Crimson Wars escrita por lumierenoir


Capítulo 1
Capítulo 1 - Uma nova Vida


Notas iniciais do capítulo

Note que quando existe o indicativo (Play) recomenda-se que você use a musica do link como a bgm desse trecho da história. Eu pensei nisso para dar um toque Visual Novel para ela.



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                (Play: http://www.youtube.com/watch?v=Ayk83te8ni4)

Um mundo em chamas... Se me perguntassem o que eu via naquele momento, apenas teria como responder isso. Vários corpos se encontravam pelo chão, junto com os restos de algo que algum dia poderia ter sido um “prédio” antigo.

                Meu corpo doía, mas eu ainda estava vivo... Ou pelo menos acho que estava, realmente não me lembro. Na verdade o que eu vi não deve ser real, como eu estaria no meio de tanto desespero sem me importar com nada? Aquela cena me parecia familiar, sentia algo como se aquelas pessoas e aquele prédio fossem importantes para mim, porém naquele momento, nada disso importava.

                Eu continuava olhando fixamente para aquele prédio, procurando uma resposta para aquela situação. Tomei coragem e levantei-me procurando por algo vivo ao meu redor: nada. Tudo estava destruído, não era somente aquele “prédio” em questão, toda a cidade tinha se transformado em escombros e corpos: crianças, adultos, idosos... Todos mortos e apenas eu vivo.

                Não entendia nada, não sentia nada, apenas olhava para aquele “prédio”... Talvez ele realmente tivesse alguma relação com tamanha destruição, talvez, mas não me lembro... Talvez esse mundo em chama seja por culpa dele, ou por minha culpa? Porque que eu pensei que eu era culpado por aquilo? Ah! Lembrei! As pessoas falam que eu destruí tudo e matei todos, mesmo assim... Não me lembro.

                Aquele cenário imutável e hediondo foi o inicio de uma guerra... De uma não, de várias guerras, de todas as guerras, de todas as mortes... E eles continuam me culpando... Eu realmente queria poder dizer que não fui culpado daquilo.

“Antes de toda tempestade, existe a calmaria”.

Crimson Wars

Prólogo

Capitulo Um: Uma nova Vida

(Play: http://www.youtube.com/watch?v=PTg2VLfTiW8)

Era mais uma tarde chuvosa naquela cidade, ou melhor, “é” mais uma tarde chuvosa dado que eu ainda estou nesse ‘local’ horrível. Minhas roupas estão encharcadas, e mesmo assim eu continuo parado nesse ‘local’ olhando para o céu.

            ...

 Quantas horas eu estou vendo o mesmo céu? Há quantas horas eu estou aqui? Talvez seja melhor dar uma olhada no horário: 4 horas da tarde... Já faz 6 horas desde que estamos aqui, parados nesse cemitério... (Suspiro). Melhor eu me lembrar das coisas, porque sinto que minha mente está enlouquecendo.

Nome: Lucian Lyenhar. Idade: 15 anos. Aspecto Físico: um rapaz charmoso e galanteador (brincadeira)... Melhor eu parar de pensar besteiras e voltar a pensar no que fazer daqui para frente. Não temos um local para ficar, e muito provavelmente ela deve estar com fome.

Nesse momento eu olho em direção a uma garotinha loira, de olhos verdes, com uma expressão de vazio que chega a quebrar o coração de qualquer um que visse essa cena.

“Lu... por que isso foi acontecer? Me diga, por que?” de repente ela fala, percebendo que eu estava olhando em sua direção, “só me explica o porque?” e novamente volta a chorar como um bebê recém nascido.

Eu aproveito e olho novamente para as duas lápides que estavam na sua frente “Aqui jaz Stella e Jonathan Lyenhar”. Talvez se eu não tivesse visto a cena não teria acreditado no que tinha acontecido. Meus pais morreram hoje de manhã em um acidente de trânsito. O mais inexplicável da história, é que eu e minha irmã estávamos no banco de trás do carro e mesmo assim saímos ilesos.

Não temos nenhuma família aqui perto, na realidade eu não faço a mínima ideia de qual cidade seja essa... Isso realmente não é uma situação muito agradável.

“Vamos logo Alma, não podemos ficar aqui o dia todo”, finalmente falo com minha irmã, olhando bem fixamente para seus olhos vazios.

“Mas por que Lu, por quê? Só me diga isso, por favor, eu só quero entender porque eles morreram e nós não”.

“Não existe uma resposta para isso, e você sabe muito bem disso. Vamos Alma, por favor. Você vai acabar ficando doente nessa chuva e realmente precisamos comer alguma coisa” respondo me abaixando e pegando na mão de minha frágil irmã.

Eu sei que estava pedindo demais para aquela situação, afinal ela só tem 10 anos de idade e acabou de se tornar órfã, mas não podemos ficar mais aqui... Esse local... Essa cidade tem um ar muito estranho, sinto que devemos sair daqui o mais rápido possível.

“Vamos logo vai, se você não se mover eu vou ter de te pegar no colo...”.

“Eu já sou meio crescidinha e você continua me tratando como criança... Que seja! Vamos logo!” ela respondeu a minha provocação, como é bom ser irmão mais velho e saber como lidar com sua irmãzinha (principalmente quando se trata de provocá-la eu realmente sou expert nisso).

“Olha só, alguma luz voltou para os seus olhos... Nem parece mais aquela criança que ficou 6 horas chorando sem parar de alguns minutos atrás”.

“Você realmente é muito irritante sabia?”

“Eu sei bem disso, mas eu precisava fazer alguma coisa para você voltar ao normal” ela não ouviu o que eu disse, pois já estava quase no portão do cemitério.

“Acho que devo ter deixado ela bem irritada”.

“...”

(Play: http://www.youtube.com/watch?v=hoUr3mW-3wo)

Andamos por cerca de duas horas a procura de algum local para ficar, uma casa, um prédio, uma loja, qualquer local. Porém não existia uma única alma viva nas ruas, parece até que a cidade também está de luto pela morte dos meus pais.

De todo modo, encontramos sim há algum tempo atrás um policial e perguntamos para ele se existe algum orfanato ou algo do tipo para ele, porém sua expressão de medo quando nos viu e sua reação realmente me incomodou.

“Não existe nada assim nessa cidade... Vocês não deveriam estar na rua agora... Então vão embora daqui!” disse ele antes de sair correndo como um frango.

“Realmente estranho àquele policial, você não achou?”

“Ele parecia estar com medo da gente, bizarro. Talvez ele tenha se assustado com sua cara feia de choro né Lu?”

“Opa opa opa, vamos parar com isso que quem estava chorando era você”.

“Você realmente não sabe mentir... Hehe” falou minha irmã sorrindo para mim. Ainda bem que ela voltou a mostrar essa expressão, realmente fico muito feliz.

“Bom, você tem alguma ideia da onde possamos ficar? Logo vai escurecer e não acho que seja uma boa ideia agente dormir na rua”.

“Por que não tentamos achar alguma igreja? Mamãe sempre falou que elas são bons locais para crianças”.

“Não é que você teve uma ótima ideia Alma” falo colocando a mão na cabeça de minha irmã.

Realmente a ideia tinha sido boa, porque não muito distante do local onde estávamos tinha uma igreja (ou pelo menos algo bem parecido com uma) que com certeza não estaria fechada.

“...”

(Play: http://www.youtube.com/watch?v=PPyNlaCVme0)

 Finalmente chegamos à igreja em questão, e logo um grande arrependimento bate em meu coração. Por quê? Bom, porque a igreja não passava de ruínas, com rachaduras em todas as paredes, além de um ruído imenso estar vindo de dentro dela.

“Pelo menos a porta está aberta...”.

“Você realmente quer entrar nesse local Lu? Parece que ela vai desabar a qualquer instante”.

“Haha, e eu achando que só eu tinha pensado nisso, mas é melhor entrarmos. Deve ter alguém ai dentro pelo barulho”.

 Sendo sincero, o barulho era grande demais para pensar que aquilo era uma igreja normal, mas não tínhamos muito escolha a não ser entrar, uma vez que a chuva parecia que iria piorar.

“Ah! Temos visitantes, sejam muito bem vindos” disse uma bela moça que acabara de sair de dentro da igreja. Moça não, digo anjo, pois eu nunca tinha visto uma menina tão bonita assim na minha vida. “vocês estão encharcados, gostariam de entrar?”

“Gostaríamos sim, muito obrigado” disse minha irmã com um largo sorriso em seu rosto.

“Ei Lu, você não vai entrar não? Já está babando pela menina né? Você realmente não tem jeito”... Minha irmã é bem insolente independente da idade dela.

Finalmente volto para mim mesmo e adentro aquela igreja acabada descobrindo a fonte de tamanha barulheira: crianças. Várias crianças de todos os tamanhos possíveis e imagináveis. Deve ter umas 30 crianças aqui (elas devem ter por volta da idade de minha irmã), brincando para lá e para cá sem importar com o barulho absurdo que elas estavam fazendo.

“A propósito, meu nome é Amélia, Amélia Sinop, mas podem me chamar de Amy”.

“Meu nome é Alma, e o que cabeça de vento aqui é meu irmão, Lucian. Por favor, não liga não se ele não falar muito, provavelmente ele deve estar admirando a sua beleza Amy”.

“HEY!” como minha irmã é bocuda. Quando ela estava chorando falava coisas desnecessárias.

“Muito obrigado pelo elogio” disse Amélia com um sorriso (lindo) no rosto “mas enfim, o que vocês estavam fazendo sozinho andando parados em frente a essa igreja?”.

“É que bom... Não temos aonde ir... Nossos pais morreram hoje em um acidente... e não conhecemos ninguém aqui próximo” finalmente consegui falar com ela o/

(Pare a musica)

“Vocês também são órfãos... Então realmente era o destino de vocês virem aqui hoje, a propósito, meus pêsames”.

(Volte a musica)

“Como assim destino?” disse minha irmã com os olhos brilhando de curiosidade.

“Bom... vocês devem ter percebido que essa igreja está acabada. A verdade é que ela é uma igreja abandonada, e todos nós aqui somos crianças órfãs que não tem para onde ir, por isso ‘funcionamos’ como um orfanato”.

Eu realmente não tinha percebido, mas não tem nenhum adulto aqui mesmo, apenas nós... Crianças.

“Como eu sou a mais velha de todos eles eu tomo conta deles como se fossem meus filhos, apesar de que eu tenho a ajuda de outras pessoas que não estão aqui no momento”.

“Quantos anos você tem?”

“Eu tenho 15 anos de idade”

Incrível... Uma garota da minha idade que toma conta de outras crianças e ainda consegue ser tão bonita assim. Nesse momento meus estomago me trai e acaba roncando de forma estridente.

“Parece que vocês estão com fome, já está na hora de dar janta para as crianças, então, por favor, sintam-se em casa”.

“...”

(Play: http://www.youtube.com/watch?v=yRRqLV5YJxI)

Formamos uma roda junto de todas as crianças que estavam brincando até alguns momentos atrás. Nas mãos de Amélia estão dois pães velhos, completamente sujos, que eu me nego a pensar que seja o que iremos comer... Porém eu estava infelizmente engano.

 “30 pessoas comendo dois pães... isso realmente não me parece muito certo” finalmente começo a conversar com a Amélia.

“Como não existe um adulto que tome conta da gente acabamos ficando sem comer as vezes. Porém quando a Julia e o Chris voltarem acho que teremos alguma coisa a mais para comer”.

 “Porque ninguém ajuda vocês? Digo, existem várias casas aqui nessa cidade, então alguém deveria pelo menos dar comida ou algo assim”.

“Essa cidade não gosta muito de crianças... principalmente de crianças como nós” ela responde olhando para mim e para minha irmã. Me senti estranho, não sei o porque “mas deixando as coisas ruim de lado, esses pingentes que vocês dois usam são muito bonitos, aonde vocês arrumaram eles”

“Eles eram dos nossos pais. É a última lembrança que temos deles” responde minha irmã, com algumas lágrimas em seus olhos.

Mesmo assim a reação que a Amélia teve para com os dois pingentes (que possuem o formato engraçado de um planeta) foi um tanto quanto estranha. Ela continua olhando fixamente para eles, como se alguma coisa a incomoda-se.

“Eu também tenho uma lembrança dos meus pais, ou melhor, do padre dessa igreja que tomou conta de mim e dessas crianças antes de morrer, aqui está” ela mostra um rosário ornado em ouro.

Play: (http://www.youtube.com/watch?v=x0n5yObwyDE)

Mas... Que sensação esquisita é essa... Esse rosário que ela mostrou parece não ser normal, ele possui um ar de algo que não é de nosso mundo, algo que transcende essa existência.

           

“...”

Algum tempo se passou e a chuva acabou parando finalmente. Minha irmã ficou conversou com Amélia o tempo todo, olhando de longe até parece que as duas que são irmãs, de tão bem que elas estão se dando. Porém... Sinto-me estranho.

Essa cidade me incomoda... Esse local me incomoda... Aquele rosário me incomodou... Alguma coisa aqui está errada, muito errada mesmo.

“Vou dar uma volta por ai, daqui a pouco eu volto”.

“Hey Lu aonde você vai?” não respondi minha irmã, pois sai daquela correndo daquela igreja.

Esse clima, essa cidade, a morte dos pais, aquele rosário... Tudo isso está errado, eu não sei, não entendo, mas não consigo tirar isso da minha mente. Além disso, a reação que o policial teve e as palavras da Amélia ecoam em minha mente “Essa cidade não gosta de crianças como nós”.

Quando dou por mim estou no meio de uma rua deserta... Como vim parar aqui? Eu realmente não sei... Essa sensação de estar fora do lugar está me sufocando.

“AAHHH! SOCORRO!” de repente um grito de uma menina. Essa voz, eu conheço ela... É da Alma.

“Alma cadê você?”

“Estou aqui Lu, socorro” a voz vinha de um beco sem saída próximo da onde eu estava.

O que está acontecendo?

Quando cheguei ao local vi minha irmã sendo rendida por dois homens de terno, de aparência fina, mas com um olhar aterrorizante.

“Finalmente conseguimos uma amostra delas, precisamos levar essa garota o mais rápido possível para a base” disse um deles amarrando as mãos delicadas de minha irmã.

Ambos portavam uma pistola, e eles estavam apontando elas para cabeça de minha irmã.

“Ei vocês dois, o que vocês acham que estão fazendo com minha irmã?”

Do nada sinto uma dor horrível no meu braço esquerdo... Parecia que alguma coisa tinha passado por ele e dilacerado parte do meu ombro... sangue escorria nos meus dedos... Eu tinha... Levado... Um tiro.

Ajoelhei-me no chão com uma dor sufocante, e vi minha irmã gemendo e gritando por socorro, já com uma toalha amarrada em sua boca. Essa situação é cruel demais, como ela foi acontecer, da onde surgiram esses homens e  por que a minha irmã não estava na igreja?

Várias perguntas, nenhuma resposta, minha mente ficou em branco, o que era isso, o que era situação... Eu agarrei o pingente dos meus pais, minha última lembrança deles e pedi para que, por favor, eles me salvassem minha irmã.

“Socorro Lu!” gritou minha irmã mesmo de boca tampada... Antes de desmaiar nos braços de um daqueles homens.

Não... Não vou deixar.. Ela não vai ir embora... Ela é minha única família, eu não vou deixar, eu vou conseguir salvá-la. Antes que eu desse por mim eu estava indo em direção de ambos os homens com uma espada na mão.

Espada? Da onde ela veio? Bem não me importa, eu tenho de salvar a minha irmã, eu vou salvá-la. Porém, nesse momento um dos indivíduos apontou a arma em direção a minha cabeça, e deu um tiro certeiro.

Provavelmente em um ou dois segundos eu irei morrer, estou vendo toda minha vida pela frente, mesmo assim... Minhas últimas horas foram bem estranhas... Pelo menos eu conheci uma garota bonita... (porque estou me lembrando dela nos últimos momentos da minha vida?)

“Aurea Sanctis!”.

“...”

(Perspectiva de um dos homens)

Um estrondo incrível vendo do local onde aquele garoto estava, e um poeira sem igual esta aonde deveria estar o seu corpo sem vida...

Ele realmente é um monstro, que nem todas aquelas crianças... O modo como ele transformou aquele pingente dele em espada realmente foi sem palavras. Principalmente porque ele usou parte do chão e da parede para isso...

Um monstro. e eu provoquei ele.

“Vocês realmente estão ousados ultimamente não é?” uma voz feminina que eu não conheço veio da onde estava o garoto...

“É melhor vocês soltarem essa garota... Se não pretenderem ver eu lutando sério”

Eu não vou ousar enfrentar “isso”. Ela provavelmente não é humana. Eu obrigo meu parceiro a deixar a frágil garota que estávamos segurando no chão e então corro pela minha vida.

(Perspectiva do Lucian)

Mas... Eu não morri... Alguma coisa me salvou no ultimo momento... Alguma coisa não... Alguém... Quem está na minha frente... Um anjo..?

Quando dei por mim, Amélia estende sua mão para mim, com o propósito de me ajudar a levantar.

“Mas como? O tiro ia ir direto à minha cabeça” eu falo perplexo com a situação.

“Eu avisei que essa cidade odeia crianças, principalmente como nós” ela responde sorrindo, olhando para a espada (?) que eu empunhava “parece que você também é abençoado assim como eu. De toda forma, é melhor voltarmos para a igreja porque eles logo vão voltar com reforços”.

“Mas, o que diabos está acontecendo?”

Eu pego minha irmã nos meus braços e volto correndo para igreja tentando imaginar em que tipo de situação eu me enfiei.


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