do cartório (e da adoção). Jackie ficou revoltada por dias, dizendo que o nome no casaco poderia ser tudo, apenas a maldita marca, até mesmo o maldito nome de um cachorro e que “não aceitaria uma filha com nome de cachorro”.

Mas Rose continuaria achando seu nome lindo.

- Será que ele vai gostar de saber que foi um acidente? – Perguntou brincalhona, referindo-se ao bebê, os olhos de Jackie esbugalharam.

- Nem pense em contar a ele Rose Tyler! – Ameaçou, mas Rose mal teve tempo de rir, pois escutou uma voz familiar.

Rose

Olhou em volta, assustada. A loja continuava normal, alguns casais lá escolhiam seus produtos e conversavam.

- Algum problema querida? – Perguntou Jackie. Fazia alguns dias que de repente, Rose olhava em volta, como se procurasse algum criminoso, assustada. Isso assustava a mãe, mais do que as sumidas da filha lhe preocupavam.

- Não... Eu só... – Sussurrou, olhando a rua. A porta de vidro da loja mostrava quem passava por lá, as vitrines também ajudavam. Rose procurava seu ‘monstro’.

E então ela viu.

All Star e sobretudo.

- Eu já volto! – Disse para a mãe e saiu correndo, Jackie chamou-a mais uma vez, sem sucesso.

Rose saiu da loja, correndo atrás do homem. Algo dentro dela dizia, gritava que ele tinha as respostas, que ele tinha algo com sua vida. Aquele homem, justamente aquele homem, apareceu junto da neve e das vozes.

E agora que a neve cobria as estrelas, Rose se sentia mais só do que nunca.

Ela correu com todas as forças atrás dele. Maldito momento que ele não falou seu nome! Parecia correr em direção contraria a que todo mundo andava e ele perdia-se cada vez mais na multidão. Até que parou... Ele sumiu...

- Rose! – Escutou a voz lhe chamando. Do outro lado da rua, Pete cruzava com um sorriso, vindo em sua direção.

- Oi papai.

- Querida, estava vindo buscar vocês quando sua mãe me ligou, ela parecia desesperada. – Pete olhou para filha, reconhecendo o olhar triste. Ele suspirou, abraçando-a.

- Vamos pra casa. – Passou o braço pelo seu ombro, dando um sorriso para conforta-la, que Rose retribuiu. Havia muitas coisas que faziam sua filha ficarem triste, ultimamente coisas que ela não entendia. Mas nada que um abraço ela não pudesse superar.

Rose era a sua menina corajosa. Nem o mundo poderia deixar-lhe triste por muito tempo.

•••

1:00 da manhã. Diferente de muitas pessoas, Rose estava acordada, sentada próxima da janela aberta. O cobertor lhe rodeava o corpo e apesar das olheiras, não sentia sono algum.

Tinha acordado de um sonho estranho. Algo lhe chamava, algo pedia e chorava por Rose. Não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas até agradecia ao suposto pesadelo, pois podia apreciar a linda paisagem da cidade, toda coberta pela neve.

Estava com uma lanterna ligada, olhando a praça próxima de sua casa. Nada demais para se fazer. Apenas cantarolava e procurava alguma alma viva. Ninguém.

- Pai...

- Sim Rose?

- Você... – Olhou para Pete, querendo perguntar-lhe sobre o homem sem nome, mas deixo de lado. Não deveria manter-se tão obcecada por uma pessoa que nem conhecia.

- Deixa pra lá...

Uma luz, tão forte que Rose teve que fechar os olhos por uns segundos. Vinha de um lugar estranho. Ela não entendeu direito, apenas notou que a luz se apagava e fechava em algumas pausas, às vezes bem rapidamente.

Era uma sequência.

Sua mãe contou-lhe muitas vezes de sua adolescência e fez algumas referencias ao namorado marinheiro e o que ele tinha ensinado a ela. A loira logo entendeu que aquilo era um código Morse, pedia socorro.

Rose não sabia como responder, mas desligou a lanterna e ligou varias vezes. Não sabia se a luz da lanterna era forte o bastante para que alguém notasse, mas de repente a luz desligou por um tempo e ligou duas vezes depois.

Sorriu. Eles tinham visto. Depois a luz forte ficou repetindo os sinais de socorro.

A loira foi correndo em direção ao quarto dos pais, onde apenas Jackie teve coragem de acordar.

Rose praticamente carregou a mãe até seu quarto.

- Veja! – Apontou para a janela. Jackie teve bastante paciência para esperar o que a filha queria tanto mostrar. Mas nada aconteceu.

- Pelo amor de Deus Rose! São quase duas da manhã!

- Mas... Tinha uma luz. Eu juro! – Olhou nos olhos da mãe, esperando que ela a entendesse.

- Rose... Você deveria ir dormir! Deve ter sido apenas o reflexo de algo, amanhã temos o dia cheio, vá dormir. – Sussurrou, coçando o olho e saindo do quarto.

A loira olhou para a janela e a luz reapareceu, estável.

- Esta aqui! Voltou! – Disse, mas quando foi procurar sua mãe, ela já tinha voltado a dormir.

- Por que você só aparece pra mim? – Sussurrou. E então, como numa resposta, a luz piscou varias vezes. Rose só entendeu uma coisa.

Ela iria até o local.

•••

Rose estacionou o carro em frente à mansão. Notou ali uma moto abandonada. Ela não sabia por quanto tinha dirigido, achava até que tinha saído da cidade. A mansão ficava no meio do nada, apenas árvores e neve.

Respirava pesadamente, tinha medo. Muito medo. Sua cabeça doía e aos poucos ia recuperando sua memória.

Ela já tinha estado naquele lugar. Só conseguia lembrar de uma menina de 13 anos, ela própria, sozinha ali, assustada com... O que?

Essa mesma menina gritava “Não entre. Vá para casa”.

Respirou fundo, subindo os exatos seis degraus e parando em frente ao grande portão da mansão. Sua mão tocou na maçaneta e sentiu um arrepio. Queria fugir, pois coisas terríveis pareciam morar lá.

“Ah Rose! Você não seria metade de você se não fosse por sua curiosidade. Vá lá.”

Rose riu, lembrando do que Martha lhe disse.

E então abriu a porta.

A casa era antiga, mas perfeita. Os moveis estavam perfeitamente conservados e até a lareira estava acesa. Tudo em ordem. Rose se perguntava por que a casa tão antiga e abandonada continuaria intacta. Algumas coisas lá eram de valor, então por que ninguém tinha roubado?

A cabeça de Rose doía. Então havia uma mulher, sentada na cadeira ao seu lado e embalando um bebê em seus braços, cantando uma canção antiga.

Rose gelou, não sabia o que diabos estava acontecendo. Era... Um fantasma?

Então o pior aconteceu.  A imagem da mulher foi distorcendo e transformando-se em um monstro terrível. Rose correu, subindo a grande escadaria e derrubando qualquer coisa no caminho que retardasse o movimento da criatura.

Correu o máximo, até se ver em um corredor, onde todas as portas trancadas. Foi até a ultima que abriu um pouco e emperrou. Rose batia nela com toda força, desesperando-se mais cada vez que a criatura se aproximava.

- Por favor! Abra, por favor! – Falava com o nada. Afastou-se e foi com tudo na porta, que abriu antes mesmo que seu ombro encostasse nela.

Iria cair com tudo no chão se não tivesse sido segurada. A porta fechou com tudo, enquanto a criatura gritava do outro lado. Criou coragem para olhar seu salvador.

- VOCÊ?! – Gritou, olhando para o homem.

- Ah... Olá! – Ele sorriu. – Que casa mais sofisticada! Passagens secretas, fantasmas de mentira e Rose Tyler’s  caindo do armário!

- Eu não caí do armário! Eu vim do corredor! – O homem ergueu uma sobrancelha, confuso.

- Hm... Interessante... Pois eu também vim do corredor, a casa gosta de mudar a ordem dos cômodos.

- Vo... Você...

- Oh! Eu sei! Magnifico não? Essa casa tem vida! Criou tudo isso que você está vendo e...

- Shut up! – Disse e ele olhou-a confuso.

- O que foi?

- Você não me disse seu nome!

- Estamos correndo risco de vida e você está se preocupando com um nome?

- Eu te disse o meu!

O rapaz riu, tirando uma das mãos do bolso e acenando.

- Eu sou o Doutor. Olá!

- Isso não é um nome.

- É só o que eu posso te dizer... – Rose semicerrou os olhos e logo em seguida deu um sorriso.

- Olá... – O Doutor riu. Uma forte pancada os fez lembrar onde estavam. O monstro estava conseguindo entrar. Os dois rapidamente afastavam moveis para frente da porta, impedindo a coisa do outro lado de entrar.

- Eu adoraria saber por que você está aqui – Disse o Doutor.

- Não foi você que me chamou?

- Eu?

- Sim... Com o código Morse!

- Não! Foi o mesmo que me trouxe aqui!

- Acha que caímos num cilada?

- Tenho certeza! – A porta foi forçada mais uma vez e finalmente a criatura conseguiu entrar, jogando todos os moveis longe e espatifando-os contra parede.

Ela olhou para Rose e demorou o olhar no Doutor.

- Olá... – Ele acenou... – Eu sou o Doutor e essa é Rose Tyler... – Os dois davam passos lentos para trás, esperando chegar na outra porta. – E você deve estar irritada por termos invadido sua casa... Mas... Bem... – Ele olhou para Rose, agarrando sua mão. – CORRA!

Gritou e a criatura avançou. Os dois correram, correram até se cansar e ai foi quando correram ainda mais rápido, entre corredores que se embaralhavam e portas que apareciam de repente.

- O que está acontecendo? Por que não chegamos a saída? – Perguntou Rose.

- Lembra que eu disse que a casa esta viva? Ela está tentando nos confundir! – E abriram mais uma porta, o que o Doutor não esperava era que no lugar de um cômodo, houvesse escadas.

Ele e Rose rolaram até chegar no chão, mas não o bastante para que se machucassem.

- Rose... Você está bem? – A garota assentiu, colocando a mão sobre a cabeça. – O que foi?

- Uma dor de cabeça... Só isso...

- Olhe pra mim – Disse ele, pegando o rosto dela. Analisou-a bem e depois a soltou.

- O que foi?

- Não parece ter tido uma concussão nem nada... Há quanto tempo está com essas dores de cabeça?

- Desde que eu... Cheguei na casa... – Sussurrou, olhando o Doutor. – Você acha que eu tenho haver com as coisas que estão acontecendo aqui?

- Talvez... – Sussurrou, levantando-se e olhando o local. – Você tem uma lanterna? – Perguntou. Rose abriu a bolsa que tinha trago e entregou a ele.

O Doutor inspecionou todo o lugar. Parecia ser um porão.

- Você de alguma forma está ligada a esse local. Eu fui atraído aqui... Bem... Não importa. – Disse, agarrando a ponta da orelha – Mas você Rose! Por que com tantas pessoas, chamar logo uma menina comum para cá? Você viu a luz quando ninguém mais poderia certo? – Perguntou e ela assentiu confusa.

- O que é esse lugar? E o que é aquela criatura?

 - Nostalgia... – Sussurrou Rose.

- What? – O Doutor se virou a tempo de ver lagrimas caírem do rosto da loira. Uma por uma, até um soluço sair de sua garganta. – O... O que foi?

- Eu não sei por que estou chorando... Mas é tão triste... – Disse, começando a chorar de verdade. O Doutor a abraçou, completamente perdido, sem saber o que fazer.

- Rose... Você precisa lembrar! Precisa nos tirar dessa casa!

- Eu já estive aqui.

- Quando?

- Era nova, estava passando Arquivo X na TV... Uma hora estou assistindo e morrendo de medo de fantasmas... E ai eu pisco... E estou aqui dentro...

- Como você saiu? Se lembra?

- Não! Mas estava tão assustada... Aquela coisa me seguiu e não tinha ninguém comigo... – Tremia bastante, o Doutor abraçou-a com força.

Então um sorriso enorme se abriu no rosto dele.

- Oh Rose! Você é brilhante! Na verdade essa casa também é. Um pouco ingênua, mas brilhante!

- O que? – Riu, limpando o rastro de suas lagrimas.

- Sim... Esse lugar quer você de algum modo! Não está tentando te matar! Esse lugar está tentando de proteger. Você me disse: “Não tinha ninguém comigo”. Essa é a segunda vez que você volta, sem lembrar de nada e com medo novamente. Mas desta vez a casa me trouxe, para te proteger, para te dar coragem. Por isso a casa conectou a sua porta do corredor com a minha porta do armário.

- O homem de sobretudo... – Rose disse, não conseguindo se controlar e começando a gargalhar. O Doutor não entendeu.  – Eu não acredito nisso! – E riu ainda mais. – Por acaso você é aqueles fãs esquisitos de Arquivo X? Que saem de sobretudo e aqueles pingentes do FBI colados na roupa, num calor de quarenta graus?

- Claro que não, não seja ridícula! – Sussurrou, colocando o ouvido em uma das portas.

- Por que... Por que esta casa estaria me protegendo? Por que me trazer... Um cara de sobretudo?

- Eu não posso empurrar as repostas para você Rose! Precisa descobrir sozinha, precisa se lembrar. Agora me diga, quem no mundo, pensaria nos mínimos detalhes, faria tudo perfeito? Quem faria isso?

- Eu não sei... É difícil essa resposta... É tão vago!

- Não, não é difícil quando se sabe a resposta! Você precisa lembrar Rose!

- Lembrar do que?

- Da sua vida! – Disse, abrindo a porta logo em seguida. Rose se aproximou, mas o rapaz estendeu o braço, mantendo-a longe. – Você fica.

- Por quê?

- Por que: “As mulheres retém mais água” – Disse, fazendo Rose abrir um sorriso e ele riu.

Então o Doutor entrou no quarto e seu sorriso se desfez. O homem olhou serio para o ser a sua frente.

- Então me diga senhorita... Por que você trouxe sua filha para a morte?

•••

Rose fitou por algum tempo o porão. Parecia um local seguro. A criatura não tinha mais aparecido. Ligou a lanterna, indo cada vez mais para a escuridão. Sabia que o Doutor ficaria bravo com ela, mas a loira precisava descobrir o que estava acontecendo.

Era diferente dos outros cômodos perfeitos da casa. Era realmente um porão. Cheio de teias de aranha e alguns ratos, mas como um porão, tinha alguns objetos sem necessidade alguma ali. Estavam apenas guardados.

Moveis, quadros, tapetes e algumas coisas de criança. Um berço quebrado e uma cadeira de balanço.

De repente, os brinquedos começaram a fazer barulho e Rose virou-se assustada. Ali bem em frente encontrava-se o fantasma de um homem.

Ficou paralisada, mas ele nada fez. A distorção do homem apenas apontou para algo.

Rose viu um tipo de cofre, abriu-o sem precisar de senha alguma e tirou de dentro dele, um álbum. Estava bastante empoeirado e algumas fotos simplesmente estragaram.

Mesmo assim foi olhando uma por uma. Era de uma mulher, algumas dela mais nova, outras dela adolescente e com os pais. Depois fotos de seu casamento, fotos de sua família... Fotos de uma criança.

Todas as fotos foram dentro daquela casa. Rose olhou em volta.

- Oh meu Deus! – Disse, olhando a criança com o casaco com nome “Rose”. As lagrimas caiam uma por uma. – Eu entendi... – Sussurrou – DOUTOR! DOUTOR EU ENTENDI! – Gritou, olhando em volta.

Apenas o homem estava lá, com um sorriso amável.

Correu até a porta, batendo nela repetidas vezes.

- DOUTOR!

- ROSE!

- Doutor! Eu entendi tudo! Esta casa. Ela se alimenta de lembranças, por isso está tudo tão lindo... Tão perfeito... Esta casa vive de nostalgia, vive de memorias!

- Sim... E ela teme, ela cuida de você... Mas se não é lembrança se não há ninguém para lembrar... – Sussurrou.

- Do que está falando? – Perguntou, olhando para trás. O homem amável tinha perdido seu sorriso, sussurrava repetidamente “me desculpe”, sua imagem ia mudando, tornando-se a da criatura deformada.

– Doutor... – Disse assustada. – Está aqui... 


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Notas finais do capítulo

E ai? Me contem o que acharam XDD A historia não esta indo rápido, na verdade, Rose descobrir sobre seu passado é o que os levará em novas aventuras e etc. Por isso no próximo capitulo, a nossa heroína ( e vocês) já estarão cientes de tu-do u-u.
Comentem, favoritem e nada de leitores fantasmas! U_U
Le~beijo na bunda =*



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